SOFRIMENTO
Sofre o enfermo a privação na enfermaria comunitária.
Sofre o empresário bem-sucedido no apartamento hospitalar.
Sofre o necessitado, na favela, a escassez.
Sofre o rico, no palacete, a solidão.
Sofre a criatura anônima as dores morais.
Sofre o artista famoso os conflitos afetivos.
Sofre o destituído de autoridade, sem significado
político.
Sofre o administrador dos negócios públicos os
dramas e tramas do poder.
Sofre a mãe paupérrima, assim como a mãe
milionária, a perde do ente querido.
São sofrimentos decorrentes das contingências da
estadia terrena, produto da atual necessidade evolutiva da condição humana.
Mas a análise da dor pode ser vista sob outros
ângulos: Sofrer por não querer assimilar novas experiências e ideias,
fixando-se em preconceitos. Sofrer por não aceitar a própria estrutura da
natureza humana. Sofrer por ser inflexível e rígido nos conceitos íntimos,
permanecendo estagnado. Sofrer por não digerir a mensagem eloquente da voz
interior. Sofrer por refutar o amor incondicional, preferindo o apego doentio.
Sofrer por assimilar o conflito como parte de si, e não como circunstância
passageira.
Eu não sou sofredor. Eu estou sofrendo. Ser e estar
são angulações diferenciadas que influenciam sobremaneira o psiquismo na
estrutura da alma em evolução. Sofrer é, portanto, um sintoma que indica que a
causa sou eu mesmo, por isso devo renovar-me. A razão primeira é a
inflexibilidade, ou seja, a "dureza dos seus corações".
Sofrer, em última análise, é desarranjo íntimo,
conseqüência de nossa inadequação, inconformação, inexperiência; enfim, falta
de entendimento diante da vida. Renovar é a meta. Você é o arquiteto de seu
destino.
Livro: Um Modo de Entender
Pelo Espírito de Hammed
Autor: Francisco do Espírito Santo Neto.
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