Dos temas relacionados a grupos consanguíneos,
temos a considerar um dos mais importantes para nós, qual seja aquele dos companheiros espíritas ligados a familiares que ainda não
conseguem aceitar os ensinamentos do Espiritismo. Frequentemente, os amigos
incursos nessa prova recorrem ao Mundo Espiritual pedindo orientação. Suspiram
por ambiente que lhes seja próprio aos ideais, querem afetos que lhes incentivem
as realizações, e, porque o mundo Espiritual lhes respeite o livre-arbítrio,
contornando-lhes os problemas, sem ferir-lhes a iniciativa, muitos deles entram
em dúvida, balançando o coração, entre o anseio de fuga e o acatamento ao
dever. O espírita, porém, comprometido com os parentes não espíritas, permanece
acordado as realidades da reencarnação; sabe que ninguém assume obrigações à
revelia do foro íntimo e que ninguém renasce sem motivo, nessa ou naquela equipe
familiar. Seja atendendo a exigências de afinidade, escolha, expiação ou tarefa
específica, o Espírito reencarna ou trabalha junto daqueles com quem lhe
compete evoluir, aprimorar-se, quitar-se, desincumbir-se de certos encargos ou
atender a programas de ordem superior e, por isso, não dispõe do direito de
deserção da oficina doméstica, tão só porque aí não encontre criaturas capazes
de lhe partilharem os sonhos de elevação. Aliás, exatamente aí, na forja de
inquietantes conflitos sentimentais, é que se edificará para a ascensão a que
aspira. Cônjuge difícil, pais incompreensivos, irmãos-enigmas ou
filhos-problemas constituem na Terra o corpo docente de que necessitamos na
escola familiar. Com eles e por eles, é que avaliamos as nossas próprias
claudicações, de modo a corrigi-las. Indiscutivelmente, em explanando assim,
não induzimos companheiro algum a compartilhar criminalidade em nome de
obrigação. Desejamos unicamente ponderar que não é razoável abandonar ou
interromper ajustes edificantes sem que a nossa consciência esteja em paz com o
dever cumprido. Sempre que nos reconheçamos desambientados na família do mundo,
à face dos princípios espíritas que os entes queridos não se mostrem, de
imediato, dispostos a abraçar, estamos na posição do devedor entre credores
vários, com a valiosa possibilidade de ressarcir nossos débitos, ou na condição
do aluno em curso intensivo de burilamento individual, com a bendita oportunidade
de adquirir atestados de competência, em diversas lições.
PELOS ESPÍRITOS EMMANUEL E ANDRÉ LUIZ
Psicografia - Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
Fonte - "Estude e Viva"
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