Quando
não prestamos atenção na maneira em que nos conduzimos na vida, acabamos fazendo
aquilo que condenamos nos outros.
Guardando
sempre as melhores intenções, tomamos partido em defender posturas éticas e
corretas, sempre indo ao encontro dos acontecimentos que experimentamos em
nossa vida.
Quem
é vítima da violência, claramente se coloca contra ela, mas esquecemos de algo
importante, de que a violência é sempre a violência e assim, não nos juntamos,
ao contrário, nos dividimos muito mais.
Existem
uns que se mobilizam contra a violência à criança, mas não se interessam em
combater a violência ao idoso.
Outros
são determinados a trabalhar contra a violência aos animais, mas não participam
das campanhas para aniquilar a violência contra a mulher.
Faixas
e manifestações se erguem para inibir a violência contra o homossexual, os
negros e por ai vai.
Por
que essas divisões? Certamente que elas mais enfraquecem nosso movimento do que
promovem conscientização. O ideal seria nenhum de nós levantarmos bandeiras
particulares e todos juntos trabalharmos combatendo a violência – qualquer que
seja ela.
Unidos,
todos contra todo tipo de violência, seríamos mais fortes e eficazes no
processo de extirpar essa chaga moral.
Na
conclusão de O Livro dos Espíritos, Santo Agostinho expressou: “Jamais os bons
Espíritos foram os instigadores do mal; jamais aconselharam ou legitimaram o
assassínio e a violência; jamais estimularam os ódios dos partidos, nem a sede
das riquezas e das honras, nem a avidez dos bens da Terra”.
“Os
que são bons, humanitários e benevolentes para com todos, esses os Seus
prediletos (de Deus) e prediletos de Jesus, porque seguem a estrada que este
lhes indicou para chegarem até Ele” vejam bem – ‘para com todos’ e isso é
consciência real da necessidade de eliminar por completo a violência no mundo,
pela elevação moral.
Claro
que devemos participar das campanhas para evitar todas as formas de violência,
pois isso é a organização do bem, mas devemos lembrar que o primeiro passo para
eliminar o mal e a violência no mundo, é combate-la primeiro dentro de nós. Não
podemos ser contra algo que cultivamos, mesmo que com outra roupagem.
Promover
e praticar o bem são uma necessidade para os equivocados e um dever aos
lúcidos. Abraçar uma causa específica contra uma determinada forma de
violência, certamente que já é um começo, contudo, nos posicionarmos contra
toda a violência a ponto de eliminá-la por completo em nós é o grande objetivo,
ou ela – a violência poderá prosseguir existindo dentro de nós em outra denominação.
Na
mesma obra já citada, temos na questão 642: “Para agradar a Deus e assegurar a
sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal? “E como resposta
temos: “Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto
responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem”,
assim, não temos como praticar mais ou menos o bem, combater o mal pela
edificação do bem é tarefa intransferível de toda consciência desperta e que já
possa entender no mínimo de que, quem não ajuda e não atrapalha, já atrapalha o
suficiente.
Por:
Roosevelt A Tiago
FONTE:
http://rooseveltat.blogspot.com.br
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