quinta-feira, 31 de julho de 2014

CORAGEM NO CAMINHO


Se chegares aos dias anuviados de pranto, à vista de ocorrências infelizes, acende a luz da esperança e caminha adiante, olvidando na retaguarda o que te possa parecer aflição e desengano.
Outro dia, com novas emoções, espera-te amanhã, renovando-te a vida.
Circunstâncias inesperadas te deslocaram da segurança em que vivias, arrojando-te nas dificuldades do começo da existência...
Esquece quantos te surgiram por instrumentos de inquietação e lembra-te de que as oportunidades de trabalho continuam brilhando para os que não se deixam vencer pelo desânimo.
Pessoas queridas talvez se te hajam transformado em obstáculos à paz, compelindo-te à travessia de espessas nuvens de lágrimas...
Esquece os que se acomodaram com atitudes irrefletidas e pensa nas dedicações sinceras que te felicitam as horas.
Alguém a quem amas, enternecidamente, haverá falhado nos compromissos assumidos, relegando-te ao abandono...
Esquece o menosprezo de que terás sido objeto e conserva a imagem desse alguém no tesouro de tua gratidão pela felicidade que te deu e prossegue em frente, na certeza de que a vida te ofertará estradas novas para a aquisição de alegrias diferentes.
Acontecimentos calamitosos te impeliram a vacilar nos fundamentos da fé, ainda insegura...
Esquece, porém, os fatos amargos e adianta-te na jornada para diante, valorizando os recursos espirituais de que dispões, recordando que o Céu continua alentando a última planta das últimas faixas do deserto e revigorando o verme da mais oculta reentrância de abismo.
Seja qual seja o tipo de provocação que te incline ao desalento, vence o torpor da tristeza e segue para a vanguarda de tuas próprias aspirações.
Da imensidão da noite, nascerá sempre o fulgor de novo dia.
Não te permitas qualquer parada nas sombras da inércia.
Trabalha e prossegue em frente, porque a bênção de Deus te espera em cada alvorecer.

Meimei
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Fonte: Livro Palavras Do Coração 

O ESPÍRITA DEVE SER


O espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de convertê-la em tacape na pele dos semelhantes.
Bom, mas não displicente que chegue a favorecer a força do mal, sob o pretexto de cultivar a ternura.
Generoso, mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as possibilidades de trabalho que despontam nos outros.
Doce, mas não tão doce que atinja a dúbia melifuidade, incapaz de assumir determinados compromissos na hora da decisão.
Justo, mas não implacável, em nome da justiça, impedindo a recuperação dos que caem e sofrem.
Claro, mas não desabrido, dando a ideia de eleger-se em fiscal de consciências alheias.
Franco, mas não insolente, ferindo os outros.
Paciente, mas não irresponsável, adotando negligência em nome da gentileza.
Tolerante, mas não indiferente, aplaudindo o erro deliberado em benefício da sombra.
Calmo, mas não tão sossegado que se afogue em preguiça.
Confiante, mas não fanático que se abstenha do raciocínio.
Persistente, mas não teimoso, viciando-se em rebelar-se.
Diligente, mas não precipitado, destruindo a si próprio.
"Conhece-te a ti mesmo" - diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na ação, porque, efetivamente, o equilíbrio nunca é demais.

Pelo Espírito André Luiz
Médium: Francisco Cândido Xavier

Do Livro: Ideal Espírita

PRECE PARA AFASTAR A DEPRESSÃO


Jesus mestres dos mestres, amor que nos envolve e aquece, a vida em nosso planeta está a cada dia mais difícil, há tanta violência, tanta fome, tanta injustiça e dor... E o coração se enche de amargura e a alma fica triste e deprimida.
Nesse momento, então, venho à Tua presença pedir que me ajudes a melhorar meus
estados de espírito... A fim de que eu possa crescer no comando do meu próprio ser.
Faz-me lembrar que tudo passa, que a nuvem escura irá embora, que o amigo voltará
a dobrar a esquina, vindo ao meu encontro...
E que a esperança renascerá no meu coração e a fé ocupará os espaços vazios.
Toca meu coração com tua mão de luz para que a sombra que a envolve seja transformada
em claridade, e a tristeza em alegria de viver; para que meus olhos vejam como a vida esplende ao sol e a natureza festeja a alegria de viver; que as minhas emoções fiquem livres e leves e minha alma vibre na tranquila e jubilosa paz da consciência voltada para Deus.
Faz-me lembrar ainda que o teu Evangelho foi o maior dos sorrisos na história do pensamento humano, e ajuda-me, assim, a sorrir também...
Por tudo isso e por tudo o mais te agradeço, Senhor da Vida.


Sociedade Espírita de Auxílio Fraternidade

REZE



“Cessam as rogativas ruidosas e acalmam-se os desejos tumultuários. Converte-se a oração em trabalho edificante. O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso."

Emmanuel - Na Oração em Caminho, Verdade e Vida.
Reze pela humanidade. Ore com todo o seu coração porque o mundo está doente, precisando de amor.
Deus nos disse para amar o próximo, mas vemos cada dia mais pessoas brigando, sem paciência, sem carinho. Eu não sei como nós chegamos nesse ponto e nem mesmo se algum dia estivemos em paz. Tenho a impressão de que poucos seres humanos conhecem a paz. Isso acontece porque nos afastamos de Deus, deixamos a oração sempre para depois, "para quando tivermos um tempinho". Mas o mundo precisa dos crentes agora, precisa daqueles que levam sua relação com o Criador ao mais alto nível.
Presenciamos um mundo a beira do colapso: guerras estão eclodindo, massacres ocorrendo, crianças sofrendo... Devemos entender como um aviso. Um aviso de que estamos indo na direção errada, na direção do ódio. Altere este trajeto, trilhe o caminho do amor. Reze! O conflito israelo-palestino é um exemplo triste de como o ódio pode ser levado a um patamar insustentável. A questão é extremamente complexa para ser tratada em um texto tão conciso e não ouso desenvolvê-la neste momento, mas ouso pedir para cada um de vocês orar pelas vidas que estão sendo perdidas e, principalmente, pelas pessoas que permanecem vivas, encravadas numa situação que estimula o rancor e o desejo de vingança.
Rezem para que suas almas não se manchem, para que seus corações não se anuviem. Peçam todas às vezes possíveis para que aquelas crianças tenham a oportunidade de crescer em mundo no qual a prioridade seja brincar e estudar. Peçam para que os adultos suavizem seus discursos e seus brios e enxerguem o que realmente importa: a vida. A guerra entre Israel e a Palestina não é religiosa, é política. Em pleno século XXI essa questão não deveria, definitivamente, ser resolvida com sangue. Oremos para que nossos irmãos em todas as partes do mundo olhem para o lado e enxerguem o outro, o ser humano e seu semelhante.
Posso parecer sonhadora e nada realista, mas eu realmente acredito ser possível construirmos um mundo melhor. Para isso, precisamos urgentemente olhar para o próximo, transformar cada ato de ajuda não em um fardo, mas em honra, pois quem se empenha na causa de Deus com amor, não sente o peso.


Vivian

Resgates coletivos ante a lei de causa e efeito


A jovem Baya Bakari, de 14 anos, foi à única sobrevivente do Airbus A310, da empresa Yemenia Air, que caiu no Oceano Índico, pouco antes do pouso nas Ilhas Comores, com 153 pessoas a bordo. Temos notícia de outros acidentes aéreos que tiveram, também, um único sobrevivente, a exemplo de Vesna Vulovic, aeromoça sérvia, que, no momento em que a aeronave sobrevoava a ex-Tchecoslováquia, resistiu à explosão, supostamente, causada por atentado terrorista, em janeiro de 1972. (1)
Dias antes, na véspera do Natal de 1971, um avião de passageiros, também, explodiu, depois de ser atingido por um raio, ao sobrevoar a Amazônia peruana. Todos morreram, à exceção da jovem Juliane Koepcke, de 17 anos, que caiu de uma altitude de 3 mil metros, aproximadamente, ainda presa ao seu cinto de segurança. (2)
História semelhante é a de George Lamson Jr, que tinha 17 anos, quando sobreviveu à queda do Lockheed L-188, Electra da Galaxy Airlines, matando outras 70 pessoas a bordo, em janeiro de 1985. Os episódios de sobreviventes nessas circunstâncias incluem o de uma criança, de quatro anos, que escapou da queda do voo 255, da Northwest Airlines, em agosto de 1987, em que mais de 150 pessoas morreram no acidente, segundo os organizadores de um memorial pelas vítimas da catástrofe.
Em 1995, uma menina, de nove anos, foi à única sobrevivente da explosão, em pleno ar, de um avião, na Colômbia. Em 1997, um menino tailandês escapou de um acidente, que matou 65 pessoas, durante um voo da Vietnam Airlines. Em 2003, uma criança, de três anos, foi à única sobrevivente de um acidente aéreo, no Sudão, que matou 116 pessoas.
Lamentemos, sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma, pois nada acontece sem que Deus consinta. Esses fatos nos remetem a refletir sobre as ideias dos cientistas materialistas que creem que a sobrevivência “não é uma questão de destino”, pois mais de 90% dos acidentes aéreos têm sobreviventes, hoje em dia, graças aos “avanços tecnológicos” (!!!...). Mas, a justificativa de “avanços tecnológicos” não explica as causas de uns morrerem e outros sobreviverem na mesma cena trágica. Como se processa a convocação de encarnados para uma desencarnação coletiva?
Qual a explicação espiritual para o fato de pessoas saírem ilesas das catástrofes, algumas, até mesmo, desistindo da viagem ou, então, perdendo o embarque, em transportes a serem acidentados?
As respostas são baseadas nas premissas de que o acaso não pode reger fenômenos inteligentes e na certeza da infalibilidade da Lei Divina, agindo por conta de espíritos prepostos, sob a subordinação das entidades superiores. “A cada um será dado segundo as suas obras”. Ensinam os espíritos, mediante comparação simples, mas de forma altamente significativa, que justiça sem amor é como terra sem água.
O pensamento da espiritualidade superior sobre o tema significa que a justiça é perfeita, porque Deus a fez assistida pelo amor, para que os endividados não sejam aniquilados. A Doutrina dos Espíritos, embasada em O Livro dos Espíritos, não respalda a ideia de fatalidade, tratando especificamente do assunto, merecendo, por isso, leitura e reflexão. (3)
Então, qual a finalidade desses acidentes que causam a morte conjunta de várias pessoas? Como a Justiça Divina pode ser percebida nessas situações? Por que algumas pessoas escapam, como vimos acima? Lembrando que fatalidade, destino e azar são palavras sempre citadas em situações como essas, vejamos como os Espíritos nos esclarecem: “Fatalidade”, “Destino” e “Azar” são palavras que não combinam com a Doutrina Espírita, da mesma forma a palavra “sorte”, usada para aqueles que escapam desse tipo de situação.
Que conceitos estão por trás dessas palavras? O Livro dos Espíritos explica, dentre outras informações a respeito, que “a fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; feita a escolha, ele traça, para si mesmo, uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra. Em verdade, “fatal”, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podemos fugir”. (4)
Em chegando a hora de retornar ao Plano Espiritual, nada nos livrará e, inconscientemente, guardamos em nós o gênero de morte que nos aguarda, pois isso nos foi revelado quando fizemos a escolha desta ou daquela existência. Não nos esqueçamos de que somente os acontecimentos importantes, e capazes de influir nossa evolução moral, são previstos por Deus, porque são úteis à nossa purificação e à nossa instrução.
Nas mortes coletivas, como os casos tão dramáticos ocorridos nos recentes desastres aéreos, somente encontraremos uma justificativa lógica para os respectivos acontecimentos, se analisarmos, atentamente, as explicações que só a Doutrina Espírita nos fornece, para confirmar que, até mesmo nesses DESASTRES, a Lei de Justiça se faz presente, pois, como nos afirma o Codificador, não há efeito sem que haja uma causa que o justifique.
Todos os nossos irmãos que pereceram, em desastres aéreos, carregavam, na alma, motivos para se ajustarem com a Lei Maior, a fim de quitar seus débitos com a Justiça Divina, que não falha jamais, encontrando, aí, a oportunidade sublime do resgate libertador. “Salvo exceção, pode-se admitir, como regra geral, que todos aqueles que têm um compromisso em comum, reunidos numa existência, já viveram juntos para trabalharem pelo mesmo resultado, e se acharão reunidos ainda no futuro, até que tenham alcançado o objetivo, quer dizer, expiado o passado, ou cumprido a missão aceita”. (5)
Vamos encontrar em o livro Chico Xavier Pede Licença, no capítulo 19, intitulado “Desencarnações Coletivas”, as sábias explicações para o fenômeno das mortes coletivas, quando o benfeitor Emmanuel responde pergunta endereçada a ele, por algumas dezenas de pessoas, em reunião pública, realizada na noite de 22/08/1972, em Uberaba, MG, e que aqui transcrevemos: “Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios (e de quedas de aeronaves)? Responde Emmanuel -” Realmente, reconhecemos em Deus o Perfeito Amor, aliado à Justiça Perfeita. “E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio”. (6)
Como se processa a provação coletiva [resgate]? O mentor do Chico esclarece: “Na provação coletiva, verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro.
O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona, então, espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas da dívida do pretérito para os resgates em comum, razão porque, muitas vezes, intitulais “doloroso caso” às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”. (7)
Diante de tantos lúcidos esclarecimentos, não mais podemos ter quaisquer dúvidas de que a Justiça Divina exerce sua ação, exatamente, com todos aqueles que, em algum momento, contrariaram a harmonia da Lei de Amor e Caridade e, por isso mesmo, cedo ou tarde, defrontar-se-ão, inexoravelmente, com a Lei de Causa e Efeito, ou, se preferirem, com a máxima proferida pela sabedoria popular: “A semeadura é livre, mas, a colheita é obrigatória”.
É importante destacar que, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o mestre lionês assinala: "Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento, porque se passa neste mundo, seja, necessariamente, o indício de uma determinada falta: trata-se, frequentemente, de simples provas escolhidas pelo Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento”. (8).
Diante do exposto, afirmamos que a função da dor é ampliar horizontes, para, realmente, vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio. Por isso, diante dos compromissos “cármicos”, em expiações coletivas ou individuais, lembremo-nos sempre de que a finalidade da Lei de Deus é a perfeição do Espírito, e que estamos, a cada dia, caminhando nessa direção, onde o nosso esforço pessoal e a busca da paz estarão agindo a nosso favor, minimizando, ao máximo, o peso dos débitos do ontem.


O que melhor define um romance espírita?


Como gênero de literatura, o romance é uma narração, recheada de ações e com o aparecimento de várias personagens, algumas episódicas e outras ligadas ao fio condutor do enredo. No caso dos romances espíritas, acrescenta-se a interexistência entre as dimensões espirituais e corpóreas e surgem comentários sobre princípios da Doutrina Espírita. Nas inter-relações pessoais entre os personagens, de uma maneira ilustrativa pode-se compreender conceitos de mediunidade, de reencarnação e de evolução espiritual.
Qual o seu papel?
O romance espírita é uma alternativa importante para os leitores que têm simpatia pelas ideias espíritas. Em forma de narração e com dinâmica da vivência dos personagens, geralmente, é uma literatura que desperta e prende a atenção do leitor. É um instrumento importante para o tratamento dos princípios do Espiritismo, relacionando-se passado, presente e futuro. Há casos em que a sequência de romances – como a série dos médiuns Yvonne Amaral Pereira e de Francisco Cândido Xavier -, favorece a compreensão sobre a trajetória de Espíritos, em várias etapas reencarnatórias. Ao comentar o romance Paulo e Estêvão, Ismael Gomes Braga destaca: "[...] É uma biografia romanceada, do tipo das biografias modernas, mas diferente destas pela sua finalidade. [...] No livro de Emmanuel os principais personagens nos traçam regras de conduta, abrem roteiro para a humanidade..."]
Em sua opinião, a que se deve essa grande explosão no mercado de romances espíritas?
Os romances sempre se caracterizaram por provocarem intensa circulação no mercado livreiro. No movimento espírita e entre os simpatizantes do Espiritismo, os romances espíritas não poderiam ser uma exceção. A Editora FEB tem entre suas obras mais reeditadas e comercializadas os romances históricos de Emmanuel e E a vida continua..., de André Luiz.
Quem, ao seu ver, está lendo o romance espírita hoje? Por quê?
Os dados confirmam que é crescente a comercialização dos livros espíritas, e, especificamente, dos romances, nas livrarias leigas. Entendemos que o estilo romanceado torna atraente e agradável a transmissão da mensagem espírita.
Considerando o movimento espírita como um todo, você acha que os romances retardam o interesse pelo aprofundamento na doutrina? Justifique.
As narrações romanceadas devem merecer a atenção dos dirigentes e expositores espíritas, para que em reuniões doutrinárias e palestras, as mesmas sejam empregadas como ilustração ou para fortalecimento de princípios doutrinários, mas sem deixar de se citar e remeter ao estudo das Obras Básicas do Codificador. No ano passado, por ocasião das comemorações dos 70 anos de publicação de Paulo e Estêvão, a Federação Espírita Brasileira realizou o seminário nas várias regiões do país, intitulado "Os trabalhadores espíritas e os primeiros cristãos, à luz da obra Paulo e Estêvão" 1, estimulando a reflexão e o estudo sobre os albores do Cristianismo e o trabalho dos espíritas, fundamentando-se em obras de Allan Kardec e de Léon Denis. Surgiram também artigos correlatos publicados em Reformador e outros periódicos espíritas.
Fique à vontade, caso queira fazer outras considerações.
Tomamos a liberdade de sugerir que se dinamizem campanhas sobre a boa leitura, incluindo-se as Obras Básicas de Allan Kardec, citando-as em programas, artigos e palestras. Seria um reavivamento da "Campanha Comece pelo Começo", lançada pela USE-SP, há 41 anos atrás. Os vários gêneros de literatura disponíveis no movimento espírita deveriam sempre remeter e valorizar a Codificação Espírita.

Antonio César Perri de Carvalho é presidente da FEB-Federação Espírita Brasileira

Moisés e o Espiritismo


A condenação do Espiritismo pela Bíblia, que é a mais citada e repetida, figura no Cap. 19 do Deuteronômio. É a condenação de Moisés, que vai do versículo 9 ao 14.
A tradução, como sempre, varia de um tradutor para outro, e às vezes nas diversas edições da mesma tradução.
Moisés proíbe os judeus, quando se estabeleceram em Canaã, de praticar estas abominações: fazer os filhos passarem pelo fogo; entregar-se à adivinhação, prognosticar, agourar ou fazer feitiçaria; fazer encantamento, necromancia, magia, ou consultar os mortos. E Moisés acrescenta, no versículo 14: “Porque essas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores, porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa”. Assim está na tradução de Almeida, mas variando de forma, por exemplo, na edição das Sociedades Bíblicas Unidas e na edição mais recente da Sociedade Bíblica do Brasil.
Na primeira dessas edições (ambas da mesma tradução de João Ferreira de Almeida) lê-se, por exemplo: “quem pergunte a um espírito adivinhante”, e na segunda: “quem consulte os mortos”. Na tradução de António Pereira de Figueiredo, lê-se: “nem quem indague dos mortos a verdade”.
Qual delas estará mais de acordo com o texto? Seja qual for, pouco importa, pois a verdade dita pelos mortos ou pelos vivos (estes, mortos na carne) é que tudo isso que Moisés condena, também o Espiritismo condena.
Não esqueçamos, porém, de que a condenação de Moisés era circunstancial, pois os povos de Canaã, que os judeus iam conquistar a fio de espada, eram os que praticavam essas coisas.
Mas a condenação do Espiritismo é permanente e geral, pois o Espiritismo, sendo essencialmente cristão, não se interessa por conquistas guerreiras e não faz divisão entre os povos.
Kardec adverte em O Evangelho Segundo o Espiritismo, livro de estudo das partes morais do Evangelho: “Não soliciteis milagres nem prodígios ao Espiritismo, porque ele declara formalmente que não os produz”. (Cap. XXI: 7).
Em O Livro dos Médiuns, Kardec adverte: “Julgar o Espiritismo pelo que ele não admite, é dar prova de ignorância e desvalorizar a própria opinião”. (Cap. 11:14).
Em A Gênese e em O Livro dos Espíritos, como nos já citados, Kardec esclarece que a finalidade da prática espírita é moralizar os homens e os povos.
Quem conhece o Espiritismo sabe que todo interesse pessoal, particular, é rigorosamente condenado.
Adivinhações, agouros, feitiçaria, encantamentos, consultar interesseiras, são práticas de magia antiga, que Moisés condenou, como o Espiritismo condena hoje.
Mas o próprio Moisés aprovou a mediunidade moralizadora, a prática espiritual da relação com o mundo invisível, como veremos.
Moisés, o grande legislador judeu, médium de excepcionais faculdades, não condenou, mas praticou a mediunidade e desejava vê-la praticada pelo seu povo. Ele recebia espíritos, conversava com espíritos, evocava espíritos, e, além disso, fazia-se acompanhar no deserto por uma equipe de médiuns, provocando até mesmo fenômenos de materialização. Mas vamos agora a um episódio que pastores e padres não citam, mas que está na Bíblia, em todas as traduções.
O professor Romeu do Amaral Camargo, que foi diácono da l Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo, comenta esse episódio em seu livro espírita De cá e de Lá. É o constante do livro de Números, Cap. 11, versículos 26 a 29. Foi logo após a reunião dos setenta médiuns na tenda, para a manifestação de Jeová.
Dois médiuns haviam ficado no campo: Eldad e Medad. E lá mesmo foram tomados e profetizavam, ou seja, davam comunicações de espíritos. Um jovem correu e denunciou o fato a Josué. Este pediu a Moisés que proibisse as comunicações.
A resposta de Moisés é um golpe de morte em todas as pretensas condenações do Espiritismo pela Bíblia. Eis o que diz o grande condutor do povo hebreu: “Que zelos são esses, que mostras por mim? Quem dera que todo o povo profetizasse, e que o Senhor lhe desse o seu espírito”!
Comenta o professor Camargo: “Médium de extraordinárias faculdades, Moisés sabia que Eldad e Medad não eram mercenários nem mistificadores, não procuravam comunicar-se com o mundo invisível, mas eram procurados pelos espíritos”.
Como acabamos de ver, Moisés aprovava a mediunidade pura que o Espiritismo aprova e defende. Mas o pior cego é o que não quer ver, principalmente quando fechar os olhos é conveniente e proveitoso.

José Herculano Pires

No livro “Visão Espírita da Bíblia”

Casais menos felizes


Se encontraste a felicidade no lar tranquilo, no instante de julgar os companheiros em conflito no casamento, guarda-te em silêncio, se não podes louvá-los em algum ângulo da experiência que atravessam.
Já que conseguiste preservar a essência do amor nos fixadores da amizade e da ternura sem mescla, compadece-te daqueles que, de um momento para outro, se reconheceram defrontados por incompatibilidade e perturbação.
Efetivamente, anotaste-lhes os erros prováveis e lhes viste as atitudes aparentemente impensadas ou inseguras; no entanto, não lhes enxergaste os obstáculos e lágrimas, ansiedades e angústias, na gênese do drama doméstico em que se lhes arrasam as forças e do qual agora talvez consigas observar somente o fim.
Quantos de nós carregamos pesados grilhões de culpas adquiridos em existências passadas? Quantos compromissos teremos relegado para trás, reclamando-nos atenção e pagamento?
Entretanto, quando colocados uns à frente dos outros, nos bastidores caseiros da Terra, por impositivos da reencarnação, comumente fugimos de solucionar os problemas e ressarcir os débitos que nós mesmos criamos.
Que o dever é dever não padece dúvidas; todavia, em muitas ocasiões não dispomos da força necessária para cumpri-lo.
E, se no mundo encontramos, por vezes, credores humanos e generosos que nos aguardam com paciência, que dizer do Senhor, cuja justiça se erige em bases de infinita misericórdia?
Se te observas feliz nos laços conjugais, é razoável que não aplaudas aquilo que te pareça desequilíbrio, embora nem sempre o seja, mas não censures os companheiros que a provação vergasta e o desajuste domina.
Em lugar disso, ora por eles e abençoa-os, sem recusar-lhes o apoio e a simpatia de que se mostrem necessitados. Tanto nós, quanto eles, estamos entregues à bondade de Deus e, em matéria de ajustamento aos imperativos do amor, nenhum de nós, na Terra, por enquanto, consegue saber com certeza se ainda hoje será para nós o dia de receber auxílio ao invés de auxiliar.

Por: Emmanuel (Espírito)
Médium/Psicografia: Francisco Cândido Xavier

Livro: Chico Xavier Pede Licença

A MUDANÇA ESTÁ DENTRO DE VOCÊ




Conflitos íntimos

O ser humano passa por situações conflitantes de angústias, perdas, ódio e outros tantos sentimentos negativos durante sua jornada terrena.
Acha-se na maioria das vezes que jamais vencerá tantas dores e dificuldades.
Ledo engano do ser humano invigilante e titubeante, que se esquece de lutar diante das provas que a vida lhe apresenta.
A oração bendita fortalece o espírito para que possa vivenciar os problemas e situações que acha insolúveis.
A fé dá a ele a força para superar as vicissitudes, sabendo que tudo que acontece é para seu aperfeiçoamento moral e que tudo passa.
Passam-se dores, angústias, saudades e uma infinidade de sentimentos que se infiltram na alma, no momento que a resignação e a sabedoria fizerem parte da vida de cada um de nós.
Difícil aprendizado que só se conquista com perseverança, luta, disciplina e principalmente vontade de viver.
A vontade de viver diante dos infortúnios da vida é um revigorante lenitivo para a cura da alma.
Jamais desista da vida e da vontade de vencer.
Lute todos os minutos da vida, comprovando em ti mesmo, que a paz é possível para o cansaço e tristeza da alma.
Confie no Pai da Vida, permitindo-lhe que Ele lhe sustente os passos nos momentos de dor.
Deixe brilhar em ti a luz que guiará seus passos para um novo caminho de paz, amor e harmonia.

As Profecias de Chico Xavier




O jornal Folha Espírita de maio de 2011 traz uma revelação feita em 1986, pelo médium Francisco Cândido Xavier sobre o futuro reservado ao planeta Terra e a todos os seus habitantes nos próximos anos. A revelação foi feita a Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo (MG) e da Vinha de Luz Editora, mas somente agora ele resolveu falar.

O "engraçado" é que eu no começo da leitura não botei muita fé nessa "profecia", mas, enquanto lia, fui ficando muito sério. Isso porque as partes que marquei em negrito batem EXATAMENTE com o que Oráculo havia nos falado nas últimas décadas. Muito do que foi previsto, eu compartilhei em posts e comentários no blog antigo (os comentários se perderam para sempre, mas algumas pessoas ainda lembram de eu falar sobre a vinda de refugiados para o Brasil, não é mesmo?). Os posts ainda estão por aí, ou ainda serão publicados (um deles, de 2004, foi publicado agora, que fala de futuros equipamentos pra se comunicar com o mundo dos mortos). E muito do que foi profetizado já era pra ter acontecido, por volta do fim do milênio e começo da década, mas não aconteceu por motivos que nem ele sabia.

Este é um resumo dos pontos interessantes do texto. A íntegra pode ser lida no exemplar nº 439, ano XXXV, de maio de 2011 do jornal Folha Espírita:

 “Há muito tempo carrego este fardo comigo e sempre me preocupei no sentido de que Chico Xavier não me falaria tudo o que relato nesta edição da Folha Espírita à toa, senão com uma finalidade específica. Na ocasião da conversa que descrevo nas páginas seguintes, senti que minha mente estava recebendo um tratamento mnemônico diferente, para que não viesse a esquecer aquelas palavras proféticas, e que, em momento oportuno do futuro, eu seria chamado a testemunhá-las.

Tive a felicidade de conviver na intimidade com Chico Xavier, dialogando com ele vezes sem conta, madrugada adentro, sobre variados assuntos de nossos interesses comuns, notadamente sobre esclarecimentos palpitantes acerca da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus. Um desses temas foi em relação ao Apocalipse, do Novo Testamento. Desde então, em nossos colóquios, Chico Xavier tinha sempre uma ou outra palavra esclarecedora sobre o assunto, pontuando esse ou aquele versículo e fazendo-me compreender, aos poucos, o momento de transição pelo qual passa o nosso orbe planetário, a caminho da regeneração".

Numa dessas conversas, lembrando o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, escrito pelo espírito Humberto de Campos, Lemos Neto externou ao Chico sua dúvida quanto ao título do livro, uma vez que ainda naquela ocasião, em meados da década de 80, o Brasil vivia às voltas com a hiperinflação, a miséria, a fome, as grandes disparidades sociais, o descontrole político e econômico, sem falar nos escândalos de corrupção e no atraso cultural.

 “Lembro-me, como hoje, a expressão surpresa do Chico me respondendo: "Ora, Geraldinho, você está querendo privilégios para a Pátria do Evangelho, quando o fundador do Evangelho, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, viveu na pobreza, cercado de doentes e necessitados de toda ordem, experimentou toda a sorte de vicissitudes e perseguições para ser supliciado quase abandonado pelos seus amigos mais próximos e morrer crucificado entre dois ladrões? Não nos esqueçamos de que o fundador do Evangelho atravessou toda sorte de provações, padeceu o martírio da cruz, mas depois ele largou a cruz e ressuscitou para a Vida Imortal! Isso deve servir de roteiro para a Pátria do Evangelho. Um dia haveremos de ressuscitar das cinzas de nosso próprio sacrifício para demonstrar ao mundo inteiro a imortalidade gloriosa!”

Na sequencia da nossa conversa, perguntei ao Chico o que ele queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do Brasil. Estaria ele a prever o futuro de nossa nação e do mundo? Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando cenas distantes e, depois de algum tempo, retornou para dizer-nos: "Você se lembra, Geraldinho, do livro de Emmanuel A Caminho da Luz? Nas páginas finais da narrativa, no cap. XXIV, cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições, nele Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos falavam de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus um dos membros divinos, e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a nossa humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do nosso mundo".

Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de 1938 e estou informado que essa reunião de fato já ocorreu. Ela se deu quando o homem finalmente ingressou na comunidade planetária, deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o solo lunar. O homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a possibilidade de viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de julho de 1969.
Naquela ocasião, o Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a deliberar sobre o futuro de nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que depois de muitos diálogos e debates entre eles foram dadas diversas sugestões e, ao final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à comunidade terráquea, uma última moratória para a atual civilização no planeta Terra. Todas as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do século XX foram então suspensas, pela Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma última chance de progresso moral.

O curioso é que nós vamos reconhecer nos Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período atual, em que estamos vivendo, como a undécima hora ou a hora derradeira, ou mesmo a chamada última hora.

Perguntei-lhe sobre qual fora então as deliberações de Jesus, e ele me respondeu: "Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019. Ordenou Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem mais diretamente na manutenção da paz entre os povos e as nações terrestres, com a finalidade de colaborar para que nós ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema Solar, como um mundo mais regenerado, ao final desse período. Algumas potências angélicas de outros orbes de nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para os homens e as nações da vanguarda terrestre. Segundo a imposição do Cristo, as nações mais desenvolvidas e responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra de extermínio nuclear. A face da Terra deveria evitar a todo custo à chamada III Guerra Mundial. Segundo a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas, durante este período de 50 anos, aprendessem a arte do bom convívio e da fraternidade, evitando uma guerra de destruição nuclear, o mundo terrestre estaria enfim admitido na comunidade planetária do Sistema Solar como um mundo em regeneração. Nenhum de nós pode prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de julho de 2019, se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais desenvolvidas e cultas!"

Perguntei, então, ao Chico a que avanços ele se referia e ele me respondeu: "Nós alcançaremos a solução para todos os problemas de ordem social, como a solução para a pobreza e a fome, que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços da Medicina; o homem terrestre terá amplo e total acesso à informação e à cultura, que se fará mais generalizada; também os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente, colaborando conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até então, inimagináveis ao nosso atual estágio de desenvolvimento científico; haveremos de fabricar aparelhos que nos facilitarão o contato com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa conversa com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim estaríamos diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa fase de espiritualização e beleza para os destinos de nosso planeta."

Foi então que, fazendo às vezes de advogado do diabo, perguntei a ele: Chico, até agora você tem me falado apenas da melhor hipótese, que é esta em que a humanidade terrestre permaneceria em paz até o fim daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer o caso das nações terrestres se lançarem a uma guerra nuclear? "Ah! Geraldinho, caso a humanidade encarnada decida seguir o infeliz caminho da III Guerra mundial, uma guerra nuclear de consequências imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos nossos homens de ciência. O homem começaria a III Guerra, mas quem iria terminá-la seriam as forças telúricas da natureza, da própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos defrontados então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis) consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito extintos; enfrentaríamos degelos arrasadores que avassalariam os polos do globo com trágicos resultados para as zonas costeiras, devido à elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas às irradiações nucleares nefastas acabariam por tornar totalmente inabitável todo o Hemisfério Norte de nosso globo terrestre. "
Mas, o que aconteceria especificamente com o Brasil?

Segundo o médium, "em todas as duas situações, o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em importância sociocultural, política e econômica perante a comunidade das nações. Não só seremos o celeiro alimentício e de matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética, com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da Petrobrás uma das maiores empresas do mundo. O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no cenário global, isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira ao cenário internacional e, a reboque, os livros do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no seu desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações também. Agora, caso ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte do planeta tornando-se inabitável, grandes fluxos migratórios se formariam então para o Hemisfério Sul, onde se situa o Brasil que, então, seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de Pátria do Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão e a compreensão espiritual perante os povos migrantes.

A Nova Era da Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu esplendor de conquistas científicas e morais, porque seria necessário mais um longo período de reconstrução de nossas nações e sociedades, forçadas a se reorganizarem em seus fundamentos mais básicos".

Segundo Chico me revelou, o que restasse da ONU acabaria por decidir a invasão das nações do Hemisfério Sul, incluindo-se aí obviamente o Brasil e o restante da América do Sul, a Austrália e o sul da África, a fim de que nossas nações fossem ocupadas militarmente e divididas entre os sobreviventes do holocausto no Hemisfério Norte. Aí é que nós, brasileiros, iríamos ser chamados a exemplificar a verdadeira fraternidade cristã, entendendo que nossos irmãos do Norte, embora invasores a "mano militare", não deixariam de estar sobrecarregados e aflitos com as consequências nefastas da guerra e das hecatombes telúricas, e, portanto, ainda assim, devendo ser considerados nossos irmãos do caminho, necessitados de apoio e arrimo, compreensão e amor.

Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e completou: "Nosso Brasil como o conhecemos hoje será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas. Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco e aos brasileiros restarão apenas os Estados do Sudeste, somados a Goiás e ao Distrito Federal. Os norte-americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da Região Norte do País, em sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da Região Sul do Brasil, unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os Estados do Nordeste brasileiro serão ocupados pelos russos e povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo esse intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos forçados a reconhecer que temos muito que aprender com os povos invasores. Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos ensinar o respeito às leis, o amor ao direito, à ciência e ao trabalho. Os europeus, de uma forma geral, poderão nos trazer o amor à filosofia, à música erudita, à educação, à história e à cultura. Os asiáticos poderão incorporar à nossa gente suas mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à honra, aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós brasileiros, ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais altos valores de espiritualidade que, mercê de Deus, entesouramos no coração fraterno e amigo de nossa gente simples e humilde, essa gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar cumprimento aos desígnios de Deus e demonstrar a todos os povos do planeta a fé na Vida Superior, testemunhando a continuidade da vida além-túmulo e o exercício sereno e nobre da mediunidade com Jesus".

Segundo Chico Xavier, o Brasil não terá privilégios e sofrerá também os efeitos de terremotos e tsunamis, notadamente nas zonas costeiras. Acontece que, de acordo com o médium, o impacto por aqui será bem menor se comparado com o que sobrevirá no Hemisfério Norte do planeta.

Outra decisão dos benfeitores espirituais da Vida Maior foi a que determinou que, após o alvorecer do ano 2000 da Era Cristã, os espíritos empedernidos no mal e na ignorância não mais receberiam a permissão para reencarnar na face da Terra. Reencarnar aqui, a partir dessa data, equivaleria a um valioso prêmio justo, destinado apenas aos espíritos mais fortes e preparados, que souberam amealhar, no transcurso de múltiplas reencarnações, conquistas espirituais relevantes como a mansidão, a brandura, o amor à paz e à concórdia fraternal entre povos e nações. Insere-se dentro dessa programação de ordem superior à própria reencarnação do mentor espiritual de Chico Xavier, o espírito Emmanuel, que, de fato, veio a renascer, segundo Chico informou a variados amigos mais próximos, exatamente no ano 2000. Todos os demais espíritos, recalcitrantes no mal, seriam então, a partir de 2000, encaminhados forçosamente à reencarnação em mundos mais atrasados, de expiações e de provas aspérrimas, ou mesmo em mundos primitivos, vivenciando ainda o estágio do homem das cavernas, para poderem purgar os seus desmandos e a sua insubmissão aos desígnios superiores. Chico Xavier tinha conhecimento desses mundos para onde os espíritos renitentes estariam sendo degredados. Segundo ele, o maior desses planetas se chamaria Kírom ou Quírom.

O próprio Emmanuel, através de Chico Xavier, respondendo a uma entrevista já publicada em livro nos diz que as profecias são reveladas aos homens para não serem cumpridas. São, na realidade, um grande aviso espiritual para que nos melhoremos e afastemos de nós a hipótese do pior caminho. 

Estado de Perturbação


Um espírito não esclarecido chega do outro lado praticamente sem consciência do que está acontecendo, não acredita já estar morto, continua a agir como se ainda estivesse vivo, assiste todo o funeral e acha que esta sonhando, fica ao redor do caixão com seu corpo ou entre os familiares. Depois do enterro, volta para casa e tenta se comunicar, como ninguém responde às suas perguntas fica desorientado, não aceita auxílio de outros espíritos que vieram para ajudar; como sempre lhe disseram que “os bons”, vão direto para o céu, e como uma pessoa nunca se julga má, ele fica esperando que os anjos venham buscá-lo. Como os anjos não aparecem, alguns ficam anos ou séculos na sua casa, no local da morte ou junto com os seus bens, tesouros ou pertences.
Presos a Matéria
Pessoas que viveram aqui só voltados aos prazeres materiais, sem se preocupar com o seu futuro espiritual, geralmente demoram-se na crosta terrestre, buscando ainda os mesmos tipos de prazer que costumavam cultivar quando encarnados, acomodam-se junto aos encarnados que apreciam os mesmos vícios, induzindo as pessoas a prática, para usufruir dos fluídos. Ex: bebidas, cigarros, etc.
Aprendem a se alimentar da energia dos vivos, se “encosta” como dizem, numa pessoa que lhe ofereça condições, e muitas vezes, mesmo sem saber que está prejudicando, suga a sua energia. Deixando-a, cada dia mais debilitada, começam a surgir às doenças.


Fonte: Blog espiritismo, amor e ciência

CRIANÇA ÍNDIGO E CRISTAL


(quem não conhece, vai passar a entender o comportamento das crianças de hoje)
A Nova Geração: A visão Espírita sobre as crianças índigo e cristal.
Desde os anos 70, aproximadamente, psicólogos, psicoterapeutas e pedagogos começaram a notar a presença de uma geração estranha, muito peculiar.
Tratava-se de crianças rebeldes, hiperativas que foram imediatamente catalogadas como crianças patologicamente necessitadas de apoio médico. Mais tarde, com as observações de outros psicólogos chegou-se à conclusão de que se trata de uma nova geração. Uma geração espiritual e especial, para este momento de grande transição de mundo de provas e de expiações que irá alcançar o nível de mundo de regeneração.
As crianças índigo são assim chamadas porque possuem uma aura na tonalidade azul, aquela tonalidade índigo dos blue jeans (Dra. Nancy Ann Tape).
O índigo é uma planta da Índia (indigofera tinctoria), da qual se extrai essa coloração que se aplicava em calças e hoje nas roupas em geral. Essas crianças índigo sempre apresentam um comportamento sui generis.
Desde cedo demonstram estar conscientes de que pertencem a uma geração especial. São crianças portadoras de alto nível de inteligência, e que, posteriormente, foram classificadas em quatro grupos: artistas, humanistas, conceituais e interdimensionais ou transdimensionais.
As crianças cristal são aquelas que apresentam uma aura alvinitente, razão pela qual passaram a ser denominadas dessa maneira.
A partir dos anos 80, ei-las reencarnando-se em massa, o que tem exigido uma necessária mudança de padrões metodológicos na pedagogia, uma nova psicoterapia a fim de serem atendidas, desde que serão as continuadoras do desenvolvimento intelecto-moral da Humanidade.
* A criança índigo tem absoluta consciência daquilo que está fazendo, é rebelde por temperamento, não fica em fila, não é capaz de permanecer sentada durante um determinado período, não teme ameaças...
Não é possível com essas crianças fazermos certos tipos de chantagem. É necessário dialogar, falar com naturalidade, conviver e amá-las.
* As Crianças Cristal representam a próxima etapa no processo evolutivo da humanidade, elas são simplesmente colocadas, na próxima geração das Crianças Índigo.
Mas onde as Crianças Índigo vieram para derrubar as velhas estruturas, sistemas e padrões, as Crianças Cristal vieram para nos mostrar um novo e melhor modo de ser.
Elas vieram para começar o processo de renovação e de reconstrução, depois que as Crianças Índigo vieram para desmantelar e remover modos velhos e limitantes de pensamento e de ser.
Elas nos mostrarão um modo de viver que incorpora somente a alegria, o amor, a paz e a harmonia.
Elas vieram para nos mostrar como viver de nossos corações e não de nossas cabeças, elas estão aqui para nos ajudar a reconectar com nossas emoções e a viver a vida a partir desta perspectiva.


-Divaldo Franco

Evangelização Infantil - A salvação inesperada



"O comboio percorreu léguas e léguas dentro das trevas densas, quando, alta noite, o maquinista viu na luz do farol aceso,
alguns sinais que lhe pareceram feitos pela sombra de dois braços angustiados a lhe pedirem socorro..."

Num país europeu, certa tarde, muito chuvosa, um maquinista, cheio de fé em Deus, começando a acionar a locomotiva com o trem repleto de passageiros para longa viagem, fixou o céu escuro e repetiu, com sentimento a oração dominical.
O comboio percorreu léguas e léguas, dentro das trevas densas, quando, alta noite, ele viu, a luz do farol aceso, alguns sinais que lhe pareceram feitos pela sombra de dois braços angustiados a lhe pedirem socorro.
Emocionado, fez o trem parar, de repente, e, seguido de muitos viajantes, correu pelos trilhos de ferro, procurando verificar se estavam ameaçados de algum perigo.
Depois de alguns passos, foram surpreendidos por gigantesca inundação que, invadindo a terra com violência, destruíra a ponte que o comboio deveria atravessar.
O trem fora salvo, milagrosamente.
Tomados de infinita alegria, o maquinista e os viajores procuraram a pessoa que lhes fornecera o aviso salvador, mas ninguém aparecia. Intrigados, continuaram na busca, quando encontraram no chão um grande morcego agonizante. O enorme voador batera as asas, à frente do farol, em forma de dois braços agitados, e caíra sob as engrenagens. O maquinista retirou-o com cuidado e carinho, mostrou-o aos passageiros assombrados e contou como orara, ardentemente, invocando a proteção de Deus, antes de partir. E, ali mesmo, ajoelhou-se, ante o morcego que acabava de morrer, exclamando em alta voz:
- Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no Céu: o pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores, não nos deixes cair em tentação e livra-nos do mal, porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Assim seja.
Quando acabou de orar, grande quietude reinava na paisagem.
Todos os passageiros, crentes e descrentes, estavam ajoelhados, repetindo a prece com amoroso respeito. Alguns choravam de emoção e reconhecimento, agradecendo ao Pai Celestial, que lhes salvara a vida, por intermédio de um animal que infunde tanto pavor às criaturas humanas.
E até a chuva parara de cair, como se o céu silencioso estivesse igualmente acompanhando a sublime oração...


PRECE:
Senhor, ensina-nos a oferecer-te o coração puro e o pensamento elevado na oração.
Ajuda-nos a pedir, em Teu Nome, para que a força de nossos desejos não perturbe a execução de teus desígnios.
Ampara-nos, a fim de que o nosso sentimento se harmonize com a tua vontade e que possamos, cada dia, ser instrumentos vivos e operosos da paz e do amor, do aperfeiçoamento e da alegria, de acordo com a tua Lei.
Assim seja.



(Do livro “Pai Nosso”, Meimei, Francisco Cândido Xavier, FEB)
NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:
http://www.institutoandreluiz.org/chicoxavier_rel_livros.html

O exorcismo ao longo da história e na visão espírita



O exorcismo clássico parte do pressuposto de que existem demônios e como tal precisam ser
 expulsos, diferentemente do que os  fatos espíritas vieram demonstrar.

O termo exorcismo (do grego exorkismós, "ato de fazer jurar", pelo latim exorcismu) designa o ritual executado por uma pessoa devidamente autorizada para expulsar Espíritos malignos (ou demônios) de outra pessoa que se encontre num estado considerado de possessão demoníaca. Pode também designar o ato de expulsar demônios por intermédio de rezas e esconjuros(imprecações).
Nas culturas egípcias, babilônica, assíria e judaica, atribuíam-se certas doenças e calamidades naturais à ação dos demônios. Para afastá-los, recorria-se a algum esconjuro ou exorcismo. A cultura ocidental recebeu essas ideias por meio da Bíblia e do Cristianismo primitivo.
No Cristianismo, exorcismo (do grego exorkismós, "ato de fazer jurar", pelo latim exorcismu) é a cerimônia que objetiva esconjurar os Espíritos maus, forçando-os a deixar os corpos possessos, ou eliminar sua influência sobre pessoas, objetos, situações ou lugares. Quando visa à expulsão de demônios, chama-se exorcismo solene e deve fazer-se de acordo com fórmulas consagradas, que incluem aspersão de água benta, imposição das mãos, conjurações, sinais da cruz, recitação de orações, salmos, cânticos etc. Além disso, o ritual católico do exorcismo pode ser executado por sacerdotes somente quando expressamente autorizados por bispos.
São Francisco exorcizando demônios em Arezzo (Itália)
O Antigo Testamento, embora reconheça a atuação do demônio a partir da tentação e da queda de Adão no paraíso, praticamente não alude a uma ação maléfica direta do diabo sobre os homens. Em o Novo Testamento, que não apresenta modificações essenciais no que se refere ao exorcismo, o Evangelho de Marcos é o que insiste de maneira mais realista nos exorcismos supostamente praticados por Jesus e por seus discípulos. Em certos casos, trata-se de expulsar o demônio do corpo de possessos ou lunáticos. Em outros, da cura de enfermidades atribuídas à ação do demônio. Os evangelistas se servem dessas vigorosas ilustrações para demonstrar a vitória de Jesus sobre Satanás e também para mostrar como seu povo se libertou do pecado. "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (João, 12:31). Esses milagres seriam um sinal da instauração do reino de Deus. "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mateus, 12:28).

O exorcismo na igreja primitiva

As curas e os exorcismos foram comuns na igreja primitiva. Com o reconhecimento oficial da Igreja sob o imperador Constantino, os exorcismos carismáticos, realizados informalmente por qualquer cristão, deram lugar à institucionalização da função do exorcista. O Rituale Romanum reuniu mais tarde diversos ritos de exorcismos para situações variadas. Também as igrejas reformadas estabeleceram tais ritos.
O racionalismo do século XVIII conseguiu explicar muitos mistérios supostamente sobre-humanos, o que também sucedeu, de modo ainda mais intenso, com a descoberta do hipnotismo e da psicologia profunda no século XIX.  A  Igreja Católica, como também algumas


denominações protestantes admitem os exorcismos ordinários, contidos no rito do batismo, como símbolo da libertação do pecado e do poder do demônio. Pratica-se o exorcismo ordinário na bênção da água batismal e na sagração dos santos óleos. Os exorcismos solenes, que têm por objetivo expulsar o demônio do corpo de um possuído, são práticas raríssimas e só confiadas, mediante permissão episcopal, a sacerdotes muito experientes.
O exorcismo católico inicia-se com a expressão latina "Adjure te, spiritus nequissime, per Deum omnipotentem" (eu te ordeno, espírito maligno, pelo Deus Todo-Poderoso). O processo pode ser longo e extenuante, chegando a se estender por vários dias. A possessão está associada ao mal. O processo de libertação é feito de forma dramática e violenta. Os exorcistas recorrem às preces, água-benta, defumadores, essências de rosas e arruda. O sal que é associado à pureza espiritual também é utilizado.
Os adeptos do Catolicismo mantêm, no entanto, em nossa época, uma atitude dúbia em relação ao exorcismo. Se, por um lado, procuram guardar distância de sua prática, atuando mais próximos a psiquiatras e médicos e autorizando estudos para esclarecer o fenômeno, de outro lado continua a permitir, em certos casos, a prática dos rituais de expulsão. O próprio papa João Paulo II admitiu ter aplicado o ritual do exorcismo no caso de uma jovem, em 4 de abril de 1982. O papa João Paulo II teria, segundo fontes seguras, praticado o exorcismo pelo menos em mais duas ocasiões durante seu pontificado. O primeiro se deu no final dos anos 70, mas dele pouco se sabe. No último, ele atendeu uma jovem de 19 anos que, segundo a Igreja, apresentava sinais de possessão demoníaca.

O papa João Paulo II como exorcista

O cardeal Jacques Martin relatou da seguinte forma o exorcismo de 4 de abril de 1982, no qual João Paulo II atendeu uma mulher italiana de nome Francesca: “Ela rolava pelo chão, berrando. O papa começou a rezar, pronunciando em vão vários exorcismos, e disse à mulher: ‘Amanhã rezarei uma missa por ti’. Repentinamente, Francesca voltou ao normal e pediu desculpas ao pontífice. Um ano depois, perfeitamente curada, compareceu com o marido a outra audiência com o papa”.
O caso da jovem de 19 anos, supostamente possessa por um demônio, não teve o mesmo final feliz. A jovem urrava palavras estranhas e dizia-se agredida por símbolos cristãos. João Paulo a abraçou e rezou para livrá-la da influência maligna,  sem  chegar  a  cumprir  os  rituais  do  exorcismo,  que são bastante longos e cansativos. A garota se acalmou, mas horas depois mergulhou em nova crise, sem ficar curada. A jovem, que vive na região da Úmbria, Itália, tem tido surtos desde os 12 anos. Antes de ser atendida pelo papa, foi tratada por médicos psiquiatras e também pelo padre Gabriele Amorth (foto), exorcista-chefe de Roma, sem reagir aos rituais. O padre Amorth disse, em entrevista publicada pela revista Época, ter realizado aproximadamente 50.000 exorcismos ao longo da vida,   embora   considere  que  somente  84  foram possessões autênticas. Segundo ele, os sintomas da possessão incluem força física sobre-humana, xenoglossia (a fala espontânea em língua que não foi previamente aprendida) e revelações de segredos sobre as pessoas.
No Brasil, as permissões no seio católico para realização de exorcismo têm sido ultimamente raríssimas e há mesmo nesse meio os que pensam como o polêmico padre Oscar Quevedo, que diz: “Exorcismo não existe”. “Os demônios não atacam ninguém. Exorcismo é curandeirismo. É exercício ilegal da medicina.”

A prática do exorcismo nas diferentes religiões

Católicos - O manual do exorcismo aprovado pelo Vaticano indica como sinais da possessão demoníaca: falar línguas estrangeiras, exibir força descomunal e desproporcional ao físico do indivíduo, referir-se a coisas e lugares que o indivíduo jamais viu e repudiar Deus, Maria, os santos, a cruz e as imagens sacras. Conforme os ensinamentos divulgados pela Igreja, o ritual prescrito pela Santa Sé começa com a aspersão de água benta sobre o possuído, seguida de orações de leitura de textos bíblicos. Em seguida, o exorcista põe as mãos sobre a pessoa e invoca o Espírito Santo para que o demônio saia do corpo. A cerimônia é encerrada com a apresentação da cruz, símbolo do poder de Cristo sobre o diabo. O cânone dominicano Walker, de Brighton, que coordena o Grupo de Estudos do Exorcismo Cristão, afirma: "Normalmente, tudo que é preciso são conselhos e rezas".

Anglicanos – O demônio, segundo os anglicanos, pode ser combatido em orações, hinos e leituras da Bíblia, mas não existe uma cerimônia específica. Os casos de exorcismo são muito raros. Quando ocorrem, o possuído é "tratado" num grupo de orações, que lhe recomenda jejum, abstinência sexual e adoração a Deus. Não existe na Igreja Anglicana um ritual específico de exorcismo; segundo a doutrina anglicana o demônio pode ser combatido com orações, hinos e leitura da Bíblia.

Judeus - A literatura rabínica clássica não prevê a existência do demônio, por isso a religião não reconhece rituais de exorcismo. Nos séculos XVI e XVII, surgiu à figura do dibuk, Espírito perverso que podia ser expulso em ritos de oração. Para a maioria dos judeus, porém, isso é considerado apenas folclore.

Evangélicos pentecostais e neopentecostais - Todos os males, dizem eles, são causados pelo demônio. Há tipos de possessão que estragam a vida amorosa, provocam miséria, perturbam a família. Nos cultos, os endemoninhados são conduzidos ao altar. O pastor grita com Satanás e exige que abandone o corpo em nome de Jesus. A fórmula utilizada pelas outras igrejas evangélicas é simples e, segundo eles, eficiente, baseando-se na utilização de "O nome de Jesus". A pessoa que apresenta sintomas de possessão ou infestação por demônios ou Espíritos imundos fica imediatamente libertada após a imposição de mãos e declaração verbal por parte do pastor ou autoridade equivalente na igreja, para que as entidades estranhas à pessoa se retirem.

O que diz o Espiritismo

O exorcismo parte da ideia de que existem demônios, mas os demônios não existem. Esses a quem a Igreja chama demônios são Espíritos inferiores e que chegam às vezes a praticar muito mal, mas são seres perfectíveis que podem ser demovidos de seus intentos negativos por força da persuasão e da prece.
Satanás ou o diabo – que segundo a crença popular seria o chefe dos demônios – é, na realidade, um ser alegórico que resume em si todas as paixões más dos Espíritos imperfeitos. Seus chifres e a cauda são o emblema da bestialidade, da brutalidade e das paixões animais.
Nas obsessões e na possessão, a causa é externa e tem-se necessidade de libertar o doente de um inimigo invisível, não por meio de remédios, mas por uma força moral superior à dele. Ambos, aquele que perturba e o indivíduo perturbado pelo processo obsessivo, precisam de amparo e, por isso, o objetivo da desobsessão é atender os dois, para que se reconciliem e voltem a ter uma convivência pacífica, como filhos de Deus que são. Os passes magnéticos, a doutrinação e os esforços do obsidiado por se modificar moralmente são os recursos espíritas, conforme Kardec preceitua em suas obras, sobretudo em O Evangelho segundo Espiritismo, cap. 28, itens 81 a 84.

Sobre o assunto escreveu o Codificador do Espiritismo:

“A cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento. Exige também tato e habilidade, a fim de encaminhar para o bem Espíritos muitas vezes perversos, endurecidos e astuciosos, porquanto há-os rebeldes ao extremo. Na maioria dos casos, temos de nos guiar pelas circunstâncias. Qualquer que seja, porém, o caráter do Espírito, nada se obtém, é isto um fato incontestável, pelo constrangimento ou pela ameaça.
Toda influência reside no ascendente moral. Outra verdade igualmente comprovada pela experiência tanto quanto pela lógica, é a  completa ineficácia dos exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs, práticas exteriores, ou quaisquer sinais materiais.
A obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e reclama, por vezes, tratamento simultâneo ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do organismo. Destruída a causa, resta combater os efeitos.” (Obra citada, cap. 28, item 84, “Observação”.)


Fonte: O Consolador