Quem não perdoa é a LEI de Deus, porque perdoar
seria anular o mal que foi feito. E na verdade, a lei ama, deixando ao infrator
a oportunidade de reparação, ou seja, Deus dá meios para ressarcirmos erros.
Aos espíritas não existe penas eternas. Aqueles
que se acham renovados pelo processo da renovação moral, aqueles que
conseguiram romper as amarras do passado, pelo Bem que fizeram, naturalmente
minimizaram as consequências do Mal que realizaram, e muitas vezes são poupados,
estão excluídos do débito pelo Bem que fizeram. Exemplo: aquele que reencarna
para ficar cego, com o Bem que praticar diminuirá sua dívida com a lei divina.
Ele poderá ficar com a visão precisando apenas de óculos.
ENTÃO, PODEMOS MUDAR
NOSSO CARMA?
Responde Divaldo Franco: “Sim, podemos mudar o
nosso carma a cada minuto. O Bem que eu faço é Bem que me faz Bem; o mal que
pratico é desequilíbrio que me faz mal; todo Bem que eu pratico, diminui o mal
que eu pratiquei; todo mal que realizo, aumenta a carga dos males que eu já
fiz. Então, se eu trago um carma muito pesado o Bem que eu vou fazendo, eu vou
diminuindo, porque Deus não é cobrador de impostos, Deus é amor, e na sua lei o
que vigora é o Bem. Portanto, uma pessoa que traz um carma áspero, na ação
meritória, vai se libertando. Existem muitas pessoas doentes que passaram a
dedicar-se ao Bem, e à medida que se afeiçoaram ao Bem, passaram a ter longa
vida, sobrevida, libertaram-se de todas as sequelas de muitas doenças.”
PODEREMOS UTILMENTE
PEDIR A DEUS QUE PERDOE NOSSAS FALTAS?
Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não
esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém
mudando seu proceder. A boa ação é a melhor prece, por isso que os atos valem
mais que as palavras. Aquele que ofendeu alguém e recebe absolvições por ter
orado, repetidamente, certo número de vezes, determinado pelo sacerdote, fica
com a estrada livre para novos desatinos. Nesse tipo de perdão, vemos visível
estímulo a novos erros, novos enganos, novas ilusões. Como disse Emmanuel: “A
concessão paternal de Deus, no que se refere à reencarnação para a sagrada
oportunidade de uma nova experiência, já significa, em si, o perdão ou a
magnanimidade da Lei.” Então, o perdão que o Espiritismo e os amigos espirituais
preconizam em verdade não é de fácil execução. Requer muito boa-vontade.
Demanda esforço - esforço continuado, persistente. Reclama perseverança. Pede
tenacidade.
O ARREPENDIMENTO SE
DÁ NO ESTADO CORPORAL OU NO ESTADO ESPIRITUAL?
Mais no estado espiritual; mas também pode
ocorrer no estado corporal, quando bem compreendida a diferença entre o bem e o
mal. Só o arrependimento não nos concede o perdão. É apenas o primeiro passo na
árdua jornada da reabilitação, em favor da qual não bastam penitências, ritos,
ou rezas. É de fundamental importância que o mal seja reparado. Podemos definir
o arrependimento como a consciência de que fizemos algo errado, de que
prejudicamos alguém ou a nós mesmos. Implica em dor moral, tão profunda quanto à
natureza de nossas faltas e o grau de nossa maturidade. Quanto mais evoluídos,
mais sofre o Espírito, ao avaliar a extensão dos prejuízos que causou a si
mesmo ou ao semelhante. Pode ocorrer na Terra, pelo exercício da razão. Exemplo
típico: o indivíduo que parte para a violência em face de determinada
contrariedade; O marido traído, que mata a esposa; A mãe que fere a criança ao
castigá-la. Depois o lamento: “Ah! Meu Deus! Por que não me controlei!”
Mais frequentemente o arrependimento eclode no
Plano Espiritual, quando o Espírito defronta-se com sofrimentos e desajustes
decorrentes de suas iniciativas desatinadas. O arrependimento sincero, e a
disposição a dar uma guinada existencial, modificando seus rumos, não é fácil.
O homem comum distrai-se de suas responsabilidades, sempre pronto a justificar
seus desvios com intermináveis frases como estas:
“Bebo sim, mas para enfrentar os problemas da
existência - explica o alcoólatra, sem atinar para o fato de que se
transformou, ele próprio, num grande problema.”;
“Traí meu marido, sim, envolvi-me em aventuras
extraconjugais, porque não me dava atenção - afirma a mulher displicente, a
justificar sua irresponsabilidade.”
Pessoas assim transitam pela vida de
consciência anestesiada pela indiferença em relação aos valores morais, para
somente despertarem no Plano Espiritual, quando se habilitam a longas e penosas
jornadas de retificação.
Grupo de estudo Allan
Kardec
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