MARIA TERESA FRANCHINI
Nascimento: 16 de dezembro de 1951
Desencarnação: 01 de fevereiro de 1974
Idade: 22 anos
ESCLARECIMENTOS:
Pais: Domingos Franchini e Philomena C. Franchini,
residentes em São Paulo – SP.
Irmãos: Luiz Antonio, Celso, Ana Paula e João, irmão
por adoção.
Avós: Philomena Alagia Cantisani, desencarnada há 36
anos.
José Cantisano, desencarnado há 72 anos.
COMENTÁRIOS:
Viajando para Campinas, o casal Franchini, despreocupado seguia para um
compromisso habitual.
Quando em viagem, muito raro ouviam rádio.
Dona Philomena, premiada por forte desejo, liga-o e a emissora sintonizada
nesse instante noticia que um prédio em São Paulo estava em chamas.
Imediatamente ligou-se ao edifício em que sua filha trabalhava. Seu esposo,
percebendo a sua preocupação, tentou desviar-lhe a atenção para uma bela
paisagem.
Mais adiante, na altura da cidade de Jundiaí, a emissora tornava a informar com
mais precisão, divulgando o nome do prédio em chamas. Tratava-se do Joelma.
Sobressaltados com a informação; retornaram imediatamente.
Nesse retorno, em retrospectiva de horas antes, o Sr. Domingos lembrava: Com problemas
no seu automóvel, pediu à Maria Tereza, sua filha que de passagem alertasse a
oficina mecânica da urgência no conserto, pois precisavam viajar.
Nessa rememoração nos relatou que, raramente, voltava o seu olhar para
acompanhar seus filhos. Nesse dia, lembra muito bem, voltou e ficou olhando
Maria Tereza afastar-se, até dobrar a esquina da via pública, com um sentimento
muito forte de amor para a sua filha.
Estranhou muito essa sua atitude.
Em casa, Sr. Domingos e seu filho; começaram as buscas sem nada de positivo
sobre Maria Teresa, pois as informações sobre o incêndio eram as mais
desalentadoras.
Das relações dos hospitais fornecidos, todos foram percorridos, deixando-lhe
como derradeiro final o necrotério.
Lá chegando, aproximou-se dos primeiros corpos divisando o de sua filha de longe.
Desmaiou com o choque e lembra apenas esta sendo socorrido por pessoas.
Em comentário, narra o Sr. Domingos as informações obtidas:
“Naquele dia, por qualquer razão, o” Office boy “encarregado da correspondência
não pode distribuí-la. Maria Tereza, como secretária na Crefisul, empresa de
financiamentos, primava para chegar sempre antes do horário, principalmente
nesse dia 1º de fevereiro de 1974, quando haveria, às 9 horas, uma reunião de
diretoria”.
Sua sala de trabalho ficava próxima à porta de saída do referido edifício.
A pedido do seu encarregado, foi levar uma carta de importância para a referida
reunião que se realizaria em andar superior.
Ao retornar, no elevador, foi alertada por uma companheira de que nos andares
abaixo, havia princípio de fogo e muita fumaça.
Mostrou-se muito preocupada e logo se interessou pelos demais funcionários,
principalmente aqueles que estavam trabalhando com as portas fechadas e não
percebiam o que estava acontecendo.
Embora alertada para que não saísse do elevador, desvencilhou-se e saiu a
avisar esses companheiros. Muitas pessoas testemunharam suas ações, quando
tentava ajudar a acalmar os aflitos e desequilibrados.
As razões da existência humana; nos faz pensar em porque a desencarnação é tão
diferente de uma pessoa para outra.
Depois desse acontecido, os dias se tornaram mais longos e encharcar o
travesseiro com lágrimas de fogo, tornou-se rotina para nós.
Procurados por Dona Maria Odila Nunes Cardeal (Didi), ela presentou-nos o
casal Juracy Balbino e Tânia Castro Balbino, que nos auxiliaram muito,
incentivando-nos à procura de Chico Xavier em Uberaba.
O desejo de estar frente a ele e a esperança de receber a mensagem, era a chama
que nos alimentava. Em 24.5.1974, quase quatro meses após a desencarnação,
recebemos a referida mensagem.
De encontro com as nossas constantes indagações, a mesma informou e esclareceu
pensamentos íntimos descobrindo o véu da incerteza.
Esta confirmação está configurada nas palavras de nossa filha e, o que nos
chamou a atenção, foi o fato de serem mencionados parentes há muito tempo
desencarnados e que naquele momento a estavam auxiliando muito.
Quem seria Ernesto, do qual não tínhamos conhecimento?
Chico verbalmente nos esclarecia as dúvidas e dizia: - Ernesto é da família
Simioni. Vocês conhecem alguém com esse sobrenome?
Ficamos espantados com a informação: - Simioni é o sobrenome de nosso filho
João Simioni, que trouxemos para junto de nós ainda muito pequeno. Por isso,
nosso espanto, nome desconhecido para o Chico.
Eis a razão por que carinhosamente Maria Teresa o chamava de “tio” e que a
ajudava.
Em pesquisa, depois de algum tempo, viemos a descobrir que “Tio Ernesto” era
realmente familiar de João, desencarnado em Belo Horizonte.
MENSAGEM DE MARIA TERESA
Minha querida Mamãe, meu Pai, bênção peço ainda e sempre.
Estou ainda muito abatida, muito doente mesmo. Embora o que aconteceu não fosse
enfermidade, mas refiro-me aos resultados.
Tudo foi assim igual a um pesadelo.
Não creio que um de nós possa contar o que sucedeu. Cada um teria um modo
diverso de se expressar.
Mas tantas coisas aconteceram de uma vez, que estou sem a possibilidade de
separar os fatos e as lembranças.
Provavelmente, saberei mais tarde.
Quero apenas pedir aos meus pais queridos consolo e resignação.
Não sei. Vim para onde estou, sem experiência da vida. Mas penso que devíamos
ter mais preparo a fim de suportar aquelas horas de provação.
Estamos na estaca zero, Mãezinha. Vocês choram e eu também. Vocês se prendem à
filha que precisa libertar-se, e, de minha parte, prendo-me à família querida
que não devo e nem posso prender a mim.
Ajudem-me, peço! Peço lembrando a nossa fé em Deus. As lágrimas de casa me
fazem viver uma tempestade. Tudo por dentro de mim, nos meus pensamentos e
sentimentos.
Fui recolhida por um grande amigo que disse ser meu avô Cantizani e um anjo,
que é minha avó Philomena, me ampara como sendo a continuidade de minha querida
Mãe. Entretanto, por mais me esforce, acabo esbarrando em casa.
Isso quase sempre.
Penso muitas saídas e só encontro um lugar para me recolher, nosso lar feliz
que se transformou num lugar de imensa tristeza.
Venho pedir-lhes amparo. Preciso sair de mim mesma e compreender o que se
passou. E preciso ajudar para ser ajudada.
Papai e Mãezinha, a hora é dos que ficaram. Penso em nosso Luiz Antonio, em
nosso Celso, no João, em todos.
Sinto Ana Paula em meus braços, quero falar, consolá-los, dizer que o fogo não
destruiu nenhum de nós, mas, e, as lágrimas que choramos?
Tenho ouvido muitos amigos e visto muitos outros, todos buscando refazimento...
Entretanto, creio que a maioria estará qual eu mesma, guardando fé em Deus e
confiança na vida, mas atormentados pela dor e pela aflição dos entes queridos.
Mãezinha; ore como no outro tempo, com aquela certeza ardente de que Deus
existe e de que nada acontece por acaso.
Não me pergunte mais porque sucedeu o que vimos. Eu não saberia dizer, mas
posso afirmar que ninguém teve culpa. Quem teria coragem e mesmo poder para
articular aqueles quadros?
Estamos debaixo de leis que não conhecemos e só a compaixão uns pelos outros
conseguirá melhorar-nos. Digo assim, porque ouço todos os dias daqueles que nos
procuram nas celas de recuperação em que nos achamos, auxiliando-nos as forças.
Auxílio aos que ficaram, para que haja auxílio aos que vieram.
Por isso, queridos, meus queridos pais, rogo para que me venham a enxugar o
pranto que nos corre do coração. Lembro-me de todos, mas estou ainda insegura.
Tenho receio de falar o que não devo e exceder-me em palavras que não conduzam
reconforto e esperança. É muita coisa para pensar e estou assim dominada pela
angústia dos meus.
Não me procurem nas lembranças materiais. Nem fiquem recordando a forma que
teria ficado.
Preciso da imagem do que fui e do que sou para ser eu mesma, em vocês, porque
as figurações que fazem me alcançam e me obrigam a pensar em deformação.
Perdoem—me se peço isso. Se não fosse verdade o que vejo e sinto em mim pelo
que vocês sentem e procuram ver a meu respeito, eu não diria.
Compreendo que tudo agora pesa muito no que eu possa falar e devo falar somente
no melhor que deve ser dito e ouvido.
Mãezinha querida, meu querido papai, meus amigos abençoados, auxiliem-me com as
orações e com as boas lembranças. Estamos num dia novo e, mais tarde, estaremos
mais unidos na compreensão verdadeira de tudo.
Meu pai e minha mãe; abençoem-me. Procurem viver com alegria e paz.
Lembremo-nos da bondade infinita de Deus sobre nós e saibamos ser agradecidos.
Meu tio Ernesto ajuda-me escrever e outros amigos me amparam.
Preciso esquecer o que sucedeu para criarmos um futuro sempre mais belo. Com
Deus seremos sempre felizes.
Querida Mãezinha, meu querido papai; recebam um beijo com as muitas saudades e
com muito carinho da filha agradecida.
Maria Teresa.
(Da Obra “Viveremos Sempre” – Autores:
Espíritos Diversos – Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Produção: Rubens
Silvio Germinhasi - Digitado
Por: Lúcia Aydir)
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