Caracteres da Perfeição – Cap. 17
Devemos, pois, entender, por essas palavras, a
perfeição relativa de que a humanidade é suscetível, e que mais pode
aproximá-la da Divindade. Mas em que consiste essa perfeição? Jesus mesmo o
disse: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos
que vos perseguem e caluniam”. Com isso, mostra que a essência da perfeição é a
caridade, na sua mais ampla acepção, porque ela implica a prática de todas as outras
virtudes.
Com
efeito, se observarmos o resultado de todos os vícios, e mesmo dos simples defeitos,
reconheceremos que não há nenhum que não altere mais ou menos o sentimento de caridade,
porque todos nascem do egoísmo e do orgulho, que são a sua negação. Porque tudo
o que excita exageradamente o sentimento da personalidade destrói ou, quando
nada, enfraquece os princípios da verdadeira caridade, que são: a benevolência,
a indulgência, o sacrifício e o devotamento. O amor do próximo, estendido até o
amor dos inimigos, não podendo aliar-se com nenhum defeito contrário à
caridade, é sempre, por isso mesmo, o indício de uma superioridade moral maior
ou menor. Do que resulta que o grau de perfeição está na razão direta da
extensão do amor ao próximo. Eis por que Jesus, depois de haver dado a seus
discípulos as regras da caridade, no que ela tem de mais sublime, lhes disse:
“Sede logo perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito”.
1 – Mas
eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem ao que vos tem ódio, e orai
pelos que vos perseguem e caluniam. Para serdes filhos de vosso Pai que está
nos Céus; o qual faz nascer o seu sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre
justos e injustos. Porque se vós não amais senão os que vos amam, que recompensas
haveis de ter? Não faz os publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente
os vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os
gentios? Sede vós logo perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito.
(Mateus, V: 44 e 46-48).
2 –
Desde que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta máxima: “Sede
perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito”, tomada ao pé da letra, faria
supor a possibilidade de atingirmos a perfeição absoluta. Se fosse dado à
criatura ser tão perfeita quanto o seu próprio Criador, ela o igualaria, o que
é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se dirigia não teriam
compreendido essa questão. Ele se limitou, portanto, a lhes apresentar um
modelo e dizer que se esforçassem para atingi-lo.
Devemos,
pois, entender, por essas palavras, a perfeição relativa de que a humanidade é
suscetível, e que mais pode aproximá-la da Divindade. Mas em que consiste essa
perfeição? Jesus mesmo o disse: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos
têm ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam”. Com isso, mostra que a
essência da perfeição é a caridade, na sua mais ampla acepção, porque ela
implica a prática de todas as outras virtudes.
Com
efeito, se observarmos o resultado de todos os vícios, e mesmo dos simples defeitos,
reconheceremos que não há nenhum que não altere mais ou menos o sentimento de caridade,
porque todos nascem do egoísmo e do orgulho, que são a sua negação. Porque tudo
o que excita exageradamente o sentimento da personalidade destrói ou, quando
nada, enfraquece os princípios da verdadeira caridade, que são: a benevolência,
a indulgência, o sacrifício e o devotamento. O amor do próximo, estendido até o
amor dos inimigos, não podendo aliar-se com nenhum defeito contrário à
caridade, é sempre, por isso mesmo, o indício de uma superioridade moral maior
ou menor. Do que resulta que o grau de perfeição está na razão direta da
extensão do amor ao próximo. Eis por que Jesus, depois de haver dado a seus discípulos
as regras da caridade, no que ela tem de mais sublime, lhes disse: “Sede logo
perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito”.
Devemos, pois, entender, por essas palavras, a
perfeição relativa de que a humanidade é suscetível, e que mais pode
aproximá-la da Divindade. Mas em que consiste essa perfeição? Jesus mesmo o
disse: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos
que vos perseguem e caluniam”. Com isso, mostra que a essência da perfeição é a
caridade, na sua mais ampla acepção, porque ela implica a prática de todas as
outras virtudes.
Com
efeito, se observarmos o resultado de todos os vícios, e mesmo dos simples defeitos,
reconheceremos que não há nenhum que não altere mais ou menos o sentimento de caridade,
porque todos nascem do egoísmo e do orgulho, que são a sua negação. Porque tudo
o que excita exageradamente o sentimento da personalidade destrói ou, quando
nada, enfraquece os princípios da verdadeira caridade, que são: a benevolência,
a indulgência, o sacrifício e o devotamento. O amor do próximo, estendido até o
amor dos inimigos, não podendo aliar-se com nenhum defeito contrário à
caridade, é sempre, por isso mesmo, o indício de uma superioridade moral maior
ou menor. Do que resulta que o grau de perfeição está na razão direta da
extensão do amor ao próximo. Eis por que Jesus, depois de haver dado a seus
discípulos as regras da caridade, no que ela tem de mais sublime, lhes disse:
“Sede logo perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito”.
O
Evangelho Segundo o Espiritismo
por
ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires
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