quinta-feira, 3 de abril de 2014

Egoísmo


Herança evidente de nossa antiga animalidade, por toda a parte, ainda vemos o egoísmo a repontar em toda extensão do mundo. . .
O egoísmo! . . .
Em família, é o exclusivismo do sangue. No lar, é o narcisismo doméstico. Na oficina de trabalho, é o despeito. Na propriedade transitória, é a ambição de posse desnecessária. Na cultura da inteligência, é a vaidade intelectual. Na ignorância, é a agressividade. Na riqueza amoedada, é o espírito de usura. Na pobreza, é a inveja destrutiva. Na madureza, é o azedume. Na mocidade, é a ingratidão. No ateísmo, é a impiedade. Na fé religiosa, é a intolerância. Na alegria, é o excesso. Na tristeza, é o isolamento. Nos fortes, é a tirania. Nos fracos, é a astúcia. Na afetividade, é o ciúme. Na dor, é o desespero. No mimetismo que lhe é próprio, usa em todos os setores as mais diversas máscaras e qual o joio que abafa o trigo, comparece igualmente nos corações que a luz já felicite, em forma de cólera e irritação, desânimo e secura. . .
Se desejarmos dar combate à praga do egoísmo na gleba da alma, saibamos estender, cada dia, as nossas disposições de mais amplo serviço ao próximo, e, aprendendo a ceder de nós mesmos, entre a humildade e o sacrifício, no bem de todos, conquistaremos com o Cristo a plenitude do amor que lhe converteu a própria cruz em ressurreição para a Vida Eterna.

Emmanuel
Chico Xavier


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