Dentre os estados da alma que anunciam sinal vermelho, no trânsito da vida, a angústia se destaca na condição de grande perigo.
Crepúsculo da esperança, a presença da angústia inunda de sombras o claro sol da razão, gerando perturbação para o discernimento e desinteresse para o prosseguimento da luta.
Má conselheira, exsuda pessimismo, encharcando quem lhe padece a constrição com surda revolta contra tudo e todos.
Afasta do convívio social a sua vítima e segreda-lhe, em intérmino colóquio de desalento, falsos motivos para a fuga suicida.
Alienando-se, sutilmente, da realidade, o homem em crise de angústia encontra-se a um passo da autodestruição física.
Porque da vida ele somente vê o lado negativo e apenas anota as impressões desagradáveis, tal enfermo necessita de socorro urgente, que ele próprio se deve proporcionar, embora com gigantesco esforço, bem como através da ajuda dos familiares que o devem assistir com paciência e meios especializados.
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Sem descartarmos a terapia médica, sugerimos ao paciente de angústia um esquema de emergência que lhe resulta em salutar recuperação.
A visita àqueles que, em solidão, disputam uma migalha de amizade; às pessoas com o corpo aberto em chagas, necessitadas de quem lhes remova os curativos; aos indivíduos em saudades dilaceradoras, que decorrem da partida de amores que desencarnaram, às criaturas em pânico ante enfermidades irreversíveis; a homens e mulheres extenuados pela luta; às crianças alucinadas pelo abandono, são fatores de estímulo para a vitória pessoal.
Não faltam enfermos do corpo e da alma, em carência, aguardando uma presença miga e reconfortadora.
Pululam as vítimas da chamada "sociedade injusta e cruel" dos nossos dias, em guetos e malocas, favelas, alagados e invasões, todos tombados nas ruas da miséria econômica e moral, que suplicam em silêncio ou agressivamente uma ajuda, mínima que seja.
São oportunidades de comparação entre o que se tem e o que se observa faltar noutros, que, todavia, se estão esforçando para continuar.
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Se a angústia tenta aninhar-se nos teus sentimentos e dominar-te a mente, reage com todas forças e sai a ajudar o teu próximo. O contato com aqueles que mais sofrem do que tu, te despertará para a alegria de viver, ensinando-te a agradecer a Deus esta oportunidade e ganha-la com ânimo e trabalho.
DIVALDO PEREIRA FRANCO
pelo espírito Joanna de Angelis
Livro: Luz da Esperança
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