Você já parou para pensar como são os dias na
velhice? Estas linhas retratam o sentir de uma mãe idosa, que lamenta a solidão
e o abandono daqueles que deveriam amá-la.
LÁGRIMAS ESCONDIDAS
Para muitos a velhice é um fardo pesado, os familiares não têm paciência e, principalmente, amor para com o idoso que está ao seu lado. São sempre reclamações e insatisfações, às vezes até mesmo agressão. Mas você parou para pensar em como o idoso se sente? São os seus movimentos que vão ficando lentos, ele não consegue correr, na maioria das vezes o seu caminhar é difícil, ele não pode ir aonde seus pés gostariam. É nesse momento que ele precisaria que outros andassem por ele e, assim, poderia ir e vir para onde quisesse.
As suas mãos trêmulas não conseguem afagar o filho ou o neto, não porque estão perdendo os movimentos, mas porque eles não chegam ao alcance do seu toque. O seus ouvidos não conseguem ouvir como antes e aqueles que lhe rodeiam não têm a paciência de falar mais alto e pausadamente. Ele gostaria muito de ouvir o que vocês falam, de saber o que está acontecendo tanto com vocês quanto com o mundo, pois continua sendo gente que pensa e sonha.
A sua voz, agora cansada pelos anos, quer falar de um tempo que se perdeu, que está distante, falar de experiências, lembranças, solidão, de falta de carinho, de amor. Dar conselho ou simplesmente falar e ter alguém para ouvir. Mas aqueles que o rodeiam não têm tempo, paciência de ouvir, pois os tempos são outros e de nada serviria a conversa com um velho.
É a era do computador, da tecnologia, eles estão no século XXI, às coisas andam rápidas demais, não há tempo a perder.
E os cabelos brancos foram sendo tingidos pelo tempo. Se pudesse me ouvir, eu saberia falar porque eles foram ficando assim. Foi pelas noites que não dormia enquanto embalava o seu sono. Isso mesmo, pelas noites que fiquei em claro esperando você chegar; pelo trabalho árduo que calejou as minhas mãos, pois queria lhe ver doutor; porque quando na sua adolescência tive medo que se perdesse. Foram tão difíceis aqueles tempos! Mas fiquei do seu lado. Lembra-se quando você tinha problemas, que corria para o meu colo e eu estava ali para lhe afagar e juntos descobríamos as soluções?
E o coração, esse está tão cansado e já não consegue bater como antes. Não se preocupe, são só as batidas, pois tudo que está nele continua lá dentro: o amor que sinto por você. Mas não sei porque parece tão vazio, acho que é porque você se foi, deixando-o assim.
Então me pergunto se fui capaz de lhe dar o pão, o amor, porque você não é capaz de fazer o mesmo? Você foi criança e eu o embalei, dei-lhe o pão e o carinho, hoje também estou me tornando uma e você não irá me embalar.
Quero lhe dizer que as mesmas rugas que cobrem o meu corpo também irão cobrir o seu, mas não gostaria que o vazio do coração você sentisse, gostaria que o seu filho o embalasse.
Não tema a velhice, ela não é difícil, ela é linda, são sonhos que se realizam. O difícil é a solidão!
Da sua mãe, sempre e sempre
Maria do Rosário.
Para muitos a velhice é um fardo pesado, os familiares não têm paciência e, principalmente, amor para com o idoso que está ao seu lado. São sempre reclamações e insatisfações, às vezes até mesmo agressão. Mas você parou para pensar em como o idoso se sente? São os seus movimentos que vão ficando lentos, ele não consegue correr, na maioria das vezes o seu caminhar é difícil, ele não pode ir aonde seus pés gostariam. É nesse momento que ele precisaria que outros andassem por ele e, assim, poderia ir e vir para onde quisesse.
As suas mãos trêmulas não conseguem afagar o filho ou o neto, não porque estão perdendo os movimentos, mas porque eles não chegam ao alcance do seu toque. O seus ouvidos não conseguem ouvir como antes e aqueles que lhe rodeiam não têm a paciência de falar mais alto e pausadamente. Ele gostaria muito de ouvir o que vocês falam, de saber o que está acontecendo tanto com vocês quanto com o mundo, pois continua sendo gente que pensa e sonha.
A sua voz, agora cansada pelos anos, quer falar de um tempo que se perdeu, que está distante, falar de experiências, lembranças, solidão, de falta de carinho, de amor. Dar conselho ou simplesmente falar e ter alguém para ouvir. Mas aqueles que o rodeiam não têm tempo, paciência de ouvir, pois os tempos são outros e de nada serviria a conversa com um velho.
É a era do computador, da tecnologia, eles estão no século XXI, às coisas andam rápidas demais, não há tempo a perder.
E os cabelos brancos foram sendo tingidos pelo tempo. Se pudesse me ouvir, eu saberia falar porque eles foram ficando assim. Foi pelas noites que não dormia enquanto embalava o seu sono. Isso mesmo, pelas noites que fiquei em claro esperando você chegar; pelo trabalho árduo que calejou as minhas mãos, pois queria lhe ver doutor; porque quando na sua adolescência tive medo que se perdesse. Foram tão difíceis aqueles tempos! Mas fiquei do seu lado. Lembra-se quando você tinha problemas, que corria para o meu colo e eu estava ali para lhe afagar e juntos descobríamos as soluções?
E o coração, esse está tão cansado e já não consegue bater como antes. Não se preocupe, são só as batidas, pois tudo que está nele continua lá dentro: o amor que sinto por você. Mas não sei porque parece tão vazio, acho que é porque você se foi, deixando-o assim.
Então me pergunto se fui capaz de lhe dar o pão, o amor, porque você não é capaz de fazer o mesmo? Você foi criança e eu o embalei, dei-lhe o pão e o carinho, hoje também estou me tornando uma e você não irá me embalar.
Quero lhe dizer que as mesmas rugas que cobrem o meu corpo também irão cobrir o seu, mas não gostaria que o vazio do coração você sentisse, gostaria que o seu filho o embalasse.
Não tema a velhice, ela não é difícil, ela é linda, são sonhos que se realizam. O difícil é a solidão!
Da sua mãe, sempre e sempre
Maria do Rosário.
Mensagem psicografada em reunião mediúnica no dia 04.11.02 no Centro Espírita Seara de Luz, pela médium Eunice Santos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário