Se
tiveres amor, caminharás no mundo como alguém que transformou o próprio coração
em chama divina a dissipar as trevas...
Encontrarás
nos caluniadores almas invigilantes que a peçonha do mal entenebreceu, e relevarás
toda ofensa com que te martirizem as horas...
Surpreenderás
nos maldizentes criaturas desprevenidas que o veneno da crueldade enlouqueceu,
e desculparás toda injúria com que te deprimam as esperanças...
Observarás
no onzenário a vitima da ambição desregrada, acariciando a ignomínia da usura
em que atormenta a si próprio, e no viciado o irmão que caiu voluntariamente na
poça de fel em que arruína a si mesmo...
Reconhecerás
a ignorância em toda manifestação contrária à justiça e descobrirás a miséria
por fruto dessa mesma ignorância em toda parte onde o sofrimento plasma o cárcere
da delinquência, o deserto do desespero, o inferno da revolta ou o pântano da
preguiça...
E
tiveres amor saberás, assim, cultivar o bem, a cada instante, para vencer o mal
a cada hora...
E
perceberás, então, como o Cristo fustigado na cruz, que os teus mais acirrados
perseguidores são apenas crianças de curto entendimento e de sensibilidade
enfermiça, que é preciso compreender e ajudar, perdoar e servir sempre, para
que a glória do amor puro, ainda mesmo nos suplícios da morte, nos erga o
espírito imperecível à bênção da vida eterna.
Emmanuel
Chico
Xavier
Religião
dos Espíritos
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