sábado, 26 de novembro de 2022



Por: Jéssica Cavallotti Araújo

"Pobre raça humana, cujo egoísmo corrompeu todas as sendas, toma novamente coragem, apesar de tudo. Em sua misericórdia infinita, Deus te envia poderoso remédio para os teus males, um inesperado socorro à tua miséria. Abre os olhos à luz: aqui estão as almas dos que já não vivem na Terra e que te vêm chamar ao cumprimento dos deveres reais. Eles te dirão, com a autoridade da experiência, quanto as vaidades e as grandezas da vossa passageira existência são mesquinhas a par da eternidade. Dir-te-ão que, lá, o maior é aquele que haja sido o mais humilde entre os pequenos deste mundo; que aquele que mais amou os seus irmãos será também o mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da sua autoridade, ver-se-ão reduzidos a obedecer aos seus servos; que, finalmente, a humildade e a caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os meios mais eficazes de se obter graça diante do Eterno. – Adolfo, bispo de Argel. (Marmande, 1862.)"

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.VII,item 12.


A vaidade saudável é aquela que nos atenta a ter mais aceitação e amor próprio, cuidarmos do nosso primeiro templo, o nosso corpo físico.

Porém, a vaidade exacerbada, sem limites e que infelizmente é uma cólera na sociedade atual interfere na evolução da humanidade.

Satisfazer a vaidade é um perigo, pois o poder, o status envaidece o ser, e se despreparado a moral é deixada de lado pois o que conta é o sucesso às custas da própria paz.

O ser se sente perante o todo como insubstituível, uma grande ilusão terrena, pois somos aqui passageiros, nossa missão é a própria evolução moral e espiritual.

Um espírito vaidoso não possui discernimento, não consegue ouvir o próximo, não assume seus erros mesmo evidentes, a soberba faz o menosprezar todos a sua volta. No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5, item 4, veremos os males que a vaidade ocasiona no todo:

“De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, formam duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Algumas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.”

Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!

Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!

Quantas uniões infelizes, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma!

Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!

Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!

Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os gérmens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles."


Vemos acima que muitas das aflições e dores experienciadas são resultados do seu livre arbítrio, observe quantas pessoas ou você mesmo já passou ou passa por momentos difíceis, tristes e observe, reveja seus atos e escolhas enquanto há tempo.

Uma das maiores vaidades entre os seres humanos é o orgulho, a soberba, querer sempre estar acima de qualquer coisa e pessoas, pois apenas sua verdade importa, e assim errar ou pedir desculpas é um ato humilhante, esse espírito não evolui pois não consegue se desprender de sentimentos tão negativos e terrenos, a consciência maior anseia a evolução e o bem maior a todos, sem diferenças.

Mude seu modo de ver a vida, mude seus hábitos e seja melhor a cada dia!



Referência:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo, São Paulo - 1º edição eletrônica editora EME.
Latra Espírita nov/22