segunda-feira, 8 de julho de 2013

A Educação Infantil e o Espiritismo



     A criança é um Espírito antigo, com uma história multimilenar; não é um adulto em miniatura, ou uma tábula rasa; ela trás, em germe, todas as potencialidades necessárias ao seu desempenho na atual vivência encarnatória, mas, também carrega consigo um longo histórico de erros e acertos, de construções ou desvarios, que correspondem ao seu desempenho no passado, construído em múltiplas encarnações anteriores à atual.
     Assim como um ator, que assume novos personagens, novas histórias, em novos palcos, sem deixar de ser o mesmo ator, a criança, retornando à nova etapa encarnatória, vivencia um novo personagem, numa outra época, muitas vezes em outro ambiente, encenando uma nova vida; porém, o Espírito é o mesmo, tentando em uma nova oportunidade, a busca da perfeição.
     Como o ator que inicia o aprendizado de um novo texto, de forma insegura e tímida e, vai ganhando segurança à medida que o exercita e aprende, a criança também, reencarna tímida e insegura, trazendo apenas as memórias necessárias ao seu recomeço, baseadas no instinto de sobrevivência, o que lhe permite inicialmente, apenas a manutenção da vida, através de funções básicas de incorporação e excreção alimentar, respiração e de circulação do sangue.
     Os Espíritos nos ensinam que a união da alma ao corpo se inicia no momento da concepção, mas apenas se completa no nascimento.
     Ao nascer o cérebro da criança, embora poderoso, está adormecido, mas, começa a acordar rapidamente, à medida que o bebê desperta para a nova existência.
     Nos primeiros dois anos, as funções cerebrais, associadas ao despertar do Espírito no novo corpo, adquirem crescimento muito rápido, para que até os sete anos, quando a nova encarnação estiver totalmente completa, o aprendizado adquirido tenha se realizado de forma rápida e intensa.
     O objetivo do Espírito ao reencarnar é, portanto, se aperfeiçoar e, a fase infantil é a mais propícia à ação educativa.
     "Desde o berço, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior; é a estudá-los que é preciso se aplicar; todos os males têm seu princípio no egoísmo e no orgulho; espreitai, pois, os menores sinais que revelem os germes desses vícios, e empenhai-vos em combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas;" (O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XIV, item 9).
     E a palavra abalizada de Kardec sentencia: "É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade".
     Do ponto de vista Espírita, a Educação não começa no berço, nem termina no túmulo, mas antecede o nascimento e sucede à morte do corpo físico. Assim como as escoras asseguram o crescimento correto de plantas novas, evitando que seus caules se desviem do rumo certo, torna-se necessário que cuidemos da criança e do jovem, plantas em processo de crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o bem maior.
     A educação infantil deve se iniciar na família, nos lares onde houver amor, moralidade e espírito cristão; a criança amada sente-se protegida e motivada para a prática do bem; lembrando que amar é dar limites, mostrar pelo exemplo natural, atitudes de equilíbrio e de elevação espiritual, pautadas pela vivência integral do Evangelho de Jesus.
     A escola promoverá a aquisição da cultura e da cidadania; mas, a educação integral somente se fará pela aquisição de valores morais, que visem o aperfeiçoamento do Espírito.
     Uma instituição Espírita representa uma equipe de Jesus em ação e, como tal, deverá concretizar seus sublimes programas de iluminação das almas, dedicando-se com todo empenho à evangelização da infância e da mocidade.
     O Espiritismo pode iluminar a Educação com uma filosofia que transpõe os imediatismos, que descortina os mais amplos horizontes, que atende aos mais nobres interesses, e que se reveste de um ideal capaz de impulsionar o verdadeiro progresso.
     Os objetivos da educação espírita são elevados e se referem à promoção do ser humano de forma integral, promovendo a integração do evangelizando consigo mesmo, com o próximo e com Deus.

Regina Medeiros

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