Frederico era um garoto feliz. Adorava o lugar
onde vivia e os amigos que com ele partilhavam das muitas brincadeiras em meio
às árvores e lindos jardins.
Além das brincadeiras, à tarde, todos iam às
salas d e estudo e lá aprendiam com os queridos tios e tias as lições de amor,
de caridade e humildade, ensinadas pelo Mestre Maior: Jesus.
Certo dia, Saulo, seu grande amigo, trouxe-lhe
uma notícia que o deixou meio triste. Era necessário que ele aprendesse algumas
coisas, adquirisse umas tantas experiências, mas isto não poderia ser feito
ali, nas escolas da Colônia.
Frederico teria que se mudar temporariamente
para uma grande escola, um planeta chamado Terra.
Assustado Frederico chorou muito. Logo depois
foi para um lugar sossegado no bosque, buscando pensar no que estava para
acontecer com ele.
Ana, uma amiga muito querida, encontrou
Frederico, sentou-se ao seu lado e esperou que seu choro se acalmasse.
Frederico perguntou a Ana:
- Ana, por que eu tenho de ir embora? Eu sou
tão feliz aqui. Terei feito algo de errado?
- Não, meu querido. Você nada fez de errado. O
que está acontecendo chama-se Lei de Evolução.
- Lei de Evolução? O que vem a ser?
- L ei de Evolução é a que dá a todos nós,
filhos de Deus, oportunidades de, aos poucos, irmos eliminando os nossos
defeitos e desenvolvendo as nossas virtudes, até atingirmos o maior grau
possível de aperfeiçoamento. Para que isso ocorra, todos têm que submeter à
experiência da reencarnação.
- Desculpe Ana, mas ainda não consegui entender
por que é que eu tenho de ir.
- Meu querido é preciso nascer de novo, junto
aqueles que amamos ou junto daqueles que não amamos tanto assim, mas é preciso
vencer as dificuldades, praticar o perdão e aprender sempre, desenvolvendo
assim o amor no nosso coração.
- Ana, como vou viver sozinho, num lugar
estranho, longe dos amigos que tenho aqui.
- Frederico, ninguém jamais está só. Você terá
pais que o amarão muito e até irmãozinhos que o ajudarão no aprendizado. Além d
o mais, nós estaremos te acompanhando d e perto, em todos os momentos d a sua
vida terrena.
Frederico confiava em Ana, amava a Deus,
conformou-se, na certeza de que Deus sempre faz o melhor para os seus filhos.
Começou, então, uma nova fase na vida de Frederico. Todos os dias ele ia junto
com o seu guardião Saulo, ao Departamento de Reencarnação, a fim de ser
preparado para a nova tarefa. Isso incluía a escolha, pelos responsáveis, das
características físico-biológicas do corpo carnal que ele iria receber, bem
como o preparo para a miniaturização do seu perispírito, a fim de se adequar à
forma do bebê.
Frederico, junto com seus amigos espirituais,
foi levado em visita ao Planeta Terra para conhecer o lugar e as pessoas com
quem passaria a viver.
Chegando numa casa simples, mas muito bonita,
foram recebidos pelos Amigos Espirituais que protegiam aquele lar.
- Que bom vê-los. Já os esperávamos.
Na sala um casal ainda jovem sentava-se ao
redor d e uma mesa e realizavam o culto do evangelho no Lar. Do outro lado da
mesa uma menina e um menino conversavam animadamente.
Frederico percebeu a luz que existia naquele
lar e sentiu-se muito feliz.
Após a leitura do Evangelho a jovem senhora fez
sentida prece, rogando as bênçãos de Jesus para sua família e para todos os
necessitados. Nesse momento, toda a casa iluminou-se.
Mais tarde, após acomodar as crianças em seus
leitos, marido e mulher também se recolheram para o merecido descanso.
Conversaram um pouco e logo adormeceram.
Frederico aproximou-se daqueles que viriam a
serem seus pais, olhou com simpatia e logo estremeceu. De onde os conhecia?
Pareciam-lhe tão familiares...
Sem entender porque, de repente sentiu uma
enorme saudade de sua mãe. Onde estaria ela?
Aproximou-se, então daquela mulher e tocou-lhe
os cabelos, sentiu que uma força maior o impelia para ela, ao mesmo tempo em
que um sono irresistível fechava-lhe os olhos, sem que ele pudesse
controlar-se. Aconchegou-se naqueles braços macios e caiu num profundo sono, perdendo
a noção de si mesmo.
Saulo aproximou-se, beijou-lhe os cabelos e
depois agradecendo a Jesus numa prece, retirou-se voltando para a colônia. O
casal que receberia Frederico reunia todas as condições morais para orientá-lo
nessa nova existência. Além do mais, havia entre eles fortes laços afetivos,
trazidos de várias vivências anteriores. Parte da sua missão, portanto, estava
cumprida.
Os meses se passaram e numa linda manhã de
primavera Frederico desperta frágil e assustado, numa sala de hospital,
chorando muito, enquanto seus pais o amparam em seus braços sorrindo,
felizes...
Ao redor do berço, Saulo e os amigos da Colônia
entoam uma canção rogando a Deus que lhe dê as forças necessárias para o
cumprimento d a sua tarefa terrena.
Como resposta, uma intensa luz ilumina todo o
quarto e Frederico, devagarzinho, vai parando de chorar e adormece com um
sorriso nos lábios...
Rute
Villas Boas e Ellen Pestili
Retirada
do Livro: Frederico Reencarna
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