“Nossa vida não consiste da riqueza numérica de coisas e graças, aquisições nominais e títulos exteriores. Nossa paz e felicidade dependem do uso que fizermos, onde nos encontramos hoje, aqui e agora, das oportunidades e dons, situações e favores, recebidos do Altíssimo. Não procures amontoar levianamente o que deténs por empréstimo. Mobiliza, com critério, os recursos depositados em tuas mãos.” Livro: Caminho, Verdade e Vida – capítulo 165, Bens Externos -
Emmanuel
Muitas vezes acreditamos que a paz interior pode ser alcançada por meio da aquisição do bem estar material: imóveis, veículos, roupas, brinquedos e entretenimento para os filhos e para si mesmo. Isso sem falar nas conquistas intelectuais, no sucesso profissional e na aceitação social. Muitas pessoas aspiram a tudo isso. Batalham diariamente pela sua conquista e manutenção e, ainda assim, a cada momento de pausa, experimentam uma inquietude avassaladora. Momentos de ansiedade, estimulados pela incerteza quanto ao que o futuro lhes reserva, alternam-se com outros de depressão, provocada pela lembrança dolorosa de tudo aquilo que se abriu mão ao escolher a presente trajetória.
Ansiedade não existiria, ou não teria contornos tão doentios, se as conquistas não fossem construídas em torno de patrimônio tão frágil, ao invés de centrados nas vitórias duradouras de natureza moral e espiritual. O medo da perda mancha aqueles que acumulam bens que não lhe pertencem verdadeiramente. Mais ainda, a ansiedade é resultado da convicção interior, profunda, de que o futuro, após o desencarne, não será tão brilhante.
Depressão também não existiria se, por um lado, não vivesse o arrependimento por tudo aquilo que abandonou na longa busca pela riqueza e pelo poder e, por outro lado, tivesse inabalável fé no princípio da reencarnação que, se não nos permite apagar aquilo que fizemos no passado, nos permite corrigir tais feitos em nossa trajetória futura.
A conquista do progresso moral e espiritual é a verdadeira condição para a conquista da serenidade, da paz interior, que tantos almejam.
Tal progresso só será possível para aqueles que, com desapego às conquistas terrenas, voltarem suas prioridades para a prática do verdadeiro Amor a Deus e a seus semelhantes.
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