quinta-feira, 16 de abril de 2015

Brasileiros! Confiemos…



A irresponsabilidade política – fruto de nossas imperfeições morais que geram omissão ou indiferença de eleitores e mesmo interesses de ambos os lados, e abusos dos eleitos – trouxeram o país ao quadro preocupante aí presente. Por outro lado a fragilidade de nossas leis e o sistema político, que não buscam o interesse da nação e permitem abusos de toda ordem, geraram o caos escancarado no panorama político que abala a Pátria.
Mas o país é mais que políticos e suas leis. Políticos desonestos ou corruptos responderão perante a própria consciência no devido tempo. As leis sofrerão, no amadurecimento trazido pelo tempo, as alterações que as tornem justas e não permitam os abusos ora em andamento. Aliás, vale dizer que a corrupção não está apenas na política, ela habita antes em nós mesmos…
E repetimos, o país é mais que políticos e suas leis. O país é seu povo, de índole pacífica, de coração aberto, de generosidade espontânea, na riqueza da sensibilidade e da cultura, das artes, das crenças e do trabalho que se constrói diariamente.
Nada, pois, de pessimismo. Esperança, postura de firmeza na fé e no trabalho, honestidade e continuidade dos altos propósitos de viver. Aqueles que estão a abusar, aqueles que corrompem que mentem, que enganam, responderão no curso do tempo, não por castigo, mas por consequência mesmo das leis que nos regem a vida.
O quadro que aí está é fruto do egoísmo que ainda nos corrompe a alma humana. É fruto igualmente de um condicionamento intelectual imposto para atender interesses escusos, mas tudo isso passará porque o progresso é uma lei inexorável, que não pode ser detida.
Estamos todos em gigantesco processo de aprendizado, vamos amadurecer com isso, sairemos escolados. Por isso é preciso uma postura de firmeza, fé, lealdade à Pátria, compromisso com a nação e não com interesses outros.
Todo mundo sabia que o quadro chegaria ao ponto que chegou e mesmo assim, como nação, permitimos isso. Incoerência, não é mesmo? Faltou amadurecimento ou os interesses pessoais e corporativos falaram mais alto? Não faltou antes pensar na nação como um todo?
Agora cabe-nos solucionar isso e pacificamente, afirme-se! Mas somos nós mesmos, como coletividade nacional, que deveremos reparar o quadro que aí está mesmo a custo de intensos sacrifícios. Este é o preço da imaturidade, da ausência de reflexão e da prevalência dos interesses egoísticos, ao invés dos interesses nacionais e coletivos.
Mas há uma frase final numa sábia mensagem do Benfeitor Emmanuel, na psicografia de Chico Xavier, que sempre usei individualmente em minhas dificuldades e agora constato o valor dessa frase para o uso nacional diante do momento difícil e complexo do país. Diz a frase: “(…) Por meios que desconheces, Deus permanece agindo.” Muitos de nós achamos que somos autossuficientes, que tudo podemos e comandamos, mas isso é pura ilusão. Existe uma inteligência maior que tudo comanda e nossa suposta fortaleza cai por terra até com uma picada de mosquito (diga-se: dengue!). É muita ilusão achar que se pode controlar tudo e todos por todo o tempo.
Uso outras frases da mesma mensagem para reforçar nosso pedido de esperança aos brasileiros: “(…) Não esmoreças (…)”, “(…) Abraça o dever que a vida te confia (…)”, “(…) Deus nunca nos abandona (…)”. E convido o leitor para refletir sobre a profundidade dessas breves afirmações. O que cabe em cada uma? Quais os desdobramentos?
Confiemos plenamente na destinação histórica e espiritual da Pátria. Procuremos conhecer mais sobre isso para saber de nossos compromissos coletivos, sem nos deixarmos levar por induções que corrompem e maltratam. É preciso erguer a cabeça com dignidade, porque, afinal, tudo isso vai passar. E a vida não se resume nessas poucas décadas de permanência no planeta; há muito pela frente…


Orson Peter Carrara

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