sábado, 27 de julho de 2013

O PAPEL DOS AVÓS


     “ Na atuação como avô ou avó será imprescindível que não tome sobre seus ombros o dever de criar, de educar os seus netos quando tudo esteja na faixa da normalidade, apenas justificando-se tal conduta nos casos de orfandade ou de desajustes morais de tal monta que o bom senso e o amor ao próximo assim o determine.
     Não se esqueça que, como avô ou como avó, você tem seus próprios deveres diante da sua existência, o que não deverá menosprezar, tendo em consideração que marcha para o fecho da sua vida terrena, tendo muito que realizar não apenas por seus netos, mas por todos os que necessitam de você.
     Aprenda, no exercício do respeito a seus filhos, a não conduzir seus netos pela rota das suas concepções, sem que os pais concordem com elas. Por mais que admita que a sua posição é correta, a sua vez de ser pai ou mãe e de imprimir a sua 
orientação já passou.
     Se deseja colocar-se ante seus em questões graves ou definitivas, dialogue com seus filhos, primeiramente, fazendo-os aceitar seus pontos de vista. Nunca se olvide que na posição de avô ou de avó, você será forçosamente, sogro ou sogra, e é muito desagradável, desrespeitosa mesmo, a sua intromissão não solicitada.
     Assim, se ao colocar-se em relação a esse ou àquele ponto, você perceber que não esta sendo aceito ou que esta provocando disfunções entre seus filhos e seus cônjuges, silencie, com naturalidade, coibindo em si mesmo a mania de ter que opinar sobre tudo ou tudo determinar.
     Seus genros ou suas noras não serão obrigados a acatar as suas posições. Terão o direito de discordar, cabendo a você o esforço por desenvolver sobriedade e autocrítica, que lhe permitirão manter um clima de paz com seus afins.
     Procure não abarrotar os seus netos com presentes caros. Pergunte, antes, aos pais o de que necessitam ou o que os pequenos gostariam de ganhar, se já o anunciaram.
     Busque não abafar psicologicamente os seus netos com o conjunto de hábitos que caracterizaram sua época. Evite conflitá-los, quando eles estão recebendo a palavra dos próprios pais.
     Quando haja ensejo, fale do bem e do amor, dos bons costumes e da nobre vivência; entretanto, nada exija, entendendo que a responsabilidade direta com eles não lhe pertence. [...].
     Não justifique que os pais de hoje não sabem educar, uma vez que o Criador, tendo visão plena de tudo, consentiu-lhe a paternidade e a maternidade, no roteiro terrestre. Tudo tem uma razão, creia-o.
     Jamais se disponha com seus filhos e afins por causa dos netinhos, uma vez que estes estão juntos daqueles obedecendo às irreprocháveis Leis da Vida e do Destino que Deus lhes deu para burilarem-se e crescerem.
     Ajude, apenas, quando solicitado a fazê-lo.
     Confie no Senhor que é o Grande Pai dos seus filhos, dos seus netos e de você mesmo.” 

(Thereza de Brito, Vereda familiar, 2. ed., p. 117-119).
Fonte: Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza

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