“... Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é
porque isso devia ser útil...” “... Deus nos deu, para nosso adiantamento,
justamente o que nos é necessário e pode nos bastar, a voz da consciência e
nossas tendências instintivas, e nos tira o que poderia nos prejudicar...”
(Capítulo 5, item 11, O Evangelho segundo o Espiritismo)
Refere Hammed “a Natureza em nós é força de
progresso, e os homens evoluem sempre”; no entanto a maioria dos homens que vive no planeta terreno
apresenta grande dificuldade de mudança, de adaptação a novos contextos e
situações, como se a mudança fosse algo errado, punitivo, vergonhoso ou
ameaçador. De tempos em tempos o fluxo de novas ideias aparecem no planeta ou
no meio em que cada um se encontra; essas mudanças são importantes fatores de
progresso das almas.
Ressalta que “certas pessoas se orgulham ao proclamarem-se
conservadoras esquecendo-se de que o comodista, por medo ou estagnação, perde
sua liberdade por não querer correr o risco de sair do lugar-comum. Estão
sempre lembrando uma época de felicidade, suspirando por sonhos antigos que não
se realizaram, revivendo o passado, repisando as suas e as opiniões erradas dos
outros e justificando-se agarradas às lembranças de vidas passadas”. Esta
forma de agir representa um entrave no processo evolutivo delas. Por essa razão
muitas vezes a espiritualidade permite os acontecimentos inesperados, de ordem
individual ou coletiva, muitas vezes dolorosos, porque sabe da importância do
despertamento e da continuidade evolutiva para cada um.
A cada encarnação, e mesmo a cada situação
nova, que exige mudanças e adaptações novas, cada pessoa encarnada na Terra
angaria profundos ensinamentos, acumula novos valores intelectuais e
emocionais, tornando-a diferente do que era no pretérito. A vida dá a cada um
constantes oportunidades de reformulação nas suas concepções.
No entanto, a cada nova encarnação na Terra
o véu do esquecimento nos
acompanha e não nos lembramos das vidas anteriores, justamente para evitar o
nosso comodismo ou o reascender dos velhos sentimentos de culpas ou ranços que
dificultam o desenvolvimento da nossa capacidade de amar. O esquecimento é uma
benção que reaproxima os inimigos, dando-lhes nova oportunidade de se
abraçarem, no papel de pais e filhos, por exemplo.
Na presente encarnação, no entanto, devido ao
fato das lembranças estarem presentes, muitos preferem o comodismo do bem-estar
vivido na infância e não querem crescer para enfrentar novos desafios da vida
adulta. São aqueles que esperneiam diante dos problemas e dificuldades e
permanecem no saudosismo do pretérito, investindo pouco esforço para avançar no
processo evolutivo.
Diz Hammed “ficamos retidos nas ideias e
conceitos que nos foram válidos em determinadas épocas de nossa vida;
atualmente, porém, é preciso renovação e libertação dos ranços do pretérito em
favor de um presente atuante e vantajoso”.
"O
momento presente é o ideal para o nosso progresso, e nós só podemos sentir o
aqui e o agora, pois tentar sentir o ontem é ressentir; por consequência, nem
sempre são válidas e autênticas nossas emoções do ontem para avaliação do nosso
tempo presente. Essencialmente, a voz da consciência e as nossas tendências
instintivas são os melhores meios de ação”.
União Espírita
Piracicaba
Fonte: Renovando Atitudes – Francisco de
Espirito Santo Neto – Ditado por Hammed - Boa Nova Editora – 1997 Catanduva,
SP.
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