01 – Qual a postura ideal, diante das solicitações do sexo?
Numa sociedade cristianizada imperará a monogamia, regida pelo amor legítimo, que transcende a mera atração física, sustentado por compreensão, fidelidade e respeito mútuos. O sexo será apenas parte do amor, exercitado com moderação.
02 – Isso prescreve o uso da camisinha?
Há aquele ideal para o futuro e a realidade presente. Imperioso lidar com esta, marcada pela indisciplina e a promiscuidade, arraigadas no espírito humano, nos domínios do sexo. Por isso a camisinha é uma necessidade, evitando as doenças sexualmente transmissíveis, particularmente essa tragédia, verdadeira hecatombe, que é a AIDS.
03 – Justificam-se, então, as campanhas de esclarecimento sobre o uso da camisinha e sua distribuição à população?
Á medida se impõe, ante o avanço da contaminação pelo vírus HIV. É algo assustador, envolvendo principalmente a classe pobre, que não tem nenhuma noção a respeito do assunto.
04 – Não seria mais importante o desenvolvimento de programas de esclarecimento da população?
Sem dúvida. Percebe-se que os índices de contaminação são muito altos nos países subdesenvolvidos, de baixa escolaridade. Há muito a fazer nesse sentido. Creio que as religiões podem dar importante contribuição, esclarecendo seus profitentes quanto aos prejuízos espirituais resultantes do sexo promíscuo.
05 – Nas lides religiosas, mesmo no movimento espírita, o assunto nunca é abordado, situando-se como profano, num ambiente onde devem ser cultivados os valores espirituais.
Mero preconceito, a inspirar constrangimentos inaceitáveis. Vão longe os tempos em que sexo era tabu. Imperioso destacar que valores espirituais são as luzes do Evangelho, que devemos usar para iluminar temas como esse, a fim de que nos orientemos de forma adequada, evitando o comprometimento com o erro.
06 – Será lícito, numa relação monogâmica, cônjuges vinculados à prática religiosa, o uso da camisinha?
Ainda aqui temos o ideal e o possível. O ideal seria o relacionamento sexual ser exercitado nos limites do método natural, quando se pretenda evitar a concepção. Não obstante parece-me aceitável a utilização de outros recursos contraceptivos, quando o casal tenha dificuldades na observância dos ciclos de fertilidade feminina. A camisinha é um deles.
07 – A preocupação em evitar a concepção não compromete a comunhão sexual, rebaixando-a a mera busca de prazer?
Nos animais, conduzidos pelo instinto, o desejo sexual está subordinado aos períodos de fertilidade, em favor da perpetuação da espécie. No homem o sexo não envolve apenas a procriação. É, também, um exercício de afetividade. A comunhão sexual é um maravilhoso momento de intimidade, uma revigorante permuta de energias.
08 – Essa postura não contraria o pensamento religioso ortodoxo, segundo o qual sexo, sem possibilidade de concepção é uma “masturbação a dois”?
Trata-se de uma postura medieval, inspirada na ideia de que sexo é algo sujo e pecaminoso, somente admissível para a constituição da prole. O homem pode conspurcá-lo com suas paixões e vícios, mas em essência, o sexo é criação divina. Exercitado com disciplina, complemento do amor, enriquece o relacionamento afetivo.
Portal das Mocidades Espíritas
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