quinta-feira, 31 de outubro de 2013

COMO É VISTA A CONDIÇÃO DO POLICIAL PELO ESPIRITISMO?


Nós cremos que o espiritismo não trata especificamente deste ou daquele ofício para apresentar a condição, mas trata das decisões pessoais de cada um, da conduta, do preceder diante do ofício que é chamado a exercer na sociedade...
O policial é parte desta organização que visa empreender a ordem e o direito na sociedade, logo seu oficio é fundamental e indispensável.

Um policial, num confronto acaba matando para não morrer. Então como fica esta situação perante a espiritualidade e Deus?

Nós entendemos que o policial mata para não morrer. Apenas nesta apresentação...
Como se a situação fosse armada para um duelo planejado...não é assim!

O policial atira por direito de justiça e de ordem, para inibir pela possibilidade ao seu alcance da continuidade da ação do mau elemento ante a sociedade que ambos vivem...
O policial, possui aparato técnico e treinamento para o exercício da profissão...

Além de todas as leis constitucionais para tal exercício.
Todo os elementos de uma sociedade são orientados a não terem atitudes subversivas ante os direitos condicionais que pertencem a todos nós.

Em pleno exercício de sua função. Entendemos que o policial não atira para matar como que agindo deliberadamente no exercício de sua função.

O mal elemento é que se projeta a frente dos recursos do policial permitido pela sociedade para coibir o crime e se coloca deliberadamente em risco de vida ante estes recursos.

Livro dos Espíritos (algumas questões)

746. É crime aos olhos de Deus o assassínio?

“Grande crime, pois que aquele que tira a vida ao seu semelhante corta o fio de uma existência de expiação ou de missão. Aí é que está o mal.”

747. É sempre do mesmo grau a culpabilidade em todos os casos de assassínio?

“Já o temos dito: Deus é justo, julga mais pela intenção do que pelo fato.”

748. Em caso de legítima defesa, escusa Deus o assassínio?

“Só a necessidade o pode escusar. Mas, desde que o agredido possa preservar sua vida, sem atentar contra a de seu agressor, deve fazê-lo.”

749. Tem o homem culpa dos assassínios que pratica durante a guerra?

“Não, quando constrangido pela força; mas é culpado das crueldades que cometa, sendo-lhe também levado em conta o sentimento de humanidade com que proceda.”

750. Qual o mais condenável aos olhos de Deus, o parricídio ou o infanticídio?

“Ambos o são igualmente, porque todo crime é um crime.”

751. Como se explica que entre alguns povos, já adiantados sob o ponto de vista intelectual, o infanticídio seja um costume e esteja consagrado pela legislação?

“O desenvolvimento intelectual não implica a necessidade do bem. Um Espírito, superior em inteligência, pode ser mau. Isso se dá com aquele que muito tem vivido sem se melhorar: apenas sabe.”

Tão poucas questões e tão profundas e abrangentes em seu significado!!

Nos dias de hoje nos vemos a volta com esse tema a todo o momento. Seja pelos desmandos que ocorrem ou por fatos que nos chocam a sensibilidade, como do bebê que foi jogado em uma lagoa para morrer. Em tudo está a ação de nosso livre arbítrio e podemos perceber claramente o que é necessário e o que é abusivo.

Essas questões de "O Livro dos Espíritos" nos levam as algumas conclusões: No caso de assassínio, o mal está em que uma vida de expiação ou de missão foi interrompida pela morte imposta, mas o grau de culpabilidade de quem assim agiu está na intenção com que o cometeu; cada tipo tem a sua pena conforme a sua especificidade intencional.

Nos casos de legítima defesa, só a necessidade de assim agir, baseada na impossibilidade total de preservar a vida sem atentar contra a vida do agressor, é que tem a escusa divina. Nas guerras o homem não é culpado quando constrangido à força, mas qualquer crueldade, como qualquer gesto de bondade e humanidade, pesarão no seu julgamento.

Encerraremos o estudo da noite lembrando o Espírito Santo Agostinho, em "O Livro dos Espíritos"; Conclusão, item IX: Jamais os bons Espíritos foram os instigadores do mal; jamais aconselharam ou legitimaram o assassínio e a violência; jamais estimularam os ódios dos partidos, nem a sede das riquezas e das honras, nem a avidez dos bens da Terra. Os que são bons, humanitários e benevolentes para com todos, esses os seus prediletos e prediletos de Jesus, porque seguem a estrada que este lhes indicou para chegarem até ele.

Questão 748 do Livro dos Espíritos, comentada pelo Espírito Miramez

LEGÍTIMA DEFESA

Na situação de autodefesa é algo muito rápido, age aí nosso instinto de conservação.
Jesus também nos falava, mais vale receber uma ofensa do que fazê-la.

Mas não devemos confundir a lei de Deus com as leis dos homens, pois na lei de Deus não existe legítima defesa. Isso é recurso dos homens para atenuarem os seus crimes. Eles mesmos, os criadores das leis, de tanto mal que fazem à coletividade, ficam procurando um preventivo para as suas faltas.

Não há razão nenhuma para que se possa tirar a vida de outrem. Mesmo ameaçado pelos criminosos, existem muitos meios de defesa. Se desejarmos saber se a legítima defesa tem o assentimento de Deus, por que não perguntar o que deve ser feito nesses casos? E a meditação nos responderá: mudança de vida e transformação íntima.

A transformação é a melhor defesa contra todos os males. Se alguém nos agride, certamente é porque agredimos alguém. Se o arrependimento já vibra em nossa mente e em nosso coração, procuremos os meios de defesa antes que o mal aconteça. Entreguemo-nos ao amor, a todos e a tudo, que o resto virá por acréscimo de misericórdia. Deus está em toda parte, como igualmente no agressor, cobrando e ensinando ao agredido que tudo é todos são filhos do mesmo Deus.

Quem é mais agredido, o animal ou o homem? A natureza ou o homem? Se o ser humano, mesmo depois que conhece certas leis, não pára de agredir os animais e a natureza, ele recebe de volta a mesma agressão. Pensemos nisso, que procuraremos a legítima defesa de outra maneira. Comecemos a respeitar a vida em todas as suas faixas, que a nossa será sempre defendida em todos os aspectos. Devemos dilatar a nossa mente no conhecimento da verdade. Verifiquemos a vida dos grandes homens e meditemos em nosso procedimento ante os nossos semelhantes e ante a natureza, que mudaremos de opinião.

O certo não é revidar ao agressor; ele está sendo instrumento da cobrança do que já foi feito; é não se nivelar a ele para não se tornar também um agressor. Quanto à legítima defesa, os verdadeiros caminhos estão com Jesus: quando o ódio vier ao nosso encontro, criemos uma legítima defesa com o amor; se o violento nos agredir, perdoemos, esquecendo a falta; se alguém nos rouba, oremos por ele, sem o Espírito de vingança. Procuremos ser honestos em tudo que fazemos e pensamos, porque a vida, bem o sabemos, nos retribui o que entregamos aos outros.

A legítima defesa somente se alicerça com Deus no coração, em se expressando amor. Não devemos brincar com a justiça divina, nem servir de instrumento consciente dessa força poderosa. Para tanto, existe quem a dirige pelos processos que desconhecemos. Não é dado a nós fazer justiça com as nossas próprias mãos. Devemos fazer tudo para que as nossas mãos não fiquem manchadas com o sangue do nosso irmão. Trilhemos os caminhos do bem, apeguemo-nos ao Evangelho e condicionemos seus preceitos na consciência, que tudo mudará a nossa volta, para que tenhamos mais vida e acendamos luz onde haja trevas.

Todo assassino responde pelo seu ato contra o seu irmão. A escala de culpabilidade é enorme, contudo, matar é sempre falta grave, porque somente quem deu a vida pode tirá-la quando achar conveniente. Lembremos ainda que existam muitos meios de assassinar, inclusive aquele que lentamente vai matando as criaturas..

Se quisermos ficar livres da justiça divina, somente existe um caminho: o amor ensinado por Jesus. Repitamos as palavras de Marcos, do capítulo dez, versículo vinte e seis:

Eles ficaram maravilhados, dizendo entre si: Então, quem pode ser salvo?



Fonte: Policial Espírita

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