sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PERDOAR

Sim, deves perdoar! Perdoar e esquecer a ofensa que te colheu de surpresa, quase dilacerando a tua paz. Afinal, o teu opositor não desejou ferir-te realmente, e, se o fez com essa intenção, perdoa ainda, perdoa-o com maior dose de compaixão e amor. 

Ele deve estar enfermo, credor, portanto, da misericórdia do perdão. 
Ante a tua aflição, talvez ele sorria. A insanidade se apresenta em face múltipla e uma delas é a impiedade, outra o sarcasmo, podendo revestir-se de aspectos muito diversos. 

Se ele agiu, cruciado pela ira, assacando as armas da calúnia e da agressão, foi vitimado por cilada infeliz da qual poderá sair desequilibrado ou comprometido organicamente. Possivelmente, não irá perceber esse problema, senão mais tarde. 

Quando te ofendeu deliberadamente, conduzindo o teu nome e o teu caráter ao descrédito, em verdade se desacreditou ele mesmo. 
Continuas o que és e não o que ele disse a teu respeito. 

Conquanto justifique manter a animosidade contra tua pessoa, evitando a reaproximação, alimenta miasmas que lhe fazem mal e se abebera da alienação com indisfarçável presunção. 

Perdoa, portanto, seja o que for e a quem for. 
O perdão beneficia aquele que perdoa, por propiciar-lhe paz espiritual, equilíbrio emocional e lucidez mental. 

Felizes são os que possuem a fortuna do perdão para a distender largamente, sem parcimônia. 
O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é espírito em lucro. 

Se revidas o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em melhor condição; mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em marcha invejável pela rota do bem. 

Todo agressor sofre em si mesmo. É um espírito envenenado, espargindo o tóxico que o vitima. Não desças a ele senão para o ajudar. 

Há tanto tempo não experimentavas aflição ou problema - graças à fé clara e nobre que esflora em tua alma - que te desacostumaste ao convívio do sofrimento. Por isso, estás considerando em demasia o petardo com que te atingiram, valorizando a ferida que podes de imediato cicatrizar. 

Pelo que se passa contigo, medita e compreenderás o que ocorre com ele, o teu ofensor. 
O que te é Inusitado, nele é habitual. 
Se não te permitires a ira ou a rebeldia - perdoarás! 

A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega, está ferida ou se ferirá simultaneamente. Não lhe retribuas a atitude, usando estiletes de violência para não aprofundares as lacerações. 
O regato singelo, que tem o curso impedido por calhaus e os não pode afastar, contorna-os ou para, a fim de ultrapassá-los e seguir adiante. 

A natureza violentada pela tormenta responde ao ultraje reverdescendo tudo e logo multiplicando flores e grãos. 
E o pântano infeliz, na sua desolação, quando se adorna de luar, parece receber o perdão da paisagem e a benéfica esperança da oportunidade de ser drenado brevemente, transformando-se em jardim. 

Que é o "Consolador", que hoje nos conforta e esclarece, conduzindo uma plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em missão de misericórdia e amor, senão o perdão de Deus aos nossos erros, por intercessão de Jesus?! 

Perdoa, sim, e intercede ao Senhor por aquele que te ofende, olvidando todo o mal que ele supõe ter-te feito ou que supões que ele te fez, e, se o conseguires, ama-o, assim mesmo como ele é. 

"Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes". Mateus: 18-22. 

 “A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacifico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas". O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. X - Item 4. 


Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Florações Evangélicas
Fonte: O Espiritismo

PERDÃO _ REMÉDIO SANTO

PERDÃO _ REMÉDIO SANTO

" Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem"... _ Jesus.
Toda vez que a moléstia te ameaça, recorres necessariamente aos remédios que lhe liberem da apreensão.
Agentes calmantes para a dor...
Sedativos para a ansiedade...
Em suma, à face de qualquer embaraço físico, procuras reabilitar as funções do órgão lesado.
Lembra-te de semelhante impositivo e recorda que há pensamentos enfermiços de queixa e mágoa, de prevenção e antipatia, a te solicitarem adequada medicação para que se te restaure o equilíbrio.
O perdão é, pois, remédio santo para a euforia da mente na luta cotidiana.
Tanto quanto não deves conservar detritos e infecções no vaso orgânico, não mantenhas aversão e rancor na própria alma.
Perdoa a quantos te aborreçam, perdoa a quantos te firam.
Perdoa agora, hoje e amanhã, incondicionalmente.
Recorda que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhes são peculiares, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas.
É por isso que Jesus, o Emissário Divino, crucificado pela perseguição gratuita, rogou a Deus, ante os próprios algozes:
_ Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem..."
E, deixando os ofensores nas inibições próprias a cada um, sustentou em si a luz do amor que dissolve toda sombra, induzindo-nos à conquista da luz eterna.

 EMMANUEL


PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO


1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é, com o auxílio da literatura espírita, ampliar a nossa capacidade de interpretar o texto desta parábola, influenciada pelo simbolismo e interposição da dogmática católica.


2. O TEXTO BÍBLICO

 “Propôs-lhe outra parábola, dizendo: o reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo;

mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.

E quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.

E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem então joio?

E ele lhes disse: um inimigo é quem fez isso. E os servos disseram: queres, pois que vamos arrancá-lo?

Porém ele lhe disse: Não; para que à colher o joio não arranques também o trigo com ele.

Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro". (Mateus, 13, 24 a 30)

Explicação da Parábola do Joio

"Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio no campo.

E ele, respondendo, disse-lhes: o que semeia a boa semente é o filho do homem;

O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno;

O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.

Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo

Mandará o filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade.

E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.

Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". (Mateus, 13, 36 a 43)


3. A SEMENTE E O CAMPO

Jesus utilizava-se de uma figura material conhecida para despertar algum conhecimento de ordem moral. O campo mencionado é a Humanidade. O semeador terá de arrotear o campo para que a semente possa frutificar, ou seja, deverá em primeiro lugar preparar coração daquele que depois irá ouvir a palavra divina. O Espírito Irmão X, em Boa nova, oferece-nos alguns subsídios para um melhor entendimento. Ele diz: "O discípulo da Boa Nova tem de servir a Deus, servindo à sua obra neste mundo. Ele sabe que se acha a laborar com muito esforço num grande campo, propriedade do Pai, que o observa com carinho e atenta com amor nos seus trabalhos. Imaginemos que esse campo estivesse cheio de inimigos: por toda a parte, vermes asquerosos, víboras peçonhentas, tratos de terra improdutiva. É certo que as forças destruidoras reclamarão a indiferença e a submissão do filho de Deus; mas o filho de coração fiel a seu Pai se lança ao trabalho com perseverança e boa-vontade. Entrará em luta silenciosa com o meio, sofrer-lhe-á os tormentos com heroísmo espiritual, por amor do reino que traz no coração plantará uma flor onde haja espinho, abrirá uma senda, embora estreita, onde estejam em confusão os parasitos da Terra; cavará pacientemente, buscando as entranhas do solo, para que surja uma gota d'água onde queime um deserto". (Xavier, 1977, p. 47)

Emmanuel, em Fonte Viva, tece alguns comentários sobre a noção de campo. Ele nos diz: "Transferindo a imagem para o solo do Espírito, em que tantos imperativos de renovação convidam os obreiros da boa vontade à santificante lavoura da elevação, somos levados a reconhecer que o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações alheios.

É necessário desintegrar o velho cárcere do "ponto de vista" para nos devotarmos ao serviço do próximo.

Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do "eu", excursionaremos através do grande continente denominado "interesse geral". E, na infinita extensão dele, encontraremos a "terra das almas", sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos". (Xavier, cap. 64, s.d.p.)


4. VIGILÂNCIA

Diz à parábola que dormindo os homens, o inimigo se apodera do campo. Aqui é um chamamento à vigilância. E precisamos dela em todos os instantes de nossa vida. É pelo descuido do lavrador que a colheita se perde, é pelo descuido do professor que o aluno se torna ocioso, é pelo descuido da educação que os delinquentes juvenis surgem. Assim, para que o bem se conserve e se dilate haverá necessidade de esforço constante.

 “É verdade indiscutível que marchamos todos para a fraternidade universal, para a realização concreta dos ensinamentos cristãos; todavia, enquanto não atingirmos a época em que o Evangelho se materializará na Terra, não será justo entregar ao mal, à desordem ou à perturbação a parte de serviço que nos compete.

Para defender-se de intempéries, de rigores climáticos, o homem edificou o lar e vestiu-se, convenientemente. Semelhante lei de preservação vigora em toda esfera de trabalho do mundo. E no serviço de construção cristã do mundo futuro, é indispensável vigiar o campo que nos compete.

O apostolado é de Jesus; a obra pertence-lhe. Ele virá, no momento oportuno, a todos os departamentos de serviço, orientando as particularidades do ministério de purificação e sublimação da vida, contudo, ninguém se esqueça de que o Senhor não prescinde da colaboração de sentinelas". (Xavier, 1972, cap. 132)

Consultar também o capítulo 21, do livro Boa Nova, psicografado por F. C. Xavier.


5. DEIXAR O JOIO CRESCER JUNTO COM O TRIGO

 “Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das experiências da vida.

O Mestre nunca subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação do homem e, nesse sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é pacientemente examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto.

Importa considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador Divino, mas sim porque o otimismo do Celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória final do bem...

... O joio surge ameaçando o serviço...

... Jesus, porém, manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e na misericórdia. O tempo e a bênção do Senhor agem devagarzinho e os propósitos inferiores se transubstanciam.

O homem comum ainda não dispõe de visão adequada para identificar a obra renovadora. Muitas plantas espinhosas ou estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas que falem ao coração; entretanto, se chega à época da ceifa, depois do tempo de expectativa e observação, faz-se então necessária a eliminação do joio em molhos...

... E, em vista do joio ser atado, aos molhos, uma dor nunca vem sozinha..." (Xavier, 1972, cap. 107)


6. EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA (POR MATEUS) SOB A ÓTICA ESPÍRITA

Na explicação da parábola, o apóstolo Mateus usa as palavras "Anjo", "diabo", "fornalha de fogo" e "ranger de dentes". São termos da teologia dogmática que precisam ser reexaminados sob o ângulo do Espiritismo. Na dogmática católica há alusão ao Céu, ao Inferno e ao Purgatório. Estes termos, de acordo com o Espiritismo, não são lugares circunscritos, uma região fixa no Espaço, mas estados da alma. Nesse sentido, toda e qualquer situação em que nos encontramos podemos estar no céu ou no inferno, pois depende de nossa percepção interior daquilo que se nos apresenta.

Para mais informações, consultar o livro Céu e Inferno, de Allan Kardec.


7. A INFLUÊNCIA ESPIRITUAL

A predominância do maligno faz-nos refletir sobre a influência espiritual de que somos partícipes. Assim:

Vingança, desespero, paixões e desânimo são algumas das causas da fixação mental. Nosso cérebro funciona à semelhança de um dínamo. Dado o primeiro estímulo, interno ou externo, o que passa a contar é a manutenção de nosso pensamento num mesmo teor de ideia. Quanto mais tempo permanecermos num assunto, mais as imagens do tema se cristalizarão em nosso halo mental.

O fenômeno da sugestão mental é oportuno. Emitindo uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelha. Nesse sentido, somos herdeiros dos reflexos de nossas experiências anteriores, porém, com a capacidade de alterar-lhe a direção. Acionando a alavanca da vontade, poderemos traçar novos rumos para a libertação de nosso espírito.


8. CONCLUSÃO

Vigilância e oração atenuam as investidas do maligno. Através delas, pomo-nos em sintonia conosco mesmos, tornando-nos cada dia mais autoconscientes. Percebendo claramente nossas reações do cotidiano, criamos condições para arrancar o joio sem prejudicar a colheita do trigo.


9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

XAVIER, F. C. Boa Nova, pelo Espírito Humberto de Campos. 11. Ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
XAVIER, F. C. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. 3. Ed., Rio de Janeiro, FEB, 1972.
XAVIER, F. C. Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, s.d.p.

Sérgio Biagi Gregório
Fonte: Centro Espírita Ismael

OS 3 CONSELHOS


Dois jovens recém-casados, eram muito pobres e viviam de favores num sítio do interior.

Um dia o marido fez a seguinte proposta à esposa:
- Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere, e, enquanto estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você.
Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda.

O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito.
Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito.
O pacto seria o seguinte: - Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o Sr. me dispensa das minhas obrigações.

- Eu não quero receber meu salário. Peço que o Sr. o coloque na poupança, até o dia em que eu for embora.
- No dia em que eu sair o Sr. me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.
Tudo combinado. Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias sem descanso.
Depois de vinte anos chegou para o patrão e disse:
- Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.

O patrão então lhe respondeu: - Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos e se eu lhe der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me dê à resposta.
Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe:
- Quero os três conselhos.
O patrão novamente frisou:
- Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro. E o empregado respondeu:

- Quero os conselhos.
O patrão então falou:

1) NUNCA TOME ATALHOS EM SUA VIDA, CAMINHOS MAIS CURTOS E DESCONHECIDOS PODEM CUSTAR A SUA VIDA;
2) NUNCA SEJA CURIOSO PARA AQUILO QUE É MAL, POIS A CURIOSIDADE PARA O MAL PODE SER MORTAL; E,
3) NUNCA TOME DECISÕES EM MOMENTOS DE ÓDIO OU DE DOR, POIS VOCÊ PODE SE ARREPENDER E SER TARDE DEMAIS.

Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:
- Aqui você tem três pães, dois para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar a sua casa.
O homem então, seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.
Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou:
- Para onde você vai?
Ele respondeu: - Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.
O andarilho disse-lhe então:
- Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que "é dez" e você chega em poucos dias.

O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal.
Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.
Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se.
Pagou à diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.
De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor.
Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho.

Voltou, deitou-se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que tinha ouvido.
O hospedeiro disse:
- E você não ficou curioso?
Ele disse que não.
No que o hospedeiro respondeu:
- Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura; grita durante a noite e quando o hóspede sai, mata-o e enterra-o no quintal.
O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa.

Depois de muitos dias e noites de caminhada..... Já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casa,... Andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa.
Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só.
Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre os braços, um homem a quem estava acariciando os cabelos. Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade.
Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho.

Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.
Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse:
- Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre fui fiel a ela.
Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue.
Então com lágrimas nos olhos, lhe diz:
- Eu fui fiel a você e você me traiu...
Ela espantada lhe responde:
- Como? Eu nunca te traí, esperei durante esses vinte anos.
Ele então lhe perguntou:
- E aquele homem que você estava acariciando ontem?
E ela lhe disse:
- Aquele homem é nosso filho... Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade.

Então o marido entrou, conheceu, abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café.
Sentaram-se para tomá-lo e comer junto o último pão. Após a oração de agradecimento, com lágrimas de emoção, ele parte o pão e ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação.

MORAL:

MUITAS VEZES ACHAMOS QUE O ATALHO "QUEIMA ETAPAS" E NOS FAZ CHEGAR MAIS RÁPIDO, O QUE NEM SEMPRE É VERDADE...

MUITAS VEZES SOMOS CURIOSOS, QUEREMOS SABER DE COISAS QUE NEM AO MENOS NOS DIZEM RESPEITO E QUE NADA DE BOM NOS ACRESCENTARÁ...

OUTRAS VEZES, AGIMOS POR IMPULSO, NA HORA DA RAIVA, E FATALMENTE NOS ARREPENDEMOS DEPOIS...


OBSESSÃO SEXUAL

 Uma Porta para a Loucura :::

Costuma-se dizer que a linha que separa a lucidez da loucura é muito tênue. Que acossado por sentimentos avassaladores, qualquer um adquire velocidade descomunal e a ultrapassa permanecendo durante alguns minutos sem a posse da razão. Quando volta à normalidade, pode trazer pesada carga de arrependimento e de remorso.

É assim que assassinatos são cometidos, roubos e furtos praticados, que se lança ao monturo a boa reputação, as amizades, as oportunidades,os esforços de uma encarnação inteira.

O desejo sexual, que desgovernado pode levar à loucura, deve ser objeto de demorada análise e de redobrados cuidados na sua utilização. Força a ser domada, quando inculta, pode ser responsável por ferimentos profundos, pois profundas são as feridas na alma.

Atingindo a intimidade do ser não afeito a disciplina, aturde-lhe os sentimentos, formando um quadro patológico gerado pela ausência da afetividade, do compromisso e do respeito pelo outro.

Entre os vampiros que perseguem os encarnado terrenos, muitos são viciados ou enlouquecidos pelo sexo desregrado. Buscam em motéis, onde se hospedam, em qualquer lugar onde o sexo é exercido em as devidas reservas morais de seus praticantes, vítimas para delas extrair energias vitais, compartilhando com elas do ato, e a elas se acoplando, dividindo emoções e energias.

Por trás de uma compulsa sexual há quase sempre um ou mais indutores, que não se satisfazem com uma aventura esporádica. Querem repetência, variedade, degenerescência, dominação, humilhação, permanência no clímax do orgasmo, que acaba por enlouquecê-los.

Como muitos deles são hábeis hipnotizadores, conseguem dominar mentes frágeis com suas induções e fazê-las transgredir as leis naturais que devem orientar o exercício no que se fragilizam e se sexual saudável, empurrando-as para os excessos de toda ordem, no que se fragilizam e se tornam escravas de seus desejos.

O ato sexual, sob a gerência do amor, é uma afável troca de energias indutoras de calma e bem-estar. Ao final dele só restará algo de benéfico e de produtivo, sereno e belo, sob esta supervisão. Ao contrário, será apenas um ato mecânico, do qual pouco ficou de concreto para guardar ou recuperar.

Explico melhor através de um exemplo. Certa feita um velho amigo professor ficou desempregado e veio até a casa do meu vizinho, também professor, pedir ajuda. Meu vizinho o atendeu gentilmente e lhe disse: - Amigo, tudo quanto tenho é esta quantia. É sua. Se quando estiver bem, quiser devolvê-la a aceitarei. Se não quiser pagar é sua da mesma maneira.

Meu vizinho jamais se arrependeu de tê-lo ajudado e sempre eu relembra este fato, revive a mesma alegria, recuperável, daquele momento.

O ato sexual é diferente. Seu prazer é irrecuperável diante das recordações. É fugaz, rápido, restando dele, se tiver sido orientado pelo amor, a boa lembrança, não o clímax do orgasmo.

Por isso os vampiros, querendo eternizar esse momento, enlouquecem, pois jamais conseguem. O cérebro é como um instrumento de uma orquestra. Com apenas sete notas musicais pode tocar milhões de melodias, pois foi feito para diversidade, e quando tentam reduzi-lo à unidade, ou seja, a abrigar uma única ideia, ele adoece.

O atormentado pelo sexo tem sempre uma exagerada exigência de desejos e de fantasias sexuais que o impedem de controlar seus impulsos e sentimentos. Ao tentar assumir, sem sucesso, o controle de sua libido, é tomado por ansiedade ou depressão, fragilizando-se pela impotência em gerir sua vontade.

Ocorre que o Espírito tem caminhos diversos nos quais seus valores são construídos e aferidos, sendo um caso patológico situar-se ou paralisar-se em apenas uma viela, a desaguar na loucura ou na obsessão.

Quando o relacionamento sexual é embasado apenas no ato mecânico que gera o prazer fugaz, sem envolvimento afetivo e sem respeito ao parceiro, forma um plugue no qual os vampiros facilmente se acoplam. Ligando-se ao chacra coronário, responsável pela vitalidade das células do pensamento, nele penetram através de ligação clandestina, semelhante a que determinados indivíduos fazem para roubar energia da rede elétrica, passando a sentir as mesmas sensações que parasitado experimenta.

Com a hospedagem do invasor mental sempre haverá dreno de energia a seu favor, pois estará formado um campo ectoplásmico entre ambos no qual a energia se deslocará com grande facilidade, como que sugada pela mente que dirige o processo.

O homem ou mulher com compulsão sexual, sempre que emite seu pensamento carregado de prazeres vulgares lança no ar um chamado para vampiros sexuais. O procedimento é semelhante ao de uma cadela no cio que espalha um cheiro peculiar, cujo aviso pode ser interpretado pelos maços como: sexo à vista! Esse odor é detectado a longas distâncias atraindo parceiros que encontram quem o emitiu, de maneira certeira.

A única maneira de afastar visitante inoportunos na vivência sexual é praticá-la sob a orientação do amor. Assim o lar estará protegido pela armadura fluídica que os sentimentos dos amantes constroem ao externá-los. Que o sexo seja utilizado como porta para reencarnações, troca de energias que acalmam corpos e Espíritos, suporte da afetividade, liga para construção se sonhos familiares, enfim, para unir e fortalecer o casal, mas que seja presidido pelo amor. Fora dele pode até parecer prazeroso, mas acabará enredado no tédio quando não na obsessão.

Este livro traz a história de Isabelle, jovem reencarnada no Ceará, que aos vinte anos de idade já é vítima de severa obsessão sexual. Dona de um bordel na França no século XIX, época em que Kardec lançava a primeira edição de O Livro dos Espíritos, fez inúmeros inimigos ao escravizar adolescentes e jovens mulheres obrigando-as ao exercício sexual, com o objetivo de acumular riquezas.
Sem escrúpulos, adotava ou comprava meninas, enganando os pais ao dizer que suas filhas seriam bem tratadas em sua casa; a outras aliciava com promessas de riquezas e a terceiras induzia descrevendo uma vida fácil e cheia de prazeres a serem vividos em sua companhia. Todavia o que as aguardavam era a escravidão sexual, o aborto, a agressão praticada por sádicos e loucos que se satisfaziam com a dor e a humilhação de suas vítimas.
Como tudo era feito para obtenção de posses materiais e de poder, acabou por gerar profunda dor em corações dilacerados, pois os abortos frequentes, as mortes prematuras por hemorragias e por doenças venéreas, a desonra das famílias que tinham suas filhas prostituídas ainda meninas, levaram luto e revolta a muitos espíritos.

O desespero que acometia as mulheres abandonadas e sem recursos, logo que adoeciam; o ódio dos espíritos que não lograram encarnar devido aos abortos; a loucura que se entranhou nos encarnados que ali adquiriram o hábito de praticar o sexo animalesco; a quantidade enorme de vampiros sexuais que aos poucos se avolumou ao redor do bordel nos trinta anos de comércio carnal e a sede de vingança das mulheres que se sentiam prejudicadas, a encontraram depois do desencarne.
Paralelamente, as lágrimas das doentes de sífilis, mulheres honestas que se viram enfermas através dos desvios dos seus maridos, também a atingiram. As crianças sem pais, as enfermas sem assistência médica, a tristeza e a lágrima de quantos tiveram a infelicidade de um encontro com ela marcaram severamente seu rosto com profunda tristeza.

O pai desencarnado de Rose, personagem central desse drama iniciado na França, em sua primeira comunicação mediúnica disse-nos que o atendimento a ser ministrado a ela, tornar-se-ia possível graças à bondade de uma missionária chamada Joana de Angelis. Que a seu pedido, algumas freiras nos auxiliariam no processo desobsessivo, já iniciado com sua aprovação e participação.
A história começa com Isabelle, antiga Rose, tentando desesperadamente explicar ao dirigente mediúnico que não está louca. O desenrolar do drama se segue nas páginas seguintes.


(Livro de Luiz Gonzaga Pinheiro)

OBSESSÃO E SUAS MÁSCARAS

O QUE É REALMENTE A OBSESSÃO

1 - Conceito de Obsessão

Obsessão é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.
Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar alguns identificam-se com o Espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança. Geralmente é distúrbio espiritual de longo curso, com graves consequências, em forma de distonias mentais, emocionais e desequilíbrios fisiológicos. Em casos mais graves, a obsessão é enfermidade espiritual de erradicação demorada e difícil, pois que muito mais depende do encarnado perseguido do que do desencarnado perseguidor.

2 - Quem é o Obsessor

Obsessor - do latim obsessore - Aquele que causa a obsessão; que importuna. Não é um ser estranho a nós. Pelo contrário. É alguém que privou da nossa convivência, de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços afetivos.
O Espírito perseguidor, genericamente denominado obsessor, em verdade é alguém colhido pela própria aflição. Ex-transeunte do veículo somático, experimentou injunções que o tornaram revel, fazendo que guardasse no recesso da alma as aflições acumuladas, de que não se conseguiu liberar sequer após o decesso celular.
Sem dúvidas, vítima de si mesmo, da própria incúria e invigilância, transferiu a responsabilidade do seu insucesso a outra pessoa que, por circunstância qualquer, interferiu decerto negativamente na mecânica dos seus malogros.
Há obsessores que não possuem vínculos cármicos com o encarnado e que, no entanto, podem causar-lhes grandes transtornos. São Espíritos moralmente inferiores geralmente agindo de preferência nas próprias paisagens invisíveis, em torno de entidades desencarnadas não devidamente moralizadas, mas também podendo interferir na vida dos encarnados, prejudicando-os e até os levando aos estados alucinatórios, ou mesmo ao estado de obsessão, pelo simples prazer de praticar o mal, divertindo-se.

2.1 - Tipos de Obsessores

a) Obsessores que não intencionam fazer o mal

- Há obsessores que não são totalmente maus, é preciso que se diga. Como ninguém é absolutamente mau. São antes, doentes da alma. Possuem sementes de bondade, recursos positivos que são abafados, adormecidos. Nem todo obsessor tem consciência do mal que está praticando. Existem aqueles que agem por amor, por zelo, pensando ajudar ou querendo apenas ficar junto do ser querido. São pessoas mais desajustadas em termos afetivos. Amam egoisticamente; exigem, igualmente, exclusividade nas relações afetivas. Outras vezes amam alguém de forma deturpada, com excessivo apego. É uma mãe ou um pai fortemente vinculados a um filho, tolhendo sua liberdade, restringindo-o ao campo da sua atuação. Não querem dividi-lo com ninguém. É um esposo ou uma esposa ciumentos, que desconfiam de tudo, que mantêm controle do cônjuge, fazendo-o prisioneiro nas garras de sua insegurança. Essas são as principais características do obsessor não propriamente vinculados ao mal, mas vinculados ao egoísmo, ao ciúme e ao sentimento de posse.

b) Obsessores vinculados ao mal

- Obsessores, sim, os há, transitoriamente, que se entregam à fascinação da maldade, de que se fazem cultores, enceguecidos e alucinados pelos tormentosos desesperos a que se permitiram, detendo-se nos feitos, da demorada loucura - verdugo impiedoso de si mesmo - pois todo mal sempre termina por infelicitar aquele que lhe presta culto de subserviência. Tais Entidades - que oportunamente são colhidas pelas sutis injunções da Lei Divina - governam redutos de sombra e viciação, com sede nas Regiões Tenebrosas da Espiritualidade Inferior, donde se espraiam na direção de muitos antros de sofrimento e perturbação na Terra, atingindo, também, vezes muitas, as mentes ociosas, os Espíritos calcetas, os renitentes, revoltados, por cujo comércio dá início a processos muito graves de obsessão de longo curso. 
Tais obsessores são adeptos da revolta e do desespero. São pobres desequilibrados que tentam induzir todas as situações à desarmonia em que vivem. Eles se organizam em falanges cujos integrantes apresentam no perispírito aspectos disformes, grotescos, extravagantes, e cujas configurações e ações pareciam fruto de pesados àqueles que não se afinam com as blandícias da Espiritualidade. Provocam-nos, seduzem-nos, aterrorizam-nos, criando mil fantasmagorias que às pobres vítimas parecerão alucinações diabólicas, das mesmas se servindo, ainda como joguetes para a realização de caprichos, maldades e até obscenidades. Comumente, queixam-se aos suicidas de tais falanges, cujo assalto lhes agrava, no pélago de males para onde o suicídio os atirou, o seu insuportável suplico.

3 - Quem é o Obsediado

Obsediado - Obsesso: Importunado, atormentado, perseguido. Indivíduo que se crê atormentado, perseguido pelo Demônio. Obsediado - todos nós, o fomos ou ainda somos.

3.1 - Tipos de Obsidiados

a) Psicopatas amorais

- São Espíritos endividados, que contraíram débitos pesados em existências anteriores, após estágio mais ou menos prolongados na regiões espirituais de sofrimento e de dor, em que volvem à reencarnação, quando se mostrem inclinados à recuperação dos valores morais em si mesmos. Transportados a novo berço, comumente entre aqueles que os induziram à queda, quando não se veem objeto de amorosa ternura por parte de corações que por eles renunciam à imediata felicidade nas Esferas Superiores, são resguardados no recesso do lar. Contudo, renascem no corpo carnal espiritualmente jungido às linhas inferiores de que são advindos, assimilando-lhes, facilmente, o influxo aviltante. Reaparecem desse modo, na arena física. Mas, via de regra, quando não se mostram retardados mentais, desde a infância, são perfeitamente classificáveis entre os psicopatas amorais segundo o conceito da insanidade moral, vulgarizado pelos ingleses, demonstrando manifesta perversidade, na qual se revelam constantemente brutalizados e agressivos, petulantes e pérfidos, indiferentes a qualquer noção da dignidade e da honra, continuamente dispostos a mergulhar na criminalidade e no vício.

b) Doentes mentais

- Reconhecemos, com os ensinamentos da Doutrina Espírita, que todos aqueles portadores de esquizofrenias, psicopatologias variadas, dentro de um processo cármico, são Entidades normalmente vinculadas a graves débitos, a dívidas de delitos sociais, e, conforme nos achamos dentro desse quadro de compromisso, essas psicopatologias de multiplicada denominação assumem intensidade maior ou menor. 
Nos casos de epilepsia, tudo nos leva a crer que as Entidades credoras em se aproximando do devedor indiretamente, ou por meio do pensamento, promovem como um acordamento da culpa, e ele então no chamado transe epiléptico.
Na retaguarda dos desequilíbrios mentais, sejam da ideação ou da afetividade, da atenção e da memória, tanto quanto por trás de enfermidades psíquicas clássicas, por exemplo, como as esquizofrenias e as parafrenias, as oligofrenias e a paranoia, as psicoses e neuroses de multifária expressão, permanecem perturbações da individualidade transviada do caminho que as Leis Divinas lhe assinalam à evolução moral.

c) Psicopatas astênicos e abúlicos

- Aqueles Espíritos relativamente corrigidos nas escolas de reabilitação da Espiritualidade desenvolvem-se, no ambiente humano, enquadráveis entre os psicopatas astênicos e abúlicos, fanáticos e hipertímicos, ou identificáveis como representantes de várias doenças e delírios psíquicos, inclusive aberrações sexuais diversas. As características predominantes destes obsediados são as irresponsabilidades e a fraqueza perante a vida. Neles, o senso de honra ou de dever, é praticamente inexistente. Não sabem ou não conseguem tomar uma decisão, revelando terrível fraqueza moral.

4 - O Processo Obsessivo

O processo obsessivo não se instala de imediato: é gradual, de acordo com o grau ou a intensidade da obsessão, que Kardec classifica em simples, fascinação e subjugação. No inicio, o Espírito perseguidor localiza no seu alvo os condicionamentos, a predisposição e as defesas desguarnecidas, disso tudo se valo o obsessor para instalar a sua onda mental na mente da pessoa visada. A interferência se dá por processo análogo ao que acontece na radio, quando uma emissora clandestina passa a utilizar determinada frequência prejudicando-lhe a transmissão. O passo seguinte é a ação persistente do obsessor para que se estabeleça a sintonia mental, entre ele e o perseguido. Passa a enviar os seus pensamentos, numa repetição constante, hipnótica à mente da vítima, que, incauta, invigilante, assimila-os e reflete-os, deixando-se dominar pelas ideias intrusas. Além da ação hipnótica, há também o envolvimento fluídico, que torna o perseguido debilitado, favorecendo, assim, a ação do obsessor.
O Espírito perseguidor atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado como que por uma teia e constrangido a proceder contra a sua vontade.
O Obsessor não dá trégua ao obsediado. Por ação própria e de outros Espíritos que são igualmente por ele dominados, mantém sua ação persistente junto ao objeto de sua perseguição. Durante o sono, sobretudo, age com mais intensidade. A pessoa deixa-se dominar por um inimigo invisível, durante o sono. Afina-se com o caráter deste e recebe as suas ordens ou sugestões, tal como o sonâmbulo às ordens do seu magnetizador. Ao despertar, reproduz, mais tarde, em ações da sua vida prática, as ordenações então recebidas, as quais poderão levá-lo até mesmo ao crime e ao suicídio. Será prudente que a oração e a vigilância sejam observadas com assiduidade, particularmente antes do sono corpóreo, a fim de proteger-se contra esse terrível perigo, pois que isso favorecerá uma harmonização da sua mente com as forças do Bem, o que evitará o desastre. 
Em outras ocasiões, os obsessores agem sobre os perseguidos empolgando-lhes a imaginação com formas mentais monstruosas, operando perturbações que podemos classificar como “infecções fluídicas’ e que determinam o colapso cerebral com arrasadora loucura”. E ainda muitos outros, imobilizados nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monoteísmo, ao pé dos encarnados de cuja presença não se sente capazes de afastar-se. Alguns, como os ectoparasitas temporários, procedem à semelhança de mosquitos e dos ácaros, absorvendo emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam, aqui e ali; mas outros muitos, quais endoparasitas conscientes, após se inteirarem dos pontos vulneráveis de suas vítimas, segregam sobre elas determinados produtos, filiados ao quimismo do Espírito, e que podemos nomear como sapatinas, e aglutininas mentais, produtos esses que, subrepticiamente, lhes modificam a essência dos próprios pensamentos.
Nos processos obsessivos mais intensos, em que o obsediado já não se governa, tornando-se evidentes os distúrbios psíquicos e físicos, os obsessores mais distanciados do bem se utilizam dos chamados ovoides para tornar ferrenha a perseguição. Esses Espíritos endurecidos implantam os ovoides na estrutura perispiritual do encarnado, em pontos estratégicos (medula nervosa, centros de forças (Chacras)) para estabelecerem maior controle. Os ovoides são entidades humanas desencarnadas que perderam a forma anatômica do perispírito, característica da espécie humana. O Perispírito de tais criaturas sofreu uma espécie de transubstanciação, tendo adquirido uma morfologia anômala, de esferas escuras, pouco maiores que um crânio humano. Algumas dessas entidades apresentam movimentos próprios, agindo como se fossem grandes amebas. Outras, no entanto mantêm-se em repouso, aparentemente inertes ligadas ao ato vital das personalidades em movimento.
Algumas condições espirituais favorecem a ovidização-transformação do perispírito do desencarnado em ovoide -, por exemplo, sentimentos de vingança, ódio, culpa ou perversão moral.

 (Estudo retirado da apostila "Estudo e Prática da Mediunidade - Programa I" editada e distribuída pela Federação Espírita do Brasil - FEB Edição Outubro/2009) 

Fonte: Casa do Caminho Mãos de Luz

O que é Ser Espírita?


Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão.
Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera.
Não é ter uma religião especial; é deter uma grave responsabilidade.
Não é superar o próximo; é superar a si mesmo.
Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno.
Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação;
é compreendê-la como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição.
Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber; é comunicar-se com os bons Espíritos para se melhorar e ajudar os outros a se melhorarem também.
Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança.
Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer.
Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão.
O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.
Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus.
Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente.
Anormal é não ser bom.
Ser espírita não é curar ninguém; é contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura.
Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios poderes que estão na sua vontade sincera e perseverante.
Ser espírita não é consolar-se em receber; é confortar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber".
Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos; é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.
Isto é ser espírita.
Com as bênçãos de Jesus, nosso Mestre.

Retirado do livro "Aprendendo a lidar com as crises" – Wanderley Pereira.


O QUE É O PASSE?




O Passe, à luz da Doutrina Espírita, é uma transmissão de energias fluídicas de uma pessoa – conhecida como médium passista – a outra pessoa que as recebe, em clima de prece, com a assistência dos Espíritos Superiores. (Orientação ao Centro Espírita).
É a doação ou esforço de transmitir, para outro indivíduo, energias magnéticas, próprias ou de um Espírito, a fim de socorrer-lhe a carência física e ou mental, que decorre da falta dessa energia. (Salvador Gentile, livro: O Passe Magnético).

QUAIS OS FATORES QUE SÃO IMPORTANTES PARA QUE O PASSE TENHA UM RESULTADO POSITIVO:
1- As qualidades radiantes do agente doador. (trabalhador qualificado, que estudou e se preparou para esse trabalho de amor).

2- Merecimento. (Lei de Ação e Reação).

3- Receptividade do paciente. É a parte que cabe a cada um dos que vem buscar esse recurso na Casa Espírita. Quando entramos na Casa Espírita para assistir uma palestra, somos recebidos pela equipe espiritual desta Casa. Ali sentados, enquanto ouvimos a palestra, eles nos analisam para conhecerem as nossas necessidades e como poderão nos auxiliar.

Muitos de nós viemos acompanhados de obsessores. Aqueles que estão endurecidos impermeáveis a qualquer tipo de mudança, permanecem do lado de fora, por causa das defesas espirituais da Casa. Alguns entram conosco, os que estão ligados a nós por afinidades. Ligam-se a nós nas paixões inferiores, seja de - ordem física – sexo desregrado, bebida, drogas, fumo, seja de - ordem moral – maledicência, inveja, ciúme, ódio, desejo de vingança, que são sentimentos que dão abertura para que eles nos acompanhem. É permitida a entrada desses obsessores para que eles também aprendam e se melhorem.

EXISTEM TRÊS TIPOS DE PASSE

MAGNÉTICO - Quando o magnetizador doa do seu FLUIDO VITAL (elemento básico da vida e se transmite de um indivíduo para outro – comentário q. nº 70 L.E.).

ESPIRITUAL – FLUIDOS ESPIRITUAIS – Aplicado pelos trabalhadores espirituais e André Luiz nos diz que são Espíritos de condição moral elevada, que já desenvolveram capacidade radiante, isto significa que já conseguem manter os pensamentos num contínuo de pensamentos positivos (Missionários da Luz – André Luiz).

MISTO – É o realizado nas Casas Espíritas, onde o passista encarnado trabalha em conjunto com um desses Espíritos passistas do mundo espiritual.

TODOS NÓS SOMOS AUXILIADOS?

Aqui cabe a nossa parte, porque a espiritualidade está fazendo a parte dela. E nós? Estamos atentos à exposição doutrinária, mudando a nossa frequência vibratória? Ou continuamos ligados aos nossos problemas do dia a dia? Muitas vezes ficamos ligados àquele obsessores que ficou lá fora da Casa Espírita. Ele não pode entrar, mas pelo pensamento continua ligado a nós.
Vemos que esses momentos são importantes na nossa vida porque nós estamos nos oportunizando vibrarmos numa frequência mais elevada e assim trazendo a saúde para o nosso ser espiritual.
Também em nossa vida diária permitimos o amparo dos Espíritos Benfeitores quando temos o hábito da prece, da meditação, do trabalho no bem, porque senão as pessoas que não são espíritas, que não tomam o passe, nós diríamos que não são beneficiadas, que estão à revelia do amor divino, e isso não é verdade. Quem mantém pensamentos positivos se liga ao mundo espiritual superior.
Na Casa Espírita, após a palestra são realizados os passes, onde os passistas doarão do seu Fluido Vital. Só precisa tomar esse passe quem se encontra realmente necessitado (doenças, obsessões, em desequilíbrio emocional). No momento do passe continua a importância da atitude mental positiva de cada um dos pacientes, meditando sobre a palestra que ouviram; na disposição de mudar certos hábitos negativos; formando uma imagem bonita, que eleve os nossos sentimentos.

Pelas mãos as energias saem, elas não entram e por isso nós não precisamos colocar as mãos viradas para cima na hora do passe.

As energias vão entrar pelo chacra coronário, que é a nossa ligação com o mundo espiritual, é por aí que penetram as energias puras, vindas do mundo espiritual superior.

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*Fonte: Orientação ao Centro Espírita – FEB /
O passe magnético – Salvador Gentile

O Que é Mediunidade?


“Mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. Não é um poder oculto que se possa desenvolver através de práticas rituais ou pelo poder misterioso de um iniciado ou de um guru.” (“Mediunidade-Vida e Comunicação” - J. Herculano Pires)

Sendo uma faculdade humana a Mediunidade existe, em potencial, em cada um de nós, independente do nível intelectual e moral, embora se desenvolva naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial das coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca e nos afeta.
...
Assim como acontece com a inteligência, e as demais faculdades humanas, a mediunidade se desenvolve no processo de evolução e relacionamento que o Espiritismo denomina “Educação Mediúnica”.

Embora dispondo todos nós da faculdade mediúnica, em diferentes graus, o Espiritismo considera médium toda pessoa que sabe usar a sua mediunidade. Os médiuns ajudam os espíritos esclarecidos a executarem certas tarefas na Terra, porque os espíritos só podem atuar sobre a matéria por meio de um instrumento material.

Bem sabemos que em redor de nós há: ignorância, miséria, lágrimas, feridas, dores e erros. É por meio dos médiuns que os espíritos nos instruem, suavizam a miséria, enxugam as lágrimas, cicatrizam as feridas, mitigam as dores, corrigem os erros. Graças à mediunidade nós, habitantes da Terra, damos as mãos aos que habitam o plano espiritual e trabalhamos juntos na construção do majestoso reino de Deus.

Cada médium serve os espíritos de acordo com o grau e a variedade da sua mediunidade. Assim, dentre eles destacam-se os seguintes: médiuns de efeitos físicos, médiuns falantes, médiuns escreventes, médiuns audientes, médiuns videntes, médiuns intuitivos médiuns inspirados, médiuns curadores...

O desenvolvimento da mediunidade ou educação mediúnica tem por objetivo precípuo fazer com que o médium aprenda a usá-la corretamente evitando-se assim os riscos inconvenientes, para si próprio e para o seu ideal desempenho. Deve ser realizada sob eficiente orientação e em um Centro Espírita que mereça inteira confiança.

Para ser bem sucedido o médium deve cultivar certas virtudes, tais como: paciência, perseverança, boa vontade, humildade e sinceridade.

Obs: quando falo em ser bem sucedido não falo em um médium que irá receber aplausos e júbilos, mas sim ser bem sucedido perante Deus e a Espiritualidade Superior.
Amigos de Chico Xavier


O Porquê das Mortes Coletivas?


As grandes comoções que ocorrem na nossa sociedade material trazem sempre enormes indagações e dúvidas por parte de pessoas que ainda não adquiriram conhecimentos das verdades evangélicas a respeito da Lei de Causa e Efeito e das vidas sucessivas. Segundo ainda ensinamentos Evangélicos, “não caí uma só folha da árvore sem que Deus saiba” e, com toda certeza, as “mortes coletivas” não foram obras do acaso, mas sim, todas estavam cadastradas nos anais da espiritualidade para participarem dessas desencarnações coletivas.

Muitos desses fatos são consequências de Leis Naturais, ou juridicamente chamadas de “casos fortuitos”, como maremotos, terremotos, erupções de vulcões, etc., porém, outros ocorrem por acidentes ou desastres, que são provocados pelo próprio Homem, como por exemplo, acidentes aéreos, marítimos, ferroviários e, hoje em dia, até por ato terrorista. Ora esses fatos acontecem sem serem provocados por Deus, mas, em ambos os tipos de ocorrências, há a influência do ser humano, direta ou indiretamente. No primeiro caso, apesar de ser um fato natural, físico, corrobora a influência inferior da Humanidade. No segundo caso, pela imprudência do próprio homem.

Essas ocorrências, chamadas catastróficas, que ocorrem em grupos de pessoas, em família inteira, em toda uma cidade ou até em uma nação, não são determinismo de Deus, por ter infringido Suas Leis, o que tornaria assim, em fatalismo. Não. Na realidade são determinismos assumidos na espiritualidade, pelos próprios Espíritos, antes de reencarnar, com o propósito de resgatar velhos débitos e conquistar uma maior ascensão espiritual. O Espírito André Luiz, no livro Ação e Reação, afirma esses fatos: “nós mesmos é que criamos o carma e este gera o determinismo”.

São ações praticadas no pretérito longínquo, muito graves, e por várias encarnações vamos adiando a expiação necessária e imprescindível para retirada dessa carga do Espírito, com o fim de galgar vôos mais altos. Assim, chega o momento para muitos, por não haver mais condições de protelar tal decisão, e terão que colocar a termo a etapa final da redenção pretendida perante as Leis Divinas. Dessa complexidade de fatos é que geram as chamadas “mortes coletivas”.

Os Espíritos Superiores possuem todo conhecimento prévio desses fatos supervenientes, tendo em vista as próprias determinações assumidas pelos Espíritos emaranhados na teia de suas construções infelizes, aí, providenciam equipes de socorros altamente treinadas para a assistência a esses Espíritos que darão entrada no plano espiritual. Mesmo que o desencarne coletivo ocorra identicamente para todos, a situação dos traumas e do despertar dependerá, individualmente, da evolução de cada um. Estes fatos, mais uma vez André Luiz confirma: “se os desastres são os mesmos para todos, a “morte” é diferente para cada um”.

Assim, a Previdência Divina, com sua pré-ciência, aparelha circunstâncias de hora, dia e local, para congregar aqueles que assumiram tais resgates aflitivos, e, por outro lado, os que não vão fazer parte desse processo coletivo, por um motivo ou outro, não estarão presentes.

No livro Tempo de Transição, do escritor Juvanir Borges de Souza, tiramos os seguintes ensinamentos referentes a este assunto: “... o mesmo princípio aplicável a cada indivíduo estende-se às coletividades; uma família, uma nação ou uma raça formam as individualidades coletivas; “... entidades coletivas contraem responsabilidades agindo como individualidades coletivas, respondendo seus por seus atos e pelas consequências deles; “...as expiações coletivas são os resgates de ações anteriores praticadas em conjunto pelo grupo envolvido; “...os grupos se reúnem na Terra para tarefas ou missões comuns, assim com são reunidos, para purgar faltas cometidas em conjunto, solidariamente, assim, o inocente de hoje pode estar respondendo por seus atos de ontem; “...a Providência Divina tem meios e formas para determinar os reencontros, o reinício das tarefas, os resgates, tanto no plano individual quanto no coletivo, em processos complexos que nos escapam à percepção”.

Em seguida, o preclaro escritor traz exemplos significativos, lembrando da escravatura negra no Brasil que, durante três séculos foi uma instituição oficial, uma mancha social da qual resultam efeitos morais e espirituais até em nossos dias. Recorda ainda, a Guerra do Paraguai, país de menores recursos humanos e materiais, arcou com sofrimentos e dificuldades pesadas. Entretanto, passados mais de um século desse triste acontecimento, os governos uniram-se em tratado de honra e os dois povos construíram a maior usina hidroelétrica do mundo, que proporciona enorme progresso às populações de ambos os países, com considerável vantagem para o Paraguai, uma vez que o empreendimento foi custeado na sua quase totalidade pelo povo brasileiro. Entende-se como uma espécie de ressarcimento de débito do passado, sob a forma de compreensão, cooperação e realizações positivas e justas.

Existem ainda, “mortes coletivas”, provenientes de seguidores de pessoas com alto grau de persuasão, mas de baixo senso moral, que conseguem anular sentimentos e raciocínios de pessoas despreparadas e com tendência ao materialismo, inculcando ensinamentos de salvação através de atos externos, apregoando os suicídios coletivos. Mais uma vez, recorremos das palavras sábias do escritor Amilcar Del Chiaro Filho: “Quando a pessoa se fanatiza por alguma coisa, especialmente pelas ideias religiosas, o desequilíbrio se apresenta, e o que é distorcido, desatinado, parece reto, equilibrado. Existe alguma relação com obsessores? Sim, existe. Espíritos obsessores se aproveitam das disposições dos encarnados para dominar-lhes a mente e impor-lhes a própria vontade”.

Transcrevermos ainda, palavras do Profº Waldo Lima de Valle, retiradas do seu livro, Morrer e Depois!: “mortes coletivas são provações muito dolorosas para os que ficam e também para os que partem, mas integram programas redentores do Espírito endividado perante a Lei e condição para que possam usufruir, merecidamente, as glórias da Vida Eterna (...) a dor coletiva corrige falhas mútuas, dos que partem e, também, dos que ficam”.
O Meigo Nazareno, como não poderia deixar de ser, ensina em suas “Boas Novas” a respeito dessas vítimas: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas cousas? Não eram, eu vo-lo afirmo: se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis. Ou cuidais que aqueles dezoito, sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” - Lucas 13.1-5. Isso significa que os que padecem desse drama no desencarne não são mais culpados do que outros, também habitantes deste planeta ainda inferior, pois carregamos todas dívidas e imperfeições de Espíritos que faz jus reencarnar aqui na Terra. O que precisa é o arrepender que Jesus ensina, ou seja, não mais praticarmos o mal contra nosso irmão, e praticarmos sim, a caridade para compensar o mal já efetivado em vidas passadas, para termos oportunidade de escaparmos dessas aparentes tragédias.

Para encerrarmos este assunto completamos com outra parábola de Jesus que demonstra materialmente essa verdade: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não acho; pode cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. Se vier dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la”.Lucas 13.6-9. Fica assim comprovado que Deus espera de nós os frutos que devemos dar pela oportunidade da reencarnação, no sentido de melhorarmos moral e espiritualmente, para não termos que expiarmos, drasticamente, nossas faltas pretéritas.

Fundação Espírita André Luiz - FEAL


O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES


Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difíceis se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento.
É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestimenta se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.
Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente.
Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.

Emmanuel

O FENÔMENO DA MORTE


1- O que acontece com o nosso Espírito quando morremos?
Continuamos com nossa individualidade, isto é, teremos os mesmos conhecimentos, qualidades e defeitos que tivemos em vida. A morte não nos livra das imperfeições. Seguiremos pensando da mesma forma. Nosso Espírito será atraído vibratoriamente para regiões astrais com que se afiniza moralmente. Se formos excessivamente apegados à vida material, ficaremos presos ao mundo terreno, acreditando que ainda estamos fazendo parte dele. Essa situação perdurará por certo tempo, até que ocorra naturalmente um descondicionamento psíquico. A partir desse ponto, o Espírito será conduzido às colônias espirituais, onde receberá instrução para mais tarde retornar à carne.

2- Todos os Espíritos podem se comunicar logo após sua morte?
Sim, pelo menos teoricamente, todos os Espíritos podem se comunicar após a morte do corpo físico. Porém, a Doutrina Espírita nos ensina que o Espírito sofre uma espécie de perturbação (que nada tem ver com desequilíbrio) que pode demorar de horas até anos, dependendo do tipo de vida que tenha tido na Terra e do gênero de sua morte. Os Espíritos que são desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo tempo. Dado o pouco adiantamento espiritual dos habitantes do planeta, pode-se concluir que as mensagens mediúnicas creditadas a pessoas famosas que desencarnam precocemente, não merecem credibilidade.

3- O que acontece com os recém-nascidos que logo morrem? E por que isto acontece?
O Espírito de criança morta em tenra idade recomeça outra existência normalmente. O desencarne de recém-nascidos, frequentemente, trata-se de prova para os pais, pois o Espírito não tem consciência do que ocorre. A maioria dessas mortes, entretanto, é por conta da imperfeição da matéria.

4- Se uma criança desencarna de acidente na idade de 11 anos, ela é socorrida pelos Espíritos na mesma hora?
Os desencarnes súbitos, de uma forma geral, são muito traumáticos para o Espírito. Allan Kardec diz que no processo de desencarne, todos sofrem uma espécie de "perturbação espiritual", que pode variar de algumas horas a anos, dependendo da evolução de cada um. Nos desencarnes convencionais geralmente os Espíritos permanecem sem consciência do que lhe aconteceu por um certo tempo e, se têm merecimento, são recolhidos às colônias socorristas existentes próximas da crosta terrena. Ali são devidamente atendidos. Nos casos de desencarne de crianças, suspeita-se que sejam atendidas de imediato pela Espiritualidade, em função de estarem num estado psíquico especial, próprio da infância. Não estando de posse de todas as suas faculdades, não seria lógico admitir que ficassem em estado de sofrimento por causa dos atos da vida.
 
Claro, a responsabilidade aumenta na medida em que a maturidade avança, criando condições para o Espírito ficar em estado de sofrimento por um tempo mais longo, se for necessário. Não há uma idade definida, que marque o início da fase adulta, assim como não há um ponto definido que separe o dia da noite. Em determinado período se confundem, mas acabam se definindo a seguir. De uma maneira geral, pode-se concluir que todos os Espíritos que desencarnam em fase infantil são imediatamente atendidos pela Espiritualidade.

5- Porque pessoas jovens, boas, desencarnam prematuramente, enquanto há pessoas más que vivem por muitos anos?
Se olharmos as coisas dentro da ótica materialista, certamente não encontraremos resposta para esta delicada questão. Se, no entanto, partirmos do princípio que somos seres imortais e que estamos em uma escalada evolutiva em direção à perfeição, compreenderemos com facilidade que a vida terrena é apenas parte desse processo. A verdadeira vida é a espiritual e quando encarnados cumpre-se as etapas necessárias ao aprimoramento do Espírito imortal. As diferenças existentes entre as pessoas são as várias etapas em que o Espírito se encontra em termos de evolução. O viver muitos anos, portanto, é muito relativo. A vida terrena é a escola que a criatura precisa para se aprimorar e o tempo que deve demorar aqui depende de sua necessidade. Os Espíritos bons, geralmente necessitam mesmo de menos tempo.
6- Uma criança, quando desencarna, seu Espírito terá a mesma idade que ela tinha, quando era encarnada?
Sim, dependendo, no entanto de sua maturidade espiritual. O Espírito, quando desencarna, permanece com os mesmos condicionamentos mentais que tinha na Terra, até que se conscientize de sua real situação. Permanecerá em estado de criança ou de adolescente, por um determinado tempo, dependendo de sua evolução, ou seja, de seu grau de entendimento, até que adquira plena consciência de sua condição e de suas necessidades. Isso, geralmente acontece com Espíritos que ainda estão em situação de pouca evolução espiritual. Por isso, nas colônias socorristas próximas à crosta terrestre, encontram-se Espíritos em condição de crianças e adolescentes. Deve-se saber, entretanto, que esta situação perdura apenas por um determinado período.

7- Quando uma pessoa morre de morte acidental, por exemplo, por afogamento, e ainda é muito jovem (18 anos) como fica o seu Espírito?
Todas as pessoas, ao desencarnarem, passam por um período mais ou menos longo de perturbação espiritual, podendo durar de algumas horas a anos, dependendo de seu grau evolutivo. Quando o Espírito é muito jovem, e certamente experimenta uma vida de muita atividade, pode permanecer sem entender sua situação por um tempo, como pode ser logo socorrido pelos Espíritos amigos que trabalham nessa área. Isso vai depender do seu merecimento. Se permanecer revoltado por ter retornado cedo, criará para si um ambiente vibratório ruim, que o levará a experimentar grandes dores morais nas zonas de sofrimento.

8- Os Espíritos ao desencarnarem conservariam intactas suas auras externas? Seriam ainda emanações de seu perispírito?
Aura é um termo utilizado no meio espírita, originada do esoterismo, e se refere à atmosfera fluídica criada em torno da pessoa pelas emanações energéticas do seu corpo espiritual. Allan Kardec não deu atenção a isso na Codificação, por se tratar de assunto de pouca importância para a compreensão da ciência dos fluidos. A "aura" nada mais é do que um efeito, causado pela irradiação íntima do Espírito. Não, a "aura" não é uma emanação do perispírito que, por si mesmo, nada é, a não ser uma massa fluídica estruturada pelo Espírito com sua projeção interior, para se manifestar no mundo exterior.

9- Quando desencarnamos, sendo levados para as colônias socorristas, teria como nossos entes queridos ficarem sabendo em qual delas nos encontramos?
Se forem entes desencarnados, isso dependerá da afinidade espiritual existente entre o nosso Espírito e os deles. Também se deverá levar em conta a condição evolutiva de cada um. Se forem pessoas muito diferentes em moralidade, certamente irão para lugares distintos. Os mais atrasados podem desconhecer onde estão os mais adiantados. Os que nos precederam, dependendo de suas condições espirituais, poderão nos amparar no momento do desencarne e, evidentemente, saber para onde vamos.
Se a informação refere-se aos entes que ficaram no mundo material, eles poderão saber as condições do Espírito desencarnado, ou o lugar onde se encontra, evocando-o numa sessão prática de Espiritismo feita por grupos sérios.

10- O que acontece ao nosso anjo da guarda quando desencarnamos?
O anjo de guarda é um Espírito protetor de uma ordem elevada que Deus, por sua imensa bondade, coloca ao nosso lado, para nos proteger, nos aconselhar e nos sustentar nas lutas da vida. Cumprem uma missão que pode ser prazerosa para uns e penosa para outros, quando seus protegidos não os ouvem seus conselhos.
Quando desencarnamos, ele também nos ampara e frequentemente o reconhecemos, pois, na verdade, o conhecemos antes de mergulhar na carne. Claro que tudo depende da condição evolutiva da pessoa em questão. O anjo da guarda poderá também nos guiar em outras experiências, por muitos e muitos tempos.

11- Todos os Espíritos sem exceção, mesmo os sofredores, podem conhecer a intimidade dos nossos pensamentos?
Para os Espíritos nada há que seja escondido. O pensamento é a forma de comunicação no plano invisível. Quando se emite um pensamento, ele impregna o ambiente e logicamente os que estão na dimensão espiritual o captam com facilidade. Quanto a conhecer na intimidade o que vai à alma de cada um, depende do estado mais ou menos lúcido do desencarnado em questão e ainda de suas condições morais. Como regra geral, pode-se afirmar que uma natureza má simpatiza com uma natureza má que lhe conhece a intimidade. Assim também é com os bons Espíritos. Os Espíritos sofredores podem estar passando por um período de perturbação (mais ou menos longo, conforme o caso) e não se encontrarem em condições de sondar a intimidade daqueles com quem tinham relações. Porém, não deixam de sofrer as influências vibratórias das coisas boas ou ruins que forem feitas por essas pessoas.

12- É possível, mesmo a pessoas menos esclarecidas, a comunicação com entes desencarnados a que foram intimamente ligados na Terra, e dos quais sentem muitas saudades?
Sim é possível, pois o intercâmbio entre os dois mundos é muito fácil e comum. Mas deve-se ter muito cuidado com as comunicações ditas de parentes desencarnados, pois como se sabe, embora a mediunidade seja um fator ligado à potencialidade orgânica, o uso que se faz dela depende da moral do médium. Muitas vezes não há como identificar se aquela comunicação é autêntica, principalmente se é dada por médiuns sem preparo para a tarefa. Frequentemente liga-se a esses, Espíritos enganadores que se comprazem em brincar com a dor alheia, ou então que querem estimular o ego do médium, emprestando a este uma importância que não tem.

Grupo Espírita Bezerra de Menezes