Meu Deus... Eis-me hoje aqui de coração
dilacerado e alma ferida, buscando o teu consolo para a dor e a mágoa que
teimam em obscurecer meu frágil entendimento!... Estou machucado, Pai, pelas
obras daqueles que O desconhecem e por isso mesmo não hesitam em dilacerar, ferir
e martirizar, qual se fossem pessoas destituídas de razão, sentimento e
coração... Olho para trás e vejo quão pouco restou-me da esperança que nutri um
dia por um futuro pleno e feliz! Nos rastros meus, deixados ao longo da vida,
apenas dor, traição, abandono... O meu passado, Senhor, são sonhos espezinhados
por semiferas enlouquecidas, cegos à Tua Justiça, que tudo vê e tudo anota, a
se desvairarem no encalço do infinito prazer das lágrimas que me fazem verter!
Foram seus, um dia, como qualquer um de nós, mas que, abandonando o dever do
perdão, em algum lugar do caminho que lhes dizia respeito, olvidaram igualmente
a clemência e a compaixão, embrenhando-se pelos
cipoais do ódio e do revide, agravando mil vezes mais a dívida que já lhes
pertencia!...
Por isso, e por não me caber julgamento de qualquer ordem, venho humildemente à Tua presença rogar não deixe que eu me contamine com a infeliz peçonha que vertem no prazer de me ferir, e nem que me ocorra o desejo de revidar mal por mal, ensaiando, contrariamente, o perdão amplo e sincero para que se desfaça, assim, toda a incoercível belicosidade que nutrem por mim e que talvez, em algum dia, e em algum lugar, eu mesmo tenha desencadeado... Que eu consiga ver neles irmãos doentes, credores, por que não? Da medicação silenciosa da piedade e da comiseração! Que meus olhos possam fitá-los com a suave, porém incontida força da caridade, e que meu coração pulse misericórdia infinita, legando apenas a Ti a tarefa de julgar e corrigir... Não deixes, meu Pai, que eu julgue, condene e odeie, de igual modo, isolando meu entendimento à tua influência que será sempre o meu socorro preciso, no momento da minha necessidade maior!... Tu que és só Amor, saberás melhor que ninguém como reconduzi-los de volta ao teu regaço. Põe o perdão em meu coração e em meus lábios, e, assim sendo, guarde-me do mal que ainda possam me impingir, na medida de meu merecimento.
Assim seja!
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André Luiz, IDEAL André, 2002*
Por isso, e por não me caber julgamento de qualquer ordem, venho humildemente à Tua presença rogar não deixe que eu me contamine com a infeliz peçonha que vertem no prazer de me ferir, e nem que me ocorra o desejo de revidar mal por mal, ensaiando, contrariamente, o perdão amplo e sincero para que se desfaça, assim, toda a incoercível belicosidade que nutrem por mim e que talvez, em algum dia, e em algum lugar, eu mesmo tenha desencadeado... Que eu consiga ver neles irmãos doentes, credores, por que não? Da medicação silenciosa da piedade e da comiseração! Que meus olhos possam fitá-los com a suave, porém incontida força da caridade, e que meu coração pulse misericórdia infinita, legando apenas a Ti a tarefa de julgar e corrigir... Não deixes, meu Pai, que eu julgue, condene e odeie, de igual modo, isolando meu entendimento à tua influência que será sempre o meu socorro preciso, no momento da minha necessidade maior!... Tu que és só Amor, saberás melhor que ninguém como reconduzi-los de volta ao teu regaço. Põe o perdão em meu coração e em meus lábios, e, assim sendo, guarde-me do mal que ainda possam me impingir, na medida de meu merecimento.
Assim seja!
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André Luiz, IDEAL André, 2002*
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