Estudo
Todas
as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém.
Iniciamos
nosso tema trazendo a abordagem do que seria sexo virtual: aquele praticado em
salas de bate-papo, através de canais como o MSN e o PALTALK, entre casal ou
mais pessoas, sempre de forma descompromissada, frenética e até compulsiva.
Deixamos
claro que estamos sempre enfocando o desequilíbrio da situação e lembramos a todos
que sexo é algo que faz parte do ser humano, algo inclusive de sublime, pois é
através das relações sexuais que o homem e a mulher proporcionam a oportunidade
do reencarne através da fecundação e posterior nascimento de um novo ser,
processo semelhante ocorre nos animais e até nos vegetais, mas ao homem a quem
foi dada a inteligência, muito é cobrado em relação à seriedade com que se entrega
ás relações sexuais.
Falamos
da subjugação, processo em que o obsessor domina sua 'vítima' de várias formas,
que compreendem desde uma forma leve até uma forma totalmente manipuladora.
Lembrando que este fato ocorre também de encarnado para desencarnado e encarnado
para encarnado, fato que nos chamou muito a atenção e que suscitou comentários
sobre as atitudes manipuladoras que encontramos no meio internético. Essa
manipulação pode ser desde ofertar a crença de que estar sexy em fotos, de que
falar coisas que nos vem á telha é usar da nossa liberdade, até o fato de que
pessoas se utilizam de situações imaginárias para cativarem e manterem a outra
criatura atrelada a si. Casos de dramalhões que são contados e que por
compaixão nos sentimos no dever de auxiliar a pessoa. Quando vemos, ela já se
diz envolvida por nós e desejosa de 'algo mais'.
Dissemos
sobre a moralidade necessária para que se pudesse lidar com esta situação, em
que se afastar de determinadas arapucas requer a nossa vigilância e a nossa
atenção, sobretudo aos avisos 'amigos' que nos chegam.
Abordamos
a abstinência sexual através dos séculos e a forma errônea como ela foi imposta
em diversos setores, inclusive no religioso e no espírita.
O
desequilíbrio emocional gerado em situações em que parceiros se separam e estavam
unidos apenas por interesses momentâneos ou passageiros, criadores de expectativas
e apoios infundados, quando uma das partes se propõe a sanar as carências, a
solidão e o ego alheio, retirando-se assim que obtém aquilo que deseja e que,
em muitos casos, não é o bem-estar alheio, mas sim a satisfação de suas
necessidades egoístas.
Conhecemos
um pouco mais do que ocorre com as mentes viciosas e que se prendem a imagens
grosseiras, necessitando desse 'alimento' para seu ser. Passeamos por situações
até chegarmos à denominada vampirismo ou parasitarismo, aonde irmãos
desequilibrados e desarmonizados, mas detentores de enorme inteligência e potencial
magnético se juntam a nós sugando-nos nossas energias. Vimos que o mesmo pode ocorrer
com nossos alimentos, por exemplo, o que mais uma vez nos mostrou não ser a
abstinência o caminho correto, mas sim o equilíbrio e a sensatez na prática das
relações sexuais.
Pudemos
compreender a diferença existente entre aqueles irmãos que necessitam dos
fluídos produzidos por nós encarnados, por ainda se acharem próximos à materialidade
e a diferença existente para aqueles que se comprazem de maneira abusiva e
anticristã da mesma situação.
Abordamos
as formas de obsessão que passam inclusive pela fascinação e pela possessão e
finalizamos
os subtemas trazendo um pouco das características e modus operandis do manipulador.
Ficou
enfatizado em todos os momentos que o ato de sugar o próximo ocorre não só em
relação ao sexo, mas em relação também às nossas relações interpessoais, seja
no trabalho, seja no lar, seja no comércio e em tantos outros setores.
Refletimos
sobre a importância de nossos exemplos e da orientação que devemos dar aos jovens
acerca do que envolve não apenas o mundo material, mas como também o
espiritual.
Enfim,
diante de tudo o que foi abordado, vimos como a sintonia é nossa grande aliada
ou nossa maior perdição.
E
em termos espirituais, o que seria a manipulação e aonde ela estaria próxima à
obsessão? Vamos relembrar conceitos e entendermos os caminhos que a obsessão e
a manipulação percorrem que são muito similares. De forma clara e simples,
Allan Kardec em A Gênese, nos mostra sobre obsessão e possessão, conceitos que
abordávamos no encontro anterior, através das palavras de Gabriel Delane
(aliás, já estou com o áudio dos estudos anteriores e, assim que me for
possível, vou colocá-lo por escrito no site e, junto ao tema de hoje, teremos o
tema sexo na internet abordado de forma ampla e disponível aos que assim
desejarem. Lembro-lhes que forma ampla não significa total, ok?) o que seria
obsessão e os seus variados graus. Só quero enfatizar o seguinte que consta de
a Gênese:
“No
caso de obsessão grave, o obsedado está como que envolvido e impregnado de um
fluido pernicioso que neutraliza a ação dos fluidos salutares, e os repele. É
do fluido que será preciso desembaraçar-se; ora, um mau fluido não pode ser
repelido por um mau. Por uma ação idêntica à do médium curador no caso de
moléstia, será preciso expulsar o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor.
Esta
é a ação mecânica, porém que nem sempre basta; será preciso, também, e acima de
tudo, agir sobre o ser inteligente ao qual é preciso ter o direito de falar com
autoridade, e esta autoridade não é dada senão á superioridade moral; quanto
maior é esta, maior a autoridade.” 130 e 131 curas do Livro dos Médiuns....
Que
desejo eu enfatizar com essa passagem? Que não basta ir em uma Casa Espírita,
por exemplo e encontrar um tratamento de desobsessão; encontrar um médium que
tenha autoridade moral suficiente para dirigir-se a este irmãozinho que nos
perturba e sair feliz, livre de um fardo. Em muitos momentos a autoridade do
médium pode ir por água abaixo, se por exemplo, o espírito obsessor responder:
Mas o ser encarnado que eu acompanho, adora jogos de azar ou caluniar a
vizinha. É ele mesmo quem, em se comprazendo em inferioridades, me chama para
junto dele ou abre portas para que eu me cole em sua pessoa e de vazão ás minhas
próprias inferioridades.
O
espírito Manoel Philomeno de Miranda, no livro Análise das obsessões e
fronteiras da Loucura, nos mostra as seguintes conclusões acerca de obsessão:
“A
obsessão simples é parasitose comum em quase todas as criaturas, em se considerando
o natural intercurso psíquico vigente em todas as partes do Universo”.
Tendo-se
em vista a infinita variedade das posições vibratórias em que se demoram os homens,
estes sofrem, quanto influem em tais faixas, sintonizando, por processo normal,
com os outros comensais aí situados. ( * -pág.11)
Quando
as criaturas, sob o jugo de obsessão simples, dormem, encontram-se com os seus afins
— encarnados ou não — com os quais se identificam, recebendo mais ampla carga
de necessidades falsas (...).
Quando
despertam, trazem a mente atribulada, tarda, sob incômodo cansaço físico e
psíquico, encontrando dificuldade para fixar os compromissos e lições
edificantes da vida. ( * -pág.12)
Na
obsessão simples, sempre há uma idéia fixa que conduz ao intercâmbio mental com
outros Espíritos afins. ( * -pág.12)
Surgem
como efeito natural, as síndromes da inquietação: as
desconfianças, os estados de insegurança pessoal, as enfermidades de
pequena monta, os insucessos em torno do obsedado que soma as angústias,
dando campo a incertezas, a mais ampla perturbação interior. ( *
-pág.12)
Nesse
período podem-se perceber os estereótipos da obsessão, que facilmente se revelam
pelas atitudes inusitadas, pelo comportamento ambivalente — equilíbrio e distonia,
depressão e excitação —, alienando a criatura. ( * -pág.13) "
Se
pensarmos em que dia é hoje, nos lembraremos que comemora-se o dia da libertação
dos escravos. Já imaginaram, por exemplo, quantos e quantos senhores de engenho
não foram perversos, arbitrários e tantas outras coisas com seus escravos, crendo-os
seres inferiores e ‘feitos’ para apanhar ou existirem tais quais animais?
Estes, em sua santa ignorância tiveram muitos atenuantes, mas e aqueles que
castigavam, torturavam e faziam atrocidades pelo simples prazer?
Mas
e no momento da obsessão: será que se ligaram ao primeiro senhor de engenho
somente obsessores ingênuos e necessitados de dar vazão às suas sensações
presas à matéria ou se ligaram a ele espíritos perversos e desejosos de toda
sorte de atrocidades?
E
nós, quando alimentamos posturas ligadas à obscenidade e à depravação, estaremos
nos consorciando a quem? Quando falamos alguma obscenidade ou vibramos em busca
de prazeres efêmeros, estaremos nos ligando à quem? Às mesmas criaturas que
admiram uma flor, que valorizam um riacho ou que se solidarizam ante a dor do
semelhante?
Bom
gente, confesso que para cada encontro que preparo este tema, encontro novas
situações que poderiam ser acrescidas e ele poderia se estender ainda por
algumas semanas, pois é um tema amplo, envolvente e que pode ser comparado a
muitas situações de nossos dia-a-dia.
Finalizá-lo
sem comentar de uma pergunta feita tempos atrás, sobre a masturbação, seria
quase falta de respeito de nossa parte. No encontro anterior dissemos como as
demais religiões se manifesta nesse quesito e no da prática sexual, por
exemplo, antes do casamento. De nossa parte, encontramos pouco material que
fale diretamente sobre o assunto, mas um muito interessante que encontramos,
está no site CVDEE e trata-se de uma entrevista com Walter Barcelos e, embora
ele aborde o tema homossexualidade e reencarnação, traz muitas considerações
importantes sobre o tema sexo e sexualidade. Está no endereço
No
tocante à pergunta se masturbação é algo que deve ser praticado, embora existam
inúmeros conceitos trazidos pela área médica, principalmente aqueles que desmentem
os folclores criados sobre o mesmo, temos a acrescentar apenas que a masturbação,
assim como o ato sexual, proporciona a emanação de energias, haja vista o
efeito que produz em nosso organismo desencadeando hormônios. Se ela é recomendada,
do bem ou do mal, não nos cabe abordar.
Cabe
sim, de forma fraterna, convidar a todos que se encontram com esta energia, a
sexual, desequilibrada e desarmonizada (seja pelo excesso ou pela carência de
utilização da mesma) a buscarem atividades físicas que envolvam desgaste salutar
de energia, que tragam bem-estar e sensação prazerosa. De nada adianta fazermos
ou praticarmos mínimo ato que seja, se nos sentirmos culpados ou se o fizermos,
principalmente, pensando e vibrando em desarmonia.
Servindo-me
ainda da entrevista de Walter Barcelos, tenho duas coisas a acrescentar ao término
de nosso tema:
A
primeira é a de que a bibliografia sobre a temática sexual à luz do
Espiritismo, por enquanto, ainda é pequena. Relacionamos algumas obras:
1 –
Vida e Sexo, Emmanuel – Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
2 –
Sexo e Destino, André Luiz – Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
3 –
Sexo e Evolução, Walter Barcelos, edição FEB.
4 –
No Mundo Maior, André Luiz - Francisco Cândido Xavier, cap. 11: “Sexo”, edição
FEB.
5 –
Outra Face do Sexo, Emídio Brasileiro/Marislei Brasileiro, AB Editora
6 –
Sexualidade à luz da Doutrina Espírita, Américo Domingos Nunes Filho, Edição
CELD
E
a segunda é que não adianta querermos nos impor a abstinência sexual como solução
para tudo. Precisamos sim criar um conjunto de atitudes e pensamentos que haverão
de nos fortalecer e salvaguardar das exposições às situações que vimos nestes
estudos. Dentre elas, eis as que foram colocadas por Walter Barcelos, de forma
fraterna e lúcida:
Aprender
a amar a si mesmo, cuidando de seu mundo interior; amar com respeito,
gratidão e afabilidade os queridos pais; desenvolver com dedicação algum
talento pela música, pintura, literatura, artesanato, etc.; ouvir com os
ouvidos da alma as notas celestes da música suave e relaxante; amar a Deus
– o Pai Criador, com todas as forças da inteligência, da alma e do coração; interessar-se
por conquistar, passo-a-passo, as virtudes ensinadas pelo Mestre Jesus; estudar
com aplicação a Doutrina Espírita; amar o próximo como a si mesmo, a começar
pelos próprios familiares mais difíceis; amar a Natureza com a alma cheia
de respeito e gratidão, ante sua exuberância; Cuidados de amor de plantas
e flores, Amar e tratar bem todos os animais; amar com carinho,
ternura e atenção as crianças, os idosos e os doentes; cultivar a amizade
sincera com criaturas de todos os níveis da sociedade humana; Privilegiar
a conversação edificante;Manter o exercício da meditação superior; trabalhar
com alegria em benefício dos mais pobres, desprotegidos e necessitados.
Abrir
sem medo o coração para dar e receber, amar e ser amado, na divina simbiose do
amor incondicional. Aprender a ser feliz, em todas as circunstâncias, extraindo
alegria e paz das coisas e acontecimentos mais corriqueiros do cotidiano.
Trabalhar para ter a mente equilibrada e o coração evangelizado.
Buscar,
diariamente, o sentido superior de crescer de forma incessante na conquista dos
tesouros do espírito, aplicando amor cristianizado, humildade sincera e fé iluminada.
Conviver
com a abstinência sexual, mantendo a alma vazia de ideal superior, de conhecimento
espiritual e o amor praticado é caminhar tristemente para o fosso sombrio da
frustração e fracasso, desânimo e desilusão, desequilíbrio e viciação.
Não
queiramos viver inconscientemente com tal caminho de sombras, desorientação e
desequilíbrio. O esforço pela prática do amor fraternal será bem mais
importante para a nossa vida íntima do que todos os prazeres da união sexual
fisiológica.
Bom,
eis o amor, o trabalho, o empenho, a confiança em Deus e a fé no provir nos
servindo de referencial e de caminho. Fico feliz pela vossa paciência em me
acompanhar neste estudo, pelo respeito por vocês demonstrado diante da pesquisa
e do empenho que tivemos ao realizá-lo. Incompleto está, com certeza e nem era
nossa pretensão torná-lo algo irretorquível ou não sujeito a erros, mas sim era
de nossa sincera intenção trazer aos companheiros aqui presentes e aos demais
que haverão de consultá-lo no site, uma visão um pouco mais ampla do que simplesmente
a grande verdade da sintonia e do cada um colhe daquilo que planta.
Sejamos
todos vigilantes e operantes no bem e na caridade; sejamos todos trabalhadores
na Seara do Mestre, mas antes de qualquer coisa, sejamos diletos e fiéis lapidários
de nosso próprio ser.
Sob
a Ótica Espírita
Interessantissimo artigo que trouxe informações importantes acerca do tema. Ajudou a esclarecer bastante. Grato.
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