terça-feira, 1 de outubro de 2013

SOBRE O CARMA OU A LEI DE CAUSA E EFEITO


O QUE É E COMO USÁ-LO EM FAVOR DE NÓS TODOS

“Carma é a eterna afirmação da liberdade humana... Nossos pensamentos, nossas palavras, nossos atos, são fios de uma rede que tecemos ao redor de nós mesmos” – Swami Viveknanda

A palavra Carma vem do sânscrito e significa “Ação”. Em um sentido mais amplo, significa o conjunto de ações e suas consequências. Dentro do Espiritismo, é chamada de Lei de Causa e Efeito, onde toda ação gera uma força energética que retornará para nós.
Tal conceito é usado no budismo, hinduísmo e diversas outras escolas orientais há muitos séculos.
É o conceito de semear e colher. Logo, o carma implica em nós a responsabilidade de fazermos boas escolhas, para colhermos bons frutos.
Desta forma, podemos perceber que o Carma não é algo ruim: trata-se de um mecanismo de troca energética com o universo, um dar e receber.
Impulsivos e confusos, trocamos felicidade por prazer, focamos sempre nos ganhos imediatos, nas sensações menores e transitórias e tecemos fios de complicações à nossa volta que nos fazem tropeçar mais e mais.
Assim, se nos encontramos em situações e vivências que nos trazem tristeza, infelicidade, a posição de vitima em nada nos auxilia: temos que agir. E de acordo com a lei de causa e efeito, agir a nosso favor é agir em favor do próximo, do Universo.

INFINITAS POSSIBILIDADES E UM GRANDE OBSTÁCULO

Como temos o livre-arbítrio e a capacidade de escolher - mesmo nesse momento estamos decidindo ler esta mensagem e há decisões sendo tomadas sobre como interpretá-las, recebê-las, compartilha-las ou não – podemos mudar nossas vidas.
Há um obstáculo, porém. Nosso livre arbítrio é quase um livre não-arbítrio. Temos respostas condicionadas, previsíveis e padronizadas que em geral são quase robóticas e nunca criativas.
Não mudamos os padrões de respostas, pois não mudamos nossa forma de ser de verdade.
Escravizados por uma visão tacanha de nós mesmos, acreditamos que somos o que a sociedade em geral diz e nos reconhece como. Assim, somos engenheiros com forte viés para a racionalidade... somos poetas com muita sensibilidade....somos o mais sensato entre nossos amigos ou o mais impulsivo e artista da família. Acreditamos que somos o que vemos no espelho, também. É muita ilusão, foco no que é transitório e de espíritos imortais e com séculos de vivência e a eternidade pela frente, temos uma visão e crença sobre nós mesmos incrivelmente reduzida.
Com base nas diversas visões dos papéis que vamos interpretando e assumindo muitas vezes como nós mesmos, vamos criando padrões previsíveis e limitados de pensamentos e comportamentos.
Tal padrão não poderá nos dar além daquilo que sempre temos recebido: mais do mesmo. Seja profissionalmente, seja afetivamente, colhemos aquilo que semeamos. E recorrentemente e muitas vezes inconscientemente, semeamos as mesmas sementes de antes.
Nosso desafio é dar respostas criativas e inovadores, menos baseadas em interesses pessoais e a constante busca de controle que o Ego persegue.
Devemos inovar nossa maneira de nos ver, ver ao outro, ver o sentido da vida e agirmos com base nesta visão mais criativa e madura espiritualmente.
O Carma é apenas a lei que regula as trocas que fazemos com o universo. Não é uma série de acontecimentos ruins que nos persegue. Quando escolhemos ações que levam a felicidade do próximo, vamos colher felicidade.
Queremos ser mais felizes, então façamos boas e criativas escolhas: nossa consciência traz a voz de Deus e sempre em nosso íntimo sabemos que “há algo errado” quando há algo errado. Mesmo que seja uma leve sensação que nos serve de bússola para o caminho e chamado de volta ao caminho.
Podemos afirmar: “mas eu sou uma boa pessoa, mas tenho recebido só tristezas”.
Continuemos semeando conscientemente coisas boas, pois nunca sabemos que semeaduras fizemos lá atrás... bem atrás...
O tempo é o espaço entre o semear e colher. Não controlamos o tempo, mas temos o controle do semear. A colheita virá em seu tempo e sempre para nosso bem: sejam situações felizes ou situações tristes. Tudo ocorre para que permaneçamos ou voltemos ao caminho da evolução.
Diante das situações da vida, podemos refletir e nos perguntar: “Por que estou passando por isso?”

Perceba como provavelmente tal situação pode não ser nova: há algo voltando. Tente entender qual a mensagem que lhe está sendo enviada e que resposta lhe está sendo pedida. Certamente há alguma virtude há ser exercitada e/ou fraqueza moral a ser limpa.
Isso nos permite lidar com o Carma de forma mais madura, pois vem de um entendimento que nada ocorre ao acaso.

COMO TRANSFORMAR A NOSSA VIDA POR MEIO DO CARMA

Uma vez que a lógica do funcionamento do Carma foi exposta, temos que agir a respeito.
Estar atento às escolhas que fazemos é fundamental. Toda escolha é um movimento de troca energética com o universo.
Devemos nos perguntar sempre antes de uma escolha consciente:
Que consequências prováveis podem ocorrer desta escolha?
Esta escolha está calcada em uma lógica de ganho pessoal ou de ganho coletivo?
Ela traz em sua ação uma retidão de caráter?
Ainda temos um recurso. Algo que nos é dado de graça e existe em qualquer pessoa, de qualquer gênero, religião e classe social: a voz da consciência.

Segundo o Livro dos Espíritos, é onde está impressa a Lei de Deus.

Mesmo assim, podemos não ouvi-la. Deturpá-la aos nossos interesses e tentar silenciá-la. É uma escolha, sobre como lidamos com escolhas.
Podemos ainda pedir a Deus, aos nossos mentores e amigos espirituais que nos inspirem, aconselhem e nos colocarmos abertos a estas inspirações e conselhos.
Nós ainda estamos aprendendo a escolher e o Carma nos regula, trazendo o bom ou o ruim que uma vez, emitimos ao Universo.
Emmanuel na mensagem “Sementeiras e ceifas”, presente no livro Vinha de Luz nos lembra das escolhas, das colheitas e mesmo dos padrões que muitas vezes seguimos:

“Plantaremos todos os dias. É da Lei. (...) Se desejas, pois, meu amigo, plantar na Lavoura Divina, foge ao velho sistema de semeaduras (...) cultiva o bem para a vida eterna. Repara as massas, encarceradas no antigo processo de se levantarem para o erro e caírem (...) e segue rumo ao Senhor, organizando as próprias aquisições de dons imortais.”

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De acordo com a mensagem acima, podemos ver que a chave para fazermos boas escolhas, e consequentemente colhermos bons frutos e felicidade, passa por plantar em nós mesmos virtudes.
Estes dons imortais que nos trazem uma melhoria de caráter, a aquisição de um coração compassivo, generoso, respostas mais criativas e bondosas a nós mesmos e ao próximo e logo, felicidade.

Muita paz e boas escolhas a todos nós!

Para saber mais:

A parte terceira do Livro dos Espíritos aborda as leis morais a que estamos sujeitos. A parte quarta aborda as consequências do proceder ou não dentro destas leis.

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