Perispírito
é invólucro semi-material do Espírito. Nos encarnados serve de laço
intermediário entre o Espírito e a matéria. É por seu intermédio que o espírito
encarnado se acha em relação contínua com os desencarnados; é por seu
intermédio, que se operam no homem fenômenos especiais, cuja causa fundamental
não se encontra na matéria tangível e que, por essa razão, parecem
sobrenaturais para alguns.
O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio
do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos.
O Espírito Emmanuel, designa o Perispírito como “campo
eletro-magnético, em circuito fechado, composto de gases rarefeitos” (gases que
se desfazem ou diminuem de intensidade).
O Espírito é envolvido por uma substância que é vaporosa
para os encarnados, mas ainda bastante grosseira para os desencarnados;
suficientemente vaporosa, entretanto, para que ele possa elevar-se na atmosfera
e transportar-se para onde quiser. Como a semente de um fruto é envolvida pelo
perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório que, por
comparação, se pode chamar Perispírito.
O Perispírito é o princípio intermediário entre a
matéria e o Espírito, cuja finalidade é tríplice: — manter indestrutível e
intacta a individualidade; — servir de substrato ao corpo físico, durante
encarnação ; — constituir o laço de união entre o Espírito e o corpo físico,
para a transmissão recíproca das sensações de um e das ordens do outro.
A origem do perispírito está no fluido universal. O
ponto de partida do fluido universal é a pureza absoluta, da qual nada nos pode
dar idéia; o ponto oposto é a sua transformação em matéria tangível, adquirindo
diversos graus de condensação. O perispírito é uma dessas transformações, mas
sob a forma de matéria quintessenciada, ou seja, não perceptível aos olhos carnais.
Assim, o perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais
importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno
de um foco de inteligência ou alma. O corpo carnal também tem seu princípio de
origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. No
perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o
fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. A natureza
do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral
do Espírito.
NATUREZA E CONSTITUIÇÃO DO PERISPÍRITO
A natureza do perispírito está sempre em relação com o
grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar
de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade de um
mundo para o outro. Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos
inferiores, e, até, encarnar neles. Quando o Espírito encarna em um globo, ele
extrai do fluido cósmico desse globo os elementos necessários para a formação
do seu perispírito. Assim, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu
perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido
peculiar ao mundo onde ele encarna. Resulta disso que a constituição íntima do
perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados e desencarnados que
povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo
carnal, que se forma dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou
inferioridade do Espírito.
PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO
plasticidade, densidade, ponderabilidade,luminosidade,
penetrabilidade, visibilidade, tangibilidade, sensibilidade global,
sensibilidade magnética, expansibilidade, biocorpereidade, unicidade,
perenidade, mutabilidade, capacidade refletora, odor, temperatura.
Flexibilidade e expansibilidade são as duas principais
propriedades do perispírito. O perispírito não está preso ao corpo, sem poder
desprender-se. Em Obras
Póstumas, no capítulo sobre manifestações dos Espíritos, 1.ª
parte, item 11, lemos: "O Perispírito não está encerrado nos limites do
corpo como numa caixa. É expansível por sua natureza fluídica; irradia-se e
forma, em torno do corpo, uma espécie de atmosfera que o pensamento e a força
de vontade podem ampliar mais ou menos".
Plasticidade
– O perispírito sendo o espelho da alma e eterno
extensão da mente, molda-se de acordo com seu comando plastizante, pois como já
dissemos é formado também por fluidos ainda que não sejam totalmente
eterizados, também não são totalmente materiais. De fato o corpo espiritual
mostra um extremo poder plástico, como assinala EMMANUEL, adaptando-se
automaticamente às ordens mentais que brotam continuadamente da alma.
Forma essa que assume, pode, às vezes, e em certos
limites, dizer muito a capacidade do próprio ser em intelectualidade, com o
desenvolvimento da vontade, com o treino mental próprio, enfim,
independentemente do aperfeiçoamento moral. O crescimento intelectual da
criatura, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências de
mentes perversas. Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas
falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da
perturbação e da crueldade, com espetaculares recursos de modificação nos
aspectos em que se exprimem para causar suas influencias malévolas.
Tal fato, também poderá explicar o rejuvenescimento que
experimentam os Espíritos desencanados, conscientes de seu estado. Mesmo tendo
desencarnado com idade física avançada, sentindo-se mais jovens, apresentam-se
com tal, totalmente livre dos condicionamentos humanos do corpo físico, o
espírito humano não sofre o envelhecimento corporal, assim como não morre.
Quando se manifestam envelhecidos, o fazem artificialmente por poder mental,
para a comprovação de sua identidade terrena, quando ainda estava encarnado.
Contudo, tal possibilidade de alterar a indumentária
perispiritual é limitada ao padrão evolutivo, intrínseco a cada alma. A
depender em profundidade de sua, poderíamos dizer, “organização interna”,
emocional. Pois, muitas vezes o espírito mergulha em tão severo desequilíbrio
afetivo que, imerso em um monoideísmo avassalador, chega a entrar em processo
de retração das tessituras perispirituais, comprometendo assim, dolorosamente
suas funções e potencialidades.
Poderíamos aqui falar dos casos de zoantropia
(capacidade ideoplástica em feições animalescas que o perispírito se reveste,
devido às condições mentais dos Espíritos envolvidos em tal processo, passando
por enormes transformações morfológicas do veículo perispiritual, porquanto, os
órgãos psicossomáticos retraídos, por falta de funções benéficas, assemelham-se
a ovóides.
É essa propriedade do perispírito que explica diversas
manifestações que ocorrem tanto na dimensão espiritual, como física, dentre os
quais, adaptação perispiritual, comumente utilizada pelos Espíritos Superiores,
os quais, alteram a forma de sus corpos espirituais, reduzindo a própria
luminosidade e assumindo aspectos que possam com as regiões e as almas que merecem
seus serviços socorristas, moldando dessa forma, suas condições vibracionais. O
contrário ocorre com aqueles Espíritos que envolvidos com o mal são socorridos
e necessitam de uma modificação ou minorização de suas dificuldades para serem
melhor atendidos, nesse caso, sendo o Espírito ainda incapaz de modificar seu
tônus vibratório, Mentes Superiores, ostentam um alto poder, que possibilitam
maiores operações de adaptação plástica.
Já nos processos reencarnatórios, o perispírito em um
processo de modelagem, molda a organização física, informam os Mestres Espirituais,
que aproximando o momento da reencarnação, o Espírito reencarnante, comumente,
entra em gradativo processo de redução psicossômica, o qual acontece
simultaneamente com a diminuição da consciência de si, então, até nos processos
acima citados o perispírito demonstra seu poder de plasticidade.
Densidade
– Como dissemos no início, o perispírito é formado
também por fluidos ainda que não sejam totalmente eterizados, também não são
totalmente materiais. E não deixando de ser matéria, ainda que quintessenciado,
e como tal apresenta em si uma densidade, que se relaciona com o grau de
evolução da alma.
A variedade de densidade do perispírito varia também de
indivíduo para indivíduo, em Espíritos Moralmente adiantados, é mais sutil e
se aproxima da dos Espíritos Elevados; nos espíritos inferiores, ao contrário,
aproxima-se da matéria e é o que faz os Espíritos inferiores de baixa condição
conservam por muito tempo as ilusões da vida terrestre. A densidade
psicossômica varia, de acordo com a evolução do Espírito, ditando, então, seu
peso e, também, sua luminosidade, pois quanto menor a densidade do perispírito,
menor seu peso e maior a luminosidade.
Ponderabilidade
– Sob os aspectos físicos a matéria sutil, o corpo
espiritual, em si, não apresentaria um peso possível de ser detectado por meio
de qualquer instrumentação até agora conhecida.
Não obstante, na dimensão espiritual, cada organização
perispirítica tem seu peso específico, que varia de acordo com sua densidade,
ditada, sobretudo, como visto, pelo estado de moralidade do Espírito.
Nossa posição determina o peso específico do nosso
envoltório espiritual e, conseqüentemente, o habitat que lhe compete. Significa
que, embora possa parecer fisicamente imponderável – porque não é matéria densa
-, não deixa de apresentar certo peso, variável em cada região ou esfera, visto
que, de qualquer forma, sendo matéria, ainda que tênue, submete-se aos princípios
gravitacionais imperantes no meio em que se situa e do qual se nutre.
Luminosidade
- Como muitas outras características assim como a
luminosidade, também desponta como característica particular de cada Espírito e
seus condicionamentos morais evolutivos. A intensidade da Luz está na razão da
pureza do Espírito: as menores imperfeições morais atenuam e enfraquecem a
condição de luminosidade do Espírito. Sabemos que quando o Espírito mais evolui,
mais etérea e pura transforma-se naturalmente sua condição vibracional
energética, e sabendo que energia em diversos níveis vibracionais ou velocidade
de movimento, produzem luminosidade a depender da freqüência em que se
encontram operando, quando mais evoluído a entidade maior freqüência
vibracional e por conseguinte maior luminosidade e tanto menos evoluído a
criatura, menor freqüência vibracional e luminosidade.
A luz irradiada por um Espírito será, tanto mais viva,
quanto maior o seu adiantamento. Assim, sendo o Espírito, de alguma sorte, é o
seu próprio farol luminescente, verá proporcionalmente à intensidade da luz que
produz, do que resulta que os Espíritos que não a produzem em grande capacidade
acham-se na obscuridade.
Note-se que a luz espiritual nada tem com a luz
conhecida em Física – radiação eletromagnética, pois, luz emitida por fontes
como lâmpada fluorescente ou de mercúrio, por exemplo, chega a parecer, diante
de uma presença espiritual superior, mera claridade emitida por uma vela.
Penetrabilidade
– Volvendo nossa atenções a natureza etérea do
perispírito que permite ao Espírito, caso presente as necessárias condições
mentais, atravessar qualquer barreira física, pois matéria alguma lhe opões
obstáculo, ele atravessa todos, assim como a luz atravessa os corpos transparentes.
Todavia, verifiquemos que existem Espíritos que não conseguem atravessar alguns
obstáculos, pelo simples motivo de não saberem que podem fazê-lo. A ignorância
ou até mesmo a incerteza diminuem suas aptidões e potenciais, e,
conseqüentemente seu poder de ação nas mais diversas áreas. “Todos os corpos
são porosos; não se tocando, suas moléculas podem dar passagem a um corpo
estranho.
Os acadêmicos de Florença tinham demonstrado este ponto,
fazendo violenta pressão sobre a água encerrada em uma esfera de ouro; ao fim
de pouco tempo via-se o líquido transudar por pequenas gotas, na superfície da
esfera. Verificamos, por esses diferentes exemplos, qual a matéria pode
atravessar a matéria. É preciso empregar a pressão ou calor para dilatar as substâncias
que se quer fazer atravessar outras. Isso é possível e necessário, porque as
moléculas do corpo que atravessa, não adquirindo o grau suficiente de
dilatação, ficam encerradas uma contras as outras. Mas, se pusermos um estado
da matéria em que as moléculas sejam muito menos aproximadas e eminentemente
tênues, poderá ela atravessar toas as substâncias, sem necessidade de
manipulação.
É o que acontece com o perispírito que, formado de
moléculas menos condensadas que a matéria que conhecemos, não pode ser detido
por nenhum Obstáculo”. (Gabriel DELANNE) Compreensível, assim, a inexistência
de barreiras físicas para o espírito fato que, como visto, poderia ser
explicado pelo princípio da porosidade, observável em toda estrutura material,
embora, nos dias atuais, também possa ser entendido pelo princípio da
incompatibilidade de freqüências, segundo o qual, por exemplo, um raio luminoso
azul e outro amarelo, ainda que se incidirem, simultaneamente, sobre uma
superfície branca, façam com que esta se torne verde -, se se cruzarem,
interpenetrando-se, não mostrarão qualquer alteração, permanecendo, cada qual
em sua freqüência e com sua coloração.
Visibilidade
- Aos olhos físicos o perispírito é totalmente
invisível, todavia não o é para os Espíritos, nos casos dos menos evoluídos só
percebem os seus pares, captando-lhes o aspecto geral. Já os Espíritos
Superiores, podem perscrutar a intimidade perispiritual de desencarnados de
menor grau de elevação, bem como a dos encarnados, observando-lhes as
desarmonias e as necessidades. Mostram-no bem, por exemplo, os trabalhos de
esclarecimento espiritual, em que os Espíritos Superiores responsáveis revelam,
por meio dos dialogadores encarnados, a realidade do sofredor conduzindo ao
entendimento, auscultado seu perispírito,e, também, as sessões de cura, em que
os médicos espirituais detectam os sinais patológicos presentes no psicossoma
do enfermo. Finalmente, quanto à possibilidade de alguns médiuns videntes verem
o perispírito, muito raro são os que, em verdade, possuem as necessárias
condições para distingui-lo, ainda, que eventualmente, entre as projeções que
formam a aura.
Tangibilidade
– Sendo o perispírito também matéria, poderá com o
devido apoio ectoplásmico, tornar-se materialmente tangível, no todo ou em parte. Sendo também
esse fenômeno, chama do de teleplastia, onde o perispírito do desencarnado ou
até mesmo do encarnado, envolve-se por assim dizer com as condições energéticas
do ambiente e de algum médium capaz de emprestar recursos energéticos através
do duplo etérico, fomentando matéria necessária para revestir o perispírito na
energia necessária para o aparecimento.
Sensibilidade Global
– Quando encarnado o Espírito registra impressões
exteriores por meio de vias especializadas identificadas no corpo somático e
que compõem os órgãos dos sentidos, sem o corpo físico, sua capacidade de
perceber amplia-se extraordinariamente, pois livre das peias somáticas, a
percepção do meio que o envolve já não depende dos canais nervosos materiais,
acontecendo como um registro global do perispírito, ou seja, uma percepção, que
o Espírito realiza com todo o seu ser. Assim, vê, ouve, sente, enfim, com o corpo
espiritual inteiro, uma vez em que as sedes dos sentidos não se encontram numa
localização específica e limitada, que se observa no estado de encarnação, os
sentidos e capacidades ampliam-se.
Neste capítulo, ganham destaques os fenômenos chamados
por nós de – transposição de sentidos - , que mostram a possibilidade de
algumas pessoas mais sensíveis, perceberem os estímulos por vias físicas
totalmente impróprias para isso, explicando, assim, que a sensibilidade global
do perispírito pode exteriorizar-se mesmo estando o Espírito encarnado, ainda
que em casos excepcionais.
Sensibilidade Magnética
– Sendo o perispírito um campo de força que é, a
sustentar uma estrutura semimaterial, apresenta-se impressionável pela ação
magnética, pois sendo ele mesmo uma criação vibratória do Espírito. Sabemos que
somos criados pela mesma matéria, no seu sentido original e, essa matéria que
em diferentes estados dá origem a tudo, é energia pura, e sendo o perispírito
também oriundo dessa matéria que é o Fluido Cósmico Universal ( FCU ), torna-se
o Espírito suscetível às influências da energia ambiental que o envolve
(psicosfera) e é essa propriedade que lhe permite absorver, assimilar e, também
transmitir a energia espiritual que capta ou recebe. A exemplo disso, temos o precioso
processo do passe: o Espírito, acumulando energias e estimulando a
sensibilidade do médium, conjuga suas forças com a deste, psíquicas e vitais,
para a transmissão dos recursos de cura.
Expansibilidade
– Já nos diz Kardec em O Livro do Espíritos na
questão 400 – que o “Espírito aspira incessantemente a libertação.”
O perispírito pode, entretanto, conforme suas condições,
expandir-se, aumentando, inclusive, o campo de percepção sensorial. É a
expansibilidade do perispírito que faculta, a processo de emancipação da alma.
Expandindo-se, o perispírito pode chegar a um estado inicial de desprendimento,
em que a percepção se torna acentuadamente mais aguda, podendo, a partir daí,
se for o caso, evoluir para o desdobramento, a envolver, uma outra propriedade
do perispírito, que é a biocorporeidade.
A expansibilidade perispirítica, aliás, está na base dos
principais processos mediúnico; haja vista, por exemplo, que ‘a exteriorização
do psicossoma que permite ao vidente a captação da realidade espiritual e que,
também, graças a essa propriedade, é que se torna possível o contato
perispírito a perispírito, que marca o fenômeno chamado de incorporação, seja
psicofonia ou psicografia.
Biocorporeidade
– Termos este criado pelo grande codificador Kardec,
relacionando-o ao fenômeno de desdobramento, embora, de certa forma, expressão
mais adiantada da expansibilidade, define-se, particularmente, como notável
faculdade do perispírito, que possibilita, em condições especiais, o seu
desdobramento, poderíamos dizer com muita cautela “fazer-se em dois”, no mesmo
lugar ou em lugares diferentes. Processo que ainda chegaremos a descobrir com
mais claridade, mas graças a essa propriedade, o perispírito pode apresentar-se
biocorpóreo, ou seja, com um corpo, de igual ao físico da atualidade, fluídico,
com maior ou menor densidade, mas suscetível de ser visto e, até tocado, como
sói acontecer em muitos casos.
Fenômeno absolutamente natural, nos dizeres de Kardec:
“tal fenômeno, como todos os outros, se compreende na ordem dos fenômenos
naturais, pois que decorre das propriedades do perispírito e de uma lei
natural.”( Obras Póstumas, pp. 56 e 57).
Unicidade
– A estrutura perispirítica, como reflexo da alma que é,
não é igual a outros perispíritos, como a rigor não existem almas idênticas.
Obviamente, no decorrer do processo evolutivo diminuem
as diferenças e cresce a harmonização entre as almas, sem que entretanto a
individualidade, deixe de ser preservada.
“A idéia do grande todo não implica, necessariamente, a
fusão dos seres em um só. Um soldado que volta ao seu regimento, entra em um
todo coletivo, mas não deixa, por isso, de conservar sua individualidade. O
mesmo se dá com as almas que entram no mundo dos espíritos, que para elas é,
igualmente um todo coletivo: o todo universal.” (Kardec, Allan. Iniciação Espírita.
13 Ed., Sobradinho, DF: Edicel, 1995, p 213. Trad. Caibar Schutel)
Nessa direção, registrado esta em O Livro dos Espíritos nas
questões 149 a 152, mostrando que a alma sempre conserva sua individualidade, a
refletir em seu perispírito.
Mutabilidade
– O perispírito, no decorrer do processo evolutivo, se
não é suscetível de modificar-se no que se refere à sua substância, o é com
relação à sua estrutura íntima e forma. Sabemos que, por meio da ação
plastizante, pode o Espírito mudar, por exemplo, seu aspecto, porém, tal fenômeno
envolve, apenas, modificação transitória e superficial, sustentada
transitoriamente pela mente.
Desde as formas dos seres antigos, até o homem e o anjo,
uma longa escala é percorrida. E quanto mais progride a alma, através das
sucessivas transformações, mais apurado vai se tornando seu veículo espiritual
e, conseqüentemente, mais delicada a sua forma.
Poder-se-ia assentar que o desenvolvimento do
perispírito, através dos milênios incontáveis, passa, como formação rudimentar,
pelo estágio vegetal, viaja pelo reino animal, como uma proto-estrutura
psicossômica, chegando, então, à dimensão hominal como veículo elaborado,
sensível e complexo, a refletir as próprias condições da alma que surge vitoriosa,
tocada pelo Pensamento Divino.
O tempo, pois, constrói, com a evolução da alma, neste e
em outros mundos, a própria eterização do perispírito. O item 186 de O Livro
dos Espíritos, nos esclarece a respeito da condição do perispírito mais
aperfeiçoado que chega a confundir-se com a própria alma, como segue:
“Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir
corpos materiais, sé tenha por envoltório o perispírito?”.
- “Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que
para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”
Capacidade Refletora
– O corpo espiritual, extensão da alma que é, reflete
contínua e instantaneamente os estados mentais.
O perispírito, é suscetível de refletir, a glória ou
viciação da mente. Por isso, a atividade mental nos marca o perispírito,
identificando nossa real posição evolutiva.
Todo pensamento encontra imediata ressonância na
delicada tessitura perispiritual, produzindo os tipos de efeitos:
Gera na aura a sua imagem, conhecida hoje, como forma-pensamento
– variável, de acordo com a carga emocional, inclusive sob o aspecto cromático,
como demonstram técnicas e testemunhos incontestáveis e, também, na dimensão
física, influindo na fisiologia dos centros vitais, repercute nos sistemas
nervoso, endócrino, sangüíneo, e demais vias de sustentação do edifício
celular, marcando-lhe o desempenho regular ou não, na economia vital.
Odor
– O perispírito, a refletir-se na aura, caracteriza-se,
também por odor particular, facilmente perceptível pelos Espíritos.
Contém a literatura mediúnica, com particularidade , as
obras de ANDRÉ LUIZ, descrição de regiões infestadas de miasmas pestilentos, a
exalarem odores tão fétidos que se tornam quase insuportáveis para os Espíritos
mais sensíveis. Tais odores brotariam da podridão fluídica características
desses ambientes e, ao que se sabe, dos próprios perispíritos de seus
habitantes. Todas as criaturas vivem cercadas pelo seu próprio halo vital das
energias que lhes vibram no íntimo do ser e esse halo é constituído por
partículas de força a se irradiarem por todos os lados e direções de si para o
ambiente, impressionando-nos o olfato, de modo agradável ou desagradável,
segundo a natureza do indivíduo que as irradia, cada criatura se caracteriza
pela vibração, exalação que lhe é peculiar, aqui e em todos os mundos.
Alguns trabalhos, no campo do labor mediúnico e da
fluidoterapia, que, no decorrer médiuns chegam a captar odores, agradáveis ou
não, indicativos, inclusive, da evolução dos Espíritos presentes. Odores esses que
não se confundem com aqueles oriundos da manipulação ectoplásmica e que chegam
a impressionar uma assistência por inteiro, característica essa que nós mesmos
já experimentamos na presença de Dr. Bezerra de Menezes, em momentos de suas
comunicações.
Temperatura
– Como, no desenvolvimento da atividade mediúnica,
certos médiuns registram, por exemplo, uma espécie de gélido torpor, com a
avizinhação de alguma alma sofredora, ou, ao contrário, uma cálida sensação de
bem-estar, quando da aproximação de um Espírito superior, é lícito cogitar-se
da possibilidade de que o Espírito também mostre através de seu perispírito uma
espécie de temperatura própria, relacionada, naturalmente, com o grau de
evolução do Espírito.
FUNÇÕES DO PERISPÍRITO ORGANIZADOR BIOLÓGICO
O perispírito é o molde fluídico, a "idéia
diretriz" , o "esqueleto astral" ou o "modelo organizador
biológico" do corpo carnal.
Sabemos que o Espírito acompanhado de seu perispírito
começa a se ligar ao corpo físico do reencarnante desde o começo da vida
embrionária. Como esboço fluídico que é, o Perispírito vai orientando a divisão
celular, ou seja, a sua união com o princípio vito-material do germe. Como
campo eletromagnético que é, pode, por isso, ser comparado ao campo do ímã,
quando orienta a disposição da limalha de ferro.
INTERMEDIÁRIO ENTRE O CORPO E O ESPÍRITO
O Perispírito é órgão transmissor, funcionando como um
transformador elétrico, no qual a corrente entra com certa voltagem e sai com
voltagem diferente. O corpo recebe a impressão, o Perispírito a transmite e o
Espírito, sensível e inteligente, a recebe, analisa e incorpora. Mas podemos
ter um trajeto inverso. Quando há iniciativa que vem do Espírito, como ordem
para o corpo executar, o Perispírito a transmite para o sistema nervoso, que a
define como um impulso motor. Essa ordem vai, através dos nervos motores, aos
músculos, que se contraem, obedecendo à ordem recebida. Surgem, assim, os
movimentos: locomoção, fala, gestos da mímica, canto, salto etc. Alguns
movimentos são automáticos, como os da respiração, do bombeamento do sangue
pelo coração e, mais profundamente inconscientes, as contrações peristálticas
do intestino. Também, nesse caso, a atuação do Perispírito é inegável.
ATUAÇÃO NAS COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS
As bilocações dos Espíritos são os fatos marcantes que
atestam o desprendimento do Perispírito. Kardec, em Obras Póstumas,
diz: "Fica, pois, demonstrado que uma pessoa viva pode aparecer
simultaneamente em dois pontos diferentes; num, com o corpo real; em outro, com
o Perispírito condensado, momentaneamente, sob a aparência de suas formas
materiais".
Em todo o ato mediúnico, o Espírito aproxima-se do
médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se
do seu corpo espiritual, atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque
vibratório semelhante a um brando choque elétrico reage o perispírito do médium
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