- Mãe, como será que o Ricardo está?
O Ricardo era meu melhor amigo. E continua
sendo. Só que, há pouco tempo, ele voltou a viver no Mundo dos Espíritos.
- O que você acha Rafa? - perguntou minha mãe.
Eu me lembrei, então, das longas conversas, em
casa, sobre a vida espiritual; das aulas de evangelização infantil e dos livros
espíritas que já tinha lido: os recém-desencarnados sempre são ajudados (mesmo
quando estão tão confusos que não percebem a ajuda) e respondi:
- Acho que ele está na companhia de muitos
amigos espirituais.
- E deve estar mesmo, filho! - mamãe concordou.
- Quando deixamos nosso corpo físico vamos, em espírito, morar em lugares que
merecemos. Tudo de acordo com nossas atitudes, pensamentos e sentimentos. E o
Ricardo era bem legal, né?
Mamãe tinha razão. O meu melhor amigo não era
perfeito (afinal, ninguém é), mas se esforçava muito para fazer as coisas da
melhor maneira possível. E era um amigão! Estudávamos juntos, brincávamos, e
ele sempre me animava quando eu estava triste...
Continuei pensativo... Fiquei imaginando como
as crianças vivem no Plano Espiritual. Fiz muitas perguntas a minha mãe, que
respondia de acordo com o relato que os espíritos fazem, através dos médiuns:
- As crianças, Rafa, têm cuidado especial na
Pátria dos Espíritos. Vivem em companhia de outras crianças, também estudam e
participam de muitas atividades. Compreendem aos poucos e com tranquilidade a
nova vida, livre do corpo de carne.
- Mas, mãe, elas não sentem saudades dos pais,
da família, dos amigos, dos brinquedos e das coisas da Terra?
- Claro que sentem! Mas aprendem que estão em
uma nova e importante etapa da vida. De vez em quando podem visitar a família e
os amigos, mesmo durante o dia. À noite, seus familiares também podem
visitá-los, em espírito, durante o sono. Quanto às coisas da Terra, algumas
crianças, no início, sentem faltas, às vezes, dos brinquedos favoritos, de
sorvete, de chocolate, enfim daquilo que gostavam! Mas logo entendem que não
precisam mais dessas coisas.
- Sabe, - continuou a mãe - a maioria das
crianças continua crescendo, porém mais rápido. E ficam com a “idade” que mais
gostam: adultas ou mais jovens...
Continuamos conversando ainda um tempão... E
fiquei tranquilo em saber que Ricardo estava rodeado de amigos! E que todos
nós, os amigos e a família dele, iremos nos reencontrar um dia...!
Letícia
Müller
Seara Espírita nº 64 - março de 2004
Fonte: Centro Espírita Vinhas do Senhor
Seara Espírita nº 64 - março de 2004
Fonte: Centro Espírita Vinhas do Senhor
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