– Então,
Chico, como vai?
–
O corpo vai mal. O espírito está ótimo.
Essa
resposta do grande médium àqueles que o cumprimentavam e desejavam saber de sua
saúde, precária nos últimos tempos, resume toda uma grandiosa filosofia de
vida.
O
corpo é apenas a máquina que usamos no trânsito pela carne. Diga-se de
passagem, maravilhosa, perfeita em suas finalidades. Jamais os cientistas
deixarão de encantar-se com esse incrível veículo de peças vivas, que nos
faculta uma bolsa de estudos na escola da reencarnação.
Viajantes
da eternidade em trânsito pela Terra, em princípio usamos a máquina física como
quem desfruta de um automóvel de quilometragem zero. A plenitude física
ajuda-nos a enfrentar os desafios da jornada – escola, profissão, casamento,
família, subsistência…
O
problema está no uso indevido, nos arrastamentos, nas viciações, comprometendo
a relação corpo/espírito. O comportamento de muitos, nessa fase, sugere
inversão do breve diálogo com Chico Xavier, que abre estas considerações:
–
Então, como vai?
–
O corpo vai bem. O espírito está mal.
É
lamentável. As pessoas perdem tempo, deixam de observar seus deveres,
comprometem-se em desvios por correr demais nos arrastamentos da
inconsequência.
Inexoravelmente,
à medida que avança a quilometragem, desgasta-se o carro. É inevitável, dentro
da programação biológica da raça humana, que se estende dos oitenta aos cem
anos.
O
depauperamento físico nos últimos tempos ajuda-nos a reduzir a velocidade, a
conter o envolvimento com o imediatismo terrestre, preparando-nos para
enfrentar o trânsito da morte.
No
início ou no fim, imperioso sejamos sempre os condutores, sem excessos no
princípio, nem desalento no fim.
O
carro suporta por algum tempo os maus tratos, mas, se não tomarmos cuidado,
enfrentaremos uma relação penosa conjugando corpo/espírito.
–
O corpo vai mal. O espírito também.
Se
formos motoristas cuidadosos, se não cometermos excessos, haveremos de manter o
controle sobre o carro, ainda que desgastado pelo uso. Conservaremos o bom
ânimo e a alegria, mesmo quando estejamos avançando com dificuldade nos últimos
quilômetros da jornada.
Para
tanto, basta sustentar, acima de tudo, o empenho de aprender, combater mazelas,
participar das lides da caridade, ajudar o próximo, cumprir nossos deveres,
valorizar de forma consciente e esclarecida as oportunidades de edificação.
Nem
arrastamento no início, nem desolação no fim. Sempre bem o Espírito imortal.
Bem no início, quando o corpo tem plenitude de vitalidade. Bem no fim, quando a
máquina começa a ratear, anunciando que seu tempo útil está no fim.
Então
poderemos repetir com Chico Xavier:
–
O corpo vai mal. O espírito está ótimo!
Passo
de Luz
Nas
tribulações ou discórdias, recordemos a necessidade de certo donativo: o
primeiro passo para o reajuste da harmonia e da segurança.
Isso
significa para nós um tanto mais de amor, mesmo quando nos cerque a incompreensão.
Por
vezes, o lar em tumulto reclama a tranquilidade, ante a discórdia entre pessoas
queridas.
Em
outras circunstâncias, são companheiros respeitáveis em conflito uns com os
outros.
Em
algumas situações, é o estopim curto da agressividade exagerada nesse ou
naquele amigo, favorecendo a explosão de violência.
Noutros
lances, é o tormento de algum coração nobre ferido, porque ainda tisnado pelo
orgulho.
Recordemos
a misericórdia que todos recebemos de Deus, a cada trecho da vida.
Aparece
a aflição? – Mais compreensão.
Ocorrem
prejuízos? – Trabalhemos com vigor.
Em
todas as situações, nas quais o mal entreteça desequilíbrio, tenhamos a coragem
do primeiro passo, em que a serenidade e o amor, a humildade e a paciência nos
garantam de novo a harmonia do Bem.
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Espírito:
Emmanuel
Livro: Coragem
Livro: Coragem
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