Filho
do operário João Cândido Xavier e da doméstica Maria João de Deus. Nasceu a 2
de abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo.
A
desencarnação de dona Maria João de Deus, deu-se a 29 de setembro de 1915,
quando o Chico tinha apenas 5 anos.
Dos
nove filhos (Maria Cândida, Luzia, Carmosina, José, Maria de Lourdes, Chico, Raimundo,
Maria da Conceição e Geralda), seis foram entregues a padrinhos e amigos.
Chico
sofreu muito em companhia de sua madrinha, que era obsediada. Conta ele, que apanhava
três vezes por dia, com vara de marmelo. O pai de Chico casou-se novamente; desta
feita com Cidália Batista, de cujo casamento adveio mais seis filhos (André
Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João Cândido).*
Por
essa ocasião, deu-se o seu retorno à companhia do pai, dos irmãos e de sua segunda
mãe dona Cidália, que tratava a todos com muito carinho.
Sua
escolaridade vai até o curso primário, como se dizia antigamente. Trabalhou a
partir dos oito anos de idade, de 15h às 2h, numa fábrica de tecidos.
Católico
até o ano de 1927, o Padre Sebastião Scarzelli era seu orientador religioso.
Com
a obsessão de uma de suas irmãs, a família teve que recorrer ao casal de espíritas,
Sr. José Hermínio Perácio e dona Carmem Pena Perácio, que após algumas reuniões
e o esforço da família do Chico, viu-se curada. A partir daí, foi mantido o
Culto do Evangelho no Lar, até que naquele ano de 1927, o Chico, respeitosamente,
despediu-se do bondoso padre, que lhe desejou amparo e proteção no novo
caminho. (…)
No
ano de 1927, funda em Pedro Leopoldo, junto com outras pessoas, o Centro
Espírita Luiz Gonzaga.
Em
08/08/44, Chico Xavier, através do advogado Dr. Miguel Timponi, em coautoria
com a FEB – Federação Espírita Brasileira inicia contestação à ação
declaratória movida pela Sra. Dª. Catharina Vergolino de Campos, viúva do
famoso escritor desencarnado Humberto de Campos, sob a fundamentação de ser
necessário concluir se efetivamente a obra psicografada pelo Chico, como sendo
do notável escritor patrício, Humberto, após sua desencarnação. Ao final desse
longo pleito, através de críticos literários, os mais consagrados, concluiu-se
ser autêntica a obra em questão (ver o assunto completo no livro “A Psicografia
ante os Tribunais, de autoria do advogado Dr. Miguel Timponi – Ed.”. FEB).
Dos
quatro empregos que teve, por 32 anos trabalhou na Escola Modelo do Ministério
da Agricultura, em Pedro Leopoldo e Uberaba, nesta última cidade, a partir de
1959, quando para lá se transferiu.
Chico
sempre se sustentou com seu modesto salário, não onerando a ninguém. Aposentou-se
como datilógrafo subordinado ao Ministério da Agricultura. Jamais se locupletou
como médium. Ganhava, dos mais simples aos mais valorizados presentes (canetas,
fazendas, carros), mas, de tudo se desfazia educadamente. Dos quatrocentos e
doze livros psicografados, os quais pela lei dos homens lhe pertenciam os
direitos autorais, de todos se desfez doando-os a federativas espíritas e a
instituições assistenciais beneficentes, num verdadeiro exemplo vivo de cidadania
e amor ao próximo.
*
Ver a síntese genealógica do Chico, no livro “Chico Xavier, Mandato de Amor”. (UEM,
p. 284).
A
Polivalência de sua Obra Literária
É
bastante diversificada a obra literária do Chico, senão vejamos: o primeiro livro
publicado foi “Parnaso de Além Túmulo”, escrito por 56 poetas desencarnados,
compreendendo brasileiros e portugueses. Foi recebido no período de 1931 a
1932. Na época, sua idade era de apenas 21 anos. Com esta obra, Chico começa
por onde a imensa maioria dos medianeiros psicógrafos principia.
Detém
em sua produção Prosa e Verso, que nós, na mera condição de leitor, classificamo-la
como sendo:
Reveladora: Com a publicação da
obra Nosso Lar, o espírito André Luiz inicia primorosa coleção em que se
ressalta, dentre tantas informações, o caráter revelador da obra, onde se tem
registrado o cotidiano, o dia a dia da vida extrafísica.
Identificadora: Assim chamamos a
literatura poética, como no caso do “Parnaso”. Se “estilo é maneira de exprimir
os pensamentos, falando ou escrevendo” (Aurélio), no Parnaso figuram quase 6
dezenas de poetas da Língua Portuguesa, dentre os mais consagrados. Aí, a
comparação entre o poeta, quando na vida física e quando retorna ao plano
espiritual, torna-se inevitável.
Mensagem: Chamamos livros de
mensagens, aqueles compostos por mensagens avulsas, de temas variados, de
espíritos diversos. (Ex: Mãos Unidas, Respostas da Vida, etc).
Romanesca: Destacamos, neste
gênero, os cinco romances de Emmanuel (mentor do médium): Há Dois Mil Anos
(abrange o período histórico de 31 a 79 D.C), Cinquenta Anos Depois (ano 131 –
D.C), Ave Cristo (abrange o período 217 a 258 D.C), Paulo e Estevão (depois da
morte de Jesus até aproximadamente anos 70 D.C) e Renúncia (cobrindo a segunda
metade do século XVII, iniciado em 1662 – reinado de Luiz XIV de França). Há
Dois Mil Anos foi escrito no curto espaço de 24/10/38 a 09/02/39, em intervalos
das atividades profissionais do Chico.
Chamamos
a atenção para a chamada Cronologia Romana reconhecida por experts como autêntica.
A obra suscitou o aparecimento do livro Vocabulário Histórico-Geográfico, de
Roberto Macedo, versando sobre o vocabulário existente nos cinco romances supracitados.
Histórico-Geográfico: A exemplo dos
livros “A Caminho da Luz” e romances de Emmanuel (já citados), “Brasil Coração
do Mundo, Pátria do Evangelho” de Humberto de Campos.
Conto: merecem destaque
Jesus no Lar, de Neio Lúcio, Almas em Desfile e A vida Escreve, de parceria com
o médium Waldo Vieira, de autoria espiritual de Hilário Silva e Contos e Apólogos,
Reportagens de Além Túmulo, Contos Desta e Doutra Vida, autoria espiritual de
Humberto de Campos, além de outros.
Reportagem: Encontramos o trabalho
de Humberto de Campos, que com vigor e talento, do plano da imortalidade
envia-nos reportagens notáveis como a que realiza com o apóstolo Pedro, no
livro Crônicas de Além-Túmulo, ou com Napoleão, no livro Cartas e Crônicas ou
ainda quando entrevista a famosa atriz Marilyn Monroe, no livro Estante da
Vida.
Literatura
Infantil
Através
de autores como Neio Lúcio, Casimiro Cunha e outros.
Literatura
Jovem
Livros
de espíritos que ainda jovens retornaram ao plano espiritual, como a obra de
Jair Presente, de Augusto César e outros, cuja característica principal são, as
gírias praticadas pelos jovens, notadamente no período em que surgiram.
Literatura
Universitária
De
nosso conhecimento, coube à Professora Ângela Maria de Oliveira Lignani inserir
a obra literária do Chico nos meandros universitários. A professora em questão
logrou aprovação no Curso de Mestrado da Faculdade de Letras da Universidade
Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre
em Teoria da Literatura. Dissertação com 200 páginas, cujo título é
“Psicografia e inscrições discursivas: a escrita de Chico Xavier”.
Literatura
Humanística
Lulu
Parola, Cornélio Pires e outros trazem aos leitores rica obra com esta característica.
Literatura
Científica
Por
se compor de Ciência, Filosofia e Religião, invariavelmente, qualquer obra dita
espírita mostra esta tendência, mas, especificamente podemos citar as de André
Luiz como “Evolução em Dois Mundos” e “Mecanismos da Mediunidade”.
Literatura
Evangélica
O
Evangelho é tema de vasta obra psicografada pelo Chico, especialmente de
Emmanuel: Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz, Fonte Viva, Livro
da Esperança, Palavras de Vida Eterna, Segue-me, Bênção de Paz.
|
Ressonância de sua Obra |
No
cinema
Da
mensagem publicada no livro “Somos Seis” resultou o filme Edifício Joelma.
No
teatro
Várias
compilações de obras diversas resultaram na peça teatral “Além da Vida”,
apresentada por atores e atrizes profissionais.
Na
televisão
Tanto
na extinta Rede Tupi (associada) quanto na Rede Globo, adaptou-se como novela o
livro “Nosso Lar”, sob o título de “A grande viagem”, com amplo sucesso.
No
rádio
Apresentação
do chamado rádio-teatro, como o romance “Há Dois mil Anos”, teatralizado na
Rádio Mundial.
Programas
radiofônicos veiculando páginas espíritas.
Nos
mais diversos ambientes, deparamos afixadas páginas psicografadas pelo Chico,
porém, nem sempre de origem identificada.
No
judiciário
Conforme
se vê no livro Lealdade, organizado pelo laborioso tarefeiro espírita, Hércio
Marcos, do IDE – Instituto de Difusão Espírita – Araras/SP, relatando que, com
base em mensagem psicografada pelo Chico, o MM. Juiz da causa absolveu o réu no
douto judiciário do estado de Goiás.
Na
música
Já
nos idos de 1970, o astro da canção brasileira, Roberto Carlos, revelava no
Programa Flávio Cavalcanti, a influência das obras do Chico nas letras das músicas
que compõe.
São
inúmeras as letras psicografadas pelo Chico que foram e são musicadas, daí
resultando belas canções, tais como: Alma Gêmea e Companheiro, letras de
Emmanuel. A Prece, letra de João de Deus, Diretrizes adaptado do trecho de
Bezerra de Menezes.
Fábio
Júnior, Vanuza e Moacir Franco, sempre demonstraram grande carinho pelo Chico,
inclusive, homenageando-o através de músicas de suas autorias.
Inúmeros
LP\’s (hoje em desuso) e incontáveis CD\’s enriquecem a fonografia patrícia,
oriunda da obra do Chico.
Na
pintura
Através
do chamado processo ideoplástico a exuberante mediunidade do Chico tem proporcionado
o surgimento de quadros maravilhosos, como o do Senador romano Publius Lentulus
e o retrato de Maria (vide Anuário Espírita 1986).
Abrangendo
Irmãos de Outras Terras
A
monumental obra psicografada pelo Chico já teve livros traduzidos para o
esperanto, o francês, o inglês, o espanhol, o japonês, o tcheco e o polonês.
Na
assistência Social
Pelo
fato de o Chico, invariavelmente, registrar em cartório a doação dos direitos
autorais a que teria direito em favor de instituições beneficentes, que pela
lei do homem lhe caberia sobre 412 obras, tal procedimento possibilita grande
fonte de recursos a essas instituições mesmo depois de sua morte. E já são mais
de 30 milhões de exemplares editados.
CHICO
SELA COMPROMISSO COM O ESPÍRITO EMMANUEL
A
data do início do mandato mediúnico do Chico é considerada 8 de julho de 1927,
mas o reencontro com seu guia espiritual Emmanuel, deu-se nos fins de julho de
1931 (ver interessante diálogo que se estabeleceu entre os dois, conforme
relata o livro “Chico Xavier Mandato de Amor”, UEM, p. 30-31).
QUEM
ERA EMMANUEL
Senador
romano na época do Cristo, conhecido por Publius Lentulus. De lá para cá do
nosso conhecimento, surge nas figuras do escravo Nestório, do Padre Manoel de
Nóbrega (fundador de São Paulo) e do Padre Damiano, reencarnado na Espanha.
O
relacionamento entre os dois, “se perde na poeira dos sóis”, segundo informação
que o Chico nos prestava, por informação do mentor espiritual.
JESUS
– KARDEC – EMMANUEL
Como
é sabido, a interação Jesus-Kardec-Emmanuel é absolutamente harmônica. E desde aquele
longínquo 31 de julho de 1931, Emmanuel já determinava: ” – se algum dia eu
conflitar com Jesus e Kardec, me abandone Chico”.
Nesse
clima de absoluta interação é que para comemorar centenários respectivos, da
obra que compõe o “Pentateuco Luz”, no dizer de Nenê Aluotto, temos:
-
em 1959, surge o livro Religião dos Espíritos, em comemoração ao centenário do
Livro dos Espíritos;
- em
1960, o livro Seara dos Médiuns, em comemoração ao centenário do Livro dos
Médiuns;
-
em 1961, o livro Justiça Divina, em comemoração ao centenário do livro Céu e
Inferno;
-
em 1964, o livro da Esperança, em comemoração ao centenário do Evangelho Segundo
o Espiritismo.
Todos
esses livros de autoria de Emmanuel. O Chico recebeu além desses, de espíritos
diversos, o livro O Espírito da Verdade, ainda comemorativo ao centenário do
Evangelho Segundo o Espiritismo.
CHICO
FALA DE SUA PRÁTICA MEDIÚNICA
No
livro Parnaso de Além Túmulo, Ed. FEB – 1972 – Comemorativa do 40º aniversário
de lançamento, pág. 33, Chico diz a respeito: “A sensação que sempre senti, ao
escrevê-las (referindo-se a poesias recebidas mediunicamente), era a de que
vigorosa mão impulsionava a minha. Doutras vezes, parecia-me ter em frente um
volume imaterial, onde eu as lia e copiava; e, doutras, que alguém, mas ditava
aos ouvidos, experimentando sempre no braço, ao psicografa-las, a sensação de
fluidos elétricos que o envolvessem, acontecendo o mesmo com o cérebro, que se
me afigurava invadido por incalculável número de vibrações indefiníveis. Certas
vezes, esse estado atingia o auge, e o interessante é que me parecia haver
ficado sem o corpo, não sentindo, por momentos, as menores impressões físicas.
É o que experimento, fisicamente, quanto ao fenômeno que se produz frequentemente
comigo.”
MÉDIUM
COMPLETO
Poder-se-á
dizer que Chico foi um médium completo, tanto do ponto de vista moral quanto da
técnica mediúnica.
O
saudoso professor Herculano Pires o chamava de “homem-psi”.
Elias
Barbosa diz que dele poder-se-á dizer “do alto dos telhados”, tratar-se do
maior médium psicógrafo do mundo.
O
culto e saudoso professor Rubens Romanelli, dizia com relação a Chico Xavier:
“Trata-se de um dos maiores autodidatas que já conheci”.
CURIOSIDADES
ACERCA DA PROFÍCUA PRODUÇÃO PSICOGRÁFICA DE CHICO
De
uma certa feita na bela cidade triangulina de Uberlândia, o saudoso tarefeiro
espírita Zenon Vilela passou para o papel, a seguinte informação:
No
ano de 1952, Chico psicografou 2 livros, em 2 dias: Roteiro, de Emmanuel, com
172 páginas e Pai Nosso, de Meimei, com 104 páginas.
No
ano de 1963, Chico psicografou 2 livros, em 2 dias: Opinião Espírita, com 204
páginas e Sexo e Destino, com 360 páginas.
No
dia 31 de março de 1969 (data comemorativa do falecimento de Kardec, mera
lembrança nossa), Chico psicografou 2 livros, no mesmo dia: Passos da Vida, com
156 páginas e Estante da Vida, com 184 páginas.
Chico
é apontado como fenômeno na aceitação do leitor. Dos dez melhores livros do
século, em pesquisa realizada por órgãos da imprensa espírita, sete são da
psicografia do Chico. O primeiro lugar coube ao livro Nosso Lar, na 48ª edição,
com mais de 1.200 milheiros de exemplares editados.
Ao
longo de seus 75 anos de mandato mediúnico tornaram-se incontáveis os títulos
honoríficos a que fez jus:
-
dezenas de cidadanias;
-
mais de uma centena de biografias;
-
instituiu-se a Comenda da Paz Chico Xavier, por decreto estadual;
-
Comenda Chico Xavier instituída pela Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo;
-
o Mineiro do Século, por promoção da Telemar e da Rede Globo Minas, etc.;
-
pelos auditores independentes da Receita Federal, foram eleitas as 8 mais
importantes figuras mundiais: Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Mandela,
Sabin, Carlitos, Santos Dumont, Gandhi e Che Guevara.
-
O Maior Brasileiro da História por promoção da Revista Época – 2006.
Por
dados estatísticos fornecidos por órgãos da Imprensa Nacional, em seu velório
que se iniciou no domingo, 30 de junho, até terça-feira, 2 de julho do ano de
2002, em certos momentos, a fila chegou à extensão de 4 km. E diante do
esquife, a média era de 40 pessoas, a cada minuto. Era comovente a serenidade e
o silêncio do povo, apesar de ter que esperar horas e horas seguidas na fila,
sob o forte sol uberabense, para a despedida aos despojos físicos do médium.
Foi sepultado com honras militares debaixo de uma chuva de pétalas de rosas.
Eric
Fronn nos ensina que “só o amor é justificativa à presença humana”. O Chico
“triplica” essa justificativa. Muitos o cognominam: “um homem chamado amor”.
|
O Chico de nossa Memória |
Quando
o conheci na década de 50, sua idade era de 46 anos.
Tinha
por características físicas ser gordinho, de uma gordura “roliça”, sem protuberâncias
destacadas. Era de baixa estatura. Dava pra perceber que suas vistas não eram
normais, portavam enfermidades.
Sua
risada era “gostosa”, e bem audível.
Tinha
por princípio ser igual para com todo mundo. Dificilmente esquecia o nome das
pessoas. Por conta desse destaque um dia lhe perguntei:
-
Chico, por que você não esquece os nomes das pessoas? No que ele retrucou de
pronto:
-
O Emmanuel me disse que onde há amor, não há esquecimento. Pensei: Podia dormir
sem essa, eu que sou péssimo para guardar nomes.
Quando
mudamos para Uberaba, a 31 de março de 1960, o Chico lá já estava desde janeiro
de 1959. Se nossa convivência em Monte Carmelo era esporádica (só pelos Natais
de 1956 a 1958) na hospitaleira capital do Zebu, aos poucos a convivência foi
se aprofundando, principalmente porque fui tornando-me mais maduro, mais
compenetrado.
Lembro
com saudades que nos meus primeiros encontros com o Chico, às vezes eu ensaiava
falar-lhe de Doutrina Espírita, de livros etc. Mas… à medida que me aproximava
dele, a inibição se apossava de mim. Aí o Chico é que de propósito vulgarizava
a conversa. E como sabia que eu gostava como gosto, de música, de cantar, e
como estava em plena efervescência o movimento da “Jovem-Guarda”, o Chico
cristamente me tirava daquela constipação cultural indagando-me
desembaraçadamente: – Marival, e a Wandeca? O ambiente alterava-se totalmente.
O assunto agora era jovem guarda, em que a cantora Wanderléia era um dos
ícones. Chico era assim.
Ninguém
mais autodidata, ninguém mais culto. Vida a fora teve grandes mestres
espirituais. De escolaridade formal mesmo só estudou até o primário. Por
exemplo, talvez ninguém descrevesse tão bem, com tantas minudências o corpo
humano como ele, mas dificilmente o fizesse se em presença de um homem de
ciência. Não só esse tema como qualquer um outro, ele dominava com desembaraço,
mas jamais fazia exibição de erudição. Ao contrário, repetia com frequência que
de tão pequeno trazia cisco no nome (referência às duas últimas sílabas de Francisco).
Enganam
os que acreditam que o Chico transigia acerca de valores morais que competia a
ele exemplificar, ou ter que orientar um irmão do coração. Vi alguns dos nossos
com lágrimas nos olhos diante da necessária veemência do Chico.
De
certa feita, ante a insistência de um confrade querendo que o Chico atendesse a
uma irmã de outra cidade, naquela manhã, na agência do Banco do Comércio, onde
ele tratava de confirmar se o crédito referente a vencimentos a que fazia jus
como funcionário do Ministério da Agricultura havia sido creditado em sua
conta: O Chico expõe ao renitente companheiro que pra tudo tem hora, que
naquele momento ele cuidava de dinheiro, não estando, portanto em condições de
assistir espiritualmente a irmã mencionada, mas que à noite estava à disposição
dela na CEC. Assim mesmo teve que dizer ao companheiro: – Você já viu o padre
abrir a igreja toda hora para celebrar missa?
Finalmente
o irmão deu-se por vencido, retornando à sua casa, ele que morava ao lado daquela
agência bancária. Nesse momento o Chico humildemente nos pede desculpas e dá o
assunto por encerrado dizendo: (a mim e ao Toninho Vilela, funcionário do
banco). “Às vezes onde eu encontro as maiores dificuldades é justamente entre
os irmãos espíritas.”
Passei
então a meditar em torno daquele episódio e daquela observação.
Casos
revestidos de muita ternura tive oportunidade de assistir, envolvendo essa
figura notável:
O
companheiro, na euforia que atingia a todos os presentes no Uberaba Tênis
Clube, ante os festejos pelo título de cidadão uberabense, outorgado ao Chico
pela edilidade previne-o:
Chico,
cuidado pra você não cair! (Referia-se a resvalos Morais)
Era
um cidadão alto, corpulento, contrastando com o Chico, que olha pra cima
procurando o rosto do companheiro para humildemente responder:
-
Oh fulano, como eu vou cair se estou dez léguas pra baixo?
O
local era as confluências das ruas Arthur Machado com Leopoldino de Oliveira, o
mais movimentado de Uberaba. Começamos em pequeno número, mas à medida que as
pessoas iam descobrindo o Chico ali, a aglomeração aumentava.
Ele
no meio da roda, assediado por perguntas e por curiosos. Bem ao meu lado para
uma pessoa, pela aparência um representante comercial. Observa, observa, como
bom mineiro.
De
repente sai rápido e entre decepcionado e incrédulo comenta:
-
Dizem que esse homem é humilde, mas ele está num perfume só, e a humildade onde
fica?
Tive
ímpetos de explicar a origem daquela fragrância tão agradável, mas a tempo
ponderei que naquele momento qualquer explicação seria extemporânea.
Nos
últimos anos na década de 60, após participar com dois de meus irmãos nos
Festivais do “Chapadão do Bugre” lá mesmo em Uberaba, o Chico passou a nos
incentivar a compor música, como já o fazíamos no festival: “Quente, pra
frente”, “Me pega”, foram os títulos que nos indicou, quando dizia: Ninguém fez
músicas explorando esses temas. E completava: – Tenho muitos outros pra lhe
sugerir.
Na
época não atinei que talvez devesse buscar espiritualizar os temas. Fazia
músicas comuns.
Com
nossa mudança para Belo Horizonte, em 1970, essa “parceria musical”, que eu
supus encerrada, aí é que floresceu, porque passei a por melodias em letras
psicografadas pelo Chico, hoje somando uma meia-dúzia delas.
De
certa feita jactanciava-me pelo fato de ter tido essa convivência fraterna,
boa, salutar com nosso saudoso irmão Chico, quando um companheiro, como que com
o fito de podar em mim a vaidade, indagou de chofre: E o que você tem feito
dessa convivência? Lembre-se: Isso não é privilégio, é responsabilidade.
Efetivamente, ser contemporâneo do Chico representa imensa responsabilidade
para todos nós porque ele foi e é exemplo vivo que o Divino Mestre nos enviou.
Rogamos
a Jesus proteger e amparar o nosso sempre querido irmão Chico.
CEI EDITA LIVROS DE CHICO XAVIER EM
VÁRIOS IDIOMAS
O Conselho Espírita Internacional também dispõe de uma pagina na internet onde podem ser conhecidas todas as obras que já estão publicadas – www.edicei.com– (o site esta sendo totalmente reconstruído atualmente) e efetua um trabalho promocional permanente nos países em que se falam as línguas nas quais já existem livros disponíveis.
- Algumas das obras de Chico Xavier que já estão disponíveis em diferentes idiomas são:
· Francês: Serie André Luiz (toda a serie); Romances de Emmanuel (os 5 romances já estão publicados); Serie Fonte Viva (toda a serie já esta disponível). Alem disso, já estão publicados os livros O Consolador; A Caminho da Luz e Jesus no Lar.
· Inglês: Serie André Luiz (6 títulos); Romances de Emmanuel (2 títulos). Alem disso, já estão publicados Cartilha do Bem; Mensagem do Pequeno Morto; Pai Nosso e Jesus no Lar.
· Espanhol: Serie André Luiz (5 títulos); Serie Fonte Viva (1 título disponível). Alem disso, já estão publicados Seara dos Médiuns; Justiça Divina; Religião dos Espíritos; O Espírito da Verdade; Vida e Sexo; Pensamento e Vida; Mensagem do Pequeno Morto e Cartilha do Bem.
· Francês: Serie André Luiz (toda a serie); Romances de Emmanuel (os 5 romances já estão traduzidos); Serie Fonte Viva (toda a serie já esta disponível). Alem disso, já estão publicados O Consolador; A Caminho da Luz e Jesus no Lar.
· Alemão: Nosso Lar e os Mensageiros. Já estão traduzidos Cartilha do Bem e Mensagem do Pequeno Morto.
· Russo: Há 2000 Anos e 6 livros da serie André Luiz.
· Húngaro: Agenda Cristã.
O Conselho Espírita Internacional também dispõe de uma pagina na internet onde podem ser conhecidas todas as obras que já estão publicadas – www.edicei.com– (o site esta sendo totalmente reconstruído atualmente) e efetua um trabalho promocional permanente nos países em que se falam as línguas nas quais já existem livros disponíveis.
- Algumas das obras de Chico Xavier que já estão disponíveis em diferentes idiomas são:
· Francês: Serie André Luiz (toda a serie); Romances de Emmanuel (os 5 romances já estão publicados); Serie Fonte Viva (toda a serie já esta disponível). Alem disso, já estão publicados os livros O Consolador; A Caminho da Luz e Jesus no Lar.
· Inglês: Serie André Luiz (6 títulos); Romances de Emmanuel (2 títulos). Alem disso, já estão publicados Cartilha do Bem; Mensagem do Pequeno Morto; Pai Nosso e Jesus no Lar.
· Espanhol: Serie André Luiz (5 títulos); Serie Fonte Viva (1 título disponível). Alem disso, já estão publicados Seara dos Médiuns; Justiça Divina; Religião dos Espíritos; O Espírito da Verdade; Vida e Sexo; Pensamento e Vida; Mensagem do Pequeno Morto e Cartilha do Bem.
· Francês: Serie André Luiz (toda a serie); Romances de Emmanuel (os 5 romances já estão traduzidos); Serie Fonte Viva (toda a serie já esta disponível). Alem disso, já estão publicados O Consolador; A Caminho da Luz e Jesus no Lar.
· Alemão: Nosso Lar e os Mensageiros. Já estão traduzidos Cartilha do Bem e Mensagem do Pequeno Morto.
· Russo: Há 2000 Anos e 6 livros da serie André Luiz.
· Húngaro: Agenda Cristã.
-
Alem disso, já estão traduzidos numerosos títulos que estão no processo de
edição, tais como Nosso Lar em italiano,
mais de 4 obras de Chico em tcheco, 3
livros da Serie Andre Luiz em grego.
- Como parte das comemorações pelos 100 anos de Chico Xavier estaremos lançando, no âmbito do 3o. Congresso Espírita Brasileiro, em Brasília, uma biografia de Chico Xavier escrita por um autor francês. O livro será lançado simultaneamente em português e francês.
- Como parte das comemorações pelos 100 anos de Chico Xavier estaremos lançando, no âmbito do 3o. Congresso Espírita Brasileiro, em Brasília, uma biografia de Chico Xavier escrita por um autor francês. O livro será lançado simultaneamente em português e francês.
Esta biografia foi elaborada por
Marival Veloso Matos, Presidente da União Espírita Mineira e membro da Comissão
Central Organizadora do “Projeto Centenário de Chico Xavier”.
QUANTIDADE DE LIVROS EDITADOS PELA FEB
(até janeiro de 2010):
– Livros de Allan Kardec: 10.400.600 exemplares;
– Livros psicográficos de Francisco Cândido Xavier: 17.881.800 exemplares
(“Nosso Lar” é o mais editado: 1.782.000).
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