sábado, 7 de setembro de 2013

O Espiritismo e as religiões

Só o Espiritismo salva?

Não é o Espiritismo ou qualquer outra religião que salva. O que faz o Espírito se salvar (tomar consciência da Verdade) é seu esforço em praticar boas ações, instruir-se para vencer suas más inclinações, adquirir sabedoria e fazer todo o bem possível ao seu próximo. O que salva é a doutrina de Jesus, entidade responsável pelo planeta, que esteve no plano físico para revelar a Lei na sua maior clareza. Todo aquele que a compreende e a vivencia em espírito e verdade, entrará no Reino de Deus, ou seja, no mundo do entendimento da realidade.

Porque o Espiritismo teve seu início na Europa e não se desenvolveu? O Brasil é a maior pátria espírita no mundo?

No princípio, quando surgiu a Doutrina Espírita, havia um espírito da época, onde se achava que os ensinamentos da Espiritualidade iriam transformar o mundo para melhor em alguns anos. Certos Espíritos que trabalharam na Codificação e o próprio Allan Kardec assim pensavam. Porém, a história tomou outro rumo. O planeta ainda iria ter de conviver com uma forma bem mais perniciosa de materialismo, ou seja, aquela que hoje predomina na sociedade, onde o ser humano é tratado como mero objeto de consumo. O positivismo da época relativa ao nascimento do Espiritismo desapareceu. Infelizmente o sistema planejado pelo Codificador para dar corpo ao movimento espírita nascente não foi criado. Sem método, sem organização racional e homens de coragem, a doutrina simplesmente desapareceu da Europa. Transferida para o Brasil por alguns intelectuais, a Doutrina continuou não encontrando espaço para se desenvolver conforme esperava Kardec. Transformou-se num movimento caracterizado pela total ausência da metodologia kardequiana, com tendências católicas e segmentos fanáticos que cultivam a idolatria de vivos. Um espírito chamado Ismael, ligado às teses do advogado francês Jean Baptiste Roustaing, usando de uma política católica chamada "unificação" (que mantém a unidade na Igreja), sufocou todos os esforços em se kardequizar o sistema. Pode-se dizer que o Brasil é o maior país espírita do mundo. Mas não é por nenhuma razão especial. Simplesmente é porque quase não há "Espiritismo" em outros lugares do mundo. Enquanto aqui existe cerca de oito mil casas espíritas, no resto do mundo elas não passam de alguns centenas.

Quem é o Consolador Prometido por Jesus: Espírito de Verdade? Jesus? A Doutrina?

O Consolador prometido por Jesus é a Doutrina Espírita. Ela veio fazer renascer no mundo a doutrina do Cristo (cristianismo) que estava esquecida, abafada pelo ceticismo do século XIX. Trouxe as explicações necessárias às palavras de Jesus, que permaneceram envoltas em um véu desde o seu aparecimento. Alargou os horizontes do conhecimento humano falando ao homem de suas origens, de seu destino e de seu objetivo como Espírito imortal. O Espírito de Verdade é a expressão do pensamento divino manifesto nos Espíritos Superiores responsáveis pela Codificação kardequiana. É uma plêiade de Espíritos que trabalham em nome do Bem e para estabelecimento do Reino de Deus na face da Terra.

Algumas pessoas pretendem retirar o caráter religioso do Espiritismo. O que vocês acham? O Espiritismo é Cristão ou não?

Transcreveremos abaixo a opinião do Espírito de Verdade, encontrada no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VI, item 5: "Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana...". E ainda um comentário de Alan Kardec, no capítulo XVII, item 4, que resume esta polêmica a zero: "O Espiritismo não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática da moral do Cristo ao dar uma fé sólida e esclarecimento aos que duvidam ou vacilam". Rejeitar o caráter cristão do Espiritismo é rejeitar toda a essência da doutrina, que é a mesma da doutrina de Jesus. Os intelectuais, de um maneira geral, rejeitam secularmente a religião ou tudo o que se envolve com ela, pois julgam que tais instituições são castradoras da liberdade. Mas, no caso de intelectuais espíritas, tal atitude é incompreensível. Os ensinamentos dos Espíritos superiores resume a questão, dizendo que o Espiritismo não só é cristão, como é o próprio Cristianismo que ressurge mais forte, trabalhando com a racionalidade, ampliando o conhecimento do homem e endereçando o mesmo ao entendimento de si mesmo.

Como é a hierarquia do movimento espírita? Como o movimento faz para se defender de seitas que se intitulam espíritas e que não seguem o Espiritismo?

Não há hierarquia no Movimento Espírita. Todos são livres para praticarem o Espiritismo como bem entendem. Isso, por um lado tem vantagens, mas apresenta também seus problemas. A liberdade excessiva e a falta de compromisso com alguma coisa superior, levou ao enfraquecimento das práticas, dando origem a distorções, condutas e pensamentos que envolvem os adeptos da Doutrina Espírita. Os espíritas nada fazem para se defender daqueles que se intitulam "espíritas", sem o ser. Na maioria das vezes, esperam que o tempo resolva o problema ou frequentemente nem se importam com isso.

A Religião deve temer a Ciência?

Ciência e Religião são iguais à razão e fé. Toda fé deverá ser fundamentada na razão, caso contrário sucumbirá às evidências do progresso da ciência. Allan Kardec nos diz que "fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade". Com o progresso da humanidade, ciência e religião caminharão juntas. Assim é a Lei. Infelizmente, muitas religiões ainda têm a ciência como inimiga da fé.

Como os espíritas celebram o Natal (nascimento de Jesus Cristo) e a Páscoa (ressurreição de Jesus Cristo)?

Da mesma forma que qualquer cristão, com o respeito que as datas merecem. Entretanto, não se pode esquecer que essas datas estão inseridas em um contexto comercial, com forte apelo consumista, que deve deixar alerta qualquer pessoa sensata. Sabe-se que a data do Natal foi criada muito depois do nascimento de Jesus, no ano de 749, quando o imperador Bernardino, o Pequeno, por ocasião da inauguração da Nova Roma, aproveitou a data festiva (25 de dezembro) e instituiu como o dia do nascimento de Jesus. Embora a data comemorada não seja a real, pois na verdade não se sabe ao certo o dia em que nasceu o Mestre, ela tem seu valor por concentrar um número grande de bons pensamentos nessa época, onde as pessoas, por seus sentimentos inatos de religiosidade, ficam mais dóceis, amáveis e fraternas. A Páscoa é uma festa judaica que comemora a saída do povo hebreu do Egito. Como nesse dia foi realizada a crucificação de Jesus, os cristãos absorveram, desde aí, como comemoração de Sua imolação. Deve ser vista apenas como uma festa cultural religiosa, sem maiores consequências.

Como os espíritas avaliam as diversas religiões orientais espiritualistas, que desenvolvem, também, um trabalho voltado para a evolução do ser humano tendo o altruísmo como ensinamento básico?

O Espiritismo é a doutrina de Jesus e, como tal, oferece aos homens a possibilidade de libertar-se da situação de ignorância espiritual, através de Seus ensinamentos, que se sustenta basicamente no exercício do amor ao próximo. Portanto, todas as doutrinas que professem o mesmo sentimento podem levar o homem a compreender melhor sua essência divina. Entretanto, as religiões orientais por desconhecerem os ensinos libertadores de Jesus, embora tenham conhecimento da imortalidade do Espírito, permanecem presas ao atraso material e intelectual reinante nas regiões onde se localizam. Certamente, são religiões que foram criadas para atender um fim específico, ligado ao desenvolvimento de Espíritos encarnados em determinadas áreas do planeta. Mas, de um modo geral, não se coadunam com a modernidade do mundo ocidental, nem com as necessidades dos seus habitantes. A doutrina de Jesus é superior a elas em todos os sentidos, pois não se atrela a ritualismos, exterioridades, nem fanatismos.

É normal que nos Centros Espíritas haja imagens de "preto-velho" ou qualquer tipo de imagens e quadros?

A Doutrina Espírita direciona o homem em busca do entendimento de si mesmo, libertando-o da ignorância das coisas essenciais. As imagens de qualquer natureza denotam o apego do homem à idolatria e aos costumes de suas antigas crenças. Não faz sentido existir imagens em centros espíritas, quer sejam de preto-velhos, Nossa Senhora ou Jesus, quer sejam quadros de Espíritos benfeitores como comumente se vê. A casa que acolhe esse costume com naturalidade, certamente está ainda sob o jugo do atraso. Falta-lhe o hábito do estudo libertador. Como o costume católico está impregnado na consciência dos espíritas, comumente se vê nos centros quadros dos grandes luminares do Movimento Espírita, alguns ainda encarnados, o que denota uma condição de fanatismo e idolatria.

O que o Espiritismo entende a respeito do que é o Espírito de Verdade?

O Espírito de Verdade é um corpo de ideias trazidas para nós por iluminados missionários de Deus, sob a égide de Jesus Cristo. Não é uma única entidade como a igreja fez crer por longos anos (e ainda acredita até hoje), mas uma plêiade de Espíritos que trabalham em nome do Bem. O Espírito de Verdade e o Espírito Santo são a mesma coisa, ou seja, esse conjunto de ideias que move o mundo em direção à Verdade, à Justiça e à Paz.

Por que a Doutrina Espírita não aceita o Antigo Testamento, como um livro confiável, sendo que Jesus testifica todos eles como inspirados por Deus?

A Doutrina Espírita aceita a Bíblia como um livro de muita sabedoria, pois é lá que estão todos os fundamentos da mensagem de Deus aos homens. Allan Kardec e os Espíritos superiores tratam das Escrituras Sagradas com muito respeito e com o devido valor. O Velho Testamento se ocupa da Lei antiga e o Novo Testamento, da Boa Nova que Jesus, o Cristo, trouxe à humanidade, para todos os tempos. Não sabemos onde você ouviu esta informação, mas saiba que ela não é verdade. Os espíritas que acham que a Bíblia não é confiável estão equivocados e muito longe da compreensão da profundidade da Doutrina Espírita.

Qual a importância de Moisés? Podemos, como espíritas, nos ocupar de seus escritos?

Moisés foi o homem escolhido por Deus para semear entre os primitivos a lei de todos os tempos e de todos os povos. Estruturou-a em Dez Mandamentos, resumindo os deveres que fariam das criaturas, homens de bem. Ao lado disso, porém, estabeleceu leis disciplinares que pudessem deter uma comunidade de homens primitivos dentro de um sentido mínimo de convivência. Há, portanto, que se separar o que é divino (Lei de Deus) do que é humano (lei disciplinar) na obra desse legislador hebreu. A grande missão dele foi preparar o terreno para que mais tarde Jesus pudesse semear a mensagem da fraternidade universal. Recebeu, portanto, a Primeira Revelação de Deus aos homens. A Lei disciplinar de Moisés está contida nos cinco livros atribuídos a ele: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A Lei divina é os Dez Mandamentos. Como espíritas temos o dever de saber a gênese de nossa doutrina que não é outra senão a do Cristo, que por sua vez, veio desdobrar os Dez Mandamentos da Lei de Deus.

 Porque se diz que o Espiritismo é a Terceira Revelação?

O Espiritismo é a Terceira Revelação de Deus aos homens. Antes dela vieram a Primeira, com Moisés e a Segunda, como Jesus Cristo. É uma Revelação porque mostra a existência e natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material; desenvolve completa e explica o que foi dito de forma alegórica por Jesus; dá um sentido à vida e explicação lógica ao sofrimento e dificuldades vivenciadas pelas criaturas e abre um vasto campo de possibilidades de crescimento e dá ao homem a definitiva certeza de sua imortalidade e universalidade. Allan Kardec diz: “Ele (o Espiritismo) é, portanto obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao que igualmente anunciou: a regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a terra” – (Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 1, 7).

O que é niilismo. O que se entende por postura niilista da vida?

O niilismo é a doutrina do nada. A postura niilista da vida é a maneira imediatista do homem ver a vida, sem a salutar confiança no futuro. A ideia de que a vida se resume entre o nascer e o morrer tem sido a grande razão pela qual a humanidade se mantém no atraso moral. A dúvida sobre o futuro faz com o que o homem concentre seus pensamentos apenas na vida terrena. Sem ideia do porvir, dedica-se inteiramente ao presente, depositando sobre ele todas as suas esperanças de felicidade. Considera os bens terrenos muito preciosos e sua perda causa-lhe pungente dor e sofrimento. A ideia da nulidade é o mais grave engano da humanidade, o que leva o homem a posturas de extremo egoísmo que tem caracterizado o comportamento em todos os tempos. Com esse pensamento, o homem elaborou seu alicerce em valores transitórios, dando à vida uma importância calcada unicamente na aquisição de riquezas materiais, único bem a que se dispõe adquirir. Tivesse a ideia da consequência danosa desse pensamento para a sociedade e para a edificação de seu Espírito imortal, trataria de rever urgentemente seu ponto de vista. Sem perspectivas de futuro (para o Espírito) todas as suas lutas resumem-se em superar o outro, em contraponto com o verdadeiro objetivo da vida, que é a superação de si mesmo. Como a ideia da vida futura lhe é vaga, e às vezes resume-se apenas a frágeis concepções religiosas ou filosóficas, trata de suprir apenas o presente, esbaldando-se em esforços nas conquistas da matéria, única coisa real e justificável em sua ótica niilista.

Qual o papel do Espiritismo no mundo de regeneração?

O Espiritismo tem preponderante papel nesse processo. Deverá oferecer aos homens as ferramentas para a compreensão das leis de Deus. Ou seja, dar aos homens as condições de entendimento a fim de que possa promover a paz pessoal e coletiva. Os centros espíritas poderão ser estruturados de forma a ensinar a conduta cristã aos homens, que a absorverão com facilidade e rapidez. Serão, no mundo de regeneração, o que deveriam ser hoje, ou seja, núcleos equilibrados onde o homem possa abastecer-se da mensagem de Deus, sem os fanatismos, sem fantasias e idolatrias de vivos, próprios de mundos atrasados. Templo e escola, oferecendo os saberes humano e divino. O Espiritismo oferece um vasto horizonte de crescimento, explicando ao homem sua origem e a origem de seus males. Através da compreensão de seus princípios de reencarnação e da lei de causa de efeito, a humanidade poderá mudar seu ponto de vista e assim melhorar suas condições de vida terrena.

Como proceder para realizar o Culto do Evangelho no lar?

O culto do Evangelho no lar é muito simples e traz grandes ensinamentos e equilíbrio para a família. Deveria ser um hábito de todos as pessoas que se dizem cristãs. Não existe uma fórmula, mas pode-se dar alguns conselhos nesse sentido. Faz-se uma prece no início, pedindo a proteção de Jesus. Lê-se um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo, do Novo Testamento ou de livros e mensagens de procedência idônea. Fazem-se breves comentários, de maneira que todos exponham seus pensamentos sobre a lição. Depois, o mais experiente fecha o comentário, se houver necessidade. A seguir realiza-se a prece de encerramento e está feito. Dura, no máximo, 30minutos (de 15 a 30). Numa reunião dessa natureza não comporta manifestações de Espíritos, mesmo que sejam supostos guias familiares. Se houver insistência dos Espíritos para essa prática deve-se ter cautela e observar duas coisas: ou o grupo está sob influência de Espíritos pouco esclarecidos ou conta com a presença de alguma pessoa em desequilíbrio de sua mediunidade. O lugar de manifestações de Espíritos é nas reuniões criadas para esse fim, nas casas espíritas.

Tenho um colega, que já foi espírita e hoje é presbiteriano, que afirma ter evoluído ao abraçar a nova doutrina espiritual. Diz, ainda, o referido rapaz, que as lembranças de vidas passadas, tão bem documentada pela Doutrina Espírita, não passam de recordações provenientes do inconsciente coletivo, fato cientificamente comprovada. Sempre ouvi dizer que a nossa doutrina caminha lado a lado com a ciência e isso foi o que me trouxe a ela. Como argumentar?

Em primeiro, dizemo-lhe que não adianta argumentar as teorias da Doutrina Espírita com os irmãos protestantes. Embora seja uma crença séria e muito ligada aos valores do Espírito (exceção feita às pentecostais, que mercadejam com as coisas de Deus), eles se apegam demais à letra das Escrituras e não adentram no espírito dela. E como diz nosso mestre Paulo de Tarso, a letra mata e o espírito (da letra) vivifica. Não nos causa surpresa a afirmativa dele de que tenha evoluído ao deixar a Doutrina e entrar no presbiterianismo, que é de muita seriedade. Deve ter tido contato com algo que nada tem a ver com o Espiritismo, como estamos cansadas de ver por esse país a fora. Pois, digo-lhe que quem compreende de fato a Doutrina dos Espíritos dela não quer mais se afastar. Mas nem sempre é assim. A certeza da reencarnação é única e exclusivamente a crença na justiça divina. Se Deus é bom, justo e perfeito, jamais criaria um mundo de desigualdades, sem que suas criaturas tivessem novas chances de se redimir de seus erros. Seria injusto e incompreensível. A tese do inconsciente coletivo é usada largamente pelas ciências psíquicas, que sem acreditar em nada além desta vida, acharam este gancho para explicar os tantos fatos inexplicados de loucura, desajustes, acessos de ódio, violência etc. Essa tese anula a individualidade após a morte e me admira que doutrinas tão belas como o protestantismo, defenda isto que nada mais é que o materialismo escondido por trás da ciência, que lhe dá o aval de seriedade. É a condição de atraso da humanidade. Sugiro que não procure argumentar, mas leia o capítulo IV do Evangelho Segundo o Espiritismo e o Livro dos Espíritos, no capítulo VI também, perguntas 166 a 221.

Qual a visão espírita com respeito a centenas de pessoas que morrem em acidentes naturais como o que ocorreu no terremoto da Turquia há pouco tempo? Como explicar um acidente de avião onde outras centenas de pessoas morrem? Será que todas tinham que morrer daquela maneira? E o que dizer de um motorista que dorme ao volante de um ônibus levando todos os passageiros à morte? Esse motorista foi um instrumento, quer dizer ele estava fadado a cometer esse ato, causando a morte dessas pessoas que tinham que morrer? Ou será que o descuido do motorista levou todas aquelas pessoas à morte sem necessidade?

Para bem compreender o tema sugerimos a leitura do capítulo VI de O Livro dos Espíritos, sobre guerras, destruição e flagelos. As mortes nem sempre estão programadas, pois muitas vezes são consequências do descuido e irresponsabilidade de alguns. Mas, nos grandes acidentes, muitos expiam seus débitos. De todo modo, no mundo atual, devido à situação de dificuldade moral que se vive, muitas pessoas retornam prematuramente por conta dos excessos de toda ordem. Os acidentes por negligência não estão programados e seria injusto se o fossem, mas nessas situações alguns se encontram em situação de resgate, outros já terminaram mesmo sua jornada e outros vão antes da hora. Em tudo, a Lei de Deus, mesmo que nos escape ao entendimento. Sugerimos o estudo de todo o capítulo IV de O Livro dos Espíritos.

Atualmente, temos visto muitos problemas com comunidades carentes e formamos uma Instituição cujo objetivo principal é a filantropia. Estamos atendendo semanalmente 40 (quarenta famílias), sendo estas de diferentes religiões. Seria prudente entrarmos com a divulgação de nossa doutrina?

Existe um equívoco quanto ao que se faz em todo o Brasil em termos de Espiritismo. Por toda parte se pratica apenas assistencialismo. A Doutrina Espírita não veio à humanidade para assistir o homem em suas necessidades materiais. Sua missão principal é a de esclarecer a respeito da verdade em todas as suas consequências. Isso, pouca gente sabe fazer de maneira produtiva. A assistência social deve ser praticada pelos grupos espíritas, mas como consequência do entendimento de que é preciso fazer alguma coisa para ajudar quem tem fome. Mas, se não ensinarmos aos homens o caminho do Evangelho, quando desencarnarem, permanecerão em trevas. Concluí-se daí, que o verdadeiro alimento é o conhecimento. O verdadeiro espírita não faz apenas filantropia sem ensinar a Doutrina que liberta o Espírito.

Como interpretar o culto do Candomblé?

O Candomblé é um culto africano. Os negros africanos, ao chegarem ao Brasil, trouxeram um culto primitivo, oriundo de sua pátria, conhecido como Candomblé. Cultuavam alguns deuses chamados por eles de "orixás". Essas divindades seriam, por um lado, ligadas à natureza e por outro aos homens. Praticantes seculares do mediunismo, os negros adeptos do Candomblé, não aceitavam e não aceitam até hoje, a "incorporação" em seus médiuns de Espíritos de "mortos". No Candomblé um Espírito errante é chamado de "egum". Nos terreiros de Candomblé, só se manifestam mediunicamente as divindades chamadas de "orixás". O Panteão Africano constitui-se basicamente por sete Orixás Maiores e ainda por muitos Orixás Menores. Os primeiros são voltados para o lado mais divino da obra de Deus. Os últimos são mais ligados à própria criatura humana. Os "orixás", ao presidirem a própria natureza através de seus agentes, trariam em si características de personalidade que os ligariam a determinados estados evolutivos da espécie humana. A vibração provocada pelo tipo de personalidade de um certo indivíduo, vai colocá-lo sob a influência de determinado "Orixá". Diz-se, então, que ele é oriundo daquela faixa psíquica, ou como fazem no Candomblé, que ele é "filho de Santo". Nada tem a ver com Espiritismo.

Gostaria de saber se em um centro espírita, onde tudo foge da Doutrina de Allan Kardec como: não tem hora para começar e nem terminar, assuntos supérfluos, moral do dirigente inadequada, consultas nos trabalhos mediúnicos, etc., um médium pode se afastar da tarefa por não concordar com o trabalho? Haverá influência negativa em sua vida? A mediunidade ficaria desequilibrada? Seria falta de caridade?

A respeito de suas perguntas, e levando em consideração seu relato, temos a dizer que estará melhor longe desse grupo, pois está sob jugo de Espíritos atrasados. Procure um grupo sério onde você possa estudar a Doutrina com dedicação e discernimento. Se não encontrar, estude em casa e visite os sites sérios sobre o Espiritismo, lendo os trabalhos escritos sobre as atividades doutrinárias. Estará melhor assistida e terá mais proveito, sem dúvida. Se puder esclarecer outras pessoas de lá sobre essas coisas, tanto melhor. Alguns não sabem que estão se prejudicando nesse tipo de núcleo em completo desequilíbrio. Existem muitos assim, sem dúvida.

Os Adventistas do Sétimo dia e os Judeus têm o dia do Sábado como dia escolhido por Deus para a louvação. Faz parte dos Dez Mandamentos das Antigas Escrituras. Gostaria de saber mais a respeito disso, pois tenho parentes adventistas e amigos judeus, que combatem o Catolicismo por "guardarem" o Domingo.

Guardar o sábado ou o domingo é apenas uma questão de forma. Quando as Leis vieram através de Moisés, o sábado já era um dia reservado à adoração pelos povos antigos. Santificar o dia de Sábado, na verdade quer dizer que pelo menos um dia da semana o homem teria que se dedicar às coisas de Deus. Mas tanto pode ser sábado, como domingo, como qualquer outro dia. É apenas uma questão de forma. Na verdade o homem de bem teria que se dedicar a observar a Lei todos os dias. Mas ainda somos atrasados para compreender isso. Que seja pelo menos em um dia. Não faz sentido achar que é neste ou naquele. Pensar assim é grande sinal de atraso espiritual ainda.

Porque o Espiritismo não aceita banhos, velas, sal, talismãs e outras coisas e usa água fluidificada e passes? Onde Kardec falou desse procedimento?

Importante se definir sob qual orientação espiritual queremos nos manter. O Espiritismo é uma doutrina codificada por um missionário chamado Allan Kardec. Em todos os seus ensinamentos, ele e os Espíritos superiores que trabalhavam com ele, nunca prescreveram qualquer tipo de talismã ou objetos que pudessem servir para ajudar uma pessoa na solução dos seus problemas. Ora, quando examinamos os ensinamentos do Cristo, também encontramos o mesmo espírito. Kardec afirma que certas pessoas utilizam de objetos materiais para despertar a sua fé. Mas deixa claro que isso é uma estreiteza de visão desses Espíritos. Claro, uma doutrina não pode nivelar seus conceitos por princípios ligado à transitoriedade e relatividade das coisas. Quem precisa de objetos para despertar sua fé está mais atrás na senda do progresso e não deve, em hipótese alguma, ser tomado como exemplo a ser seguido. O passe nada mais é que a imposição das mãos, ensinada por Jesus e muito utilizada na época do Codificador para magnetizar enfermos e obsediados. Quanto à água fluidificada, ela fundamenta-se no princípio de que os objetos materiais podem ser magnetizados. No caso da água, supõe-se que ela seja o elemento mais fácil de receber energias, por causa de sua natureza etérea. Daí nasceu à ideia de se magnetizar esse elemento, para os enfermos pudesse utilizá-los no tratamento de suas doenças. Nas Obras Básicas e na Revista Espírita, Allan Kardec fez longos e sérios estudos sobre o magnetismo e natureza e utilização dos fluidos humanos e espirituais.


A Bíblia condena o Espiritismo?

A Bíblia não condena o Espiritismo, pois o termo Espiritismo surgiu em 1857 com Kardec. O que a Bíblia proíbe, e com justiça, é a pratica da mediunidade de forma incorreta. E a mediunidade não é exclusividade do Espiritismo. Este comentário existe porque Moisés proibiu a evocação dos mortos, pois essa prática havia se tornado um abuso entre os judeus, com videntes sendo consultadas a todo instante, por motivos fúteis, causando grande confusão na coletividade.




Grupo Espírita Bezerra de Menezes

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