A
resposta a esta pergunta foi dada por Emmanuel, através da psicografia de Chico
Xavier, no livro O Consolador:
"Na
provação coletiva, verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados,
participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro.
O
mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente,
através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do
pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais
“doloroso acaso” às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no
mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico, ou as mais variadas
mutilações, no quadro de seus compromissos individuais."
Emmanuel,
sob a psicografia de Chico Xavier, em O Consolador, pergunta 250.
Meus
comentários:
Para
o leitor não habituado com a terminologia espírita, expressões fora de contexto,
tais como “passado delituoso e obscuro” podem chocar, e levar a falsas
interpretações.
Uma
mãe amorosa não concebe a possibilidade de seu pequeno anjo ter tido um
“passado delituoso e obscuro” – o que é perfeitamente compreensível.
Mas,
analisando a questão sob a ótica da reencarnação, veremos que somos espíritos
imortais – nossa jornada não começa, e nem termina aqui.
Somos
todos espíritos em evolução, encarnados na terra para aprender e progredir.
Não
existem, entre nós, espíritos isentos de faltas no passado, de erros a serem
reparados. A possibilidade de retornar a vida corpórea, e resgatar esses erros,
não é um castigo, mas uma prova do amor de Deus, que nos oferece infinitas
possibilidades de redenção.
Mas
Deus não seria perfeito, se não fosse justo. Ele nos permite recomeçar do
início, e nos concede o benefício do esquecimento temporário do passado (nos
esquecemos do passado enquanto estamos encarnados – depois de retornar à Pátria
Espiritual, recobramos a lembrança de nossas vidas pregressas).
Assim
sendo, temos a oportunidade de nos encontrar com antigos desafetos, e vivenciar
experiências dolorosas que possamos ter ocasionado aos outros, em existências
passadas. Analisando sob esta ótica, começamos a entender que o que muitas
vezes chamamos de “castigo” é, na verdade, “possibilidade de redenção”, ou
seja, uma segunda chance.
Muitos
de nós escolhemos o gênero de provas que iremos passar pela vida. Essas provas
estão de acordo com a nossa evolução espiritual, e contamos sempre com a ajuda
de Espíritos Protetores, que nos inspiram, para que não falhemos, e nos dão
força e coragem, quando acontecimentos que fogem ao nosso controle, se
descortinam diante de nós.
Emmanuel
nos diz, através da psicografia de Chico Xavier, no livro intitulado “Emmanuel",
cap. XXXII, Dos Destinos:
“Não
poucas vezes vos preocupais, nas lides planetárias, com as provações
necessárias, que julgais excessivas para as vossas forças.
Crede!
O fardo que faz vergar os vossos ombros não é demasiado para as vossas
possibilidades.
Deus
tudo prevê e, sobretudo, a escolha de semelhantes provações é uma questão de
preferência individual…”
Mais
adiante, no item “A Escolha das Provas”, Emmanuel ensina:
“Muito
antes da encarnação, o Espírito faz o cômputo de suas possibilidades, estuda o
caminho que melhor se lhe afigura na luta da perfectibilidade e, de acordo com
suas vocações e segundo o grau de evolução já alcançado, escolhe, em plena
posse de sua consciência, a estrada que se lhe desenha no porvir, fecunda de
progressos espirituais.”
Por:
Liz Bittar
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