O instituto da família é originário de
Deus, o Criador. O ser, começando a vida sob proteção de semelhantes - os pais
-, cedo aprende e vivencia o conceito de gregarismo, isto é, vida em
participação comunitária.
Nos homens, em particular, essa
sublime instituição alcança foros de elevado significado espiritual. Transcende
aos impositivos básicos da sobrevivência, aqueles que nortearam os primeiros
passos dos primeiros seres vivos, na árdua senda evolutiva, da criação nos
reinos inferiores da natureza, até à perfeição possível, na angelitude.
A família constitui-se, via de
regra, de espíritos em ajustes, necessitados todos de equilíbrio, ante descaminhos
de vidas pretéritas.
Daí porque se pode afirmar que,
conquanto o superficial desconforto que experimentam os familiares, entre si, o
lar é, antes de tudo, filtro depurador de mazelas comportamentais.
Não se poderá afirmar, sem
compactuar com a leviandade, que todas as famílias têm desajustes ou estão em
reajustes. Isso não! Mas, certamente, podemos compreender que tais agrupamentos
não se fazem ao acaso, sob comando genético apenas. No plano de Deus, de que a
Vida é o roteiro universal, o acaso não existe. Assim, embora obedientes sim a
impositivos físicos de descendência orgânica, as famílias, em primeiro lugar,
são perimetradas pela Sabedoria Divina, segundo justíssimo plano de evolução
para seus componentes.
Estando como estamos num planeta
de provas e expiações, não será fatuidade conjeturar que, na maioria, as
famílias congregam pessoas desarmonizadas entre si. Longe de ser uma simples
justaposição de devedores e credores, para a devida prestação de contas e
acertos, o fato familiar evidencia a Bondade do Pai, ao emprestar para o casal
uma quota-parte de Amor, com a qual recepcionará o filho e o criará.
Se tal tarefa lograr a harmonia,
essa quota-parte é transferida em caráter permanente, da Fonte Sublime aos
usuários.
Embora os filhos cheguem depois,
nem por isso podem impingir aos pais obrigações e ressarcimentos: desconhecendo
o passado, prudente será que todos, pais e filhos, se compenetrem de que a
reunião obedeceu a critérios tais, que os mais fortes têm a obrigação de ajudar
aos mais fracos.
Nos ciclos do Tempo, onde a
criança de hoje será o adulto de amanhã, que por sua vez será o ancião de
depois de amanhã, os papéis de proteção, por vezes, se invertem. Será dentro
dessa panorâmica da vida, da inversão cronológica existencial, que os valores
morais emergirão, dando a uns e outros, inigualável oportunidade de
demonstrarem o quanto a Vida lhes ensinou.
Em tal passo e em tais momentos,
nada se compara ao Espiritismo, com a profundidade e a lógica das vidas
sucessivas, expondo na vitrina mental de cada um, o que foi o que é, e principalmente,
o que será...
Muitas famílias vivem fases de
angústias e desconfortos quando as teias do destino às envolvem, de forma
inexorável, obrigando-as a decisões capitais.
Mudanças de um local para outro,
para onde seja, traz sempre no bojo profunda alteração vivencial familiar, eis
que como se vira a página de um livro, também ficam para trás vizinhos, amigos,
lembranças, amores...
Os pais afastam-se dos vizinhos e
de toda a estrutura da qual se serviam para a manutenção da rotina e da vida no
lar.
Crianças, havendo-as, são as que
menos registram a diferença, pois seu mundo interior ainda tem fronteiras no
imediato, próximas e visíveis, pouco exigentes. Vivem em razão do momento, alheias
ao passado ou a futuro.
Já com adolescentes ou jovens, o
trauma é significativo, não raro originando rupturas emocionais, pois a mudança
implode todo o alicerce que imaginavam já pronto para, sobre ele, construírem
suas vidas. Muitos, senão todos têm já suas companhias para as atividades e não
são poucos os que já vivem na doce e fulgurante fase do namoro, Faze que, ao
longo da vida, poderá mostrar-se fugaz, porque nem sempre o "primeiro
amor" é o definitivo. Mas, como os jovens só saberão disso muito tempo
depois, na época consideram que a mudança explodiu o seu mundo e que, os
estilhaços feriram indelevelmente seus corações.
Não são raros os casos de
suicídio, nessa fase.
Exacerbados os sentimentos,
nublada a razão, portas abertas à nefasta aproximação de espíritos obsessores,
esse é mesmo o período das grandes turbulências emocionais, para toda a
família!
Mais que nunca, os pais deverão
buscar na prece o auxílio indispensável à normalidade do relacionamento
familiar.
* (Esta crônica está inserida na
página 101 do belo romance Escravos do Ouro, de autoria do
Espírito Van der Goehen, psicografado por Eurípedes Kühl - editado por Lúmen
Editorial (www.ceu.com.br).
Nessa belíssima obra temos
conhecimento de como o ouro foi descoberto na região onde se situa a cidade de
Ouro Preto MG, cujo ouro, toneladas e mais toneladas dele foram enviadas para
Portugal que por sua vez as repassou para a Inglaterra que se utilizou de toda
essa fortuna para implantar a Revolução Industrial. Esta veio a transformar o
Mundo! (Observação do compilador com base em registro do próprio autor
espiritual).
Fonte:
PAGINA ESPÍRITA
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