domingo, 20 de fevereiro de 2022

 

Todos os Sonhos Possuem Significado?



Característica primária dos seres humanos, o sonho é um dos fenômenos que mais intrigam as pessoas ao longo dos séculos. Seus significados são uma constante causa de aflição ou medo para quem sonha, gerando a busca por seus significados. Um dos relatos mais conhecidos ao longo da História em uma da passagem Bíblica no livro gênesis, são os sonhos interpretados por José no Egito Antigo.

Segundo estudos científicos os sonhos ocorrem durante o período chamado de REM (rapid eye movements), chamado de “rápido movimento dos olhos”. Assim, um sonho dura normalmente uma média de 10 a 40 minutos.

“Antigamente acreditava-se que os sonhos aconteciam em frações de segundos, hoje se sabe que eles, na verdade, duram um tempo real em nossa mente, ou seja, ocorrem na mesma velocidade em que sonhamos. Cada sonho pode durar de alguns segundos até uma hora”.

Por em sua grande maioria, os sonhos figurarem em situações conturbadas e muitas vezes com pessoas ou situações estranhas ao nosso cotidiano, os sonhos geram perturbações e curiosidade quanto ao seu significado.

Muitos são os que buscam interpretá-los das mais variadas formas. Nos dias atuai uma busca rápida em um navegador de internet traz uma lista de livros, lives e revistas que propõem responder as dúvidas dos mais ansiosos. Mas até que ponto tudo isso pode ser considerado verdade?

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, os espíritos explicaram que o sono se faz necessário ao homem como refazimento das suas forças orgânicas e morais. Enquanto o corpo recupera as energias que perdeu pela atividade do dia anterior, o espírito vai se fortalecer entre outros espíritos.

Allan Kardec no Livro dos Espíritos explica que tanto o sono como o sonho são fenômenos de emancipação da alma. O espírito encarnado assim como o errante nunca está inativo. Durante o momento do sono o corpo descansa, mas o espírito não dorme, pelo contrário, ele aproveita desse momento para estudar, trabalhar, rever entes queridos ou se aproximar do que lhe é a fim (seja bom ou mau).

É nesse momento em que o corpo possui um pouco da liberdade que tinha quando desencarnado e pode se comunicar com entes queridos que não estão encarnados ou até mesmo encarnados.

É durante esses encontros que ao despertar de um encontro com espíritos que conhecemos de muitas reencarnações temos a sensação de que sonhamos com pessoas que não conhecemos. Na verdade, talvez não as tenhamos conhecido nesta encarnação e por isso a estranheza ao despertar.

Outras pessoas nos afirmam que não sonham, ou que quase nunca sonham. Em sua maioria a densidade da matéria do nosso corpo humano aliado ao materialismo vivido podem dificultar as lembranças desses momentos de emancipação.

No Livro dos Espíritos nossos irmãos erradicados nos trazem as seguintes informações.

Então por que não nos lembramos sempre dos sonhos? “No que chamas de sono, só há o repouso do corpo, pois o espírito está sempre em atividade; aí, ele recobra um pouco de sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros; porém, como o corpo é uma matéria pesada e grosseira, dificilmente, conserva as impressões que o espírito recebeu, porque este não as percebeu através dos órgãos do corpo.” (L E 403.)

O que se deve pensar do significado atribuído aos sonhos? “Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de sorte, pois é absurdo acreditar que sonhar com tal coisa, anuncia aquela outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens reais para o espírito, mas que, frequentemente, não têm relação com o que se passa na vida corporal; com frequência, também, como já o dissemos, é uma recordação; pode ser, enfim, algumas vezes, um pressentimento do futuro, permitido por Deus ou a visão do que se passa, naquele momento, num outro lugar a que a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem, em sonho, e vêm advertir seus parentes ou seus amigos do que está acontecendo com elas? O que são essas aparições, senão a alma ou espírito dessas pessoas que vêm se comunicar com o vosso? Quando tendes a certeza de que o que vistes realmente aconteceu, não estará aí uma prova de que não foi simples imaginação, principalmente, se aquilo não passava, absolutamente, pelo vosso pensamento, durante a vigília?” (L E 404)

Frequentemente, veem-se, em sonho, coisas que parecem pressentimentos e que não se confirmam; de onde isto se origina? “Elas podem confirmar-se para o espírito e não, para o corpo, quer dizer que o espírito vê aquilo que deseja porque vai ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está sempre, mais ou menos, sob a influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente das ideias terrenas; daí resulta que as preocupações da vigília podem dar, ao que se vê, a aparência do que se deseja ou do que se teme; aí está, verdadeiramente, o que se pode chamar de um efeito da imaginação. Quando se está fortemente preocupado com uma ideia, tudo o que vemos ligamos a ela.” (L E 405)

Assim, o que sonhamos nem sempre está ligado à nossa atual reencarnação, mas a vivências do espírito fazendo com que o sentido dele não seja compreensível. Outras vezes por estarmos tão ligados a situações que estamos passando, levamos essas preocupações conosco durante a emancipação e podemos reforçá-las ou nos aproximar de espíritos menos evoluídos que se aproveitam para nos perturbar.

Como podemos então evitar essas perturbações e sonhos ruins? Ao nos prepararmos para o sono devemos buscar ler leituras edificantes, ouvir músicas mais calmas, evitar assistir repetidamente noticiários trágicos e violentos, filmes e tudo o que deixe nossos pensamentos pesados. Busquemos orar e conversar com Deus e nosso mentor pedindo um momento de desdobramento salutar onde possamos nos conectar com espíritos elevados e queridos.

Mas, não é só isso! Tudo o que vivemos durante o nosso dia interfere nesse momento. Passar um dia inteiro reclamando, brigando, humilhando e respondendo grosseiramente aos outros nos coloca em uma egrégora muito densa que carregamos conosco onde for.

Para boas noites de sono devemos investir em mudança de comportamento. É nosso livre arbítrio escolher as companhias que queremos. Pense nisso.

Abraços fraternos.

Juliana Procópio


REFERÊNCIA

Os sonhos. Revista Letra Espírita. Clube do Livro Letra Espírita. Ano 2. N.12 2019

O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mundo Maior Editora. In https://espirito.org.br/wp-content/uploads/2017/05/O-Evangelho-Segundo-O-Espiritismo.pdf

O livro dos Espíritos. Mundo maior Editora. in https://espirito.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Livro-dos-Espiritos.pdf

https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/quantotempo.htm

 


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

 


FILHOS ADOTIVOS NA VISÃO ESPÍRITA


 

Filhos adotivos na visão espírita



Pela visão espírita, todos somos adotados porque o único Pai legítimo é Deus. Os pais da Terra não SÃO nossos pais, eles ESTÃO nossos pais, porque a cada encarnação, mudamos de pais consanguíneos, mas em todas elas Deus é sempre o mesmo Pai.

Mas, para entendermos melhor a existência desta experiência na vida de muitos pais, é necessário analisá-lo sob a óptica espírita, sob a luz da reencarnação.

A formação de um lar é um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual. Sabemos que nada ocorre por acaso. Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também são companheiros de vidas passadas. E nossa vida de hoje é resultado do que angariamos para nós mesmos, no passado. Surge, então, a indagação: “se são velhos conhecidos e deverão se encontrar no mesmo lar, por que já não nasceram como filhos naturais?”.

Na literatura espírita encontramos vários casos de filhos que, em função do orgulho, do egoísmo e da vaidade, se tornaram tiranos de seus pais, escravizando-os aos seus caprichos e pagando com ingratidão e dor a ternura e zelo paternos.

De retorno à Pátria Espiritual (ao desencarnarem), ao despertarem-lhes a consciência e entenderem a gravidade de suas faltas, passam a trabalhar para recuperarem o tempo perdido e se reconciliarem com aqueles a quem lesaram afetivamente.

Assim, reencontram aqueles mesmos pais a quem não valorizaram, para devolver-lhes a afeição machucada, resgatando o carinho, o amor e a ternura de ontem. Porque a lei é a de Causa e Efeito.

Não aproveitada a convivência com pais amorosos e desvelados, é da Lei Divina que retomem o contato com eles como filhos de outros pais chegando-lhes aos braços pelas vias de adoção.

Aos pais cabe o trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente de serem filhos consanguíneos ou não.

A responsabilidade de pais permanece a mesma. Recebendo eles no lar a abençoada experiência da adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam para hoje valorizarem o desvelo e atenção que ontem não souberam fazer.

Trazem no coração desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos do corpo, mas sim filhos do coração. Allan Kardec elucida: “Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias”.

DEVEMOS ESCONDER QUE ELES SÃO ADOTIVOS?

Um dos maiores erros que alguns pais adotivos cometem é o de esconder a verdade aos seus filhos. É importante, desde cedo, não esconder a verdade.

Ás vezes fazem por amor, já que os consideram totalmente como filhos; outros o fazem por medo de perder a afeição e o carinho deles. Quando os filhos adotivos crescem, aprendendo no lar valores morais elevados, sentem-se mais amados por entenderem que o são, não por terem nascido de seus pais, mas sim frutos de afeição sincera e real, e passam a entender que são filhos queridos do coração.

Revelar-lhes a verdade somente na idade adulta é destruir-lhes todas as alegrias vividas, é alterar-lhes a condição de filhos queridos em órfãos asilados à guisa de pena e compaixão.

Não devemos traumatizá-los, livrando-os do risco de perderem a oportunidade de aprendizado no hoje. André Luiz esclarece-nos quanto a este perigo: “Filhos adotivos, quando crescem ignorando a verdade, costumam trazer enormes complicações, principalmente quando ouvem esclarecimentos de outras pessoas”.

Identicamente ao que ocorre em relação aos nossos filhos biológicos, buscar o diálogo franco e sincero, com base no respeito mútuo, sob a luz da orientação cristã de conduta. Pais que conversam com os filhos fortalecem os laços afetivos, tornando a questão da adoção coisa secundária. Recebendo em nossa jornada terrena a oportunidade de ter em nosso lar um filho adotivo, guardemos no coração a certeza de que Jesus está nos confiando a responsabilidade sagrada de superar o próprio orgulho e vaidade, amando verdadeiramente e desinteressadamente a criatura de Deus confiada em trabalho de educação e amparo.

E, ajudando-o a superar suas próprias mazelas, amanhã poderá retornar ao seio daqueles que o amam na posição de filho legítimo.

É CERTO A ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS?

Raul Teixeira responde: “O amor não tem sexo. Como é que podemos imaginar que o melhor para uma criança é ser criada na rua, ao relento, submetida a todo tipo de execração, a ser criada nutrida, abençoada por um lar de casal homossexual? Muita gente assevera que a criança corre riscos. Mas como? Nós estamos acompanhando as crianças correndo riscos nas casas de seus pais heterossexuais todos os dias.

Outros afirmam que a criança criada por homossexuais poderá adotar a mesma postura, a mesma orientação sexual. O que também é falso. A massa de homossexuais do mundo advêm de lares heterossexuais. Então, teremos de concluir que são os casais heterossexuais que formam os homossexuais. Logo, não devemos entrar nessa discussão que é tola e preconceituosa. Aquele que tem amor para dar, que dê.”

Amemos nossos filhos, sem cogitar se nos vieram aos braços pela descendência física ou não, como encargo abençoado com que o Céu nos presenteia. Encerremos com Emmanuel: “Recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus”.

Post do Letra Espírita