sexta-feira, 30 de maio de 2014

COMUNICAÇÕES PREMATURAS



"Hoje, porém, com a mediunidade esclarecida, é fácil aliviá-los e socorrê-los."
Emmanuel


O primeiro desejo de quem perde, no plano material, um ente querido, é, naturalmente, no sentido de ouvir-lhe a palavra amiga, pela via mediúnica.
Saber onde está como se encontra.
Conhecer-lhe as notícias, sentir-lhe as emoções.
Amenizar a saudade pungente.
Entendemos justo e compreensível o anseio de quem ficou, imerso em lágrimas, vendo partir para outra dimensão da vida o ser amado.
A mensagem de quem se foi representa esperança e conforto.
Os Amigos Esclarecidos conhecem, no entanto, as dificuldades e inconvenientes de uma comunicação prematura, com o desencarnado amparado no processo de refazimento psíquico e de recomposição emocional.
Em fase de transição, não tem o novo habitante do Espaço, na maioria dos casos, condições de retornar, de pronto, ao convívio dos seus.
Só a alma renovada pode enfrentar, além da desencarnação, as vibrações e a emocionalidade dos que lhe pranteiam a partida.
Os Benfeitores conhecem as causas que desaconselham o comunicado com a urgência desejada, às vezes, até pelo próprio desencarnado.
A intranquilidade dos familiares, vergastados pela saudade cruciante, projeta dardos mentais de angústia e desespero que atingem, em consecutivo bombardeio, a organização perispiritual do recém-desencarnado, ferindo-lhe as fibras sensíveis do coração.
É por isso que, geralmente, retardam-se as comunicações dos novatos da Espiritualidade.
Há grande diferença entre as leis vibratórias do Plano Espiritual e as do Plano Material.
Em decorrência dessa diversidade, ou distonia, a comunicação prematura, causando no recém-desencarnado choques vibratórios violentos, é sempre protelada pelos Amigos Espirituais.
Poderia, o encontro precipitado, prejudicar o esforço de recuperação empreendido pelos samaritanos do bem.
Liberada do corpo físico, torna-se a alma mais sensível às emoções, a pensamentos. A emoção causada pela volta ao convívio familiar, à visão das almas querida poderá perturbar aquele que ainda não adquiriu, ausente da roupagem física, clareza de raciocínio, coordenação perfeita das ideias, segurança íntima.
Outro detalhe: a posição mental do médium pode transtornar o comunicante ainda não suficientemente adestrado no mister do intercâmbio.
A instabilidade do medianeiro pode, assim, desajudá-lo, ao invés de ajudá-lo.
Eles, os Benfeitores Espirituais, sabem o que fazem.
Retardam, quando preciso, por algum tempo, ou apressam o comparecimento do desencarnado aos trabalhos mediúnicos.
O médium educado, sereno, de campo psíquico harmonioso, manterá o comunicante, dominado pela emoção, em razoável nível de serenidade e equilíbrio.
Conscientizados de que nem sempre nossos desejos compatibilizam-se com a programação da Espiritualidade, auxiliemos os entes que partiram com as nossas preces, até que a Sabedoria de Deus os ponha em contacto conosco pela bênção da mediunidade esclarecida.


 Martins Peralva 
"Mediunidade e Evolução", 1ª edição, FEB.


Fonte: Pingos de Luz

O que é Evangelização Espírita da Criança e do Jovem


1. Conceito



A denominação de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, se dá à transmissão do conhecimento espírita e da moral evangélica pregada por Jesus. (1)

Como a preocupação não é somente com a transmissão de conhecimentos mas, sobretudo, com a formação moral, e como a formação moral se inspira no Evangelho, parece-nos muito apropriada à denominação de "evangelização espírita" dada a essa tarefa, por expressar, na sua abrangência, exatamente o que se realiza em nossos agrupamentos de crianças e jovens. (3)

2. Objetivos


a) Promover a integração do evangelizando: consigo mesmo; com o próximo e com Deus.

b) Proporcionar ao evangelizando o estudo: da lei natural que rege o Universo; da "natureza, origem e destino dos Espíritos bem como de suas relações com o mundo corporal."

c) Oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como: Homem integral, crítico, consciente, participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu meio.

3. Evangelízação e Educação


O Espiritismo pode iluminar a Educação com uma filosofia que transpõe os imediatismos, que transcende a todos os limites, que descortina os mais amplos horizontes, que atende aos mais nobres interesses, e que se reveste de um ideal capaz de impulsionar o verdadeiro progresso.
Do ponto de vista Espírita, a Educação não começa no berço nem termina no túmulo, mas antecede o nascimento e sucede à morte do corpo físico. (3)

4. Importância da Evangelízação


Inútil improvisar escoras regenerativas para obrigar o endireitamento de árvores que envelheceram tortas. As escoras só asseguram o crescimento correto das plantas novas, evitando que seus caules se desviem do rumo certo.

É preciso cuidemos, portanto, da criança e do jovem, plantas em processo de crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o bem maior. (Campo Fértil, Leopoldo Machado)

5. Evangelízação no Centro Espírita


Como os Espíritos situam, no conjunto das atividades da Instituição Espírita, a tarefa da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

(...) A tarefa da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil é do mais alto significado dentre as atividades desenvolvidas pelas Instituições Espíritas, na sua ampla e valiosa programação de apoio à obra educativa do homem. (2)

O Centro Espírita; consciente de sua missão, deve envidar todos os esforços, não só para a criação das Escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil como para o seu pleno funcionamento, considerando a sua importância em termos de formação moral das novas gerações e de preparação de futuros obreiros da Casa e do Movimento Espírita. (3)

6. Programa de Ensino


Um programa é desenvolvido ao longo do Curso de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil que vai dos 3 aos 21 anos, quando as crianças e os jovens têm oportunidade de, através de métodos adequados, realizar um estudo básico da Doutrina Espírita ( ... ).
O ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os quais trabalhamos em nossas aulas.
Esses conhecimentos são levados aos alunos através de situações práticas da vida, pois a metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões. (3)


Referências



(1). KARDEC, Allan. o Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 60. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1984. Questão 625, p. 308.
(2) A Evangelização da infância e juventude na opinião dos Espíritos. FEB.
(3) O Que é Evangelização? Fundamentos da Evangelização Espírita da Criança e do Jovem. ed. FEB, 1987. Rio de Janeiro, p. 38.


Fonte: Federação Espírita Brasileira –
 www.febnet.org


TUDO PASSARÁ



Todas as coisas, na Terra, passam... Os dias de dificuldades passarão... Passarão também os dias de amargura e solidão...
 
As dores e as lágrimas passarão. As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão.
 
A saudade do ser querido que está longe, passará.
Dias de tristeza... Dias de felicidade... São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas. 
Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante. Elevemos o pensamento ao Alto, e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer carinhosamente: isso também passará... 
E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre. 
O planeta Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas. 
Mas isso também passará, porque Jesus está no leme dessa Nau, e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da humanidade, e que um dia também passará... 

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro, porque essa é a sua destinação. 
Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento, e confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo... Também passarão... " 

" Tudo passa..........exceto DEUS!" 

Deus é o suficiente! 

Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


A Missão dos Espíritas


Considerações Iniciais do Palestrante:


 Hoje falaremos amigos, sobre a missão dos espíritas.

(Mc, 16:15) "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura."
(Jo, 14:15-17, 26) "Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito."

"(...) Ide (espíritas), pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé.
Ide; estes receberão com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina." (Erasto, "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Cap. XX, item 4)

"Pregação", "Consolação", "Jesus" são conceitos chave em nossa postura com o Espiritismo. Vamos nos fixar na primeira palavra por início. Por muitos e muitos séculos o sentido da palavra "pregação" foi levada a cabo como sinônimo de conversão religiosa, de palavras, palestras ou oratórias belíssimas. Por muito tempo media-se a melhor ou pior pregação pela quantidade de adeptos que se fazia.

No entanto, analisando a postura de Jesus vemos um posicionamento bastante diferente. Jesus, embora tenha tido a palavra mais doce, a postura mais firme, a Verdade mais pungente, nunca forçou a ninguém segui-lo, nunca violentou uma só crença, mesmo que equivocada. Jesus nunca obrigou ninguém ao aprendizado e nunca se utilizou da pregação em altos brados. Seguia, caminhava e falava, e, é bastante explícito nos Evangelhos: "O Povo o seguia".

A "pregação" de Jesus era o falar das verdades que veio trazer àqueles que, de livre e espontânea vontade, o seguiam, o ouviam, caminhavam com Ele. Mas por que o seguiam? Porque Jesus cumpriu melhor do que todos os outros dominadores da Terra, melhor do que todos os pregadores do planeta o papel de CONSOLAÇÃO e apelo real aos corações, por sua sinceridade, direção e abrangência.

E é nesse sentido que o próprio Jesus situa seus seguidores num futuro em que a humanidade estaria mais pronta a entender-lhe a profundidade das palavras, tanto que o chama de "O Consolador", e não de "O Cientista" ou "O Mestre". A escolha das palavras que caracterizariam a mudança da humanidade é providencial. A "pregação" de Jesus só era efetiva por conta da consolação que trazia à consciência, que, embora possa se satisfazer momentaneamente com a mentira, só se aquieta com a Verdade.

A missão dos Espíritas é, portanto, fazer que seja efetiva a vinda desse Consolador. O Consolador dentro de nós, nas pequenas atitudes, nas "pregações dos exemplos", observando atentamente o caminhar dos corações a nosso torno, das mentes à nossa volta. E levar a elas aquilo que elas desejavam. Fazer como Jesus: não perguntava o nome ou de onde vinha, mas apenas: "Que quereis de mim?". 


Perguntas/Respostas:


Espíritas que somos, devemos ir às praças pregar a nossa fé? Seria isso parte da missão dos Espíritas, ou seria isso apenas proselitismo?


Prosélito = "Indivíduo que se converte a uma religião diferente da sua; adepto, partidário". Do livro "O Que é o Espiritismo", de Allan Kardec, Capítulo I: "O Crítico", lemos numa conversa de um crítico com Kardec:

“Visitante: - O senhor, então não procura fazer prosélitos”?

Allan Kardec: - Por que eu me empenharia em transformá-lo em prosélito se o senhor mesmo não o deseja. Eu não forço nenhuma convicção. Quando encontro pessoas sinceramente desejosas de se instruir, e que fazem a honra de me pedir esclarecimentos, sinto o prazer e o dever de lhes responder dentro dos limites dos meus conhecimentos; porém, quanto aos antagonistas que, como o senhor, têm convicções firmadas, eu não dou um passo para desviá-los delas, já que tenho muitas pessoas bem propensas ao estudo, para perder meu tempo com aquelas que não o são.

Mais cedo ou mais tarde, pela força dos fatos, a convicção virá, e os mais incrédulos serão levados pela torrente. No momento, alguns adeptos a mais, ou a menos, não fariam nenhuma diferença; eis por que o senhor nunca me verá preocupado em trazer para as nossas ideias aqueles que têm como é o seu caso, razões para se afastarem delas" ("O que é o Espiritismo", 1a. Edição, Edições CELD, 1999, pp. 20-21)
A postura de Allan Kardec é bastante clara. Digamos, inclusive, concordante com a postura demonstrada por toda a passagem pela Terra pelo Mestre Jesus.

(Mt, 10:13s) "E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés." Nesse contexto, sempre que invadimos o direito dos outros de ouvir-nos ou não, estamos fazendo um contra serviço à Doutrina Espírita.

Certamente locais públicos servem bastante, salvo em casos excepcionais, a esse propósito. Acredito que Kardec e Jesus respondem completamente à sua questão. 

 Diante da missão dos espíritas, conforme nos aponta "O Evangelho Segundo o Espiritismo" - com suas aplicações e consequências, podemos concluir que o Espiritismo seja uma Religião?

 "Compete-vos a vós formular a vossa linguagem de maneira a vos entenderdes. As vossas controvérsias provêm, quase sempre, de não vos entenderdes acerca dos termos que empregais. (...)" (O Livro dos Espíritos, resposta à questão número 28)

Tudo depende da acepção que damos à palavra "Religião". Se concebermos, por um lado, "Religião" como um conjunto de princípios imutáveis e indiscutíveis segundo os quais devemos nos adequar cegamente a troca de uma salvação, certamente o Espiritismo não se adequa à conceituação. Se, por outro lado, concebermos "Religião" como um conjunto de conhecimentos filosóficos e científicos que levam o homem a um crescimento moral, aproximando-o de Deus, por conseguinte, certamente o Espiritismo é, no dizer de Léon Denis: "(...) o futuro das religiões".

Mais uma vez, uma questão de definições, de palavras. Nossa insistência com a questão das palavras é tão grande que na questão 138 tivemos que ouvir dos Espíritos novamente: "É uma questão de palavras, com que nada temos. Começai por vos entenderdes mutuamente." Por isso, ao sermos questionados sobre "o Espiritismo é uma religião", ou atribuímos os dois pontos de vista situando o Espiritismo ou simplesmente perguntamos: "O que é 'religião' sob o seu ponto de vista?" e damos a resposta a contento. 

Qual é a relação entre a missão dos Espíritas e a Reforma Íntima? Onde estariam as igualdades e diferenças entre ambas?

 Por que Jesus pregava e cada palavra, cada olhar, cada gesto, tocava fundo e eternamente o coração daqueles que compartilhavam a sua presença? O que fazia das palavras de Jesus, de seus atos, de seu tempo uma consolação constante? Dois fatores:
1.            Jesus sabia quem ele era, de onde vinha, para onde ia. A certeza de Jesus sobre as coisas dava a elas autenticidade incomparável, porque permeava a vida simples daquele povo com instruções belíssimas em torno da vida espiritual, que, apesar de todas as diferenças cronológicas e culturais, sempre foi à carência maior do homem.
Essa certeza não vem senão de uma fé robusta, inabalável, provinda da análise científica, do amadurecimento emocional, psíquico e, de forma geral, espiritual. A fé de uma criatura realmente robusta dá a ela autenticidade necessária à consolação dos corações. O caminho do bem é o do autoconhecimento, do amadurecimento da própria fé, pela compreensão mais acentuada de Deus e da Criação;

2) O que Jesus falava era a VERDADE. A Verdade, embora seja vítima de tantas distorções, intencionais e não, por toda a História, é sempre a Verdade. No dizer do Cristo: "Conhecereis a Verdade. A Verdade vos libertará". A Liberdade é o que as pessoas desejam. No entanto, para alcançarem essa liberdade precisam ver resplandecer sobre todos os seus problemas a Luz da Verdade. Seus problemas não só de ordem intelectual, mas muito principalmente, os de ordem emocional, de ordem moral. E só uma ação consistente como que procurando refletir em todas as suas atitudes. A Verdade é que poderá fazer do espírita o verdadeiro "médium da consolação". O que é tudo isso senão a Reforma Íntima? 

Seria possível traçar uma relação entre as expressões "Missão dos Espíritas" e "Trabalhadores da Última Hora"?

 "(...) Aos que não recuarem diante de suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: "Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1862)

"Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! (...)" - Constantino, Espírito Protetor. (Bordéus, 1863)

A parábola dos Trabalhadores da Última hora, como nos dizem O Espírito da Verdade e Constantino, Espírito Protetor, no Capítulo XX de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", aplica-se perfeitamente aos Espíritas, que, após seguirem os trabalhadores do Cristo de séculos e séculos (...) são chamados na época do Consolador para servirem ao Cristo, de maneira a cumprirem sua missão. Ainda em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", lemos:

"Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! Nada perece. Jesus cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1860)

Indicando qual deve ser o foco dos Espíritas na continuação do trabalho a que o Cristo nos chamou a realizar, em hora adiantada, mas trabalho tão valoroso como qualquer outro, recompensado com o salário de nossa paz por Deus. Somos, então, os "bons espíritas" os trabalhadores da última hora.
"Bons Espíritas" = aqueles que cumprem a sua missão, fazendo a ponte de sua pergunta. 

 A mediunidade é alguma "forma de pagamento" das coisas que fizemos de errado nas vidas passadas? Tipo, um meio de acertar o errado?

A Lei de Amor nos mostra que Deus nos dá, como Pai Bondoso que é, oportunidades sempre de nos melhorarmos, de nos fazermos, por assim dizer, mais próximos a Ele, compreendendo-O e vivendo-O.
Certamente a mediunidade é um desses meios. Colocando à nossa volta uma plêiade de Espíritos desencarnados com contato psíquico estreito conosco, nos proporciona ampliadas possibilidades de doarmo-nos a eles.
Como?

Com o pensamento, com a conversa, com a cessão do próprio corpo, da própria fala, das próprias mãos a que expressem suas angústias, frustrações, dores e dúvidas. É como uma mão amiga que os atinge no coração. O médium, quando totalmente agregado ao ideal de sua missão, enquanto Espírita, santifica sua mediunidade cedendo, como Jesus cedeu tantas vezes, sua mão, sua mente e seu sorriso para que outras pessoas fossem curadas de seus males morais, tocando-lhes o coração. E existe possibilidade mais bela de evoluírmos - e, ocasionalmente, refazermos o certo de maneira equivocada que fizemos ontem - do que doando amor nesses contatos coração a coração?

Médiuns, meus amigos, quando emprestarem suas bocas aos Espíritos, não doem simplesmente seus órgãos da fala, doem suas palavras também, abraçando-lhes o coração, entendendo-lhes a dor. Quando escreverem as palavras de sofrimento por eles, saibam que estão ali atendendo-lhes, e, se os Espíritos seguram sua mão física, vocês devem segurá-los mentalmente, dando-lhes a "mão espiritual", que reanima, que consola. Utilizar-se tecnicamente da mediunidade para o trabalho é justo, mas santificar-lhe é a missão. 

Como é que se coloca em prática a "Missão dos Espíritas" em nosso ambiente de trabalho? É lícito estar-se falando do Evangelho, das virtudes e valores morais, no ambiente tão competitivo de trabalho?

Tanto quanto essa postura não fira a vontade e o direito dos outros, é lícito. A partir do momento em que ela começa a incomodar quem quer que seja, que tem o direito de não ser incomodado, faz pela Doutrina Espírita um papel completamente contrário ao desejado.

Lembramos que não é só a palavra que toca. Um sorriso toca, um abraço, um carinho, 1 minuto de atenção, um "bom dia", uma atitude justa, uma brincadeira a quem chora, reanimando-lhe a alegria; uma prece a quem está em desespero. A postura do Espírita é penetrar as necessidades das pessoas das maneiras que elas permitirem, oferecendo-lhes sempre um "porto seguro" para que possam contar de maneira a, nessa interação, buscarem seu aprimoramento, sua melhora. Evangelizar e ler o Evangelho são conceitos de nível de abrangência bastante distintos. 

 Nossa missão é divulgar o Espiritismo de que forma?

Pedindo a Deus inspiração e discernimento; Preparando-se intelectualmente pelo estudo para o enfrentamento das dúvidas que surjam; equilibrando-se sempre pela oração e pela vigília de maneira a transmitir para aqueles que nos cheguem certeza e consolação; respeitando sempre os limites do direito do próximo; exemplificando o que falamos; Fazendo aos outros aquilo que gostaríamos que se nos fizessem.
"Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo." (O Espírito da Verdade); "Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem" (Jesus)

Amarmo-nos, enfim. Assim tudo o que fizermos será recheado de bem, apreço, abraço e, mais importante, real consolação. Porque se a destreza das palavras choca e aumenta números, só a consciência tranquila realmente "converte" o homem em direção a Deus. 

Sabemos que a missão do Espírita é efetivar a vinda do consolador, principalmente "vivendo" a doutrina espírita, e dando exemplos. Qual a importância do "conhece-te a ti mesmo" dentro desse contexto?

O conceito do "Conhece-te a ti mesmo" é originário de Sócrates, da Antiguidade. Em "O Livro dos Espíritos" podemos ler na questão 919: "Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?" Resposta: "Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."
Mas como?

Santo Agostinho, na questão seguinte, nos mostra: "Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. (...)"

Melhorando-se nos tornamos mais capazes de amar ao próximo, porque nos amamos, por assim dizer, mais e mais. O amor a si mesmo é um resultado da própria fé robusta em Deus e em si, das vivências acumuladas e das posturas positivas perante essas vivências e da melhoria das capacidades de entender as dificuldades dos outros superando as nossa próprias dificuldades. No entanto, não é o suficiente. Uma vez que nossa compreensão se dilata em relação a nós mesmos e em relação à vida, é hora de pormos em prática o mandamento que o Mestre nos deixou.

"Jesus respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos."
Conhece-te a ti mesmo, fortalece-te para que teu amor aos que necessitam seja também aumentado, mais e mais. É a conexão pedida na pergunta. 

Considerações Finais do Palestrante:

 Ainda hoje a mais bela canção que o mundo já escutou ecoa em nossos espíritos como um cântico de força, de amor, de confiança e de fé. Possuímos, assim, mecanismos de análise que perdurarão para sempre para nos guiar a uma caminhada segura. Sermos, por assim dizer, mais do que divulgadores espíritas, mas representantes de Deus perante a criatura humana. O amor à criatura humana, o amor ao espírito é a finalidade maior de nossa jornada, logo após o amor a Deus.

Como nos balisar? No dizer de Ghandi, o Mahatmaji da Índia, "se todos os livros da humanidade fossem perdidos e nos restasse o Sermão da Montanha a humanidade estaria bem guiada para sempre em seus caminhos morais". Por isso, espíritas, meus amigos, vamos nos fixar nas palavras e nas promessas de Jesus, que, cantando do alto do monte, consolou e permanece consolando os corações dia após dia, hora após hora.

"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;"
"Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;"
"Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;"
"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;"
"Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;"
"Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;"
"Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;"
"Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;"
"Bem-aventurados sereis vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa."

"Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós."

Que Jesus nos abençoe e nos ajude nos bons propósitos de servir a Deus em nossa caminhada terrena, pelas mãos do Consolador. 


Palestra VirtualPromovida pelo IRC-Espiritismohttp://www.irc-espiritismo.org.brCentroEspírita Léon Denishttp://www.celd.org.br

Palestrante: Pedro VieiraRio de Janeiro28/04/2000

REVERÊNCIA E PIEDADE


"Sirvamos a Deus, alegremente, com reverência e piedade." - Paulo. (Hebreus, 12:28).

"Sirvamos a Deus, alegremente" - solicita o apóstolo -, mas não se esquece de acentuar a maneira pela qual nos compete servi-Lo.
Não poderíamos estender a tristeza nas tarefas do bem.
Todos os elementos da Natureza obedecem às leis do Senhor, revelando alegria.
Brilha a constelação dentro da noite.
O Sol transborda calor e luz.
Cobre-se a Terra de flor e verdura.
Tem a fonte uma cantiga peculiar.
Entoa o pássaro melodias de louvor.
Não seria justo, pois, trazer, ao serviço que o Mestre nos designa, o pessimismo e a amargura.
O contentamento de ajudar é um dos sinais de nossa fé.
Entretanto, é necessário que a nossa alegria não se desmande em excessos.
Nem ruído inadequado, nem conceitos impróprios.
Nem palavras menos dignas, nem gargalhadas que poderiam apenas sugerir sarcasmo e desprezo.
Sirvamos alegremente, com reverência e piedade.
Reverência para com o Senhor e piedade para com o próximo.
Não podes pessoalizar o Todo-Misericordioso para agradá-Lo, mas podemos servi-Lo diariamente na pessoa dos nossos irmãos de luta.
Conduzamos, assim, o carro de nosso trabalho sobre os trilhos do respeito e da caridade e encontraremos, em nosso favor, a alegria que nunca se extingue.


Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier

RIQUEZA PARA O CÉU


“Ajuntai tesouros no céu...” - Jesus. (Mateus, 6:20).

Quem se aflige indebitamente, ao ver o triunfo e a prosperidade de muitos homens impiedosos e egoístas, no fundo dá mostras de inveja, revolta, ambição e desesperança. É preciso que assim não seja!
Afinal, quem pode dizer que retém as vantagens da Terra, com o devido merecimento?
Se observamos homens e mulheres, despojados de qualquer escrúpulo moral, detendo valores transitórios do mundo,  tenhamos, ao revés, pena deles.
A palavra do Cristo é clara e insofismável.
- "Ajuntai tesouros no céu" - disse-nos o Senhor.
Isso quer dizer "acumulemos valores íntimos para comungar a glória eterna!"
Efêmera será sempre a galeria de evidência carnal.
Beleza física, poder temporário, propriedade passageira e fortuna amoedada podem ser simples atributo da máscara humana, que o tempo transforma, infatigável.
Amealhemos bondade e cultura, compreensão e simpatia.
Sem o tesouro da educação pessoal é inútil a nossa penetração nos céus, porquanto estaríamos órfãos de sintonia para corresponder aos apelos da Vida Superior.
Cresçamos na virtude e incorporemos a verdadeira sabedoria, porque amanhã serás visitado pela mão niveladora da morte e possuirás tão somente as qualidades nobres ou aviltantes que houveres instalado em ti mesmo.


Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier

REPAREMOS NOSSAS MÃOS


“... Mostrou-lhes as suas mãos..." - João, 20:20.

Reaparecendo aos discípulos, depois da morte, eis que Jesus, ao se identificar, lhes deixa ver o corpo ferido, mostrando-lhes destacadamente as mãos...
As mãos que haviam restituído a visão aos cegos, levantado paralíticos, curado enfermos e abençoado velhinhos e crianças, traziam as marcas do sacrifício.
Traspassadas pelos cravos da cruz, lembravam-lhe a suprema renúncia.
As mãos do Divino Trabalhador não recolheram do mundo apenas calos do esforço intensivo na charrua do bem. Receberam feridas sanguinolentas e dolorosas...
O ensinamento recorda-nos a atividade das mãos em todos os recantos do Globo.
O coração inspira.
O cérebro pensa.
As mãos realizam.
Em toda parte, agita-se a vida humana pelas mãos que comandam e obedecem.
Mãos que dirigem, que constroem, que semeiam, que afagam, que ajudam e que ensinam... E mãos que matam, que ferem, que apedrejam, que batem, que incendeiam, que amaldiçoam...
Todos possuímos nas mãos antenas vivas por onde se nos exterioriza a vida espiritual.
Reflete, pois, sobre o que fazes cada dia.
Não olvides que, além da morte, nossas mãos exibem os sinais da nossa passagem pela Terra. As do Cristo, o Eterno Benfeitor, revelavam as chagas obtidas na divina lavoura do amor. As tuas, amanhã, igualmente falarão de ti, no mundo espiritual, onde interrompida a experiência terrestre, cada criatura arrecada as bênçãos ou as lições da vida, de acordo com as próprias obras.

Emmanuel
psicografia de Chico Xavier


NO BOSQUE DAS ÁGUAS


A água é veículo dos mais poderosos para os fluidos de qualquer natureza. Aqui, ela é empregada, sobretudo como alimento e remédio.
O homem é desatento, há muitos séculos; o mar equilibra-lhe a moradia planetária, o elemento aquoso fornece-lhe o corpo físico, a chuva dá-lhe o pão, o rio organiza-lhe a cidade, a presença da água oferece-lhe a bênção do lar e do serviço; entretanto, ele sempre se julga
o absoluto dominador do mundo, esquecendo que é filho do Altíssimo, antes de qualquer consideração.
A água, como fluido criador, absorve, em cada lar, as características mentais de seus moradores. A água, no mundo, não somente carreia os resíduos dos corpos, mas também as expressões de nossa vida mental. Será nociva nas mãos perversas, útil nas mãos generosas e, quando em movimento, sua corrente não só espalhará bênção de vida, mas constituirá igualmente um veículo da Providência Divina, absorvendo amarguras, ódios e ansiedades dos homens, lavando-lhes a casa material e purificando-lhes a atmosfera íntima.


André Luiz 
Francisco Candido Xavier
Nosso Lar

quarta-feira, 28 de maio de 2014

PENSAMENTOS IMPRÓPRIOS



Senhor e Mestre vigia meus pensamentos! Acomodado na certeza de que meus pensamentos são invioláveis aos meus semelhantes, muitas vezes ponho-me a pensar o que não devo, não poupando definições e julgamentos que se revelados, me propiciariam duras recriminações, senão momentos até piores!... Movimento-me pela vida observando e analisando pessoas e circunstâncias, e nem sempre é possível furtar-me de pensamentos cujo teor não é nem fraterno e nem misericordioso, levando-me a me recriminar intimamente após emiti-los. Bem sei que para conduzir à falta basta o pensamento, porém não me sinto perfeito o bastante para evitar que eu julgue conforme meu estado de humor, levando a diminuir e até a ridicularizar o meu próximo em minha imaginação e em meus comentários, vez ou outra...
Guarda-me, Senhor, de perseverar em semelhante estado de alma, visto que só cabe a Deus o julgamento de coisas e pessoas, não me sendo permitido emitir conclusões senão aquelas que possam beneficiar e restabelecer, reconstruir e reerguer... Sempre que eu me sentir inclinado a julgar mentalmente meus irmãos, diminuindo-os perante meu imenso orgulho, recorda-me de que, se eu já consigo visualizar com tamanha perfeição os erros e os fracassos alheios, este é o momento certo para que eu visualize e corrija os meus próprios erros e fracassos, com perfeição semelhante!

Assim seja!

André Luiz, IDEAL André, 12.10.2002*

ESCOLA



A terra que te acolhe
É uma escola de Deus.

O grupo em que nasceste
É o núcleo de lições.

O parente difícil
É matéria de ensino.

Desgostos são problemas
E as provações são aulas.

As mudanças e as crises
São épocas de exame.

Ama, trabalha, serve
E aprenderás com Deus.

Pelo Espírito EMMANUEL
Do livro: BUSCA E ACHARÁS
Psicografia de CHICO XAVIER


A DEFESA DA VIGILÂNCIA



Amigo (a), todos nós possuímos inúmeras responsabilidades pesando sobre nossas costas. As obrigações profissionais, familiares, afetivas, sociais, fazem com que vivamos sempre com uma certa pressão em torno de nós...
Mas não vivemos apenas para as obrigações; também temos o dever direito de ser felizes, de termos satisfação no que fazemos, de sentirmo-nos bem na vida.
A vida nos coloca obstáculos no caminho, à convivência com as pessoas gera atritos, a dificuldade financeira nos visita, a saúde em alguns momentos nos preocupa, e nosso coração nos confunde em certas situações com um turbilhão de sentimentos...
Nestas horas é preciso a defesa da vigilância...
Não deixarmos o desânimo, o desalento, a tristeza, o derrotismo tomar conta de nós.
Estar vigilante para quando os problemas nos visitem é postura preventiva.
Nada é insolucionável.
Não baixar a guarda é vital...
Se estivermos sempre preparados para enfrentar eventuais dificuldades, elas não nos surpreenderão.
Amemos o sol, mas conscientes de que a tempestade às vezes desaba.
E, que, no entanto, o sol volta...

Do livro: REFLEXÕES PARA A PAZ
Autor: JOAMAR ZANOLINI NAZARETH

NO CULTO À PRECE



 “E, tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos e todos
ficaram cheios do Espírito Santo." - Atos, 4:31.

Todos lançamos, em torno de nós, forças criativas ou destrutivas, agradáveis ou desagradáveis ao círculo pessoal em que nos movimentamos.
A árvore alcança-nos com a matéria sutil das próprias emanações.
A aranha respira no centro das próprias teias.
A abelha pode viajar intensivamente, mas não descansa a não ser nos compartimentos da própria colmeia.
Assim também o homem vive no seio das criações mentais a que dá origem.
Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na ascese.
Como pensas, viverás.
Nossa vida íntima - nosso lugar.
A fim de que não perturbemos as leis do Universo, a Natureza somente nos concede as bênçãos da vida, de conformidade com as nossas concepções.
Recolhe-te e enxergará o limite de tudo o que te cerca.
Expande-te e encontrarás o infinito de tudo o que existe.
Para que nos elevemos, com todos os elementos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso além da oração, que pede luz, amor e verdade.
A prece, traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho.
Narram os Atos que, havendo os apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram cheios do Espírito Santo: iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade, engrandeceram-se-lhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a energia santificadora felicitou-lhes o espírito.
Não olvides, pois, que o culto à prece é marcha decisiva. A oração renovar-te-á para a obra do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas perceber.

Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier
Fonte Viva

VALE DOS SUICIDAS



... Mas na caverna onde padeci o martírio que me surpreendeu além do túmulo, nada disso havia! Aqui, era a dor que nada consola a desgraça que nenhum favor ameniza a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há sol, não há perfume, não há tréguas!
O que há é o choro convulso e inconsolável dos condenados que nunca se harmonizam!
O assombroso “ranger de dentes” da advertência prudente e sábia do Mestre de Nazaré! A blasfêmia acintosa do réprobo a se acusar a cada novo rebate da mente flagelada pelas recordações penosas!
A loucura inalterável de consciências contundidas pelo vergastar infame dos remorsos! 
O que há é a raiva envenenada daquele que já não pode chorar, porque ficou exausto sob o excesso das lágrimas! 
O que há é o desaponto, a surpresa aterradora daquele que se sente vivo a despeito de se haver arrojado na morte! 
É a revolta, a praga, o insulto, o ulular de corações que o percurtir monstruoso da expiação transformou em feras! 
O que há é a consciência conflagrada, a mente revolucionada, as faculdades espirituais envolvidas nas trevas oriundas de si mesma! 
O que há é o “ranger de dentes nas trevas exteriores” de um presídio criado pelo crime, votado ao martírio e consagrado à emenda! 
É o inferno na mais hedionda e dramática exposição, porque, além do mais, existem cenas repulsivas de animalidade, práticas objetas dos mais sórdidos instintos, as quais eu me
pejaria de revelar aos meus irmãos, os homens!

Ivone A. Pereira


A oração de uma menina

terça-feira, 27 de maio de 2014

PRUDÊNCIA


Por José do Patrocínio 

Aquietemo-nos! Relembram os Instrutores Espirituais.
A transição recomenda prudência.
A Pátria do Cruzeiro, com a responsabilidade de representar a fraternidade na Terra, está diante dos olhos do Mundo que aproveitando a ocasião dos jogos redescobre o Brasil.
Colocamo-nos, nesse momento, à disposição dos benfeitores, para pedir as bênçãos para nossa gente, para nossa terra, para nosso torrão Natal. E percebemos o cuidado dos Espíritos Nobres que representam os Pais da Pátria, para zelar pelo equilíbrio, pela prudência e pela ordem.
Os benfeitores nos recomendam prudência. Aquietarmos antes de acelerarmos; paciência, antes que a preocupação maior; oração, antes que o receio. 
Os nossos Amigos Maiores pedem que nos habituemos nesses dias: amanhecer orando pela Pátria; durante o dia, mentalizar a paz na Pátria; ao adormecer, orar pelo equilibro da Pátria, porque o mundo espiritual nobre, certamente, cuidando de nós, cria as condições de defesa para que os acontecimentos ocorram com equilíbrio, para que a ordem não se deixe vencer pela desordem, para que a prudência nos conduza com equilíbrio à condução do processo das mudanças necessárias.
Os irmãos infelizes, acostumados a balburdia, à desordem no mundo espiritual inferior, querem aproveitar, também, no seu trabalho organizado, chamar atenção do mundo, para desmoralizar o grande Programa de Jesus para o Brasil. 
Por isso, em nome deles, nós queremos pedir aos nossos companheiros o hábito da oração em favor da paz. 
Teremos, certamente, preocupações graves que devem esperar de nós e receber das nossas orações o testemunho do equilíbrio, para que as forças do mal não encontrem espaço também em nós. 
Os espíritas conhecedores desses acontecimentos, da ação dessas criaturas infelizes, nossos irmãos, devemos estar conscientes de que representamos elos da grande corrente da Bondade que protege o grande programa que o Cristo de Deus colocou nas mãos do povo Brasileiro.
Estejamos, pois, meus irmãos, atentos, não sejamos aqueles que multiplicam as más informações e notícias, mas asserenados, aquietados, nos liguemos aos benfeitores, nesse momento importante, para que possamos transmitir para o Mundo inteiro a nossa gente tão boa, a expectativa de um ambiente de paz e de um povo ordeiro e generoso, mas, sobretudo Cristão. 
Orando juntos, estaremos ligando as forças vivas da bondade, que emana do coração do nosso mestre, o Cristo de Deus, estaremos oferecendo aos nossos dirigentes encarnados, aqueles homens e mulheres que têm a incumbência de zelar pelo equilíbrio e pela orientação política, Econômica, social do Brasil, para que os acontecimentos, que possam ocorrer, não perturbem a generalidade da Nação, e para que o programa do Cristo se faça maior do que os transtornos, e para que, de um modo geral, todos nós contribuamos para a paz. 
Mantenhamo-nos aquietados, confiantes, vigilantes e orando, entregando-nos às mãos santíssimas de Jesus de Nazaré.
O Anjo Ismael, aqui, na Federação Espírita Brasileira, organizou programa de trabalho intenso, com os espíritos que representam os dirigentes espirituais do Brasil, para estabelecer nos pontos estratégicos, em Brasília, nas demais cidades importantes do País, as defesas geradas, necessárias para a vigilância e para que a ordem não se perturbe.
Não tenhamos receios, confiemos atentos. 
Os momentos políticos que vive o planeta não têm como não refletir no Brasil, e representando o foco do Mundo nesses dias é importante que estejamos aqui na nossa Casa, oferecendo o melhor ambiente vibratório de beleza espiritual, para que o Anjo Ismael possa cumprir, com o apoio dos Espíritos Nobres, o programa de Jesus. 
Os momentos recomendam prudência, como dizíamos, e cuidado.
Oremos meus irmãos e mantenhamo-nos em paz. 
Que Jesus abençoe a Pátria que amamos que o Cristo de Deus ilumine as consciências das nossas autoridades, que os ambientes dos jogos sejam protegidos pelas forças da luz, e que a nossa certeza na condução dessas energias nobres faça de nós também instrumento da paz. 
Que o Cristo de Deus nos abençoe, abençoe a Federação Espírita Brasileira, abençoe o nosso País, e nos inclua no grande programa dos trabalhadores do Bem.

Abraço-vos, fraternalmente,

José do Patrocínio.

(De gravação de psicofonia pelo médium João Pinto Rabelo, na reunião do Grupo de Assistência e Apoio aos Povos da África, na sede da FEB, no dia 10 de maio de 2014).

Sobre José do Patrocínio: 

José Carlos do Patrocínio (Campos dos Goytacazes, 9 de outubro de 1853 — Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1905) foi um farmacêutico, jornalista, escritor, orador e ativista político brasileiro. Destacou-se como uma das figuras mais importantes dos movimentos Abolicionista e Republicano no país. Foi também idealizador da Guarda Negra, que era formada por negros e ex-escravos para defender a monarquia e o regime imperial.
Por amor, compartilhem com seus familiares e amigos.
Oremos pelo nosso amado Brasil! Sejamos instrumentos da Paz e do Bem!