Se as fábricas de automóveis contassem exclusivamente com as autoridades que lhes desenham as máquinas, calculando resistência ou imaginando primores de forma, decerto que não passariam de berçários para a conservação de modelos.
Se os laboratórios dispusessem unicamente das inteligências que lhes compõem as fórmulas de que resultam exatas conjugações de agentes químicos, o medicamento jamais chegaria aos enfermos.
Se a música possuísse tão somente compositores eméritos a lhe gravarem a beleza, em pauta adequada, nunca se retiraria do silêncio para o campo do som, em auxílio aos seres humanos.
Assim também na mediunidade.
Se as ocorrências mediúnicas devessem apenas contar com a presença dos estudiosos e analistas que lhes investigam as manifestações e lhes colocam as afirmativas à prova, o intercâmbio espiritual feneceria por inexistente.
Sem dúvida precisamos de especialistas e técnicos em todos os campos da teoria, mas não podemos desprezar a prática dos ensinamentos que se refiram a progresso e aperfeiçoamento e nem desprestigiar aqueles que a ela se dedicam empregando o máximo de si próprios em favor dos semelhantes.
Sem mecânicos e motoristas, que muitas vezes arriscam a vida em louvor do próximo, o mundo não disporia do automóvel ganhando tempo.
Sem operários e distribuidores a despenderem grande esforço, o remédio não alcançaria os doentes.
Sem executares que lhe ofereçam atenção integral, a música não sairia das notas escritas.
E sem instrumentos que se disponham a suportar obstáculos e problemas, dificuldades e provações em benefício da causa do Amor e da Verdade, entre as criaturas, efetivamente a mediunidade não serviria para ninguém.
Emmanuel
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