Ainda
hoje o Espiritismo é confundido com outras crenças que também utilizam o trabalho
mediúnico e que se intitulam Centros Espíritas.
Este
conceito equivocado não passa da falta de informação e de um esclarecimento
mais apurado sobre a Doutrina Espírita.
Sabemos
que a mediunidade não é privilégio de ninguém e que pode ser exercida por
pessoas portadoras de dotes sensitivos especiais, de qualquer religião.
A
interpretação errônea sobre Centros Espíritas foi ilustrada de maneira bem
humorada por Richard Simonetti, no livro “Endereço Certo”.
A
história, chamada “O horário da macumba”, relata o caso de dois funcionários de
uma mesma repartição: Gervásio e Manoel.
O
fato de Manoel ser espírita intrigava muito Gervásio, que diariamente lhe
perguntava:
“Qual
o horário da sua macumba?”
O
companheiro de trabalho, polidamente, lhe respondia o horário e o endereço.
Apesar
de Manuel levar a brincadeira na esportiva, Gervásio não se cansava de “perturbá-lo”
com a mesma pergunta por longo período. Como bom espírita, Manoel não se
deixava abalar, pois via nele a oportunidade de praticar a paciência e a
tolerância.
Após
alguns meses, ao chegar ao Centro Espírita, quem Manoel vê nas primeiras cadeiras?
– o próprio Gervásio! Manoel pergunta-lhe se ele viera conferir o horário da
macumba, mas ele, educadamente, lhe responde que viera conhecer esta Doutrina
que fez com que seu companheiro de trabalho, mesmo diante de tanta insistência,
não perdesse a paciência. E de paciência era o que ele, Gervásio, mais
precisava...
Este
conto nos permite concluir que a desinformação leva as pessoas a confundir o
Espiritismo, que é a fidelidade aos ensinamentos dos Espíritos codificados por
Allan Kardec, com rituais mágicos destinados a resolver problemas corriqueiros
e imediatistas.
Um
Centro Espírita tem várias funções, mas a primeira e mais importante é a de Educandário
para os espíritos de ambas as dimensões, encarnados e desencarnados, onde
estudamos o Evangelho de Jesus. Ele é também um hospital, através do tratamento
fluidoterápico, e ainda um templo, pois nos mostra o caminho do amor entre as
criaturas, na grande fraternidade universal do Reino de Deus.
O
nosso querido Chico Xavier também nos explica esta questão com muita simplicidade
e sabedoria, afirmando que: “Um Centro Espírita é uma escola onde podemos
aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhes as graças, aprimorar-nos e
aperfeiçoar os outros, na senda eterna. Quando se abrem as portas de um templo espírita
cristão ou de um santuário doméstico, dedicado ao culto do Evangelho, uma luz
divina acende-se nas trevas da ignorância humana e através dos raios benfazejos
desse astro de fraternidade, os homens que dele se avizinham, ainda que não
desejem, caminham, sem perceber, para a vida melhor”.
“O
Espiritismo é a doutrina de Jesus, em espírito e verdade, sem fórmulas, sem
ritos, sem aparências, nem representantes, nem ministros. É a religião do amor
e da verdade, na qual cada um é o responsável pelos atos”, esclarece-nos
Divaldo Pereira Franco em “Nos Bastidores da Obsessão”.
Se
o Espiritismo busca a verdade cristã e espírita é aquele que vive o
Cristianismo na sua pureza, logo o Centro Espírita é a reunião de pessoas que
vivem a mensagem do Cristo na sua essência. Que possamos ser os principais
divulgadores desta Doutrina reveladora, lembrando sempre das palavras de Jesus:
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
“O
Aprendiz”, informativo do Centro Espírita Maria Angélica (Rua Odilon Duarte
Braga, 240 – Recreio dos Bandeirantes – CEP 22790-220 Rio de Janeiro, RJ –
telefone (21) 2437-5947 – www.cema.org.br).
O CENTRO ESPÍRITA - Maria Lúcia Silva Rodrigues
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