Você já reparou como é curioso um laço...
Uma fita dando voltas?
Se enrosca...
Mas não se embola,
vira, revira,
circula e pronto:
está dado o laço
É assim que é o abraço:
coração com coração,
tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço:
um laço no presente,
no cabelo, no vestido,
em qualquer lugar que se precise enfeitar
E quando a gente puxa uma ponta,
o que é que acontece?
Vai escorregando devagarinho,
desmancha, desfaz se o laço.
Solta o presente,
o cabelo, fica solto no vestido.
E na fita, que curioso,
não faltou nem um pedaço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento?
Como um pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho,
mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga então se diz
- romperam-se os laços.
- E saem as duas partes,
igual os pedaços de fita,
sem perder nenhum pedaço.
Então o amor é isso...
Não prende,
não escraviza,
não aperta,
não sufoca.
Porque quando vira nó,
já deixou de ser um laço!
Tem toda razão o poeta em sua analogia. Amor e amizade são sentimentos altruístas.
Quem ama somente deseja o bem do ser amado. Por isso, não interfere em suas escolhas, em seus desejos.
Sugere, opina, mas deixa livre o outro para a tomada das próprias decisões.
Quem ama auxilia o amado a atingir seus objetivos. Nunca cobra o ofertado, nem exige nada em troca.
Quem ama não aprisiona o amado, não o algema ao seu lado. Ama e deixa o amado livre para estender suas asas.
Assim crescem os dois, pois há espaços para ambos conquistarem.
Na amizade, não se faz diferente o panorama. O verdadeiro amigo não deseja que o outro pense como ele próprio, pois reconhece que os pensamentos são criações originais de cada um.
Entende que o amigo é uma bênção que lhe cabe cultivar e o auxilia a realizar a sua felicidade sem cogitar da sua própria.
Sente-se feliz com o bem daquele a quem devota amizade. Entende que cada criatura humana é um ser inteligente em transformação e que, por vezes, poderão ocorrer mudanças na forma de pensar, de agir do outro.
Mudanças que nem sempre estarão na mesma direção das suas próprias escolhas.
O amigo enxerga defeitos no coração do outro, mas sabe amá-lo e entendê-lo mesmo assim.
E, se ventos diversos se apresentam, criando distâncias entre ambos, jamais buscará desacreditar ou desmoralizar aquele amigo.
Tudo isso, porque a ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.
Um laço que ata... Um laço que se desata...
Aqueles a quem oferecemos o coração, poderão se distanciar buscar outros caminhos, atravessar outras fronteiras.
Eles têm o direito de assim proceder, se o desejarem. De nossa parte, lembremos da leveza do laço e cuidemos para que não se transforme em nó, que prende e retém.
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Redação do Momento Espírita, com base em versos da poeta MARIA BEATRIZ MARINHO ANJOS e no cap. 12, do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec. Em 02.02.2011.
OBS: uma observação sobre um texto postado aqui atribuído a Mário Quintana. Não é dele.
O título está como: Laços de Afeto, mas na verdade, o verdadeiro título é: " O Laço e o Abraço"
A autoria é de: MARIA BEATRIZ MARINHO ANJOS. Está registrado no EDA (Escritório de Direitos Autorais), da Fundação Biblioteca Nacional- Ministério da Cultura- R.J. como poesia, o texto " O Laço e o Abraço", sob o nº 568.209-.
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