sábado, 14 de setembro de 2013

Por que esquecemos nossas vidas passadas?


Para compreendermos a lei da reencarnação, antes é importante saber da existência de outra lei divina, a que rege o esquecimento das vidas passadas quando reencarnamos.
Deus não erra, nunca. Logo, por ser uma lei divina, ela é boa, útil e necessária.
Se esquecemos o passado deixando de lembrar quem fomos e o que fizemos em outras vidas anteriores, isso assim ocorre para que sejamos preservados de conflitos íntimos perturbadores.
É fácil entender isso! Cada um de nós sente na vida atual a aplicação dessa lei de Deus. Afinal, quem se lembra, com perfeita exatidão e riqueza de detalhes, a personalidade que viveu em cada uma das vidas passadas?
Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, perguntou e os espíritos iluminados esclareceram sobre esse assunto.

Esquecimento do passado

392. Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?

“Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si.”
(O Livro dos Espíritos. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. 91 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Questão 392. P. 242.)

Também no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, encontramos no capítulo V, item 11, outra valiosa explicação sobre as especificidades dessa lei divina:

“Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem”. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.

Frequentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido.
Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB. 79ª ed. 1980. Capítulo V, item 11. P. 109)

A lei que rege o esquecimento do passado foi determinante para que João Batista não se lembrasse com exatidão que era a reencarnação do profeta Elias, embora tivesse consciência da sua missão de anunciar a chegada do Messias.

João Batista assim responde às perguntas dos sacerdotes e levitas:

" (...) - Quem és tu? Disse João Batista: Eu não sou o Cristo. E perguntaram-lhe: Então quem és? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não. Disseram, pois. Quem és? Para que demos respostas àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.".

(Evangelho de João, 1:19-23. Bíblia Sagrada traduzida por João Ferreira de Almeida. 4ª impressão. 2ª edição. Editora Geográfica. São Paulo. 2000.) 

Mas a lei do esquecimento do passado não muda a verdade de quem fomos ou fizemos em outras vidas. Tanto que, posteriormente, Jesus Cristo confirmou que João Batista era, sim, a reencarnação do profeta Elias. Entraremos em maiores detalhes sobre isso nas próximas postagens.


Marcelo Badaró Duarte



Fonte: Universo Espírita

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