terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Alertas Necessários


Ninguém é mais espírita do que outrem pelo simples e natural fato de ser médium ostensivo; nem se é menos, por não ser medianeiro.
Afora a mediunidade de efeitos físicos (por exemplo, materialização e aparição de Espíritos), os fenômenos mediúnicos mais recorrentes são de ordem subjetiva, tais como psicofonia, psicografia, vidência e audiência.
Gosto (e recomendo) o estudo feito pela experiente Profª. Maria Aparecida Martins que diz ser a mediunidade a capacidade de captar, de sentir frequências vibratórias oriundas de seres de dimensões extrafisicos. Captar é perceber uma sensação, é sentir algo. Já a percepção, a decodificação da sensação, é da esfera da personalidade do médium. Mediunidade é captação sensorial; a percepção crítica está a cargo da personalidade da pessoa (seja médium ostensivo ou não).
Com base em suas pesquisas e observações, Allan Kardec asseverou que “todo aquele que sente em grau qualquer a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium“. Disse mais: “Pode-se dizer que todos são mais ou menos médiuns.” A partir dessas duas premissas bastante inclusivas, transcrevo alguns trechos do livro “Seara dos Médiuns” (1961) do Espírito Emmanuel, através da psicografia do medianeiro Francisco Cândido Xavier:

- “Se tens a consciência desperta, perante as necessidades da própria alma, entenderás facilmente que a mediunidade é recurso de trabalho como qualquer outro.”

- “Há inúmeros (médiuns) que se propõem instruir e escrever, falar e materializar, aliviar e consolar, em nome dos Mensageiros da Luz; entretanto, não passam da região do ‘muito desejo’.”

- “Com muita propriedade, afirmou Allan Kardec que os Espíritos elevados se ligam de preferência aos que procuram instruir-se.”

- “Mediunidade, assim, tanto quanto a visão física representa do ponto de vista moral, força neutra em si própria.”

- E, através da oração, a Bênção Divina te fará perceber onde guardas também contigo a brecha triste do lado fraco.”

- “Em qualquer consideração sobre a mediunidade, não te esquives à inspiração, campo aberto a todos nós e no qual todos podemos construir para o bem, assimilando o pensamento da Esfera Superior.”

- “Educa-te e assimilarás a influência das forças espirituais que iluminam.”

- “Pede a todos eles para que te amparem o próprio aperfeiçoamento, porque, aprimorando a ti mesmo, perceberás que a existência na Terra é estágio na escola da evolução, em que o trabalho constante nos ensina a servir para merecer e a raciocinar para discernir.”

——————————–
As colocações de Emmanuel nos dá margem para muitas reflexões, em especial quando nos relacionamos com a nossa própria mediunidade e mais ainda com a sensibilidade dos outros médiuns, por conta da subjetividade da percepção crítica do sensitivo.

Toda esta complexidade nos exige cautela, prudência e cuidado a fim de evitar recebermos mensagens que tem mais do mundo do médium do que do Espírito comunicante. Já escrevi antes que o médium é semelhante a um filtro, cujas velas podem modificar a pureza da “água” que venha dos Espíritos. A grande dificuldade é distinguir quais partes vêm dos Espíritos e quais vêm dos médiuns.
Daí é preciso uso da razão, do discernimento, equilíbrio emocional e bastante estudo da Doutrina Espírita para começar a aprender a separar o “joio” do “trigo”. Importante também lembrar que Jesus nos alertou que o Reino dos Céus está dentro de nós, ponto em que convergiu Sócrates quando disse que a Verdade está dentro de nós. É um convite para buscarmos Luz, informação, inspiração, dentro de nós mesmos e estarmos atentos para evitar cair na armadilha da dependência do que vem de fora.
A sabedoria popular ensina e a experiência corrobora que não basta unicamente boa intenção, não haver cobrança pecuniária, para garantir a fidelidade do conteúdo de uma faculdade mediúnica. Afinal, “De bem-intencionados, …“.

Fonte: Grupo Espírita Paz e Bem


Nenhum comentário:

Postar um comentário