A
excelência do sentimento do perdão saiu das hostes da religião e adentrou nos
conceitos terapêuticos da psicologia e da medicina. Ninguém mais tem dúvidas de
que a sanidade mental e o equilíbrio emocional têm raízes profundas no
indivíduo que consegue exercer e receber o perdão.
Desta
forma, somos chamados diariamente a praticar o perdão no lar, no trabalho, no
convívio social, nas pequenas coisas do cotidiano para que, quando necessário,
possamos utilizá-lo nas grandes mágoas. É como o treinamento de um atleta de
alta performance: muito exercício para atingir as grandes vitórias.
O
prefixo PER significa ao todo, total; DOAR, dar. Doar, totalmente, esforço para
amar um pouco mais. Se alguém pisar no seu pé, sem querer, é relativamente
fácil perdoar, mas se pisar no pé que está com a unha inflamada, cuja dor é
muito superior, precisará de um esforço maior ainda...
Às
vezes o perdão é quase instantâneo, também pode demorar algumas horas, dias,
meses, anos, séculos, algumas reencarnações. Mas se entender que o perdão é
inevitável à conquista da paz, da felicidade, peça fundamental na evolução do
ser, e que sem o perdão sempre haverá pendências que mais cedo ou mais tarde
deverão ser sanadas, o indivíduo, racionalmente, empreenderá todos os esforços
para atingir este intento.
No
capítulo 10 de O Evangelho segundo o Espiritismo (Bem-aventurados os
misericordiosos), o apóstolo Paulo afirma: Perdoar os inimigos é pedir perdão
para si mesmo. Perdoar aos amigos é dar-lhes prova de amizade. Perdoar as
ofensas é mostrar que se tornou melhor do que antes. Perdoai, portanto, meus
amigos, a fim de que Deus vos perdoe...
Quando
estamos perdoando o outro, estamos também exercendo o autoperdão; um é consequência
do outro, porque somos com o outro como somos conosco mesmo.
Allan
Kardec indica, no livro O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o
Espiritismo, a psicoterapia do perdão e autoperdão: arrependimento (dar-se
conta que errou), expiação (desconforto e sofrimento moral pelo
equívoco) e reparação (o ato final, a corrigenda do erro). O
verdadeiro perdão sempre envolve atividades reparadoras.
Mágoas,
culpas e ressentimento servem como alerta, um despertador avisando que alguma
coisa na nossa conduta está equivocada. Quando não trabalhados com a tolerância
e o perdão, trazem como consequências transtornos psiquiátricos ou doenças
físicas.
Emmanuel,
na obra Pronto Socorro, nos diz que o remorso é um lampejo de
Deus sobre o complexo de culpa que se expressa por enfermidade da consciência.
Como
você se vê no futuro? Como afirmou Pierre Dac, líder francês da resistência
nazista da Segunda Grande Guerra Mundial, o futuro é o passado em
preparação.
Que
passado queremos ter daqui a 20, 30 anos ou na dimensão espiritual ou nas
próximas reencarnações?
Vale
a pena investir no perdão consigo mesmo e com o outro para que o remorso e o arrependimento
não sejam nossos companheiros no futuro.
Por:
Luis Roberto Scholl
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