Pai
nosso, que estás nas flores, no canto dos pássaros, no coração a pulsar; que
estás na compaixão, na caridade, na paciência e no gesto de perdão.
Pai
nosso, que estás em mim, que estás naquele que eu amo, naquele que me fere,
naquele que busca a verdade. Pai nosso, que estás naquele que caminha comigo e
naquele que já partiu, deixando-me a alma ferida pela saudade.
Santificado
seja o Teu nome por tudo o que é belo, bom, justo e gracioso, por toda a
harmonia da Criação. Sejas santificado por minha vida, pelas oportunidades
tantas, por aquilo que sou, tenho e sinto e por me conduzir à perfeição.
Venha
a nós o Teu reino de paz e justiça, fé e caridade, luz e amor. Reino que sou
convocado a construir através da mansidão de espírito, reflexo da grandeza
interior.
Seja
feita a Tua vontade, ainda que minhas rogativas prezem mais o meu orgulho do
que as minhas reais necessidades.
Ainda
que muitas vezes eu não compreenda mais do que o silêncio em resposta às minhas
preces, não te ouvindo assim dizer: Filho aguarda, tua é toda a eternidade.
O
pão nosso de cada dia me dá hoje e que eu possa dividi-lo com meu irmão. As
condições materiais que ora tenho de nada servem se não me lembro de quem vive
na aflição.
Pão
do corpo, pão da alma, pão que é vida, verdade e luz. Pão que vem trazer alento
e alegria: é o Evangelho de Jesus.
Perdoa
as minhas ofensas, os meus erros, as minhas faltas. Perdoa quando se torna frio
meu coração; quando permito que o mal se exteriorize na forma de agressão.
Que,
mais do que falar, eu saiba ouvir. Que, ao invés de julgar, eu busque acolher.
Que, não cultivando a violência, eu semeie a paz. Que, dizendo não às
exigências em demasia, possa a todos agradecer.
Perdoa-me,
assim como eu perdoar àqueles que me ofenderem, mesmo quando meu coração esteja
ferido pelas amarguras e dissabores da ingratidão.
Possa
eu, Senhor da Vida, lembrar de que nenhuma mágoa é eterna e de que o único
caminho que me torna sublime é a humilde estrada da reconciliação.
Não
me deixes cair nas tentações dos erros, vícios e egoísmo, que me tornam escravo
de minha malevolência.
Antes,
que Tua luz esteja sobre mim, iluminando-me, para que eu te encontre dentro de
minh’alma, como parte que és de minha essência.
E
livra-me de todo o mal, de toda violência, de todo infortúnio, de toda
enfermidade. Livra-me de toda dor, de toda mágoa e de toda desilusão.
Mas
ainda assim, quando tais dificuldades se fizerem necessárias, que eu tenha
força e coragem de dizer: Obrigado, Pai, por mais esta lição.
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