Sua
função primordial é servir de ligação entre o perispírito e o corpo carnal,
funcionando como um filtro das energias que chegam e saem do físico, protegendo
o ser de cargas negativas.
Quando
os elementos espirituais, perispiritual e físico se contactaram, observou-se a
necessidade de haver um filtro que absorvesse e reciclasse as energias
vitalizadoras que passariam a percorrer essas três entidades. Assim, criou-se o
filtro conhecido como "DUPLO ETÉRICO", que é a sede dos centros de
captação de energia, o elo mais tênue, que liga o corpo ao seu perispírito, ou
o mais denso, que une o perispírito e o espírito ao seu corpo físico
momentâneo.
O
DUPLO ETÉRICO, composto por energias bastante densas, quase materiais, mas
ainda ocultas da visão humana, é o responsável pela repercussão vibratória
direta do perispírito sobre o corpo carnal. Sua atividade principal é filtrar,
captar e, por isso mesmo, canalizar para o corpo físico todas as energias que
deverão alimentá-lo. Esta comunicação é realizada por meio dos chacras, que
captam as vibrações do espírito e as transferem para as regiões correspondentes
na matéria física.
As
obras complementares, sobretudo as de autoria de André Luiz, trouxeram mais dados
sobre a especificação dos invólucros dos espíritos. Ele afirma que o corpo
mental é o envoltório sutil da mente e que o corpo vital ou duplo etérico é a
duplicata energética que reveste o corpo físico do homem. Diz ainda que o corpo
mental preside a formação do corpo espiritual, que, por sua vez, comanda a
formação do corpo físico juntamente com o corpo vital.
NATUREZA
E CARACTERÍSTICAS
O
duplo etérico é permanentemente acoplado ao corpo físico, sendo responsável por
sua vitalização. Portanto, morrendo o corpo físico, imediatamente morrerá o
correspondente corpo etérico. É constituído por éter físico emanado do próprio
planeta Terra e funciona com êxito tanto no limiar do plano espiritual como do
plano físico. Sua textura varia conforme o tipo biológico humano, ou seja, será
mais sutil e delicado nos seres superiores e mais denso nas criaturas
primitivas.
Ele
funciona como um mediador na ligação entre o corpo físico e o perispírito, não
sendo, portanto, um veículo separado da consciência. É um campo mais denso que
o perispiritual, condensando as energias espirituais que seguem para o físico,
mas, ao mesmo tempo, recebe os impulsos físicos, converte-os e direciona-os aos
arquivos perispiríticos, mentais, inconscientes e espirituais. Atua como uma
proteção natural contra intensas investidas de habitantes menos esclarecidos do
plano espiritual, defendendo-o também do ataque de bactérias e larvas que podem
invadir não só a organização física na encarnação, mas a própria constituição
perispiritual.
No
entanto, o duplo etérico é a reprodução exata do corpo físico do homem e se distancia
ligeiramente da epiderme, formando uma cópia vital e de idênticos contornos.
Apesar dele ser um corpo invisível aos olhos carnais, apresenta-se aos videntes
e aos desencarnados como uma capa densa e algo física. De aparência
violeta-pálida ou cinza-azulada, o duplo etérico, em condições normais,
estende-se cerca de 6 mm além da superfície do corpo denso correspondente.
As
energias que entram no organismo físico, como o fluido vital, passam pelas
regiões do duplo etérico responsáveis pela absorção e circulação destas: os
centros de força conhecidos como chacras. Os chacras do duplo etérico são
temporários, durando o tempo que este existir, ao contrário dos chacras
perispirituais, que são permanentes. Cada chacra conta com uma localização e
função principal, correspondente a uma região de plexos nervosos do corpo
físico. São sete os principais chacras, ligados entre si por condutos conhecidos
como meridianos, por onde flui a energia vital modificada pelo duplo etérico.
SENSIBILIDADE
DO DUPLO ETÉRICO
O
duplo etérico acusa de imediato qualquer tipo de hostilidade ao corpo físico e
ao perispírito, através dos centros sensoriais correspondentes na consciência
perispiritual e física. Por sua vez, o perispírito, como um equipamento de
atuação nos planos sutilíssimos do espírito imortal, ao manifestar seu
pensamento, seus desejos ou sentimentos em direção à consciência física, também
obriga o duplo etérico a sofrer os impulsos bons e maus, tais quais os
espíritos desencarnados quando atuam no mundo oculto, inclusive acusando aos
sentidos físicos os ataques dos espíritos malfeitores.
Algumas
criaturas que sofreram mutilação de um ou mais membros de seu corpo se queixam
de dores nesses órgãos físicos amputados. Essa sensibilidade ocorre porque a
operação cirúrgica não foi exercida sobre o duplo etérico, que é inacessível às
ferramentas do mundo material. Assim, é comum as pessoas sem pernas ou braços
ainda conservarem certa sensibilidade reflexa por algum tempo, transmitida para
sua consciência através de seus correspondentes membros etéricos.
Apesar
de o duplo etérico ser desprovido de inteligência e não apresentar sensibilidade
consciente, ele não é apenas um intermediário passivo entre o perispírito e o
organismo carnal, reagindo de forma instintiva às emoções e aos pensamentos
daninhos que perturbam o perispírito e, depois, causam efeitos enfermiços no
corpo carnal.
Este
automatismo instintivo lhe possibilita deter a carga deletéria dos aturdimentos
mentais que baixam do perispírito para o corpo físico, pois, do contrário,
bastaria o primeiro impacto de cólera para desintegrar o organismo carnal e
romper sua ligação com o perispírito, resultando no desencarne do ser. Deve-se
considerar que os pensamentos desatinados provocam emoções indisciplinadas,
gerando ondas, raios ou dardos violentos que se lançam da mente incontrolada
para o cérebro físico por meio do duplo etérico, destrambelhando o sistema
nervoso do homem nesse mar revolto de vibrações antagônicas.
Em
seguida, perturba-se a função delicada dos sistemas endócrino, linfático e sanguíneo,
podendo gerar consequências físicas na forma de patologias, como apoplexia, decorrente
do derrame de sangue vertido em excesso pela cólera, síncope cardíaca, em
virtude da contenção súbita da corrente sanguínea alterada pelos impactos do
ódio, ou a repressão violenta da vesícula, devido a uma explosão de
ciúme. Algumas emoções afetam o duplo etérico em sua tarefa de mediador
entre o perispírito e o corpo físico. No entanto, quando ele é submetido a impactos
agressivos do perispírito perturbado, baixa seu tom vibratório, impedindo que
os raios emocionais que partem da consciência perispiritual afetem o corpo
carnal, promovendo uma espécie de barreira vibratória. Assim, o duplo etérico
faz com que haja uma imunização contra a frequência vibratória violenta do
perispírito, contraindo sua densidade no sentido de evitar o fluxo dessas toxinas
mortíferas, deixando o impacto psíquico de ódio, cólera ou ciúme impossibilitado
de fluir livremente e atingir o sistema fisiológico do corpo físico. A
AFASTAMENTO
COMPULSÓRIO
Entretanto,
quando o duplo etérico não consegue reagir com seus recursos instintivos de
modo a proteger o corpo físico contra uma explosão emocional do perispírito,
ele recebe um impulso de afastamento compulsório. Neste caso, a vitalidade
orgânica do homem cai instantaneamente, fazendo com que desmaie ou tenha o que
chamamos de "ataques".
Diante dos impactos súbitos e violentos do perispírito, o chacra cardíaco é o
centro de forças etéricas que mais sofre os efeitos dessa descarga, por ser
responsável pelo equilíbrio vital e fisiológico do coração. É por isso que, nestes
casos, há o risco de enfartes cardíacos de consequências fatais. No entanto, o
duplo etérico, com seu instinto de defesa, mobiliza todos os recursos no
sentido de evitar que os centros de força etérica se desintegrem por completo.
Agora,
caso a descarga violenta do perispírito não consiga atingir o corpo físico
devido à reação defensiva do duplo etérico, as toxinas emocionais sofrem um
choque de retorno e voltam a se fixar no perispírito, ficando nele instaladas
até que sejam expurgadas na atual ou em uma futura encarnação. Isto porque a única
válvula de escape para esses venenos psíquicos é o corpo físico, que, para
propiciar essa "limpeza", sofre o traumatismo das moléstias
específicas inerentes às causas que lhes dão origem.
Aliás,
os desajustes morais são uma fonte crescente de distúrbios psíquicos, gerando
um número cada vez maior de pessoas neuróticas, esquizofrênicas e desesperadas,
tudo isso como consequência da intensa explosão de emoções alucinantes que destrambelham
o sistema nervoso. Isto resulta em um aumento cotidiano do índice de vítimas,
uma vez que o duplo etérico se torna impotente para resistir ao bombardeio incessante
das emoções tóxicas e agudas vertidas pela alma e alojadas no perispírito até
que sejam transferidas ao corpo físico. Se a carga deletéria acumulada em vidas
anteriores for aumentada com desatinos da existência atual, essa saturação pode
gerar afecções mórbidas mais rudes e cruciantes, como o câncer e outras
enfermidades.
O
transe mediúnico, a anestesia total, os passes, os ataques epilépticos, a
hipnose, a catalepsia e os acidentes bruscos são fatores que afastam o
perispírito do duplo etérico. Quando este se separa do corpo carnal, provoca
uma redução de vitalidade física e queda de temperatura no homem, pois o corpo
físico se mantém com uma reduzida cota de fluido vital para se nutrir, esteja
adormecido ou em transe.
EPILEPSIA
E HIPNOSE
O
epiléptico é uma pessoa cujo duplo etérico se afasta com frequência de seu
corpo físico. O ataque epiléptico e o transe mediúnico do médium de fenômenos
físicos apresentam certa semelhança entre si, com a diferença de que o médium
ingressa no transe de forma espontânea, enquanto o epiléptico é atirado ao solo
assim que seu duplo etérico fica saturado dos venenos expurgados pelo
perispírito e se afasta violentamente, a fim de escoá-los no meio ambiente sob
absoluta imprevisão de seu portador.
Em
certos casos, verifica-se que o epiléptico também é um médium de fenômenos físicos
em potencial, já que a incessante saída de seu duplo etérico pode lhe abrir uma
brecha pela qual fica sensibilizado para a fenomenologia mediúnica.
Todo ataque epiléptico é um estado de defesa
do corpo físico, que expulsa o duplo etérico e o perispírito para que estes se
recomponham energeticamente, trocando energias negativas por positivas. Os
epilépticos são pessoas que tiveram ação com energias muito densas em encarnações
passadas. Assim, os psicotrópicos utilizados pelos médicos dificultam o
desprendimento do duplo etérico, evitando os ataques.
Já
o hipnotizador atua pela sugestão na mente do hipnotizado, induzindo-o ao
estado de transe hipnótico. Resulta daí o afastamento parcial do duplo etérico,
que fica à deriva, permitindo a imersão no subconsciente. Com isso, o
hipnotizado abre uma fresta no plano espiritual que lhe permite até mesmo
manifestar e dar vivência aos estágios de sua infância e juventude ou mesmo de
alguns acontecimentos e fatos de suas vidas pretéritas.
Quando
o duplo etérico se afasta por alguns centímetros do corpo físico, a ação física
diminui e se amplia a abertura para a atuação do perispírito, tornando-se um
catalizador de energias espirituais. Por isso, favorece o despertar de seu
subconsciente e a imersão ou exteriorização dos acontecimentos arquivados nas camadas
mais profundas do ser. As anestesias
operatórias, os antiespasmódicos, os gases voláteis, as drogas e sedativos
hipnóticos, o óxido de carbono, o fumo, os barbitúricos, os entorpecentes, o
ácido lisérgico e certos alcaloides como a mescalina são substâncias que operam
violentamente nos interstícios do duplo etérico.
Embora
a necessidade obrigue o médium a se utilizar, por vezes, de algumas destas
substâncias em momentos imprescindíveis, é sempre imprudente exagerar sob qualquer
pretexto ou motivo. O médium que abusa de entorpecentes que atuam com demasiada
frequência em seu duplo etérico se transforma em um alvo muito mais acessível
ao assédio do mundo inferior.
ROMPIMENTOS
DO DUPLO ETÉRICO
A
estrutura íntima do duplo etérico fica seriamente afetada quando, por meio de
desregramentos e vícios, a pessoa utiliza substâncias corrosivas como álcool,
fumo, drogas em geral e medicamentos cujos componentes químicos sejam
inegavelmente tóxicos. Neste caso, ocorre um bombardeio à constituição do duplo
etérico, que queima e envenena as células etéricas e forma buracos semelhantes
às bordas queimadas de um papel, criando brechas por onde penetram as várias
comunidades de larvas e vírus do subplano espiritual, normalmente utilizados
por inteligências sombrias como uma maneira de facilitar seu domínio sobre o
homem.
Acontece
que, sem a proteção dessa tela, que os mantém naturalmente afastados dos habitantes
dos subplanos espirituais, os médiuns começam a perceber formas horripilantes,
criadas e mantidas pelos seres infelizes que estagiam nas regiões mais densas
do plano umbralino, ocorrendo os mais diversos distúrbios que comprometem o equilíbrio
físico-psíquico do ser humano.
Falta
aos médiuns a proteção etérica que violentaram pelo uso de substâncias químicas
tóxicas, as quais lhes destruíram parte do escudo que a natureza os dotou para
sua segurança, a fim de impedir a abertura prematura da comunicação entre o
plano espiritual e o físico. Embora a destruição não seja completa, criando
apenas rasgos ou brechas, sua falta é verdadeiramente nociva, já que o duplo
etérico é de suma importância para o equilíbrio do ser humano.
As
lesões do duplo etérico são difíceis de recompor. Para restabelecer seu
equilíbrio em tais situações, deve-se lançar mão, além dos recursos
terapêuticos utilizados com frequência nos centros espíritas, da doação e da
transfusão de fluido vital ectoplasmático, suprindo a falta ou revitalizando as
partes afetadas do duplo etérico.
O
QUE DIZ O LIVRO NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE CAP. 11 - DESDOBRAMENTO EM SERVIÇO
(...)
Era, agora, bem ele mesmo, sem qualquer deformidade, leve e ágil, embora
prosseguisse encadeado ao envoltório físico através do laço aeriforme, que
parecia mais adelgaçado e mais luminoso à medida que Castro-espírito se
movimentava em nosso meio.
Enquanto
Clementino o encorajava com palavras amigas, nosso orientador, certamente assinalando-nos
a curiosidade, teve pressa em esclarecer:- Com o auxílio do supervisor, o
médium foi convenientemente exteriorizado. A princípio, seu perispírito ou
"corpo astral" estava revestido com os eflúvios vitais que asseguram
o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos em seu conjunto como
sendo o "duplo etérico", formado por emanações neuropsíquicas que
pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior
afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração tanto
quanto ocorre ao instrumento carnal por ocasião da morte renovadora. Para se
ajustar melhor ao nosso ambiente, Castro devolveu essas energias ao corpo
inerme, garantindo o calor indispensável à colmeia celular. (...)
FONTE:
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