Quando encarnamos, recebemos uma
carga de fluidos vital (fluido da vida). Quando este fluido acaba, morremos.
Somos como a pilha que com o tempo vai descarregando. Chegamos ao ponto que
os remédios já não fazem mais efeito. Daí não resta outra alternativa senão
trocar de “roupa” e voltar para a escola planetária. A quantidade de fluido vital
não é igual em todos seres orgânicos. Isso dependerá da necessidade reencarnatória
de cada um de nós. Quando chegamos á Terra cada um tem uma estimativa de vida.
Vai depender do que viemos fazer aqui. Se viemos acertar as pendências
biológicas por mau uso do corpo, como no caso do suicídio, nós vamos ficar aqui
pouco tempo. É só para cobrir aquele buraco que nós deixamos. Exemplo: Se nossa
estimativa de vida é 60 anos e nós, por abusos, desencarnamos aos 40 anos,
ficamos devendo 20 anos. Então, na próxima encarnação viverá somente 20 anos.
Mas há outros indivíduos que vem para uma tarefa prisional. E daí vai ficar,
70, 80, 90, 100 anos. Imaginamos que quem vira os 100 anos está resgatando
débitos. Porque vê as diversas gerações que já não são as suas. E o indivíduo
vai se sentindo cada vez mais um estranho no ninho. Os jovens o olham como se
ele fosse um dinossauro. Os da sua idade já não se entendem mais porque já
faltam certos estímulos (visuais, auditivos, etc.). Já não podem visitar reciprocamente,
com raras exceções. Tornam-se pessoas dependentes dos parentes, dos descendentes
para levar aqui e acolá. Até para cuidar-se e tratar-se. Então, só pode ser
resgate para dobrar o orgulho, para ficar nas mãos de pessoas que nem sempre gostam
dela. Alguns velhos apanham, outros são explorados na sua aposentadoria, outros
são colocados em asilos onde nunca recebem visitas. Em compensação, outros vêm,
cuidam da família, educam os filhos em condição de caminhar, fecham os olhos e
voltam para a casa com a missão cumprida com aqueles que se comprometeu em
orientar, impulsionar, a ajudar. Por isso, precisamos conversar com os jovens.
Dizer a eles que é na juventude que a gente estabelece o que quer na velhice,
se chegar lá. E que vamos colher na velhice do corpo o que tivermos plantado na
juventude. Se ele quiser ter um ídolo, que escolha alguém que esteja envolvido
com a paz, com a saúde, a ética, ao invés de achar ídolos da droga, do crime,
das sombras. E aqueles que não tem jovens para orientar e que estão curtindo a
própria maturidade, avaliar o que fizeram da vida até agora. Se a morte
chegasse hoje, o que teriam para levar? Se chegarem à conclusão que não tem
nada para levar lembrem que: HÁ TEMPO. Enquanto Deus nos permitir ficar na
Terra, HÁ TEMPO, para fazermos algum serviço no Bem seja ao próximo ou a nós
mesmos, já que somos Espíritos, ou seja, levaremos na memória espiritual o que
fizermos: ser voluntário em uma instituição de caridade, estudar, aprender uma
língua, uma arte, praticar um esporte. Enquanto respirarmos no corpo
perguntemos: “O QUE DEUS QUER QUE EU FAÇA?” Usemos bem o fluido que nos foi
disponibilizado. A vida bem vivida pela causa do Bem pode nos dar “moratória”,
ou seja, uma sobrevida, uma dilatação do tempo de permanência do Espírito no
corpo de carne. Então, há idosos em caráter expiatório e em caráter de
moratória.
J.
Raul Teixeira
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