sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ARTE DE VIVER


Estou na fossa, estou em depressão.


Em poucas palavras podemos definir a depressão como sendo um estado de tristeza profundo e prolongado. Pode haver uma ligação entre melancolia, baixa autoestima, a falta de atividade e a introversão do comportamento depressivo, de um lado, e por outro a exaltação, a mania de grandeza, tagarelice e a agitação do comportamento maníaco, caracterizando a Depressão Bipolar – (psico-maníaco depressiva). Quando o Espírito está enfermo, as forças orgânicas ficam sem resistência, sendo dominadas pelos invasores microbianos que levam ao corpo também as enfermidades. Como se sabe corpo, espírito e perispírito agem interconectados, qualquer alteração em um deles afeta o seu correspondente.

Pode ocorrer com o depressivo, a chamada “somatização”, isto é, os distúrbios emocionais e espirituais terminarão por se projetar no sistema orgânico.
O depressivo pode vir a sofrer de múltiplos males, desde distúrbios digestivos, ulceras no estomago, ou duodeno, disritmia cardíaca, oscilação de pressão, problemas hepáticos, disfunção intestinal, manifestações cancerígenas, estados degenerativos graves, infecções lamentáveis, alergias e comprometimento do metabolismo em geral e profundo desgaste. Quando isso ocorre não será suficiente o tratamento orgânico, cuidando-se somente dos efeitos, sendo necessário, sobretudo, socorrer a alma (espírito), eliminando, assim, a causa.

Devemos muito a ciência no tratamento dos transtornos mentais, sem deixar de contar com o valioso concurso da Doutrina Espírita que trabalha investigando as causas dos distúrbios e trabalhando no afastamento dessas parasitoses espirituais que subjugam e vampirizam suas vítimas. A depressão não é uma doença característica de nossos tempos, mas tão antiga quanto o homem. Num passado muito distante era conhecida por melancolia, síndrome essa que vamos encontrar na narrativa bíblica em que o rei Saul, angustiado, era consolado pelos salmos de Davi, que enquanto cantava dedilhava a harpa ou a cítara para diminuir suas angustias. Esses salmos funcionavam como terapia para aquele rei arbitrário, infeliz que periodicamente era tomado pela melancolia e pela exaltação (Depressão Bipolar).

Encontramos ainda na bíblia um dos exemplos mais clássicos que é a história do personagem Jô, que possuindo esposa, filhos e empregados, e muitos bens materiais como bois, jumentos, ovelhas e camelos, em determinado momento da vida, perde praticamente tudo. Perda, que pode ser uma das causas da depressão, que caracteriza o sentimento de perda. Jô enfrentou, ainda, adversidades, enfermidades e incontáveis aflições, depois de curta resistência, acaba caindo em profunda melancolia, amaldiçoando a vida e desejando a morte, conduta própria da vítima de depressão. Mas sem desafiar Deus, tudo recupera (Jô – 3: 20 a 23).

As estatísticas apontam algo em torno de 10% a 15% da população mundial seriam depressivos, há quem afirme ser mais. Fazendo-se uma projeção das estatísticas que envolvem encarnados e desencarnados, isto porque a alma poderá seguir enferma depois do desencarne, aí então, as cifras serão alarmantes. Mas como nem toda tristeza é depressão, então vamos ver o que nos elucida o Espírito Hammed, através de Francisco do Espírito Santo Neto: “Somos também natureza, possuímos as estações da alegria, do entusiasmo, da moderação e do desânimo, assim como os da primavera, do verão, do outono e do inverno”.

Em muitas circunstâncias podemos  considerar a tristeza, o desânimo, a magoa e o aborrecimento como natural período de transição. São tempos de mudança e crescimento, estações de crescimento do ser em processo de evolução. De todas as experiências que a vida nos oferece deve se feita uma reciclagem com reaproveitamento de tudo que é considerado bom como também os maus. Tudo tem seu devido valor na existência, tudo tem um fim utilitário para crescermos integralmente. Diante disso tudo, temos de entender nossos ciclos depressivos, recolhendo assim as abençoadas sementes da “Arte de Viver”.

Considerando a complexidade da vida moderna, suas lutas e incertezas, muito natural não se conseguir manter um estado psíquico positivo e inalterável. Que vez ou outra apresentemos algumas tristezas, mágoas, aborrecimento que até certo grau e desde que passageiro, não pode ser classificado de depressão propriamente dita. Não podemos confundir o estado depressivo clinico com o estado passageiro de tristeza, mágoa e aborrecimentos que não duram mais do que um dia e basta um fato positivo para que a pessoa se sinta novamente disposta, alegre e motivada para o enfrentamento da luta. Esses sintomas, portanto são reações consideradas normais e até saudáveis, quando de curta duração. No linguajar brasileiro este estado de tristeza comumente se diz que a pessoa está na fossa, ou baixo astral, ou deprê.- Eu estou deprê. É mais atual e com status. E você também está deprê?



Fontes: Doenças ou Transtornos Espirituais? – Divaldo P. Franco e outros autores; Depressão, Causas, Cons.e Tratamento. – Izaias Claro e Renovando Atitudes – Fco.Esp.Santo Neto (Hammed)

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