sexta-feira, 18 de abril de 2014

Carta Psicografada


MARIA TERESA FRANCHINI
Nascimento: 16 de dezembro de 1951
Desencarnação: 01 de fevereiro de 1974
Idade: 22 anos
ESCLARECIMENTOS:
Pais: Domingos Franchini e Philomena C. Franchini, residentes em São Paulo – SP.
Irmãos: Luiz Antonio, Celso, Ana Paula e João, irmão por adoção.
Avós: Philomena Alagia Cantisani, desencarnada há 36 anos.        
 José Cantisano, desencarnado há 72 anos.

COMENTÁRIOS:

         Viajando para Campinas, o casal Franchini, despreocupado seguia para um compromisso habitual.
         Quando em viagem, muito raro ouviam rádio.
         Dona Philomena, premiada por forte desejo, liga-o e a emissora sintonizada nesse instante noticia que um prédio em São Paulo estava em chamas. Imediatamente ligou-se ao edifício em que sua filha trabalhava. Seu esposo, percebendo a sua preocupação, tentou desviar-lhe a atenção para uma bela paisagem.
         Mais adiante, na altura da cidade de Jundiaí, a emissora tornava a informar com mais precisão, divulgando o nome do prédio em chamas. Tratava-se do Joelma. Sobressaltados com a informação; retornaram imediatamente.
         Nesse retorno, em retrospectiva de horas antes, o Sr. Domingos lembrava: Com problemas no seu automóvel, pediu à Maria Tereza, sua filha que de passagem alertasse a oficina mecânica da urgência no conserto, pois precisavam viajar.
         Nessa rememoração nos relatou que, raramente, voltava o seu olhar para acompanhar seus filhos. Nesse dia, lembra muito bem, voltou e ficou olhando Maria Tereza afastar-se, até dobrar a esquina da via pública, com um sentimento muito forte de amor para a sua filha.
         Estranhou muito essa sua atitude.
         Em casa, Sr. Domingos e seu filho; começaram as buscas sem nada de positivo sobre Maria Teresa, pois as informações sobre o incêndio eram as mais desalentadoras.
         Das relações dos hospitais fornecidos, todos foram percorridos, deixando-lhe como derradeiro final o necrotério.
         Lá chegando, aproximou-se dos primeiros corpos divisando o de sua filha de longe.
         Desmaiou com o choque e lembra apenas esta sendo socorrido por pessoas.
         Em comentário, narra o Sr. Domingos as informações obtidas:
         “Naquele dia, por qualquer razão, o” Office boy “encarregado da correspondência não pode distribuí-la. Maria Tereza, como secretária na Crefisul, empresa de financiamentos, primava para chegar sempre antes do horário, principalmente nesse dia 1º de fevereiro de 1974, quando haveria, às 9 horas, uma reunião de diretoria”.
         Sua sala de trabalho ficava próxima à porta de saída do referido edifício.
         A pedido do seu encarregado, foi levar uma carta de importância para a referida reunião que se realizaria em andar superior.
         Ao retornar, no elevador, foi alertada por uma companheira de que nos andares abaixo, havia princípio de fogo e muita fumaça.

         Mostrou-se muito preocupada e logo se interessou pelos demais funcionários, principalmente aqueles que estavam trabalhando com as portas fechadas e não percebiam o que estava acontecendo.
         Embora alertada para que não saísse do elevador, desvencilhou-se e saiu a avisar esses companheiros. Muitas pessoas testemunharam suas ações, quando tentava ajudar a acalmar os aflitos e desequilibrados.
         As razões da existência humana; nos faz pensar em porque a desencarnação é tão diferente de uma pessoa para outra.
         Depois desse acontecido, os dias se tornaram mais longos e encharcar o travesseiro com lágrimas de fogo, tornou-se rotina para nós.
          Procurados por Dona Maria Odila Nunes Cardeal (Didi), ela presentou-nos o casal Juracy Balbino e Tânia Castro Balbino, que nos auxiliaram muito, incentivando-nos à procura de Chico Xavier em Uberaba.
         O desejo de estar frente a ele e a esperança de receber a mensagem, era a chama que nos alimentava. Em 24.5.1974, quase quatro meses após a desencarnação, recebemos a referida mensagem.
         De encontro com as nossas constantes indagações, a mesma informou e esclareceu pensamentos íntimos  descobrindo o véu da incerteza.
         Esta confirmação está configurada nas palavras de nossa filha e, o que nos chamou a atenção, foi o fato de serem mencionados parentes há muito tempo desencarnados e que naquele momento a estavam auxiliando muito.
         Quem seria Ernesto, do qual não tínhamos conhecimento?
         Chico verbalmente nos esclarecia as dúvidas e dizia: - Ernesto é da família Simioni. Vocês conhecem alguém com esse sobrenome?
         Ficamos espantados com a informação: - Simioni é o sobrenome de nosso filho João Simioni, que trouxemos para junto de nós ainda muito pequeno. Por isso, nosso espanto, nome desconhecido para o Chico.
         Eis a razão por que carinhosamente Maria Teresa o chamava de “tio” e que a ajudava.
         Em pesquisa, depois de algum tempo, viemos a descobrir que “Tio Ernesto” era realmente familiar de João, desencarnado em Belo Horizonte.

MENSAGEM DE MARIA TERESA        

         Minha querida Mamãe, meu Pai, bênção peço ainda e sempre.
         Estou ainda muito abatida, muito doente mesmo. Embora o que aconteceu não fosse enfermidade, mas refiro-me aos resultados.
         Tudo foi assim igual a um pesadelo.
         Não creio que um de nós possa contar o que sucedeu. Cada um teria um modo diverso de se expressar.
         Mas tantas coisas aconteceram de uma vez, que estou sem a possibilidade de separar os fatos e as lembranças.
         Provavelmente, saberei mais tarde.
         Quero apenas pedir aos meus pais queridos consolo e resignação.
         Não sei. Vim para onde estou, sem experiência da vida. Mas penso que devíamos ter mais preparo a fim de suportar aquelas horas de provação.
         Estamos na estaca zero, Mãezinha. Vocês choram e eu também. Vocês se prendem à filha que precisa libertar-se, e, de minha parte, prendo-me à família querida que não devo e nem posso prender a mim.
         Ajudem-me, peço! Peço lembrando a nossa fé em Deus. As lágrimas de casa me fazem viver uma tempestade. Tudo por dentro de mim, nos meus pensamentos e sentimentos.
         Fui recolhida por um grande amigo que disse ser meu avô Cantizani e um anjo, que é minha avó Philomena, me ampara como sendo a continuidade de minha querida Mãe. Entretanto, por mais me esforce, acabo esbarrando em casa.
         Isso quase sempre.
         Penso muitas saídas e só encontro um lugar para me recolher, nosso lar feliz que se transformou num lugar de imensa tristeza.
         Venho pedir-lhes amparo. Preciso sair de mim mesma e compreender o que se passou. E preciso ajudar para ser ajudada.
         Papai e Mãezinha, a hora é dos que ficaram. Penso em nosso Luiz Antonio, em nosso Celso, no João, em todos.
         Sinto Ana Paula em meus braços, quero falar, consolá-los, dizer que o fogo não destruiu nenhum de nós, mas, e, as lágrimas que choramos?
         Tenho ouvido muitos amigos e visto muitos outros, todos buscando refazimento... Entretanto, creio que a maioria estará qual eu mesma, guardando fé em Deus e confiança na vida, mas atormentados pela dor e pela aflição dos entes queridos.
         Mãezinha; ore como no outro tempo, com aquela certeza ardente de que Deus existe e de que nada acontece por acaso.
         Não me pergunte mais porque sucedeu o que vimos. Eu não saberia dizer, mas posso afirmar que ninguém teve culpa. Quem teria coragem e mesmo poder para articular aqueles quadros?
         Estamos debaixo de leis que não conhecemos e só a compaixão uns pelos outros conseguirá melhorar-nos. Digo assim, porque ouço todos os dias daqueles que nos procuram nas celas de recuperação em que nos achamos, auxiliando-nos as forças. Auxílio aos que ficaram, para que haja auxílio aos que vieram.
         Por isso, queridos, meus queridos pais, rogo para que me venham a enxugar o pranto que nos corre do coração. Lembro-me de todos, mas estou ainda insegura. Tenho receio de falar o que não devo e exceder-me em palavras que não conduzam reconforto e esperança. É muita coisa para pensar e estou assim dominada pela angústia dos meus.
         Não me procurem nas lembranças materiais. Nem fiquem recordando a forma que teria ficado.
         Preciso da imagem do que fui e do que sou para ser eu mesma, em vocês, porque as figurações que fazem me alcançam e me obrigam a pensar em deformação.
         Perdoem—me se peço isso. Se não fosse verdade o que vejo e sinto em mim pelo que vocês sentem e procuram ver a meu respeito, eu não diria.
         Compreendo que tudo agora pesa muito no que eu possa falar e devo falar somente no melhor que deve ser dito e ouvido.
         Mãezinha querida, meu querido papai, meus amigos abençoados, auxiliem-me com as orações e com as boas lembranças. Estamos num dia novo e, mais tarde, estaremos mais unidos na compreensão verdadeira de tudo.
         Meu pai e minha mãe; abençoem-me. Procurem viver com alegria e paz. Lembremo-nos da bondade infinita de Deus sobre nós e saibamos ser agradecidos.
         Meu tio Ernesto ajuda-me escrever e outros amigos me amparam.
         Preciso esquecer o que sucedeu para criarmos um futuro sempre mais belo. Com Deus seremos sempre felizes.
         Querida Mãezinha, meu querido papai; recebam um beijo com as muitas saudades e com muito carinho da filha agradecida.

Maria Teresa.


(Da Obra “Viveremos Sempre” – Autores: Espíritos Diversos – Psicografia: Francisco Cândido Xavier - Produção: Rubens Silvio Germinhasi - Digitado Por: Lúcia Aydir)

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