Vinde,
vós que desejais crer. Os Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes
coisas. Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos outorgar todos os
benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis quão grande bem faz a fé ao
coração e como induz a alma ao arrependimento e à prece! A prece! Ah! Como são
tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora! A prece é o orvalho
divino que aplaca o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela
nos encaminha para a senda que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais
com Deus. Para vós, já não há mistérios; eles se vos desvendam. Apóstolos do
pensamento é para vós a vida. Vossa alma se desprende da matéria e rola por
esses mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem.
Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos.
Avançai, avançai pelas veredas da prece e ouvireis as vozes dos anjos.
Que
harmonia! Já não são o ruído confuso e os sons estrídulos da Terra; são as
liras dos arcanjos; são as vozes brandas e suaves dos serafins, mais delicadas
do que as brisas matinais, quando brincam na folhagem dos vossos bosques. Por
entre que delícias não caminhareis! A vossa linguagem não poderá exprimir essa
ventura, tão rápida entra ela por todos os vossos poros, tão vivo e
refrigerante é o manancial em que, orando se bebe. Dulçurosas vozes, inebriantes
perfumes, que a alma ouve e aspira, quando se lança a essas esferas
desconhecidas e habitadas pela prece! Sem mescla de desejos carnais, são
divinas todas as aspirações. Também vós, orai como o Cristo, levando a sua cruz
ao Gólgota, ao Calvário. Carregai a vossa cruz e sentireis as doces emoções que
lhe perpassavam nalma, se bem que vergado ao peso de um madeiro infamante. Ele
ia morrer, mas para viver a vida celestial na morada de seu Pai. — Santo
Agostinho. (Paris, 1861.)
(Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 23.)
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