O termo “laços” tem inúmeras interpretações tanto na mitologia quanto na iconografia. Para o nosso propósito, os laços devem ser vistos como os compromissos contraídos espontaneamente. Assim, podemos entender por laços de família, os compromissos contraídos pelos Espíritos de viverem em determinadas famílias que, segundo o Espiritismo, podem ser de duas espécies: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais.
Convém ressaltar que há uma diferença
fundamental entre os laços da família material e os da família espiritual. Os
laços das famílias espirituais se fortalecem pela purificação das almas e se
perpetuam no mundo espiritual, principalmente pelas reencarnações sucessivas.
Os laços das famílias materiais são frágeis e se extinguem com o tempo. Muitas
vezes na presente encarnação.
No mundo espiritual, os Espíritos formam
famílias unidas pela afeição, pela simpatia e semelhança de inclinações. De
acordo com essas afinidades, os Espíritos se atraem para viverem conjuntamente.
Nesse contexto, a encarnação de um de seus membros não corta esse laço
familiar. A ruptura é momentânea. Depois de passar pela prova em uma nova
reencarnação, ele volta para o seio de sua família espiritual. É como se fosse
o retorno de uma viagem. Os que estão desencarnados velam pelos que estão no
mundo da matéria.
O estudo de "os laços de família"
permite entender a simpatia e a antipatia que existe entre os cônjuges. De
acordo com as vivências passadas (outras encarnações), os Espíritos podem ter
sido muito amigos ou estranhos entre si. Quando muito amigos, acabam gerando
simpatia entre eles. No caso de serem estranhos, geram a antipatia. Daí,
concluirmos que os verdadeiros laços de família não são os da consanguinidade,
mas os de simpatia e da comunhão de pensamentos que unem os Espíritos antes,
durante e após a encarnação.
Numa crise familiar, o princípio da
reencarnação assume papel fundamental. Ele convoca os interessados a refletirem
sobre um novo campo de observações, impelindo-os à tolerância, sem a qual não
conseguirão o entendimento para cumprir a missão pela qual se propuseram a realizar
neste planeta de provas e expiações.
Cabe lembrar, também, que a não reencarnação
traz graves consequências para os laços de família. A não reencarnação anula a
preexistência da alma. Alma e corpo são criados ao mesmo tempo. Não existe
afinidade anterior entre pais e filhos. A filiação reduz-se unicamente ao laço
corporal, sem nenhum laço espiritual.
Procuremos, assim, sob a luz de Jesus,
fortificar cada vez mais os nossos laços familiares. O esforço de hoje, para
vencer uma crise momentânea, pode nos propiciar muitos anos de felicidade no
futuro próximo.
Sérgio Biagi Gregório
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