1. INTRODUÇÃO
O que significa a palavra sexo? Ela difere do termo
sexualidade? Pode haver sexo sem amor e amor sem sexo? Como podemos interpretar
a sexualidade e a sensualidade, constantemente exploradas pelos meios de
comunicação social? Como analisar o amor e sexo sob a ótica do Espiritismo?
2. CONCEITO
Amor – Totalidade dos sentimentos e desejos que
estruturam o pensamento para a liberação de energia e forças que guiam a ação
na produção do bem e possibilitam a aquisição de qualidades constituintes de
crescimento do Espírito. (Curti, 1981, p. 81)
Sexo – Conformação particular que distingue o macho da
fêmea, nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na
geração e conferindo-lhes certas características distintivas. (Dicionário
Aurélio)
3. EVOLUÇÃO DO INSTINTO SEXUAL
O Espírito André Luiz, no capítulo XVIII do livro
Evolução em Dois Mundos,
trata da evolução do instinto sexual nos vários reinos da natureza.
3.1. REINO VEGETAL
“Por milênios e
milênios o princípio inteligente se demorou no hermafroditismo das plantas,
como por exemplo, nos fanerógamos, em cujas flores os estames e os pistilos
articulam, respectivamente, elementos masculinos e femininos".
Nas plantas criptogâmicas celulares e vasculares
ensaiara longamente a reprodução sexuada, na formação de gametos (anterozoides
e oosfera)" (Xavier, 1977, p. 138)
Nos protozoários, há ensaios de reprodução monogâmica.
3.2. REINO ANIMAL
"Longo tempo foi gasto na evolução do instinto
sexual em vários tipos de animais inferiores, alternando-se-lhe os estados de
hermafroditismo com os de unissexualidade para que se lhe aperfeiçoasse as
características na direção dos vertebrados." (Idem, p. 138)
3.3. REINO HOMINAL
Nesse reino, o princípio inteligente adquire o pensamento
contínuo, o livre-arbítrio, a razão, o sentimento e a responsabilidade moral.
Temos a reprodução sexuada como continuidade dos outros reinos da natureza.
4. SEXO NOS ESPÍRITOS
Pergunta n.º 200 de O Livro dos Espíritos – Os Espíritos
têm sexo? – Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição
orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de
sentimentos.
Deduz-se daí, e com a contribuição do Espírito André
Luiz, que a sede real do sexo não se acha no veículo físico, mas na estrutura
mais complexa da entidade espiritual.
No âmbito da Doutrina Espírita, a maioria da população
terrestre trás consigo dramas e problemas não resolvidos de outras encarnações,
de modo que todos nós, indistintamente, devemos ter muito cuidado em nossa
análise e comentários sobre o assunto.
Nesse sentido, o homossexualismo, o celibato, a
transexualidade devem ser vistos com moderação e respeito.
5. AMOR
O sexo, muitas vezes, é tomado como sinônimo de amor.
O amor é muito mais amplo, pois representa a totalidade
dos sentimentos e desejos que estruturam as nossas ações para a produção do
bem.
É como aquele sol ardente que fecunda e reúne em um
único foco todas as aspirações humanas e sobre humanas.
O amor não reclama, não exige não se apodera.
Quem verdadeiramente ama está sempre pronto a doar-se, a
renunciar aos seus desejos e até à sua própria personalidade se as
circunstâncias assim o exigirem.
6. CRIAÇÃO
O instinto sexual liga-se à cocriação. Há a cocriação em
plano maior e cocriação em plano menor. Em plano maior, observa-se o trabalho
dos Espíritos superiores a produzirem novos mundos; em plano menor, é a
proliferação da espécie humana.
A cocriação é um direcionamento das forças sexuais da
alma para um determinado fim.
Quanto mais animalizado for o Espírito, mais tenderá
para os gozos sensíveis. Conforme for depurando o instinto sexual, mais tenderá
para a sua integração com a Humanidade.
Nesse "status quo" o amor assume dimensões
mais elevadas tanto para os que se verticalizam na virtude como para os que se
horizontalizam na inteligência.
Objetivo maior é a sublimação do instinto sexual.
7. CONCLUSÃO
Sublimemos o instinto sexual, dilatando o amor ao
infinito. Mantendo-nos firmes neste propósito, verticalizaremos substancialmente
as virtudes de nossa alma.
8. FONTE DE CONSULTA
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo
Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo,
FEESP, 1995.
CURTI, R. Espiritismo e Reforma Íntima. 3. ed., São
Paulo, FEESP, 1981
Sérgio Biagi Gregório
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