"Por que vês o
argueiro no olho de teu irmão?" - Jesus. (Matheus, 7: 3.)
A
pergunta de Jesus continua atual uma vez que, frequentemente nos detemos em analisar
os defeitos, a evidenciar as fraquezas alheias com absoluto esquecimento dos
conflitos e imperfeições que nos são próprios.
Por que nos detemos nesses aspectos inferiores?
Justamente porque o Homem de natureza inferior realiza julgamentos, avalia
procedimentos, projetando os seus próprios conflitos e imperfeições.
Qual a fonte geradora desse comportamento?
"O orgulho e a inveja. Muitas pessoas não podendo se conformar com as
qualidades nobres que notam ou evidenciam nesses irmãos, preferem denegri-las
apontando suas falhas irrisórias, quando elas mesmas possuem-nas em
profusão". Em virtude disso detém-se a notar os defeitos, a evidenciar as
fraquezas, a fixar inibições alheias com impiedade e precipitação por não
possuírem os recursos morais com os quais possam agir com ética, justiça e
amor.
O
propósito do Mestre com este questionamento é despertar as consciências adormecidas
para o autoconhecimento, para a reflexão em torno dos nossos limites,
auxiliando nos futuros comportamentos, fazendo-nos ver a necessidade da
autoeducação, de remoção da sombra que existe em nós para que com "o olho
bom" identifiquemos as qualidades que todos possuem, para que aprendamos a
observar amando. Esse critério não nos impede de ver o erro onde ele existe
para aprender e colaborar para que seja sanado, mas é "imprescindível habituar
os olhos na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela
malícia que nos é própria. Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o
ensejo das grandes realizações".
Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa
irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são portadores de
leves defeitos ou de sombras insignificantes (…) que o movimento em serviço
poderia sanar (…).
Nódulos da madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados
do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente.
Aproveitemos o irmão (…), na plantação do bem olvidando as coisas sem
importância que lhe cercam a vida."
Emmanuel no texto em estudo recorda a conduta
do Cristo na apreciação de quantos lhe defrontavam a marcha: Maria de Magdala,
Zaqueu, Simão Pedro, Saulo de Tarso, em todos o Mestre se deteve nas qualidades
com as quais se imortalizaram nas grandes lições de servir e amar a Humanidade.
"Que seria de nós se Jesus não nos
desculpasse os erros e as defecções de cada dia? E se esperamos alcançar nossa
melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a
confiança no futuro?"
Procuremos através da incessante renovação as qualidades com as quais possamos
observar amando, "porque apenas o amor puro arrancará por fim as escamas
de treva dos nossos olhos para que os outros nos apareçam na Bênção de Deus
que, invariavelmente, trazem consigo."
Bibliografia:
Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de
Vida Eterna: Observemos Amando". Ditado pelo Espírito Emmanuel. 17a ed.
Uberaba - MG - CEC . 1992.
Xavier, Francisco Cândido. "Fonte Viva:
Busquemos o Melhor". Ditado pelo Espírito Emmanuel. 28a ed. Rio de Janeiro
- RJ - FEB . 1956.
Godoy, Paulo Alves. "Os Quatro Sermões de
Jesus: Os Defeitos de Nossos Irmãos". 3a ed. São Paulo - SP - FEESP .
1989.
Godoy, Paulo Alves. "Casos Controvertidos do
Evangelho: O Olho Bom". São Paulo - SP - FEESP. 1993.
(DE: Iracema Linhares Giorgini)
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