Divaldo
é um verdadeiro apóstolo do Espiritismo. Dos seus oitenta e quatro anos,
sessenta e quatro foram devotados à causa Espírita e às crianças excluídas, das
periferias de sua Salvador. Nasceu em 5 de maio de 1927, na cidade de Feira de
Santana, Bahia e, desde a infância, se comunica com os Espíritos. Cursou a
Escola Normal Rural de Feira de Santana, recebendo o diploma de professor
primário, em 1943. Trabalhou como escriturário no antigo IPASE, em Salvador,
aposentando-se em 1980.
É
reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores Espíritas da atualidade e o
maior divulgador da Doutrina Espírita por todo o Mundo.
Seu
currículo revela um exímio e devotado educador com mais de seiscentos filhos
adotivos e mais de duzentos netos e bisnetos, atendendo atualmente a cerca de
três mil crianças, adolescentes e jovens de famílias de baixa renda, por dia,
em regime de semi-internato e externato.
Orador
com mais de treze mil conferências, em mais de duas mil cidades em todo o
Brasil e em sessenta e cinco países dos cinco continentes, tendo concedido mil
e quinhentas entrevistas para rádio e TV, no Brasil e no Exterior.
Em
2010 esteve em algumas cidades, por primeira vez, como Dublin, capital da
Irlanda; Elche Sur-Azette, em Luxemburgo; Schwarzach, na Alemanha e Villach, na
Áustria.
Em
meados de 2010, esteve na Rússia, por primeira vez, fazendo contatos com amigos
e tentando encaminhar a criação de um núcleo espírita.
Recebeu
mais de seiscentas homenagens, de instituições culturais, sociais, religiosas,
políticas e governamentais.
Espírita
convicto fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção em 7 de setembro de 1947.
Dois
anos depois, iniciou a sua tarefa de psicografia. Diversas mensagens foram
escritas por seu intermédio. Sob a orientação dos Benfeitores Espirituais
guardou o que escreveu, até que um dia recebeu a recomendação para queimar tudo
o que escrevera até ali, pois não passava de simples exercício. Com a
continuação, vieram novas mensagens assinadas por diversos Espíritos, dentre
eles: Joanna de Ângelis,
que durante muito tempo apresentava-se como Um
Espírito Amigo, ocultando-se no anonimato à espera do instante
oportuno para se identificar. Joanna
revelou-se como sua orientadora espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, num
estilo agradável repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que conforta
as pessoas necessitadas dando diretriz espiritual.
MANSÃO
DO CAMINHO
Divaldo
Pereira Franco é emérito educador. Fundou em 1952, na cidade de Salvador,
Bahia, com Nilson de Souza Pereira, a Mansão
do Caminho, instituição que acolheu e educou crianças sob o regime
de Lares Substitutos.
Em
vinte Casas Lares, educou mais de seiscentos filhos, hoje emancipados, a
maioria com família constituída.
Na
década de sessenta, iniciou a construção de escolas, oficinas
profissionalizantes e atendimento médico.
Hoje,
a Mansão do Caminho
é um admirável complexo educacional com 83.000 m2 e cinquenta e duas
edificações que atende a três mil crianças e jovens de famílias de baixa renda,
na Rua Jaime Vieira Lima, n° 1, Pau da Lima, um dos bairros periféricos mais
carentes de Salvador. O complexo atende a diversas atividades socioeducacionais
como: enxovais, Pré-Natal, Creche, escolas de ensino fundamental e médio,
Informática, Cerâmica, Panificação, Bordado, Reciclagem de Papel, Centro
Médico, Laboratório de Análises Clínicas, Atendimento Fraterno, Caravana Auta
de Souza, Casa da Cordialidade e Bibliotecas.
Mais
de trinta e cinco mil crianças passaram, até hoje, pelos vários cursos e
oficinas da Mansão do
Caminho. A obra é basicamente mantida com a venda dos livros
mediúnicos e das fitas gravadas nas palestras, seminários, entrevistas e
mensagens por Divaldo.
Divaldo, desde jovem, teve vontade de
cuidar de crianças. Educou mais de 600 "filhos", hoje emancipados, a
maioria com família constituída e a própria profissão, no magistério,
contabilidade, serviços administrativos e até medicina, tem 200
"netos". Na década de 60 iniciou a construção de escolas-oficinas
profissionalizantes e de atendimento médico. Hoje a Mansão do Caminho é um
admirável complexo educacional que atende a 3.000 crianças e jovens carentes. A
obra é basicamente mantida com a venda de livros mediúnicos e das fitas
gravadas nas palestras.
O
Centro Espírita Caminho da Redenção administra, dentre outros, os seguintes
órgãos assistenciais:
* Mansão do Caminho (semi-internato para crianças e jovens carentes), fundado em 15 de agosto de 1952;
*
A Manjedoura (creche para crianças carentes de 2 meses a 3 anos de idade);
*
Escola Jesus Cristo (ensino fundamental), fundada em março de 1950;
*
Escola Allan Kardec (ensino fundamental), fundada em 1965;
*
Escola de Informática;
*
Escola de Educação Infantil Alvorada Nova, fundada em fevereiro de 1971 com o
nome de Esperança;
*
Escola de Evangelização (ensino espírita para público infantil);
*
Juventude Espírita Nina Arueira (evangelização e ensino espírita para o público
jovem);
*
Caravana Auta de Souza (auxilia idosos e pessoas inválidas portadoras de
doenças irrecuperáveis e degenerativas);
*
Casa de Assistência Lourdes Sayad (distribuição diária de sopa e pão);
*
Casa da Cordialidade (assiste a famílias carentes);
*
Centro de Saúde J. Carneiro de Campos;
*
Evangelização Neste Moacyr (evangelização de crianças);
*
Grupo Lygia Banhos (esclarecimento e consolo a comunidades carentes);
*
Livraria Espírita Alvorada (editora e gráfica).
HOMENAGENS
Divaldo
Franco recebeu homenagens em diversos países e cidades da América do Norte,
Central, do Sul, Europa e África:
•
20 Comendas
•
334 Placas de prata, douradas e bronze
•
54 Medalhas
•
49 Troféus
•
43 Moções de Congratulações
•
187 Diplomas e Certificados
•
12 Títulos Honoríficos significativos.
•
1991 - Título Honoris Causa em Humanidades, pelo Colégio Internacional de
Ciências Espirituais e Psíquicas, em Montreal, Canadá em 23.05.1991.
•
1997 - Decreto de Ordem do Mérito Militar, 31.03.1997, pelo Presidente da
República do Brasil.
•
2001 - Medalha Chico Xavier, do Governo do Estado de Minas Gerais.
•
2002 - Título de Doutor Honoris Causa em Humanidades, pela Universidade Federal
da Bahia.
•
2002 - Homenagem da Universidade Estadual de Feira de Santana.
•
2005 - Título de Embaixador da Paz no Mundo, junto com o amigo Nilson de Souza
Pereira.
O
título foi recebido em Genebra, na Suíça, em 30 de dezembro de 2005, pela
Ambassade Universalle Pour la Paix.
Em
junho de 2008, em Paigton, no Sudoeste da Inglaterra, recebeu do monge tibetano
Kelsang Pawo, da Fundação Kelsang Pawo, que se dedica a proteção de crianças em
perigo em todo o mundo, o título de Embaixador
da Bondade no mundo.
Atualizada
em 02.01.2012.
A MAIS
BELA VISÃO DE DIVALDO
Contou
Divaldo que estava psicografando a obra "Primícias do Reino", livro
em que Amélia Rodrigues narra muitas experiências do Evangelho. Ela já tinha
lhe contado que, para escrever tal obra, havia consultado registros do mundo
espiritual, projeções que eles chamam "cenas
vivas", como se fossem ideoplastias que reconstituem cenas (modelagem
da matéria pelo pensamento). Na madrugada em que ela ia prefaciar a obra, ela o
fez sair em desdobramento do corpo físico.
Disse
Divaldo: “Vi-me lá na Mansão do Caminho,
onde numa área muito arborizada me deparei com uma espécie de anfiteatro grego,
a céu aberto, onde se encontravam muitos espíritos para assistirem a cenas que
eram narradas no livro”. Naquele momento, então, chegaram entidades que eu
penso serem técnicos do mundo espiritual e, movimentando as mãos dentro de
verdadeiras ânforas de vidro, foram surgindo às personagens da narrativa.
Era um fenômeno,
portanto, de ideoplastia. Maria de Magdala, Nicodemos, várias entidades. Menos,
naturalmente, Jesus e sua mãe. Mas, de alguma forma, havia uma grande luz e,
também, uma forma feminina sem detalhes que seria da Grande Senhora."
A
cena era tão enriquecedora, tão transcendente, que Divaldo perdeu os sentidos,
não suportando a emoção.
Ele
disse que essa foi a mais bela visão psíquica da sua vida.
Do livro: Divaldo Franco -
A história de um humanista
De: Jason de Camargo
O que é desdobramento?
Segundo
a concepção espírita, o desdobramento trata-se do processo de exteriorização do
perispírito do corpo físico. O perispírito, durante este processo, permanece
ligado ao corpo por uma espécie de cordão umbilical fluídico. É um estado de relativa liberdade perispiritual,
análogo ao sono, em que podemos agir semelhantemente a um desencarnado, podendo
nos afastar a distâncias consideráveis de nosso corpo físico. O desdobramento
pode ser consciente ou inconsciente e, nesse último caso, pode ser iniciado através
de operadores encarnados ou desencarnados (benfeitores ou obsessores). Também
pode ser parcial, que é quando o perispírito não deixa o corpo físico
totalmente (situação na qual as faculdades psíquicas são muito ampliadas) ou
total, quando o perispírito deixa o corpo físico. Os portadores desta faculdade
têm sonhos vívidos, coerentes e nítidos em que assistem a cenas que, mais
tarde, descobrem terem sido fatos reais ocorridos em outros lugares. Podem
também ter visões de cenas fantásticas, com muito realismo, ouvir sons e até
sentir contato dos lugares onde forem. Essa faculdade pode ser desenvolvida
através de exercícios metódicos. Também é chamado de desdobramento astral,
exteriorização ou emancipação da alma.
DIVALDO E
SEU OBSESSOR
Em
uma das palestras de Divaldo Pereira Franco, ele narra o caso de um obsessor
que o perseguiu anos a fio. Divaldo nos conta que tentou todas as formas de
prece e de doutrinação para tentar ajudar aquele irmão sofredor, mas nada
surtia o efeito desejado. Até que um dia, um dos membros da Mansão do Caminho
(instituição modelo, criada e presidida por Divaldo Franco, que abriga crianças
órfãs), foi chamá-lo porque uma criança recém-nascida fora encontrada na lata
de lixo. Divaldo correu até o local e, no momento em que subia as escadas com a
criança nos braços, o irmão obsessor se fez visível no alto da escada e
perguntou a ele:
- Você ama essa criança feia e suja desse
jeito?
Divaldo
respondeu:
- Ainda não amo, mas pretendo aprender
a amá-la.
Prosseguiu
o irmão desencarnado:
- Então, a partir de agora, eu vou deixar
você em paz, porque essa criança é minha mãe.
Os
Espíritos amigos tiveram que atingir as fibras mais íntimas do obsessor para
que ele se comovesse e deixasse Divaldo em paz.
Os maus espíritos não vão senão onde
acham com o que satisfazerem a sua perversidade; para afastá-los, não basta
pedir-lhes nem mesmo ordenar: é preciso despojar de nós o que os atrai. Os maus espíritos farejam as chagas da
alma, como as moscas farejam as chagas do corpo; do mesmo modo que limpamos o
corpo para evitar a bicheira, limpemos também à alma de suas impurezas para
evitar os maus espíritos.
Jesus quando expulsava o “demônio”
dizia: “Vá, e não peques mais”; ou seja, “vá e não erre mais”, para não atrair
novamente estes “demônios.”
Nas sessões de descarrego, nas casas
“Evangélicas”, o Espírito é afastado porque as pessoas erguem as mãos, dizendo:
“sai demônio”. Não é pelo grito ou ordem que ele se afasta, mas sim porque das
mãos das pessoas saem magnetismo, e o Espírito não consegue ficar ali. Só que
este Espírito voltará, enquanto não limparmos a casa (mental) das coisas ruins.
Em Lucas cap. 11, v. 24 a 27 diz: “Quando um espírito mau sai de um homem,
fica vagando em lugares desertos à procura de repouso, e não encontra. Então
diz: ‘Vou voltar para a casa de onde saí. ’ Quando ele chega, encontra a casa
vazia, varrida e arrumada. Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos
piores do que ele. Eles entram e moram aí; no fim, esse homem fica em condições
pior do que antes. É o que vai acontecer com esta geração má.”
Se limparmos da nossa casa as coisas
boas, certamente ficarão as ruins. Assim, a casa estará de acordo com o gosto
de certos Espíritos.
Um Espírito perverso, ignorante,
numa sessão de descarrego, sendo xingado, imagine qual será a reação dele. .
. Geralmente ele irá querer revidar. Se
nós discutirmos com o Espírito, nós estaremos entrando na sintonia dele. A
autoridade que devemos ter é a autoridade moral. Temos que falar com energia,
porém, com amor. Respeitando seus sentimentos. Quem nos garante que não fomos,
ou não somos obsessores?
Na verdade, o obsessor não é nosso
inimigo, ele é nosso amigo. Porque pede reforma, boa conduta, amor. Ele,
indiretamente, nos leva a vigiar
nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos, “para não cairmos em
tentação.” Ele é como o médico que nos pede um regime, para que nos curemos ou
controlemos uma doença. O regime é chato, duro, mas necessário para uma boa
saúde. Ele é uma pessoa que de alguma forma está reivindicando amor, coisa que
faltou no passado. Por isso, ele age como uma criança que bate o pé e quer ser
amado.
O obsedado não é o coitadinho, ele é
o culpado. O obsessor, evidentemente, é alguém que não conseguiu perdoar, e que
deve ter sofrido muito nas mãos dessa pessoa. Então, ele vem com o propósito de
se vingar. Emmanuel diz que não existem “coitados”, existem “culpados”.
Mas, este “demônio”, nada mais é que
nosso irmão. Não é um arcanjo que se rebelou. Se formos criados simples e
ignorantes, como dizem os Espíritos, prova que todos nós temos a mesma criação.
Allan Kardec fala que desde o átomo até o arcanjo, ou seja, todos nós passamos
pela mesma fieira evolucionista. Ninguém foi criado para o mal, e nem perfeito
como os anjos.
Nós, durante a caminhada erramos,
uns mais outros menos. Podemos ficar um longo período dentro do erro, mas um
dia teremos que sair dele.
Criar um Espírito com este poder tão
grande que pode enfrentar Deus, será tirar todo poder de Deus, seria pôr um
igual a Ele. Seria um combate eterno entre Deus e o Diabo, o que seria um
absurdo.
Diabo é um símbolo, é uma luta entre
o bem e o mal, simbolicamente falando.
Agora, “diabinho” somos todos,
porque até alcançarmos uma evolução maior, temos uma ligeira tendência, uns
mais outros menos. E através da reencarnação vamos nos depurando, e aprendendo
que vale a pena ser Bom.
DIVALDO E
SEU IRMÃO DESENCARNADO
Fui
sacristão, participei da Cruzada Eucarística e queria ser sacerdote. Recebi até
uma bolsa de estudos num seminário de Santa Tereza. Foi nesse ínterim que
morreu um irmão, vítima de ruptura de aneurisma. Com isso fiquei muito doente e
uma senhora foi à minha casa levada por uma prima. Aplicou-me passes e, de
súbito, fiquei bom. Dissera que o meu irmão falecido estava me perturbando, que
ele se localizara psiquicamente junto a mim e me causava grande transtorno.
Esse
foi o meu despertar, porque até então me achava um alucinado - "via e
ouvia" e todos diziam não ser isso possível.
Eu
tinha um primo, médium, considerado "macumbeiro" na minha terra, e
sempre que me olhava, dizia:
- Você é meu colega.
Tinha
muito medo dele porque era “feiticeiro”. Coitado, não era feiticeiro nada, era
médium, atendia aos pobres. Um dia mamãe fez-lhe uma consulta, e ele respondeu:
- Tia é inevitável, Di é médium e vai
trabalhar muito.
Mas
quando a tal senhora que me assistiu disse-me ter visto meu irmão e o
descreveu, fiquei surpreso, porque encontrara alguém como eu. Ela também
"via"! E perguntei-lhe:
- Como à senhora sabe sobre meu irmão?
- Eu o estou vendo.
- Mas a senhora vê os mortos?
- Vejo, mas os mortos não estão
mortos.
Foi
um alívio, pois constatei não ser nenhum demente.
Em
uma sessão mediúnica, meu irmão "incorporou" em mim e falou com
mamãe. Ao término, ela me relatou os fatos e julguei-a desequilibrada, porque a
tradição católica estava tão embutida em mim que tudo aquilo me parecia impossível.
- Meu filho, disse ela - você
desconhecia o que Zeca me falou; ele era mais velho que você 20 anos! Como
podia saber?
Eu
não podia duvidar dela.
Toda
pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é
médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui
privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado
rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns.
Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma
faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de
certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
Deve-se
notar, ainda, que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira. Os
médiuns tem, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de
fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de
manifestações. As principais são: médiuns de efeitos físicos, médiuns
sensitivos ou impressionáveis, auditivos (audientes), falantes (receberam a
designação de incorporação e atualmente de psicofônicos), videntes, sonâmbulos
(anímicos), curadores, pneumatógrafos (escrita direta), escreventes ou
psicógrafos.
Sensitivos
ou impressionáveis: são as pessoas capazes de sentir a presença dos Espíritos
por uma vaga impressão, uma espécie de arrepio geral que elas mesmas não sabem
o que seja. Essa faculdade se desenvolve com o hábito e pode atingir uma tal
sutileza que a pessoa dotada reconhece, pela sensação recebida, não só a
individualidade, como o cego reconhece, por um certo não sei que, a aproximação
desta ou daquela pessoa. Ela se torna, em relação aos Espíritos, um verdadeiro
sensitivo. Um bom Espírito produz sempre uma impressão suave e agradável; a de
um mau Espírito, pelo contrário é penosa, angustiante e desagradável; tem como
que um cheiro de impureza.
Do livro: O Livro dos
Médiuns
NINGUÉM
MATA NINGUÉM
Conta
Divaldo: "Terminado o trabalho que realizávamos alguém chegou até nós e
disse:
-
Gostaríamos que o senhor lesse a mensagem de minha filha recebida pelo Chico,
que nos foi entregue num dos dias mais tristes da minha vida. Para que o senhor
tenha ideia da grandeza dessa comunicação, deverei fazer um retrospecto.
Sou
casada. Este é o meu marido. Éramos felizes e pais de seis filhos. A nossa
filhinha Margarette contava seis anos quando nosso casamento começou a
experimentar alguns tormentos, naturais numa vida em comum.
Nesse
período, uma terceira personagem apareceu em nossas vidas.
Meu
marido, homem sempre bom, atencioso, excelente pai, não reagiu às
circunstâncias e, lentamente, trocou o nosso lar por outro. Começou a visitar
essa criatura, a diminuir a constância para conosco, enquanto aumentava a sua
presença junto a ela. Deixou de vir a casa. Passou a estar conosco apenas
periodicamente.
Nossa
Margarete, a quem ele tanto amava, passou a murchar como uma flor de estufa que
perdesse a vitalidade. Um ano se passou terrível. Iniciamos o processo de
desquite para o futuro divórcio. A nossa menina perguntava-me:
- Mamãe, papai não vai voltar mais?
- Sim, meu bem, ele voltará. Papai
agora viaja muito, não pode estar ao nosso lado. Ele encontrou uma pessoa a
quem necessita ajudar.
Ela
chorava e não dizia nada. Quando ele chegava, tomava-lhe as mãos pequeninas e
dizia-lhe:
- Meu bem, quando você crescer, quando
compreender o mundo e souber de todas as coisas duras da vida, se não puder
perdoar alguma coisa má, ao menos desculpe, sim? Você me promete?
- Prometo papai.
- O perdão é muito difícil, mas a
desculpa é o caminho pelo qual se chega lá.
- Paizinho venha de novo dormir em
casa.
No
tormento em que se debatia nos conflitos de consciência, meu esposo iniciou o
retorno. Vinha aos sábados e ia-se aos domingos à tarde. Depois já aparecia no
meio da semana. Passou a dormir e a fazer as refeições em casa. Fez a viagem de
volta, o retorno ao lar. Até que me pediu:
- Se você não me puder perdoar,
desculpe-me. Voltei, enganei-me. Todos nós somos um pouco criança. Ajude-me!
Você pode ajudar-me?
- É lógico, porque amo você. Sempre o
amei.
Aquele
homem austero, semblante carregado, chorava envergonhado, sem dizer uma
palavra.
Foi
neste meio tempo, como um raio que em noite de tempestade nos fulminasse a
todos, que a nossa Margarete, já com cinco anos, desaparecera. Voltava do
Jardim de Infância, quando sumira, como se a terra se abrisse e a absorvesse.
Nenhuma notícia. Percorremos a cidade enlouquecidos. Pronto-socorro, hospitais,
necrotérios, rodoviária, nada. . .
Dias
após, crianças encontraram o corpo de nossa filhinha Margarete em matagal.
Despedaçado, em putrefação.
- Quem poderia ter feito isso à nossa
filha? Um pervertido?
Mas
não foram constatados sinais de violência sexual. Um degenerado!
A
polícia instaurou inquérito. Quem poderia ser? De suspeita em suspeita
chegou-se à antiga companheira de meu marido. Levada a interrogatório severo,
confessou:
- Matei! Mataria outra vez, mil vezes,
porque ela me desgraçou. Tomou de mim o homem a quem eu amava. Para vingar-me,
raptei-a e matei-a, para ela nunca mais fazer isso com ninguém.
O
senhor pode imaginar a nossa dor? O senhor pode imaginar o ódio que de nós
tomou conta?
Enlouquecido
e desesperado, meu marido queria ir ao cárcere decepar as mãos da criminosa e
matar-se depois. . .
Foi
neste estado de ódio, que ouvimos falar de um homem bem como a água refrescante
da fonte. Mas ele vivia tão longe! Era tão difícil! Mesmo assim fomos a
Uberaba. Lutamos tenazmente e logramos, numa sexta-feira, entrar na fila,
tocar-lhe as mãos, ver-lhe o rosto triste. Aqueles que carregam a dor do mundo
tem sempre o semblante penalizado, mesmo quando sorriem. Disse-lhe:
- Chico mataram minha filha! - e não
pude falar mais nada.
Ele
me passou a mão na minha cabeça e disse:
- Meu bem, ninguém mata ninguém. Sua filhinha vive. Nossa Margarete está aqui.
Foi trazida pela avozinha. Acalme-se. Você não confia em Deus?
Sentei-me.
Na madrugada de sábado, chamaram pelo meu nome e pelo do meu marido. Era uma
mensagem de nossa filha Margarete. Não sei até hoje o que senti.
A
mensagem dizia: “Mãezinha, meu querido papai”! Vim para dizer-lhes que estou
viva! Se alguém pensou em me magoar, não conseguiu papai. Não sei explicar a
vocês como tudo aconteceu. Eu me recordo que saía do Jardim de Infância, quando
uma pessoa me chamou. Segurou-me, fez-me entrar no carro. Eu não sei o que me
aconteceu, mas ninguém me magoou. Não fique triste, papai. Não senti nada. Só
saudade. Eu dormi. Se cortaram o meu corpo, não vi. Soube depois. Se ficou todo
quebradinho, também não vi. Dormi e quando acordei vovó Felicidade me acarinhava,
dizendo:
- Margarete, acorde.
- Vovó, o que você faz aqui?
- Margarete, fui eu que a trouxe para
cá.
- Onde estão papai e mamãe?
- Você não vai poder vê-los por
enquanto. Você está num hospital recebendo tratamento. Depois voltará para
casa.
- Mas eu quero ir agora - falei.
Ah,
Papai! Chorei tanto com saudade de você! Chorei muito com saudade de mamãe e
dos meus irmãos (e citou pela ordem decrescente de idade o nome dos irmãos).
Naquele
momento, entrou uma moça bonita, bem vestida, parecendo professora.
- Margarete, eu sou a tia Lídia. Aqui
estou para substituir sua mãe, que era minha irmã. Eu também já
"morri".
- Também já morreu? E eu?
- Você "morreu" meu bem. Na
verdade ninguém morre, Margarete. Agora você precisa dormir. Durma para sonhar.
Voltei
a dormir. Quando acordei, titia e vovó me disseram que vocês estavam sofrendo
muito. Eu pedi para vê-los, para abraçá-los e vi você com ódio, papai.
Paizinho,
você se lembra do que me dizia? - 'Se
não puder perdoar, pelo menos desculpe'. Paizinho, desculpe! Ninguém nos
fez nenhum mal. Eu tinha que voltar para cá e voltei. Mas nunca, nunca mais nos
separaremos. Vovó Felicidade está dizendo que devemos perdoar, e se não
pudermos, temos o dever de desculpar. Voltarei outro dia, papai. Eu vim
pedir-lhes que desculpem. Paizinho, até já! Mamãe querida, você que é mãe, me
compreende melhor, portanto, perdoe! “Beija-os a sempre sua, Margarete.”
- O senhor pode imaginar o que sentimos.
. . Demo-nos as mãos. Voltamos para casa. É ainda difícil perdoar, mas pelo
menos, a gente está tentando desculpar.
Essa
mensagem de esperança e consolação leva o homem à incursão pela meditação e
pela paz.
Só
a reencarnação explica fatos de tal porte. O conhecimento das vidas sucessivas
pode ajudar a compreender, a desculpar e por fim a perdoar.
Nesse
contexto, surge a missão da família, cuja realização é agora, antes que seja
tarde demais.
A
Doutrina Espírita é mensagem para o lar e por essa razão, devemos fazer a
viagem para dentro de nós, a princípio, para depois realizá-la para dentro do
ambiente doméstico.
Quando
a família desmorona, a sociedade rui. . .
É
necessário estruturar os alicerces da família nos pilares do Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Jesus é a base; Allan Kardec é a construção.
A
imortalidade da alma, hoje comprovada exaustivamente, demonstrada cientificamente
com clareza, é a razão para superar as paixões e encontrar a felicidade.
Vencer
é muito fácil. Para vencer os outros basta caluniar, usar maledicência,
suspeita, traição, covardia. . . Mas, para vencer-se, é necessário muita
vontade. Viajar para dentro, porém, é muito difícil.
Mas
não adiemos esse tentame. Quem crê, tudo pode.
"Se a nossa
esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de
todos os homens." (Cor., 15:19)
Divaldo Pereira Franco - Do
livro: Seara de Luz
DIVALDO
VISITA AMIGO NO PLANO ESPIRITUAL
"Numa
certa data, desencarnou um amigo muito querido, que nos deixou contristado. A
família ficou desolada. Algum tempo depois, Joanna de Ângelis me apareceu e
orientou-me:
- Hoje deite-se mais cedo, pois
preciso conduzi-lo ao recinto onde se acolhe o nosso irmão recém-desencarnado,
que irá despertar na Estância nova.
Normalmente, deito-me muito tarde
mas, naquela ocasião, recolhi-me ao leito à hora recomendada. Fiz o relax, a
Benfeitora me desdobrou e, de repente, me senti no Mundo Espiritual.
Joanna de Ângelis, muito atenciosa,
falou-me:
- Vou recomendar-lhe algo
importantíssimo; por favor, faça silêncio!
Pensei: mas não é possível que ela
acredite que eu me apresentarei extrovertido, barulhento!
Contestei-lhe, algo surpreso:
- Minha irmã, desculpe-me, porém acho
essa recomendação desnecessária, em razão da minha conduta habitual!
Ela sorriu, discreta, e insistiu:
- Por favor, faça silêncio quando
chegar lá, está bem?
- Sim senhora! - anuí, constrangido.
Subitamente - não sei explicar como
ocorreu o fenômeno - senti-me em uma região, na qual havia o que chamaríamos de
um "edifício", mas não de tijolo, de vidro, de metais . . . Como
explicarei a um cego sobre a diferença de cores? Tenho que usar imagens
conhecidas que, para ele, serão poucas.
Era, portanto, um
"edifício" hexagonal. Dava-me a impressão de ser de cristal. Tudo era
transparente. Entramos. O corredor me permitia ver várias enfermarias e, lá
dentro, alguns recém-chegados da Terra, internados, recebendo assistência
especializada.
Adentramo-nos e seguimos andando,
quando, adiante, vi meu amigo no colo de uma dama que supus ser sua mãezinha,
uma senhora de idade, que eu não conhecera, mas que, de imediato assim
identifiquei. Ela o amparava no colo, acarinhava-lhe a cabeça. Ele dormia.
Quando o vi, gritei mentalmente: Jorge! Ele estremeceu. Ato contínuo, Joanna me
advertiu:
- Pedi-lhe silêncio . . . mental!
É muito difícil ver algo desse porte
sem emocionar-se; ser uma testemunha imparcial. Quem é capaz de ver um crime,
imparcialmente? Ver alguém maltratando uma criança, ou um animal, até matá-lo,
e - como observador - não se envolver? É muito difícil a disciplina mental . .
. O oposto também é verdade: identificar a beleza, a misericórdia, o amor, sem
se manifestar!
Naquele momento controlei-me, mas
ele se agitou. A mãe, acariciando-o, disse-lhe:
- Acorde, Jorge! Está na hora, meu
filho!
Ele, sonolento, foi abrindo os
olhos. Olhou para ela e gritou:
- Mamãe!
- Meu filho!
Abraçaram-se.
- Onde estou, mamãe?
- Está em paz! Está em casa, meu
filho.
- E Ângela? (a esposa).
- Ângela ficou na Terra.
- Mas onde estou?
- Está internado para tratamento do
coração. As dores que ainda lhe afligem vão passar.
- Mas, mamãe, você já . . . morreu!
- Já, sim, meu filho, mas você também!
Só que não existe a morte. Estamos vivos, meu filho.
Ele teve uma expressão de grande
júbilo, e, chorando, olhou em derredor, identificando-me.
Muito emocionado, perguntou-me:
- Divaldo, você também já morreu?
- Ainda não! - respondi-lhe -, estou
visitando-o.
Após alguns minutos de vivas
emoções, Joanna de Ângelis convidou-me ao retorno ao corpo.
Ele voltou a adormecer.
Terminada a tarefa, a bondosa Amiga
esclareceu:
- Agora, vamos. Daqui a meia hora,
mais ou menos, ele voltará a despertar, como qualquer pessoa depois de uma
anestesia.
Retornei ao corpo. Às 8h da manhã,
telefonei para a família e informei que o amigo Jorge já houvera despertado e
que se encontrava muito bem.
Daí a uma semana voltei a visitá-lo
mantendo um contato mais demorado. Ainda se encontrava com dores, porque o
perispírito, que é o campo de energia semimaterial, que decodifica a emoção e a
sensação do Espírito para o corpo e vice-versa, ainda estava impregnado pelos
fluidos mantidos durante a jornada terrestre.
Chico Xavier contou-me, oportunamente
que seu irmão José - que morreu de um derrame cerebral - dois anos depois do
óbito, ainda guardava resquícios do problema orgânico que o levara à
desencarnação que eram as dores de cabeça.
E, no entanto, fora um homem bom,
severo cumpridor dos seus deveres, dedicado trabalhador espírita.
Desencarnar não é fácil. Morrer,
sim: ocorre a parada cardíaca e sobrevém a morte, mas a criatura não se liberta
dos sintomas do corpo com facilidade, porque ficam as impressões que decorrem
do fenômeno da morte física. (Maiores detalhes ler o livro "Temas da vida
e da morte", de Manoel P. de Miranda, pág. 77 e 78).
José, segundo o Chico, somente se
recuperou totalmente no dia 26 de julho, quando recebeu a visita de uma
Entidade veneranda: São Luís Gonzaga.
Naquele dia, que é o de seu
aniversário, periodicamente esse nobre Espírito vem em visita à Terra.
José foi levado à presença de São
Luís, que o tocou e lhe tirou as últimas impressões materiais. (Note-se como o
campo de energia fica impregnado pelas sensações da matéria, mesmo quando no
Mundo Espiritual. Ele, portanto, estava, ainda, com essas sensações).
Disse-me, então, o querido Chico:
- Divaldo, trabalhe muito na Terra,
porque com seu problema cardíaco, se não trabalhar muito - mesmo com dores -,
quando você seguir no rumo da Imortalidade, poderá continuar com as dores . . .
Conversei muitas vezes com o amigo
Jorge, ali havendo retornado em diversões ocasiões. Em uma delas, fui
acompanhado pelo Espírito Manuel Philomeno de Miranda, que me elucidou:
- Tudo aquilo que impregnamos no
corpo, demoramos para desintoxicar no Mundo Espiritual.
Quem fuma, por exemplo, mesmo esse
denominado "cigarrinho inocente" de alcatrão e outros conservantes
químicos do tabaco, poderá sofrer de câncer na boca, na língua, no pulmão ou
enfisema. O tempo que se demorou fumando, ao desencarnar fumante, permanecerá
no Além sentindo a sua falta por um tempo correspondente.
Quem fumou, por exemplo, durante
vinte anos, ficará no Além sofrendo a falta da dependência do tabaco por um
período correspondente. Quem se entregou à bebida alcoólica ou se permitiu drogas
aditivas e perturbadoras, permanecerá, no Além, uma temporada correspondente a
esse período a que se entregou na viciação com a mesma problemática de
sofrimento. O físico é o mundo de pregnância, quando ficamos impregnados. No
Mundo Espiritual, por conseqüência, ninguém se desimpregna de um momento para
outro.
José, para libertar-se da dor,
permaneceu por anos, razão pela qual, nas nossas reuniões mediúnicas, os
Espíritos se apresentam conforme desencarnaram para, ao se incorporarem nos médiuns,
deixarem-lhes os resíduos, e desvinculando-se sem as sensações, que são
liberadas, quando são doutrinados. Os médiuns funcionam, desse modo, como se
fossem esponjas, eliminando essas sensações e o mal-estar pela sudorese, pelo
bocejo, pelos passes ou pelos Mentores, que no final da reunião desencharcam
seus sensitivos (médiuns).
O Mundo Espiritual é uma realidade
causal, é a nossa fonte original. Somos a continuação das ações de onde viemos,
e voltaremos com os recursos resultantes de como agirmos.
DIVALDO E
O PADRE
Certa
vez, fui a um padre confessar (antes de tornar-me espírita). Contei-lhe sobre
minhas comunicações com os mortos. Para ele eram forças demoníacas tentando me
afastar da Igreja. Veio-me uma mágoa de Deus e comecei a questionar:
- Sou um bom católico, bom sacristão,
adoro a Igreja, faço jejum, passo a semana da Páscoa sem comer até o meio-dia.
Se Deus não pode com o diabo, eu vou agüentar? O diabo vai me vencer. Como um
garoto de 17 anos, do interior, ingênuo, pode vencer o diabo se nem Deus consegue?
Entrei
em depressão e fiquei com mágoa de Deus. Confessei-me ao padre:
- Eu vou me matar. Nossa Senhora do
Carmo vai ter pena de mim, vai me colocar o escapulário e me tirar do inferno.
Ele
me olhou demoradamente e respondeu:
- Não tome nenhuma atitude agora. O
demônio às vezes nos perturba para testar a nossa fé; quando não consegue,
abandona. Volte para a Igreja.
Era
um homem honesto, acreditava piamente em suas idéias.
Um
dia, ao confessar-me a ele, vi aproximar-se um Espírito. Tive outro conflito:
- Como pode o diabo entrar na
sacristia?
Aliás
eu via sempre os Espíritos. no momento da eucaristia a hóstia tornava-se
luminosa quando colocada na minha boca. Às vezes, em Feira de Santana, via o
cônego Mário Pessoa aureolado. No meu entendimento (católico), ele era um
santo. As pessoas na hora da fé se iluminavam e eu julgava tudo alucinação.
Quando
o Espírito entrou, exclamei:
- Olha, o diabo está vindo, e é
mulher!
- Você vê algum sinal particular no
rosto dela? - indagou-me o padre.
- Vejo uma verruga acima do lábio.
- E o que mais?
- O cabelo está partido ao meio,
penteado com um coque atrás.
- E o que mais?
- Vejo um xale sobre os ombros, com
pontas, um xale negro de xadrez.
- Pode ficar tranqüilo, é mamãe.
Ela
"incorporou" e conversou com o padre. Quando despertei, ele me
esclareceu:
- Divaldo, mamãe veio me alertar. A
sua missão não é aqui, vá seguir a tarefa que Deus lhe confiou, porque o bem
está em todo lugar.
Fiquei
mais tumultuado, porque eu não era espírita, tinha medo, sentia-me de certo
modo alijado da Igreja, mas continuava a freqüentá-la e ao Centro Espírita.
Tinha
conflitos de fé, principalmente quando morreu minha irmã, por suicídio. Mamãe
foi encomendar missa a esse mesmo sacerdote, um homem bom, e ouviu dele:
- Dona Ana, não posso celebrar, porque
o suicida está no inferno e Deus não o tira de lá.
Foi
quando aprendi a primeira lição de lógica e de psiquiatria, com uma mulher
iletrada - a minha mãe:
- Padre, então eu renego o seu Deus.
Se Ele não é capaz de perdoar não é digno de ser Deus. Sou lavadeira modesta e
analfabeta, mas a filha que perdi, eu a perdôo; como é que Deus, que a tem, não
a perdoa? Digo mais, quem se mata não está no seu juízo.
Mais
tarde eu viria saber que muitos portadores de psicose maníoco-depressiva PMD,
vão ao suicídio.
Aprendi
muito com esse homem, com mamãe, e quando eu lhe disse que não iria mais à
igreja, ela me respondeu:
- Deus está em todo lugar. Se você for
justo e agir com retidão, Ele estará com você. Faça o bem, meu filho, porque a
verdadeira religião é aliviar o sofrimento alheio.
A
partir desse acontecimento integrei-me lentamente ao Espiritismo. Foi quando a
senhora que me havia notado a mediunidade voltou para Salvador e me convidou a
ir com ela receber orientação mediúnica. Dona Ana Ribeiro Borges - seu nome -
conhecida como Nanã, merece uma homenagem do meu coração. Fui com ela para
Salvador, fiz concurso para o IPASE - Instituto de Previdência e Assistência
aos Servidores do Estado e fui aprovado.
Na
sua casa, iniciamos as reuniões. Ela orientava-me e pôs-me a ler as obras
espíritas, entre elas O Livro dos Espíritos. Dois anos após, em 1947, criamos o
Centro Espírita Caminho da Redenção, onde estamos até hoje e, assim, adquiri a
consciência espírita. Antes, eu era um médium do Espiritismo, a partir daí
passei a ser um espírita na mediunidade. A mediunidade é um instrumento, a
Doutrina é a diretriz. Aprendi que a finalidade da vida é ser feliz através da
felicidade proporcionada aos outros.
Como nos advertiu o
Mestre Jesus:
Nem todos que dizem: “Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus,
mas só aquele que faz a vontade do Pai que está nos céus.”
Porque são muitos os
chamados e poucos os escolhidos, ou seja, são muitos os que se convertem à uma
religião, mas poucos se transformam.
Muitos chegam à
religião, submetem-se aos rituais, cultos, dogmas, etc, mas não se transformam,
não buscam saber o que Deus espera
delas.
Converter-se não é só a
palavra, converter-se é transformar a palavra em ação.
Porque há muitas pessoas
que, na aparência, mostram seguir Jesus, mas, de fato, não o seguem; ao passo
que, muitos que parecem não o seguir, estão a caminho com Ele.
Portanto, não basta
dizer “Eu sou cristão” ou “Eu sou de tal religião” para seguir o Cristo, os verdadeiros
cristãos são reconhecidos por suas obras, não pelo rótulo religioso. Como disse
Allan Kardec, “fora da caridade que não há salvação”, não será fora da igreja, templo ou casa
religiosa.
Podemos lembrar exemplos
de pessoas convertidas, que foram chamadas ao trabalho, e que fizeram a vontade
do Pai em religiões diferentes como: Francisco de Assis, Martin Luther King
Jr., Gandhi, Chico Xavier, Bezerra de Menezes, Madre Teresa, e tantos outros.
A palavra religião vem
do latim "religare" (ligar ou religar) é, segundo a concepção
universal, o caminho para Deus.
Portanto, só iniciaremos
a jornada para Deus quando estivermos dispostos a ajudar o próximo. Assim, a
função social da religião seria estabelecer as bases de uma sociedade solidária
e participativa onde, segundo a expressão evangélica, "o maior será aquele que mais estiver disposto a servir".
DIVALDO E
SUA IRMÃ SUICIDA
Divaldo,
conta que viu sua irmã suicida em desespero, após vinte anos do suicídio,
dizendo estar impregnada pelo veneno que havia ingerido.
Divaldo
começou a pensar no que poderia fazer para atenuar o sofrimento da irmã, tão
querida ao seu coração. Ele orava muito pela irmã, mas desejava fazer mais por
ela.
Osvaldo, irmão de Divaldo, exercia
na cidade de Feira de Santana, no Estado da Bahia, o cargo de Delegado de
Polícia.
Divaldo,
certa vez, perguntou ao irmão qual o fato que mais o impressionara em sua árdua
carreira.
Osvaldo
contou-lhe que o quadro mais triste que havia presenciado era a situação das
mulheres nos lupanares ou zona de meretrício como eram chamados naquela época.
Aquelas mulheres entregavam-se ao comércio carnal, despreparadas para a vida e
completamente sem proteção.
Contou-lhe
que sua equipe policial, numa das “batidas” naquelas casas, verificou que as
pobres mulheres colocavam os filhinhos sob a cama, cobrindo-os com lençóis e os
obrigavam a ficar quietos para poderem atender os clientes sobre a cama.
Divaldo
foi com o irmão até a zona de meretrício daquela cidade e reunindo as mulheres
mais decadentes, já com o organismo corroído pela sífilis e outras doenças,
indagou-lhes o que ele poderia fazer-lhes para atenuar a dor e a miséria em que
viviam.
A
grande maioria disse que gostaria de encontrar alguém que salvasse seus filhos,
principalmente as filhas de seguir tal “profissão”.
Uma
outra moça implorou chorando:
- Seria tão bom se eu pudesse
encontrar uma pessoa com misericórdia que nos salvasse desta desgraça.
Divaldo,
enternecido, prometeu que iria cuidar dessas pobres crianças e de suas mães em
homenagem à sua tão querida irmã Nair.
Pediu
forças a Deus para poder levar à Mansão do Caminho todas aquelas crianças. Eram
catorze. Chegaram a ter trinta e seis crianças através do tempo, filhas dessas
pobres mulheres equivocadas. Algumas delas conseguiram mudar de vida, ter uma
profissão digna, graças à orientação de Divaldo.
E
os anos foram passando plenos de trabalho no ideal da caridade e fraternidade.
Quando
dona Ana Franco, mãe de Divaldo, desencarnou em 1972, a irmã de Divaldo estava
ao lado dela. E naquele momento, Nair agradeceu à Divaldo por tudo que ele
havia feito pelas mães e filhos desamparados em seu nome.
Essa
homenagem fez muito bem ao Espírito de Nair que passou a se preparar para uma
futura reencarnação.
Hoje
ela já está reencarnada. Nasceu com lábios leporinos, resultado do veneno que
havia ingerido.
Nasceu
debaixo de uma árvore, de uma mulher que não tinha marido.
Joanna
disse para Divaldo:
- Veja Divaldo, através do mesmo mecanismo
que você à homenageou, ela veio (reencarnou) para agradecer.
Mas
. . . o mais importante é que lhe foi concedida, pela misericórdia de Deus uma
nova oportunidade na Escola da vida. Vale a pena viver e amar como nos ensina o
Espírito Joanna de Ângelis. Vale a pena preencher com a fraternidade, a
solidariedade, que são frutos amadurecidos de amor, todos os momentos da vida.
Então,
se perdemos nossos entes queridos, vamos seguir este exemplo de nosso Divaldo e
amar com infinita ternura todos os tristes e desamparados do caminho,
tratando-os como pais, mães e irmãos queridos.
DIVALDO E
JÉSUS GONÇALVES
Quando eu (Divaldo) era jovem, no
ano de 1949, estava orando no quintal de nossa casa, num belo dia de primavera.
Tomado pelo encanto da natureza, chorava no enlevo da prece. Naquele estado,
entrando em contato com o mundo parafísico, eu vi aproximar um ser espiritual,
que claudicava (mancava) da perna direita e, olhando-lhe o pé, vi a deformidade
oculta em trapos que o envolvia. Apoiava-se a um bordão; as vestes pareciam
muito modestas, gastas e, quando lhe olhei o rosto, tive um choque; as fossas
nasais estavam à mostra, a boca meio torcida, as abas das orelhas eram longas,
mas, nos olhos enceguecidos aparentemente, havia uma luz mirífica que me
fascinou. Na minha suprema ignorância de principiante, quando vi o Espírito com
aquele aspecto, disse mentalmente:
- Meu Deus! Deve ser algum obsessor.
Eu estou orando e o atraí. Vou envolvê-lo numa onda de infinita ternura . . .
Tomado
por essa emoção, comecei a falar-lhe que pensasse em Deus, que se entregasse a
Deus . . . quando lhe ouvi a voz, que me pareceu um canto inesquecível:
- Eu não sou um embaixador celeste,
mas, tampouco, um obsessor. Sou teu irmão, que vem desde priscas eras carpindo
as imperfeições. Venho hoje
pedir-te ajuda para
os irmãos encarcerados no mal de
Hansen . . .
Eu
procedia de uma cidade do interior, onde a palavra lepra era um estigma tão
cruel, que ninguém a pronunciava. Quando alguém era acometido do mal de Hansen,
a ignorância popular dizia:
- Está com aquela doença.
Porque
se acreditava que, ao se pronunciar a palavra, a pessoa se contaminava. Eu
ainda mantinha essa idéia absurda, apesar de estar com quase 20 anos.
Quando
ele disse: Eu sou portador do mal de
Hansen, pensei: Ele é um leproso! E tive
medo que a enfermidade me contaminasse. Tratava-se de um mecanismo automático
do meu inconsciente, leproso moral que eu era e sou, certamente.
Naquele
momento, ele disse-me:
- Venho pedir-te uma coisa, Divaldo.
Os nossos irmãos, internados no sanatório de Águas Claras, estão precisando de
uma palavra amiga. Eu gostaria que fosses lá para visitá-los. . .
Tomado
de espanto, redargui:
- Eu ir lá? Ir visitar o leprosário,
não irei nunca! O senhor me perdoe. Não tenho coragem . . .
Ele
sorriu e começou a transfigurar-se diante dos meus olhos. Onde havia aquelas
deficiências, passou a formar-se um semblante de luz, que não era refulgente,
mais parecendo uma claridade interior que se exteriorizava; os olhos adquiriram
um brilho fascinante; ele tomou uma postura nobre; as vestes se modificaram:
- Eu sou teu irmão Jésus Gonçalves.
Desencarnei há pouco tempo na colônia de hansenianos em Piratiningui. Venho
pedir-te para que vás ao leprosário . . . Queres ir?
Respondi,
emocionado:
- Quero, sim, senhor!
- Então vá e dize-lhes que um seu
irmão, que os ama, estará ao seu lado. Quando lhes fores falar, eu estarei
contigo . . .
Foi
assim o meu primeiro contato com os padecentes de hanseníase. A partir de
então, graças a esse venerando Espírito, já visitamos, no Brasil, quase todas
as colônias de que temos conhecimento, assim como em outros países . . .
Divaldo
conta que conheceu dona Eunice Weaver, que se tornou a "mãe dos filhos dos
hansenianos" e evitou que milhares de crianças se contaminassem. Após
desencarnar, apareceu radiosa para Divaldo, onde escreveu a mensagem
"Marcados na Alma", onde faz uma análise dos portadores da hanseníase moral, que é a enfermidade
entrando, e dos portadores da hanseníase
física, que são aqueles que tem a enfermidade saindo.
Os
que hoje estão marcados na alma,
pelos danos praticados contra si mesmos, através do seu próximo, a quem
prejudicaram em vidas passadas, inevitavelmente serão os portadores da hanseníase,
das degenerescência cancerígena de hoje ou de amanhã.
CONFISSÃO DE
AMIGO
Era
um homem violento, De nada
valia a fé
Ligado
às trevas do mal, A
induzi-lo para o amor,
Espalhando
o sofrimento
Era o fidalgo cruel,
Em
seu caminho triunfal. Terrível,
dominador . . .
Dispunha
de muitas vidas, Um dia,
porém, chegou
Trazendo
o chicote do crime,
Em que veio a se cansar
Era
o retrato do crime, De
suscitar tanto pranto,
No
quadro da ingratidão. Tanta
ferida a sangrar . . .
Trazia
os olhos em fúria, Humilhou-se
em oração,
Mostrando
o orgulho na face,
Rogou aos Céus vida nova,
Decretava
a própria morte
Desejava renovar-se
A
quem o desagradasse. A fogo de
angústia e prova.
Revelando-se
entre os homens
Jesus escutou-lhe a prece
O
adversário do bem,
Viu-lhe a mágoa desmedida
Depois
de desencarnado E deu-lhe
a bênção da lepra
Era
um déspota no além. A fim de
amparar-lhe a vida.
Se
amigos lhe conseguiam Ninguém
supunha na história
Um
berço novo no mundo, Outro alguém
que conheceu,
Voltava,
de novo, a ser Devo
dizer claramente
O
ódio mordente e profundo. Que esse leproso
sou eu.
Jésus Gonçalves
Mensagem recebida pelo
médium Francisco Cândido Xavier, em reunião de preces na noite de 6/1/1983, em
Uberaba, Minas Gerais.
DIVALDO LÊ E RELÊ O LIVRO DOS
ESPÍRITOS
Conta
Divaldo: "Quando eu comecei o exercício da mediunidade - se hoje enfrento
dificuldades, imaginem há 30 anos atrás o que é que eu era -, via os Espíritos,
sentia-os, mas não compreendia o fenômeno. Certo dia apareceu-me um Espírito e
disse-me:
- Divaldo, você é médium, mas não é
espírita, não é verdade?
Ao
que confirmei:
- Não senhor, não sou espírita.
- Mas deve sê-lo! E a única forma de
ser espírita é começar pelo começo: estudar
O Livro dos Espíritos.
Eu
nunca tinha ouvido falar em O Livro dos Espíritos, em 1948. Procurei-o muito
até que o encontrei. Era um livro grosso, bem gordinho - porque os livros lidos
engordam; aqueles bonitinhos, na estante, são para decorar, comprados a metro,
ficam belos, lustrosos e magros. Quando o olhei, pensei, surpreso:
- Meu Deus, será que eu vou agüentar
ler este livro todo até o fim?
Porque
eu estava acostumado a ler "Guri", "Gibi", o "Globo
Juvenil", que eram as revistas da época. Como o Espírito me mandara lê-lo,
tomei-o e o li. Quando deparei a letra miúda da "Introdução" comecei
a saltar trechos que não me pareciam interessantes, tal a minha ignorância.
Depois, tomava assim casualmente e virava diversas páginas. Acabei a
"Introdução" em alguns minutos. No capítulo do
"Prolegômenos", perturbei-me por ignorar o significado da palavra,
que perguntei ao Espírito amigo e ele respondeu-me:
- Compre um dicionário, porque o
Espiritismo também é doutrina de cultura. À medida em que você conhecer o
Espiritismo, melhorará o seu vocabulário, o seu conhecimento.
Comprei
o dicionário, mas fui tão sem sorte que nele não havia a palavra
"Prolegômenos".
Adquiri,
então, um outro dicionário maior. Em dois dias, eu acabei de ler O Livro dos
Espíritos. Quando o Espírito amigo me apareceu - ainda me lembro como hoje -
indaguei:
- E agora, qual o livro que devo ler?
Ele
respondeu:
- O Livro dos Espíritos.
- Mas, meu irmão - esclareci - eu já o
li.
Ele
insistiu:
- Leia-o de novo, Divaldo.
Pensei:
- Vai ver que ele notou que eu saltei
algumas páginas.
Voltei
a ler a extraordinária obra. Fui descobrindo tesouros valiosos. Demorei dois
meses ou mais e li-o até a última palavra. Quando o Espírito aparecer-me,
disse-lhe:
- Agora eu o li de ponta a ponta. Qual
é o livro que deverei ler?
E
ele:
- Volte a ler com mais atenção O Livro
dos Espíritos.
Obedeci.
Durante a leitura eu tinha que parar para meditar, porque as respostas eram tão
extraordinárias que me conduziam a demoradas reflexões.
Demorei-me
quase um ano na leitura. Memorizei questões e detive-me a pensar.
Posteriormente,
indaguei ao Benfeitor Espiritual:
- E agora qual o livro que deverei
ler?
Ele
orientou-me:
- Bem, agora você pode ler O Livro dos
Médiuns, mas vai continuar estudando O Livro dos Espíritos até além da morte.
Porque, à medida que você tenha tirocínio, melhor o entenderá. Se você aplicar
cem anos da sua vida examinando o conhecimento geral à luz de O Livro dos Espíritos,
os cem anos serão insuficientes para penetrá-lo na sua totalidade, já que ele é
como a seiva e a síntese da cultura universal, que só daqui há muito tempo o
homem entenderá em toda a sua profundidade."
Allan
Kardec, pergunta aos espíritos: “Como encontrar
a felicidade? Qual metodologia para ensejar paz à criatura humana?”
Os
benfeitores responderam que: “Um
filósofo da antigüidade já vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
Este filósofo é Sócrates, que viveu
+ou – 500 anos a.C., foi ele que recomendou que conhecêssemos a nós mesmos.
O Livro dos Espíritos é uma obra
monumental, marco da Era do Espírito, o antídoto do materialismo, e oferece a
bússola que nos orienta à viagem para nosso interior.
Kardec, inspirado pelas Entidades
Superiores, dividiu esse livro em 4 partes essenciais, como se desejasse
transformá-la nos 4 pontos cardeais da historiografia da humanidade: norte, sul, leste e oeste.
A primeira parte, o
norte, é a parte
que fala “Das Causas Primárias”, que
explica as origens da vida e seus efeitos; nos fala de Deus, dos Seus
atributos, da criação, do princípio vital. Quando estudamos as causas
primárias, nos deparamos com reflexões, somos levados a questionar, interrogar:
Quem somos? Para que vivemos? Que devemos fazer de nossa existência?
Allan
Kardec abre a extraordinária cortina que impedia a luz do discernimento,
dizendo ao homem que a vida não tem origem no berço, nem término no túmulo. A
vida é única, indestrutível, sendo o nascimento a entrada para o corpo e o
túmulo a saída do espírito.
“Das Causas Primárias”, o homem
aprende a valorizar a vida terrestre.
A segunda parte, o sul, perfeitamente definida em “Do mundo espírita ou Mundo dos Espíritos”,
encontramos aí a revelação do mundo espiritual, a realidade do ser dentro e
fora da matéria, induzindo o homem a pensar a respeito da imortalidade,
esclarecendo que ele é eterno, e viverá depois do túmulo. Nela aprendemos que a
vida atual é o resultado de experiências passadas e a existência futura a
conseqüência das tentativas presentes; aprendemos que não temos nada, somos
apenas mordomos dos valores transitórios, passageiros; somos também arquitetos
dos nossos destinos; que felicidade ou infelicidade são efeitos naturais do
nosso comportamento; aprendemos que a dor não é punição, mas lição renovadora
para as nossas experiências, (se eu tropeçar e machucar meu pé, sentirei dor,
da próxima vez que passar por ali desviarei do caminho, porque eu não quero
sentir dor novamente, aprendi a lição); a dor é também, como um aparelho que
lapida o diamante bruto (que somos nós), até que ele fique bonito, com brilho,
perfeito, com valor. . .
A terceira parte, o
leste, é a parte
que fala “Das Leis Morais”, apoiada
na lei divina, iniciando-se pela “lei de adoração”, que nos leva ao amor a Deus
sobre todas as coisas, e depois transita pelas leis que nos dão equilíbrio,
dignidade, nos estimulam ao progresso espiritual, e nos levam ao trabalho. E
por fim, a “lei de justiça”, “de amor” e “de caridade”, nos levando ao encontro
pleno com o nosso íntimo.
Agora
é a quarta e última parte, o oeste, que fala “Das
Esperanças e Consolações.”
Somente
se pode ter esperança quando se crê, somente se crê de maneira consciente
quando se sabe, e somente se sabe quando se estuda e se experimenta.
O Livro dos Espíritos é uma obra
monumental, marco da Era do Espírito, o antídoto do materialismo, e oferece a
bússola que nos orienta à viagem para nosso interior.
Lembrando
a figura ímpar de Francisco Cândido Xavier o apóstolo desta viagem
interior.
Enquanto
o mundo nos chama para fora, nos puxando para as coisas materiais, Francisco
Cândido Xavier, representante da ética da Doutrina Espírita na pureza primitiva
do Cristianismo, foi o exemplo que nos ensinou a viajar para dentro.
Enquanto
muitos tomavam, ele dava; enquanto vários acumulavam, ele distribuía; enquanto
outros se exaltavam, ele se rebaixava.
Ele
viveu integralmente o Evangelho do Cristo, na visão espírita, é o modelo do
homem-família, do homem-lar, que a todos adotou como filhos do seu suave
coração, como irmão de nossa caminhada, como companheiro até daqueles que por
acaso o agrediam, mantendo o sorriso gentil a gratuito de quem ama de verdade.
As
cartas psicografadas que recebeu, consolava e dava esperança. Levava as pessoas
a uma viagem interior.
Do livro: Seara de Luz
AMAR O INIMIGO
Divaldo
Pereira Franco, narra em uma de suas palestras, uma emocionante história de
amor :
Uma
mãe o procurou pedindo socorro, pois o filho havia sido assassinado pelo
próprio amigo. Divaldo, sensibilizado disse :
Minha
irmã, eu não tenho nada para lhe dizer, porque há dores que são tão pessoais,
que o silêncio é a única palavra.
Na
hora que ele a abraçou, viu o espírito de Joanna de Ângelis se aproximar e
dizer :
Parabenize-a.
Divaldo
achou estranho, pois como parabenizar uma mãe cujo filho foi assassinado? Mas
ela explicou:
Eu
daria pêsames, se ela fosse a mãe do assassino. Seu filho não morreu, mas o
criminoso perdeu a reencarnação, seu filho vive.
E
Joanna trouxe-o e disse :
Pense
na mãe do assassino, coloque-se no lugar dela.
E
a mulher respondeu :
Eu
a odeio.
E
Joanna perguntou :
Que
culpa tem ela de ter gerado um filho doente? Que culpa tem a senhora
de ter gerado a vítima da loucura? Pense na dor que
ela deve estar experimentando.
E
o filho despertou, viu a mãe e começou a falar (através da mediunidade de
Divaldo), por uns 15 minutos. No final da mensagem, os espíritos amigos
disseram para que a mulher procurasse a mãe do algoz (assassino). A mulher
emocionada, atendeu ao pedido, abraçou Divaldo agradecida, e lá se foi em busca
da amiga sofredora. E no sábado seguinte, ambas visitaram Divaldo, onde este,
sugeriu que elas visitassem o rapaz, e completou dizendo:
Mãe,
seu filho está enfermo (da alma), ame-o, e lhe fale do amor. A necessidade que
ele tem de ter a mãe nesse momento, é grande. Ele deve estar despertando da
loucura e deve ser amado.
Recomendou
Jesus: “Aprendestes com as leis de Moisés a: “Amar o vosso próximo e odiar os
vossos inimigos.” Eu, porém, vos digo: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem
aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam (...) Porque, se
só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa?(...)” (Mateus, V – 43
– 47)
O SUICIDA
DO TREM
Conta
Divaldo: "Eu nunca me esquecerei que um dia havia lido num jornal acerca
de um suicídio terrível, que me impactou: um homem jogou-se sobre a linha
férrea, sob os vagões da locomotiva e foi triturado. E o jornal, com todo o
estardalhaço, contava a tragédia, dizendo que aquele era um pai de dez filhos,
um operário modesto.
Aquilo
me impressionou tanto que resolvi orar por esse homem.
Comecei
a orar por esse homem desconhecido. Fazia a minha prece, intercedia, dava uma
de advogado, e dizia:
- Meu Jesus, quem se mata (como dizia
minha mãe), não está com o juízo no lugar. Vai ver que ele nem quis se matar;
foram as circunstâncias. Orava e pedia, dedicando-lhe mais de cinco minutos (e
eu tenho uma fila bem grande), mas esse era especial.
Passaram-se
quase 15 anos e eu orando por ele diariamente, onde quer que estivesse.
Um
dia, eu tive um problema que me fez sofrer muito. Nessa noite cheguei à janela
para conversar com a minha estrela e não pude orar. Não estava em condições de
interceder pelos outros. Encontrava-me com uma grande vontade de chorar; mas,
sou muito difícil de faze-lo por fora, aprendi a chorar para dentro. Fico
aflito, experimento a dor, e as lágrimas não saem. (Eu tenho uma grande inveja
de quem chora aquelas lágrimas enormes, volumosas, que não consigo verter.)
Daí
a pouco a emoção foi-me tomando, e, quando me dei conta, chorava.
Nesse
meio tempo, entrou um Espírito e me perguntou:
- Por que você está chorando?
- Ah, meu irmão - respondi - hoje
estou com muita vontade de chorar, porque sofro um problema grave e, como não
tenho a quem me queixar, porquanto eu vivo para consolar os outros, não lhes
posso contar os meus sofrimentos. Além do mais, não tenho esse direito; aprendi
a não reclamar e não me estou queixando.
O
Espírito retrucou:
- Divaldo, e se eu lhe pedir para que
você não chore, o que é que você fará?
- Hoje nem me peça. Porque é o único
dia que eu consegui faze-lo. Deixe-me chorar!
- Não faça isso - pediu. - Se você
chorar eu também chorarei muito.
- Mas, por que você vai chorar? -
perguntei-lhe.
- Porque eu gosto muito de você. Eu
amo muito a você e amo por amor.
Como
é natural, fiquei muito contente com o que ele me dizia.
- Você me inspira muita ternura - prosseguiu -
é o amor por gratidão. Há muitos anos eu me joguei embaixo das rodas de um
trem. E não há como definir a sensação eterna da tragédia. Eu ouvia o trem
apitar, via-o crescer ao meu encontro e sentia-lhe as rodas me triturando, sem
terminar nunca e sem nunca morrer. Quando acabava de passar, quando eu ia
respirar, escutava o apito e começava tudo outra vez, eternamente. Até que um
dia escutei alguém chamar pelo meu nome. Fê-lo com tanto amor, que aquilo me
aliviou por um segundo, pois o sofrimento logo voltou. Mais tarde, novamente,
ouvi alguém chamar por mim. Passei a ter cessação momentânea em que alguém me
chamava, eu conseguia respirar, para agüentar aquele morrer que nunca morria e
não sei lhe dizer o tempo que passou. Transcorreu muito tempo mesmo, para
escutar a pessoa que me chamava. Dei-me conta, então, que a morte não me matara
e que alguém pedia a Deus por mim. Lembrei-me de Deus, de minha mãe, que já havia
morrido. Comecei a refletir que eu não tinha o direito de ter feito aquilo,
passei a ouvir alguém dizendo: "Ele não fez por mal. Ele não quis
matar-se." Até que um dia esta força tão grande que me atraiu; aí eu vi
você nesta janela chamando por mim.
- Eu perguntei - continuou o Espírito
- quem é? Quem está pedindo a Deus por mim, com tanto carinho, com tanta
misericórdia? Mamãe surgiu e esclareceu-me:
- É uma alma que ora pelos
desgraçados.
- Comovi-me, chorei muito e a partir
daí passei a vir aqui, sempre que você me chamava pelo nome.
Obs: Note que eu nunca
o vira, em face das diferenças vibratórias.
- Quando adquiri a consciência total -
prosseguiu ele - já se haviam
passado mais de 14 anos. Lembrei-me de minha família e fui à minha casa.
Encontrei a esposa blasfemando, injuriando-me: "Aquele desgraçado
desertou, reduzindo-nos à mais terrível miséria. A minha filha é hoje uma
perdida, porque não teve comida e nem paz e foi vender-se para tê-la. Meu filho
é um bandido, porque teve um pai egoísta, que se matou para não enfrentar a
responsabilidade. Deixando-nos, ele nos reduziu a esse estado." Senti-lhe ódio terrível. Depois, fui atraído
à minha filha, num destes lugares miseráveis, onde ela estava exposta como
mercadoria. Fui visitar meu filho na cadeia. Aí, Divaldo, eu comecei a somar às
dores físicas a dor moral, dos danos que o meu suicídio trouxe porque o suicida
não responde só pelo gesto, pelo ato de autodestruição, mas, também, por toda
uma onda de efeitos que decorrem do seu ato insensato, sendo tudo isso lançado
a seu débito na lei de responsabilidades. Além de você, mais ninguém orava,
ninguém tinha dó de mim, só você, um estranho. Então hoje, que você está
sofrendo, eu lhe venho pedir: em nome de todos nós, os infelizes, não sofra!
Porque se você se entristecer, o que será de nós, os que somos permanentemente
tristes? Se você agora chora, que será de nós, que estamos aprendendo a sorrir
com a sua alegria? Você não tem o direito de sofrer; pelo menos por nós, e por
amor a nós, não sofra mais.
Aproximou-se,
me deu um abraço, encostou a cabeça no meu ombro e chorou demoradamente.
Doridamente, ele chorou.
Igualmente
emocionado, falei-lhe:
- Perdoe-me, mas eu não esperava
comovê-lo.
- São lágrimas de felicidade. Pela
primeira vez, eu sou feliz, porque agora eu me posso reabilitar. Estou
aprendendo a consolar alguém. E a primeira pessoa a quem eu consolo é
você."
Portanto, deixemos claro que, só Deus tem o direito de retirar a
vida.
Deus não castiga o suicida, é o próprio suicida quem se castiga.
O tribunal do suicida (e de todos nós) é a sua própria
consciência.
Se o ato do suicida é covarde ou corajoso, não podemos precisar,
porque há casos de loucura, onde o suicida, por estar em estado de demência,
não pode avaliar o crime que está cometendo.
No caso de Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, diz Emmanuel,
que ele não foi considerado como suicida, uma vez que evitou uma guerra civil
com sua morte.
Como vemos, cada caso é um caso.
Por isso, aprendamos a não julgar pela aparência. Pois, não
sabemos se já não fomos ou estamos sendo suicidas. Nossos sentidos são
primários e não temos direito de julgar. Só há um juiz, perfeito e infalível: Deus.
O tempo que os suicidas ficam presos ao corpo vendo sua
decomposição, vagando nas regiões umbralinas ou prisioneiros de
obsessores, não há previsão de tempo.
Isso varia de espírito para espírito. É o tempo que levam para harmonizar sua
mente e entenderem o apoio que está sendo dado a ele. Pois, há grupos de
socorro para os Espíritos que sofrem. No Vale dos Suicidas, o grupo de
trabalhadores são chamados de: Legião dos Servos de Maria, pois o Vale é
chefiado pelo grande Espírito de Maria de Nazaré.
Para nós, encarnados, cabe a caridade da prece à esses irmãos.
Aliás,
o fato que merece ser ressaltado nesta história, é que Divaldo não o auxiliou
através da sintonia mediúnica, visto que ele não foi trazido à reunião. O
médium, porém, prestou-lhe socorro por meio da prece.
Ah!
O refrigério da oração! Possibilitou-lhe, de imediato, uma pausa (no torvelinho
de seus sofrimentos), numa fração de tempo, quando ouviu o seu nome e se sentiu
balsamizado pelo amor.
Do livro: O Semeador de
Estrelas
De:
Suely Caldas Schubert
A OMISSÃO
DOS BONS
Divaldo
conta que quando era funcionário de uma firma, um dia, chegou do Rio de Janeiro
um alto funcionário para inspeção do serviço. Depois das apresentações, ele lhe
disse:
- Divaldo, quando acabar o expediente
vamos a uma boate, está bem? Às 16 horas você passa no hotel, porque eu não
conheço nada aqui.
Divaldo nunca tinha passado na
porta, nem sabia direito o que era. Naquele tempo era chamado “cabaret”. Então,
Divaldo pensou: “Meu Deus, como é que eu vou entrar?” Então, Divaldo foi se
informar com um colega onde ele deveria levar o chefe. O rapaz indicou o “Rumba
Dancing”. Agradecido, foi se preparar para levar o chefe ao passeio.
Na
boate, o chefe dançou uma rumba, uma cucaracha, e Divaldo vendo aquilo pensou:
“Meu Deus como as pessoas são ridículas!”
Porque, segundo Divaldo, não pode haver nada mais ridículo do que ficar
sentado, olhando outra dançar. E o homem entusiasmado, perguntou:
- Vai um Whisky?
- Não senhor, não bebo.
Às
3 da madrugada sairam, Divaldo o levou ao hotel e foi para casa.
No
dia seguinte, o homem propôs:
- Divaldo, hoje outra!
O
colega informante sugeriu o “Tabaris Night Club. Foram. No terceiro dia, foram
em outra boate, em outra e outra . . .
No
Sábado, ele falou a Divaldo:
- Hoje é a despedida, porque amanhã
retorno ao Rio de Janeiro. Você sabe, lá, vamos ao “Night and Day”.
- Só que hoje não posso levar o
senhor.
- Mas, como?
- Não posso, porque tenho um
compromisso e gostaria de convidá-lo ao meu compromisso.
- Mas, Divaldo, é festa?
- Mais ou menos; não é tão animada . .
. Mas é boa. É uma surpresa.
- Hoje eu quero distrair-me muito.
- Termina às 22 horas o meu
compromisso, e creio que o senhor não vai me negar . . . Porque eu detesto
boate e fui com senhor prazerosamente durante 4 noites, sem dizer nada. Não
posso admitir que um carioca, meu chefe, uma pessoa culta do Rio de Janeiro,
venha opor-se a ir comigo a um lugar onde quero levá-lo. Afinal, como o senhor
vê, tenho bom gosto. Levei-o às melhores boates.
Ele
silenciou, aquiesceu e Divaldo o levou ao Centro Espírita. Reservou para ele a
primeira fila. Quando ele chegou, percebeu o ambiente, o povo. Ficou meio
desconfiado, sentou-se e ouviu, aliás atentamente, a palestra. Abriram “O
Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec, e Divaldo leu o texto e
comentou, mas sem ferir, naturalmente . . . Mostrou a beleza da vida . . . Como
se pode ser feliz, etc. Quando terminou, ele abraçou Divaldo e disse:
- Foi o melhor lugar que alguém já me
levou. Onde você me recomenda, no Rio de Janeiro? Sou ovelha desgarrada, já fiz
de tudo . . . A minha família era espírita. Cheguei à adolescência, morando em
Copacabana, você sabe . . . Mas, diga-me onde eu poderia freqüentar com
tranqüilidade.
Divaldo
deu um endereço. Até hoje são amigos. Ele dirige uma Casa Espírita.
Depois
Divaldo perguntou-lhe:
- Por que lhe comoveu as minhas
palavras?
Ele
respondeu:
- Antes me comoveu a sua conduta.
Porque você, um rapaz de 29 anos, acompanhou-me sem puritanismo, sem ser nem
melhor nem pior; estava nas boates com a mesma naturalidade que estava no
Centro. Nem fingia ser puro, nem dava a impressão de ser corrompido. Eu fiquei
atento, com vergonha de você, mas não queria perguntar porque você era assim.
Achei-o diferente.
Divaldo
disse:
- Os homens normais são diferentes,
são autênticos.
O mundo necessita de
exemplificadores, ou seja, pessoas que dê exemplos.
Devemos levar a Moral Cristã para o mundo,
e não trazer o mundo imoral para dentro de nossa vida ou da nossa Casa religiosa..
O exemplo é nosso cartão de visita.
O cristão é reconhecido pelas suas
obras.
O espírita é um cidadão dinâmico e
não um alienado. Nós devemos cooperar nas atividades que engrandeçam o mundo.
Nós devemos demonstrar nas
atividades públicas a conduta espírita, assumindo os deveres do mundo sem nos
tornarmos mundano, ser cristão na liça movimentada das realizações
sociais. Isolamento é egoísmo. O homem
tem que progredir. O progresso só virá quando buscarmos auxiliarmos uns aos
outros. É inútil e pernicioso nos queixarmos, se somos omissos.
Na questão 932 os
espíritos disseram para Kardec que: “Por
fraqueza dos bons é que vemos com
freqüência no mundo, a influência dos maus vencerem a influência dos bons.
Porque os maus são intrigantes e audaciosos, e os bons são tímidos. E que,
quando os bons quiserem, predominarão.”
Quando
desenvolvemos o bem, neutralizamos o mal; e quando desenvolvemos o mal
neutralizamos o bem. E, se somos imagem
e semelhança de Deus, somos bons.
Porque,
como disse Divaldo P. Franco: “o mal é o
bem ausente, isto é, o mal não existe. A treva é a luz apagada. Ao invés de
amaldiçoarmos na escuridão, acendamos uma luz.” Nem que nossa luz seja uma luz de 5 Watts,
pois numa escuridão, qualquer luz clareia, e o que é melhor, atrai outros para
perto desta luz.
Em conflito com o Bem e o Mal, o
Apóstolo Paulo disse: “o querer o Bem
está em mim, mas não sou capaz de fazê-lo. Não faço o Bem que quero, e sim o
Mal que não quero.”
Semelhante desvio é típico de um
planeta de expiação e provas como a Terra, habitada por Espíritos em estágios
primitivos de evolução, onde o egoísmo predomina, ou seja, a pessoa só pensa em
seu próprio bem-estar, por isso, o Bem fica esquecido, adormecido, tímido . . .
Por isso, muitas vezes, ouvimos os obsessores encarnados e
desencarnados nos sugerirem o Mal. Por exemplo:
- Você não vai beber ? Você é
bobo . . .
- Você não vai usar drogas ? Você é
babaca., . . .
Agora, perguntemos:
- Por que eu tenho que ceder para o
que é errado ?
- Por que o errado não cede para o que
é certo ?
Porque, como disseram os espíritos,
o bem é tímido e o mal audaciosos.
Respeitemos o livre arbítrio dos que
querem seguir o mal, mas vamos exigir respeito quanto ao nosso livre arbítrio.
Devemos expor o Bem, e não ceder ao
Mal.
Mas
afinal, o que é o Bem e o Mal?
O Bem é proceder de acordo com a Lei
de Deus; e o Mal é desrespeitá-la.
Por isso, Jesus disse que a porta da
perdição é larga, porque as más paixões são numerosas, e o caminho do mal é
freqüentado pela maioria. E o da salvação é estreita, porque o homem que quer
ultrapassa-la deve fazer grandes esforços sobre si mesmo para vencer as más
tendências. Porque o egoísmo não nos deixa ver nossas chagas para que possamos
curá-las.
Nesta frase, Joanna de Ângelis
explica como o Mal se agrava: “Acostumado
à lei da selva, o espírito atormentado retorna à carne enfurecido pelas paixões
que o torturam e das quais não deseja se libertar, favorecendo facilmente para
que as lembranças assomem ao consciente e se reincorporem à personalidade
atual, causando as trágicas manifestações da barbárie que ora aterra todas as
criaturas.”
A FELICIDADE
DE BEZERRA DE
MENEZES
Conta
Divaldo Franco: Um dia perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes qual foi a sua maior
felicidade quando chegou ao plano espiritual. ele respondeu-me:
- A minha maior felicidade, meu filho,
foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do meu leito
em que eu ainda estava dormindo (após a desencarnação), e, tocando-me, falou,
suavemente:
- Bezerra, acorde, Bezerra!
Abri
os olhos e vi-a, bela e radiosa.
- Minha filha, é você, Celina?!
- Sim, sou eu, meu amigo. A mãe de
Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo
atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.
Chegaram
os meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham
saudar. Mas eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina, me
disse:
- Venha ver, Bezerra.
Ajudando-me
a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada , e eu vi, meu filho, uma multidão
que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.
- Quem são, Celina? - perguntei - não
conheço a ninguém. Quem são?
- São aqueles a quem você consolou,
sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que
chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo
numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados do mundo,
a quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêm saudar no pórtico da
eternidade . . .
E
o Dr. Bezerra concluiu:
- A felicidade sem lindes (limites)
existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que
enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um
dia percorreremos.
Bezerra
de Menezes - nome amado e respeitado por todos - singelamente narra a Divaldo a
sua mais comovente surpresa ao despertar no Mundo Maior.
Tem,
a seu lado, Celina, a mensageira de Maria, o que por si só, basta para
aquilatarmos a recepção merecida por ele. Celina ali está, radiosa, como nunca.
Entre sorrisos e lágrimas de emoção ele vê chegar os entes queridos do coração,
mas ouve um murmúrio que vem de fora. Celina o conduz até a sacada e o bondoso
"médico dos pobres" depara-se com uma cena realmente comovedora.
Bezerra
de Menezes foi Presidente da Federação Espírita Brasileira, no ano de 1895. Na
sua gestão, Bezerra imprimia o cunho evangélico, a orientação pautada nos
ensinamentos de Jesus, que eram por ele não apenas ressaltados, mas
eminentemente sentidos e vividos.
Além
dessa atuação decisiva à frente do Movimento Espírita, no final do século,
Bezerra exercia várias outras atividades. Uma delas, a de doutrinador e
dirigente de reuniões mediúnicas. A todas essas tarefas alia-se, evidentemente,
a sua ação caritativa no desempenho de sua atividade profissional (médico) e na
vivência em geral.
Pode-se
imaginar Bezerra de Menezes atendendo aos desencarnados e encarnados com o
mesmo e imenso amor que o caracterizava. Amor que o leva a permanecer entre nós
e prosseguir no mesmo amorável atendimento aos que ainda estão jornadeando pela
Terra e aos que estão em regiões de sofrimentos e de sombras no plano
espiritual.
Ele
mesmo, esse Espírito de escol, tem vindo ditar a Divaldo e outros médiuns as
suas experiências no resgate de almas transviadas, que, padecentes, colocam-se
em condições de receber a sua palavra permeada de amor.
Para
quem resolve seguir a Jesus, a estrada é aspérrima, todavia, as bênçãos
alcançadas transformam-se em felicidade indescritível que transcende ao nosso -
por enquanto - estreito entendimento.
SUICÍDIO
No
livro “Vida e Obra de Divaldo Pereira Franco”, Fernando Worm conta um episódio
da mocidade de Divaldo, quando ele, recém entrando na Doutrina Espírita,
torna-se presa da idéia obsessiva de suicidar-se. Subindo ao alto do Elevador
Lacerda, em Salvador, aproximou-se do imponente parapeito daquela famosa
edificação. No instante que ele cometeria a loucura, aparece-lhe Nair, sua irmã
consangüínea desencarnada (também por suicídio), e diz com voz imperativa: “Pare, peço-lhe, não faça isto!”
Sacudido pelo impacto da visão,
Divaldo desmaia e é salvo por populares.
Em O Livro dos Espíritos, o tema
SUICÍDIO é abordado nas questões 943 a 957. Lá, os Espíritos esclarecem que os
fatores que levam uma pessoa a perder a vontade de viver é: “a ociosidade, a falta de fé,
e a saciedade.
Quanto à ociosidade, Joanna de Ângelis nos recomenda que: “Tomemos cuidado com a hora vazia, sem
objetivo, sem atividade. Cabeça ociosa é perigo a vista. Mãos desocupadas
facultam o desequilíbrio que se instala. Preenche-a com uma leitura salutar, ou
uma conversação positiva, ou trabalho que aguarda oportunidade para execução,
ou uma ação que te proporcione prazer . . . O homem, quanto mais preenche os
espaços mentais com as idéias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão,
mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos para o
progresso. Estabelece um programa de realizações e visitas para os teus
intervalos mentais, nas tuas horas vazias, e te enriquecerás de desconhecidos
tesouros de alegria e paz. Hora Vazia, nunca!”
DIVALDO
E CHICO CONVERSAM
SOBRE SEXO
Gostaria de falar a vocês o que
desejaria ter ouvido, quando estava na adolescência. Jovem de dezesseis anos,
na transição da adolescência, saído da Igreja Católica, não sabia como
comportar-me. O sexo, para mim, era uma coisa horrível, “pecado mortal”, porque
tive lavagem cerebral desde os quatro anos. Com essa idéia que me colocaram,
era como se eu fosse assexuado e achava que as pessoas também o seriam, pois
que, à época, pensar em sexo, era tido como algo imundo.
Com
essa mentalidade, posteriormente, conheci Chico Xavier. Ele me convidou a
almoçar na sua casa, em Pedro Leopoldo, com outros amigos. Eu olhava aquele
homem calmo – à época Chico Xavier deveria ter trinta e oito anos ou quarenta,
no máximo – bondoso, enquanto eu estava ardente, inquieto . . .
Automaticamente, desejei atingir aquele estado . . . Na minha ingenuidade,
perguntei-lhe:
- Chico,
será que um dia serei uma pessoa calma por dentro, sem estas ansiedades? Porque
é horrível a gente querer liberar-se de um problema e ele estar dentro de nós .
. .
Ele
pôs a mão no meu ombro e me respondeu:
- Aos
dezesseis, dezoito anos, se você estivesse na minha condição de quase quarenta
seria um prodígio . . . O fruto verde não tem sabor; o
fruto maduro é saboroso, pois que realizou o seu ciclo, está salvo pela semente
que vai perpetuar-lhe a espécie. Posso afiançar-lhe que chegará um dia em que
você terá tanta tranqüilidade quanto a deseja . . .
Fomos
almoçar e, ao terminar, saindo da mesa, entre o seu e o quintal da casa de D.
Luíza, sua irmã, havia uma laranjeira em flor. Tinha uma flor, e quando aspirei
o perfume, Chico pegou-a, olhou-a, sorriu e disse-me:
- Aí
está a maravilha do sexo.
Fiquei
surpreso. Ele prosseguiu:
- Tudo
na Natureza é sexo. A raiz que se introduz na intimidade da terra realiza o milagre
da fecundação no subsolo, do qual extrai a seiva da vida para dar lenho,
folhagem, flor e fruto. Tudo quanto se mescla da vida universal é sexo.
E
começou a falar do sexo transcendente (muito elevado, sublime):
- O
lavrador que se dobra sobre a terra com a enxada que abre a cova no chão, para
guardar a semente, é o preparador do tálamo nupcial para o milagre do
desenvolvimento do grão . . .
Alongou-se
em considerações, enquanto eu permanecia embevecido . . .
Meia
hora, mais ou menos, depois, ele concluiu:
- Aí
estão suas respostas, meu filho, que André Luiz lhe veio trazer.
Peguei-lhe
a mão, beijei-a e perguntei:
- Como
foi que você passou pela “ventania”?
Ele
me olhou com ternura e me falou:
- Um
dia, que me pareceu muito difícil, fui para uma floresta em Pedro Leopoldo,
onde mantinha contatos com Emmanuel, e lhe mostrei a minha deplorável situação
de criatura humana. Pedi ao meu querido Benfeitor alguma palavra, algum
conselho à alma. Ele, amoroso, narrou-me:
“Havia
um rei que morava em um país de abundância e tudo ali era fecundo. Ele era
nobre e generoso. A corte respirava opulência (abundância). Um sábio, porém,
homem de idade, conversando com o monarca, sugeriu:
- Senhor,
está na hora de descer ao povo. É verdade que o povo está alimentado, mas
necessita também de palavras . . . Fale ao povo para que ele o ame.
O
rei respondeu:
- Mas
eu? Eu sou o rei! Descer ao povo é uma situação desagradável, indigna de mim.
- Senhor
. . . Dia chegará em que Sua Majestade desejará falar-lhe, mas o povo não
quererá ouvi-lo . . .
O rei não deu importância. Ocorreu uma
grande seca na região e os grãos desapareceram, os celeiros diminuíram e o povo
começou a gritar com fome.
O sábio ministro voltou à carga:
- Senhor, vamos ter uma guerra civil,
exceto se Sua Majestade for à
praça e disser ao povo
que está preocupado, que a corte
também vive dificuldades. É verdade que há grãos, mas é para o exército, para a
defesa do país, para manter-se a paz.
- Mas eu, falar ao povo?
- Senhor, o povo tem fome . . .
O
rei não cedeu.
A
fome cresceu, veio uma epidemia, o povo em desespero invadiu os jardins do
palácio, e o rei se deu conta que estava sitiado (cercado), sob ameaças cruéis.
O
rei chamou o sábio e perguntou-lhe:
- E agora?
-
Embora tarde, ainda há uma solução: falar ao povo, da sacada da janela.
-
Eles me apedrejarão, as pessoas . . .
-
É o risco que deve correr.
Como
a situação piorasse, sem outra alternativa, o rei foi à janela, recebeu algumas
pedradas, porém o povo, ao vê-lo, acalmou-se, enquanto alguém gritou:
-
Ouçamos o que o miserável tem a dizer . . .
No grande silêncio, o monarca falou:
-
Calma . . . Todos dizem que o rei
está feliz. Estarei? Alguém pode dormir
em paz com o sofrimento gritando ao lado? Só porque eu não
me venho queixar? Dizem que nós temos celeiros abarrotados. Deverei dar toda a
comida que se acabará em uma semana,
para que o inimigo entre na cidade e nos destrua, enquanto nossos soldados famintos
vendam a alma? O rei também tem problemas . . . O palácio é uma ilusão . . .
Cheio de hipócritas, também hipócrita é o rei. Eu tenho necessidades,
ajudem-me! Nem eu ficarei no trono, nem vocês me apedrejarão, e juntos
deixaremos passar esse período difícil até que volte a abundância.
O povo, que nunca tinha
pensado nos problemas do rei, anuiu (concordou). Fizeram um pacto; abriram-se
as portas do palácio e os alimentos foram repartidos equanimemente (de maneira
justa). Passou a época da seca e o reino foi salvo.”
Então
redargüi:
– Eu não entendi!
Emmanuel
explicou-lhe:
- O reino é o corpo, o rei é o
espírito, o trono é a consciência. Enquanto se é jovem,
os automatismos (movimento maquinal) nutrientes mantêm todas as células – que
são o povo – alimentadas. À medida que o corpo amadurece e os fenômenos
biológicos passam a ser exigentes, vem a fome. De repente, o aparelho genésico
tem fome e começa a pedir o seu alimento. Negar-lhe, é provocar a guerra. Dar,
é provocar-lhe a consumição (enfraquecimento). Tem que haver diálogo. Dialogar
para que haja paz, armistício. Tem-se que amar os revoltados, para que, eles
amem a quem os absorve.
O
médium explicou-me:
- Eu
fechei os olhos e comecei a descer do meu trono. Fui descendo, e quando cheguei
à área genésica tinha a impressão que cada célula fazia lembrar-me um caroço de
feijão agitando-se, protestando. Aí, eu disse:
- Gente,
o que é que há? Vocês estão pensando que estou contente com essa situação?
Vocês revoltados, e eu com sede? Vim aqui para negociarmos. Vocês querem hormônios.
Eu também preciso de hormônios. Vocês querem eliminar os excessos, e eu desejo
receber ajuda. Vou fazer-lhe uma proposta: como tudo é sexo, vou pedir que os excessos
subam até aos centros da mediunidade psicográfica, para serem aplicados no
trabalho das tarefas mediúnicas. Não será necessário eliminar. Eu entrarei em
êxtase de outra natureza, intercambiaremos a paz e, juntos, teremos os nossos
filhos, que são os livros. Então, as células balançaram a cabeça e disseram: -
Vamos ver se dá certo. – Começaram a subir, eu senti-lhes o calor . . . Daí,
toda vez que surge atrapalhação lá em baixo eu digo: - Subam em paz!
Aprendamos
a permutar (trocar) ternura. Não pode haver nada mais delicioso que um olhar
com um toque de ternura. Se estiver no programa, una-se a alguém. Ame. O amor é
o alimento da alma. Feliz é quem ama. É extraordinário poder-se amar e ser
amado. Todas as filosofias transcendentais recomendam: “Amor sem apego, amor pelo amor,
amor pelo prazer de amar . . .”
Deixo
para vocês, como mensagem, nestes dias de tédio, de ansiedade, de violência,
este apelo: o espírita é alguém que encontrou o ‘mapa do tesouro’. Sejam felizes até na dor. Não permitam que a
tristeza tisne (manche) a alegria, nem a decepção os aflijam. Só o bem tem
existência real e perene. Sejam felizes com a consciência tranqüila pelo dever
bem cumprido. Muita Paz.
(Do
livro: Elucidações Espíritas – Divaldo P. Franco)
AS PROVAS CIENTÍFICAS
DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Divaldo
responde:
1)
Existe estudos ou obras recentes no
campo científico sobre a existência de Deus?
R: Em Nova York apareceu uma obra
literária perturbadora (As 7 provas científicas da existência de Deus) firmada
por um homem admirável, o dr. Cressey Morrison, que durante 40
anos foi diretor do Museu de História Natural de Nova York. Diante da
calamidade do ceticismo, que voltou a crescer na década de 60, ele resolveu
fazer a sua colaboração. Assim, o dr. Cressey Morrison afirmou, na sua postura
de acadêmico e homem de cultura, que acreditar em Deus não diminui a dignidade
da criatura humana. E que Deus já não é mais entidade mitológica, mas a única
fonte para explicar a realidade do Universo.
2) Haverá, dentro da Ciência, evidências desta
realidade?
R:
O dr.Morrison estabeleceu que facilmente se pode demonstrar a existência de
Deus. Ele se utiliza de uma experiência matemática, da chamada Lei das
Probabilidades, para demonstrar de uma forma muito simples a realidade de Deus.
Para realizarmos uma experiência de casualidade, por exemplo, ele propõe que
reunamos 10 moedas e as enumeremos, em ordem crescente, de 1 até 10. Se as
colocarmos no bolso, e tentarmos tirar a moeda número um, sem olhá-la, a nossa
probabilidade de êxito é de uma vez para 10 tentativas falsas. Se devolvermos a
moeda número um e tentarmos, de imediato, retirar a número 2, a nossa probabilidade de
êxito será de uma vez em 100. Se devolvermos a moeda número 2 e tentarmos
retirar a de número 3, a
nossa probabilidade será de êxito em mil possibilidades. E se repetirmos a
experiência, até retirarmos em ordem cronológica a moeda de número 10, a nossa probabilidade de
êxito será de uma vez em 10 bilhões de experiências fracassadas. Logo, se
analisarmos as condições da habitabilidade na Terra, veremos que alguém que
pensou sobre elas. Não foi o acaso que criou as condições de nosso habitat.
3)
Em outras palavras, o senhor quer
dizer que ocorreu um número muito grande de experiências bem sucedidas que
respondem pela existência da vida e que só são explicadas pela existência de
uma inteligência superior?
R:
Comecemos pelo movimento de rotação do sol, que é de cerca de 1.600 quilômetros horários.
Se, por acaso, este movimento fosse 10 vezes menor, o que eqüivale dizer de
160Km/h, a vida na Terra seria impossível. Os dias teriam 120 horas, assim como
as noites. E durante as 120 horas de calor, a vida seria totalmente destruída
pela excedência de luminosidade, pela ardência. E qualquer forma de vida que
sobrevivesse morreria nas 120 horas de trevas, portanto de frio. Logo, alguém
pensou sobre isso!
Se,
por exemplo, o sol não se encontrasse a 150 milhões de quilômetros de
distância, digamos que ele estivesse a 100 milhões, a vida seria impossível,
porque os raios caloríficos seriam tão terríveis que absorveriam todas as águas
e a vida desapareceria. Mas, se por acaso, o sol estivesse a 200 milhões de
quilômetros de distância, a vida também seria impossível por falta de calor
suficiente. Se, por acaso, a lua estivesse mais próxima da Terra, a vida seria
totalmente impossível, porque a pressão magnética sobre as águas ergueriam
marés tão altas que lavariam as cumeadas das montanhas e, através da erosão,
destruiriam, duas vezes ao dia, todas formas de vida. Logo, alguém – ou algo –
pensou matematicamente em como manter esse equilíbrio.
Se,
por acaso, o fundo do mar fosse mais baixo dois metros apenas não haveria a
vida na superfície da Terra, pois a água do mar absorveria o oxigênio e o gás
carbônico e os seres vivos não poderiam respirar. Se, por acaso, a atmosfera da
Terra, que mede 60
quilômetros , fosse menor, a vida seria totalmente
impossível porque diariamente caem sobre a Terra milhões de aerólitos, pedaços
de planeta. Se a atmosfera da Terra não houvesse sido necessariamente
calculada, eles destruiriam a vida e provocariam milhões de incêndios
diariamente. Logo, alguém pensou sobre isso!
4)
O instinto dos animais, segundo
Morrison, seria outra prova da existência de Deus. Quais as bases
argumentativas desta tese?
R:
Ninguém sabe qual é a sede do instinto dos animais. É algo tão admirável que a
Ciência ainda não localizou. Tomemos como exemplo o “nosso” João de Barro,
pássaro que, quando chega a Primavera, sobe no galho mais alto da árvore mais
elevada, coloca o bico na direção do vento e ele sabe de que direção virá o
vento quando chegar o próximo inverno. Assim, o João de Barro constrói a casa
colocando a porta no sentido oposto do vento de inverno. Se a porta for
colocada errada, as suas crias morrerão. Mas o João de Barro não erra nunca.
Vamos
usar outro exemplo: o instinto das enguias, que sabem que quando procriam, elas
morrem. E elas, só podem procriar em águas muito profundas. Quando chega a
época da reprodução, elas nadam milhares de milhas marítimas, de todos os
lados, de todos os mares, de todos os oceanos onde estão, e vão reproduzir-se
nas águas abissais das Bermudas. Ali elas se reproduzem e morrem. E os seus
filhos? Sem saberem de onde vieram os seus ancestrais, nadam e voltam às águas
de onde vieram os seus genes. E não erram nunca. Jamais foram encontradas
enguias européias em águas americanas ou enguias americanas em águas européias.
E esse instinto foi tão caprichoso que, sabendo que a enguia européia está mais
longe do que a americana das águas das Bermudas, atrasa um ano a reprodução
européia para chegarem todas ao momento da reprodução na América Central. É
maravilhoso narrar a respeito dos instintos dos animais. Mas quem ensinou
primeiro pássaro fez isso. E fazem-no até hoje. E Morrison afirma crer em Deus
por causa também dos instintos dos animais.
5)
Nesta linha de raciocínio, o
equilíbrio ecológico também evidencia a existência de Deus?
R:
Vamos ilustrar este equilíbrio com um fato que ocorreu na Austrália. Os australianos
desejavam transformar seu país em uma região agrícola, mas a colocação da
Austrália não permitia grandes plantações. Os ventos que sopram do mar, em
determinadas épocas, destruiriam as mudas. Surgiu uma idéia: plantar cercas
vivas, que se transformariam em paredes contra os ventos. Importaram uma
cactácea e naturalmente não havia na Austrália nenhum inimigo natural para este
tipo de cactos. O resultado inicial foi excelente. Só que os australianos não
se deram conta de que esses cactos se multiplicavam com muita rapidez. E em
breve eles constituíram-se em uma verdadeira praga. Os australianos usaram
tratores, usaram lança-chamas, e não havia solução, porque o vento carregava o
pólen e os cactos continuava a se multiplicar. Dez anos depois, a Austrália
havia perdido uma área correspondente à das ilhas Britânicas. Foi dado um
alarme internacional e houve um congresso na cidade de Sidney. Entomologistas
do mundo inteiro reuniram-se para estudar uma forma de acabar com os cactos e
chegaram à conclusão de que só havia uma fórmula: conseguir um besouro que
gostasse de cactos e que também se reproduzisse muito. E encontraram este
besouro no Brasil, na Amazônia. Os insetos começaram a comer os cactos na
Austrália e a multiplicar-se. De repente, os australianos ficaram apavorados:
“Quando acabarem os cactos, o que faremos com os besouros?”
Mas
a ecologia manteve o equilíbrio. Na medida em que os cactos diminuíram, os
besouros também diminuíram, mantendo a harmonia ecológica. E esse fenômeno é
tão extraordinário que não ocorre por acaso.
6) Com base em tudo o que o senhor argumentou, e
que Morrison estudou, a que conclusão podemos chegar sobre Deus?
R:
O apóstolo João escreveu que Deus é amor. E somente através do amor podemos
receber Deus. Allan Kardec, o codificador da Ciência, da Filosofia, e da
Religião Espírita, também interrogou aos espíritos: “O que é Deus?” E os
espíritos imortais responderam: “É a causa primeira de todas as coisas e a
inteligência suprema do universo.” Allan Kardec volta a interrogar: “E que prova
nós poderemos ter de Deus?” A resposta é comovedora pela simplicidade: “Tudo
aquilo que não foi feito pelo homem, por Deus foi feito.” Eu era jovem quando
tive a oportunidade de ouvir uma pessoa contar-me que um materialista, cheio de
orgulho e vazio de cultura, chegou certa tarde à periferia de uma cidade e
encontrou um camponês que trabalhava a terra. Era um daqueles entardecer em que
o sol coroava o planeta por trás das montanhas. Fascinado pela natureza lírica,
o materialista perguntou ao homem do campo: “Matuto, tu crês em Deus?” O
modesto trabalhador tirou o chapéu de palha, em respeito ao nome pronunciado, e
disse: “Eu creio em Deus!” E o orgulhoso, então, perguntou-lhe: “Se tu crês em
Deus, mostra-me um lugar aqui onde está Deus?” O homem do campo olhou ao
derredor e na sua simplicidade respondeu: “Eu não posso doutor, mas agora eu
queria pedir ao doutor que me mostrasse aqui um lugar ‘adonde’ Deus não
está."
(Parte
da entrevista com Divaldo Pereira Franco em Catanduva, em 30 de setembro de
2002)
Questão
11:
Kardec
perguntou: Será que um dia compreenderemos o mistério da Divindade?
Os
Espíritos responderam:
“Quando vocês não mais estiverem obscurecidos pela matéria e, pela sua
imperfeição, se tiverem aproximado d’Ele, então vocês O compreenderão e O
verão.” E Allan Kardec, comentando esta resposta, nos diz: “A inferioridade das
faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na
infância da Humanidade, o homem O confunde muitas vezes com a criatura, cujas
imperfeições lhe atribui; mas, à medida que seu senso moral se desenvolve, seu
pensamento penetra melhor o fundo das coisas; e ele faz então a respeito d’Ele
uma idéia mais justa e mais conforme com a boa razão posto que sempre
incompleta.”
JESUS É O GOVERNADOR
DO NOSSO PLANETA?
Segundo Divaldo Pereira Franco, os
Espíritos amigos lhe contaram que num determinado período da Guerra Fria (entre
os anos 50 e 60), quando Estados Unidos e União Soviética estavam a ponto de um
confronto nuclear, os Mentores que administram a economia moral na Terra
recorreram a Jesus, apresentando a paisagem vergonhosa da cultura e da
civilização, as ameaças de extermínio. Nos armazéns de artefatos nucleares
havia, em depósito, armamentos que poderiam destruir a Terra inúmeras vezes,
reduzindo o planeta a asteróides, à semelhança das partículas de gelo que giram
em torno de Saturno, formando os seus anéis luminosos. O Senhor, Autor da
Terra, então, destacou mensageiros especiais para impedirem a calamidade que se
agigantava, mediante ameaças contínuas. Nesse momento, aquelas disputas foram
desviadas, e os cientistas passaram a concentrar-se na Lua, como sendo o lugar
estratégico para a deflagração da guerra. Estados Unidos e Rússia começaram a
pesquisar, aplicar verbas, criar artefatos mais sofisticados, apostando quem
primeiro chegaria a Lua. Nesse meio tempo, as visitas diplomáticas, a
maturidade dos povos aumentaram; enquanto as guerras do Sudeste asiático foram
diminuindo de intensidade e, já a partir de 1969, quando o primeiro homem
pousou na Lua, surgiu maior interesse pela conquista do Sistema Solar,
aplicando-se verbas para se conhecer melhor o Universo.
Mais tarde, (entre os anos 70 e 80)
o presidente norte-americano, alucinado pelas vaidades hollywoodianas,
estabeleceu o programa militar “Guerra nas Estrelas”, cujo princípio era o de
salvar ou exterminar o planeta, gerando um tipo
de destruição na qual não
houvesse nenhum sobrevivente, mas,
também, nenhum vencedor. . .
Os Estados Unidos utilizariam o
satélite para detectar mísseis, e poderia assim, destruí-los no ar, antes que
ele alcançasse o alvo, ou então, apertaria um botão para disparar mísseis e
exterminar o planeta. O que parecia coisa de filme, passou a ser realidade.
Disse
Pietro Ubaldi, com muita propriedade, que “uma
guerra nuclear será a desgraça do vitorioso.”
Vimos
os danos derivados do problema da grande usina soviética de Chernobil que,
apresentando uma falha, produziu uma onda radioativa que por pouco não cobriu
toda a Europa, e a sua contaminação chegou quase ao Canadá. Numa guerra dessa
natureza, o vencedor tombaria sobre o vencido, por causa da radiação das
moléculas, espalhando a morte em toda parte.
Nesse
momento, quando se planejava a “Guerra nas Estrelas”, a Divindade apresentou um
homem da envergadura de Gobarchev que, sendo considerado ateu, e que poderia
destruir o Ocidente, sugeriu a paz. Em Helsinque, ele propôs o desarmamento dos
foguetes de pequeno alcance, e depois deslumbrou o mundo, ao abraçar as pessoas
no meio da rua, desprezando a vigilância da guarda. Este homem, que tem carisma
semelhante ao de Gandhi, veio exterminar a guerra nuclear, começando a desarmar
as ogivas intercontinentais, de grande alcance.
Assim,
a Divindade interferiu, enviando missionários à Terra, para mudar a estrutura
feroz dos sonhadores da anarquia e da destruição.
Muitos,
ainda pensam que, Deus e Jesus estão sentados em tronos de ouro sem trabalhar .
. .
Em
João 5:17, Jesus disse: "Meu Pai
continua trabalhando até agora e eu também trabalho."
A
casa do Pai é o Universo, e é de lá que Ele administra as várias moradas,
controlando as ações dos vaidosos, orgulhoso, e egoístas que acham-se donos do
mundo.
ESPÍRITAS NÃO COBRAM
PELA MEDIUNIDADE
O
médium Divaldo P. Franco fala sobre a venda da mediunidade: "A venda de
recursos mediúnicos não se consuma exclusivamente por dinheiro, porque se pode
trocá-la por presente, por concessões, pelo envaidecimento e por várias outras
modalidades mais ou menos sob disfarce. Nós, médiuns, devemos acautelar-nos,
constantemente, contra os perigos da SIMONIA
INDIRETA (venda ilícita das coisas sagradas), inclusive para com aqueles
que fazem parte do nosso círculo íntimo, ou os que nos propiciam conforto e
facilidades.
Lembro-me,
aqui, de um querido confrade, médium seguro, que exerceu a mediunidade
caritativa por largos anos numa modesta construção no fundo do quintal de sua
casa. Esse homem de vida santificada carregava uma prova dolorosa: a esposa era
alienada mental, a filha sofria de ataques epilépticos e o filho vivia
atormentado por Espíritos vingativos. Granjeava recursos para a manutenção
daquele lar com a execução de modestos serviços em profissão humilde, que ele
executava um sua casa mesmo. Um dia, após atender pessoa portadora de um
problema muito grave, notou que tal pessoa deixava boa soma de dinheiro num
envelope aberto em cima da mesa, retirando-se em seguida. Levantou-se às
carreiras e foi ter com a pessoa: "SENHOR, ACHO QUE ESQUECEU ESTE DINHEIRO
NA MESA EM QUE TRABALHO." Resposta do doador: "NÃO, NÃO ESQUECI.
PERCEBI QUE O SENHOR TEM PROBLEMAS FINANCEIROS E DE SAÚDE DE SEUS FAMILIARES E,
COMO DISPONHO DE MUITOS RECURSOS, QUIS AJUDÁ-LO A AMENIZAR AS DIFICULDADES COM
QUE SE DEFRONTA." Respondeu o
médium: "NÃO BONDOSO AMIGO, NÃO POSSO ACEITAR." O doador não entendia
a recusa e argumentou: "MAS, POR QUE NÃO PODE? O SENHOR NÃO ME PEDIU NADA,
ESTOU DANDO É PARA SUA FAMÍLIA, SUA ESPOSA E OS FILHOS ENFERMOS; COM ESTE
DINHEIRO E SENHOR PODE MINORAR O SOFRIMENTO DELES." O médium respondeu:
"PERDOE-ME SE NÃO CONSIGO FAZER-SE ENTENDER. SE MINHA MULHER E MEUS FILHOS
ESTÃO AO MEU LADO PASSANDO PROVAÇÕES E VICISSITUDES, É PORQUE DEVEM ÀS JUSTAS
LEIS DIVINAS QUE NOS LEVAM AO RESGATE, PARA NOSSO BENEFÍCIO. POR FAVOR, NÃO
INSISTA, NÃO DESTRUA, NUM SEGUNDO, O QUE LEVEI 30 ANOS PARA EDIFICAR."
Dito isso, passou o envelope para as mãos do doador e voltou ao barraco onde
exercia a mediunidade com verdadeiro amor e santidade."
Portanto,
devemos lembrar que, há médiuns espíritas e médiuns que não são espíritas. Os médiuns
que querem exercer sua mediunidade dentro da Doutrina Espírita, devem seguir as
regras trazidas pelos Espíritos, através de outros médiuns e organizado por
Allan Kardec. A mediunidade é uma faculdade concedida por Deus às criaturas,
que nada pagam por ela. Por isso, quando desenvolveu a mediunidade nos seus
discípulos e os mandou trabalharem com ela em favor da humanidade, Jesus lhes
disse: "De graça recebestes, de
graça daí." (Mt. 10). O mestre não somente recomendou o exercício
gratuito da mediunidade, Ele o exemplificou, nada cobrando dos discípulos pelo
desenvolvimento mediúnico que neles promoveu e jamais cobrando nada de ninguém
por qualquer das obras espirituais que realizou, inclusive as curas. E, ao
expulsar os vendilhões do Templo de Jerusalém, deu enérgica demonstração de que
não se deve comerciar com as coisas espirituais, nem torná-las objeto de
especulação ou meio de vida. Deus quer que a luz chegue a todos, não quer que o
mais pobre dela fique privado e possa dizer: "não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de
receber encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou
pobre." Os médiuns são apenas os intermediários mas, os espíritos é
que falam, escrevem, ensinam, produzem fenômenos. Como vender o que não se
originou de nossas idéias, pesquisas ou qualquer outra espécie de trabalho
pessoal? Como receber pelo trabalho dos espíritos uma paga em coisas materiais,
que só a nós beneficia e não a eles? No caso de serem espíritos familiares e
amigos, não nos repugna expô-los para, com isso, lucrar alguma coisa material?
Como os bons espíritos não se prestam a esse comércio e se afastam, os que
ficam junto do médium mercenário são espíritos levianos, pseudo-sábios ou até
malévolos mas, no mínimo, ignorantes. Isto faz, muitas vezes, com que as
informações não sejam corretas, sérias. O médium que vende seu trabalho
mediúnico expõe-se à influência dos espíritos inferiores, dos quais se fez
comparsa e cúmplice, e com isso compromete sua situação espiritual, presente e
futura. "A mediunidade é coisa
santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente".
HISTÓRIA DE
UM ESPÍRITO
Há
muitos anos, um Espírito apareceu a Divaldo (médium espírita, dirigente da
instituição Mansão do Caminho da Bahia), e contou-lhe a sua triste história:
“Eu
era uma mulher bela, casada, também, com
um homem muito atraente. Éramos felizes . . . até que um dia a beleza física
dele nos desgraçou. Simpático, jovial e atraente, arranjou outra mulher mais
bela e mais jovem do que eu. Uniu-se a ela, e disse-me:
A
partir de hoje irei transferir-me de casa. Por você estar velha e desgastada,
procurei outra mulher mais jovem para me estimular e dar colorido à minha vida.
Dizendo
isso, arrumou suas malas e saiu.
Enquanto
ele saía, dei um tiro em minha cabeça, para que ele ouvisse e tivesse remorso
para o resto da vida. Suicidei-me . . . Não posso lhe dizer quanto tempo se
passou . . . Senti o tormento que me veio depois do suicídio, a crueldade do
ato impensado, o desespero que me proporcionou . . .
Tudo
quanto posso lhe dizer é que agora eu me libertei, momentaneamente do tiro, da
bala que partira minha cabeça. E meu primeiro pensamento foi ver o homem por
quem eu destruí minha vida. Quis visitá-lo, e uma força estranha como um magneto atraiu-me à uma casa majestosa, a uma mulher
de meia idade e a um homem que estava atormentado e deitado em uma cama especial.
Era meu antigo marido, portador agora de uma doença degenerativa. Estava
desmemoriado, deformado, hebetado, teve também, derrame cerebral, estava sem
cabelos, sem dentes, trêmulo sobre a cama . . . Uma verdadeira pasta de carne!
Então
eu olhei, e pensei: - Meu Deus! Foi por isso que eu me matei!? Como fui tão
apegada à matéria, que murcha e se decompõe mesmo em vida.
Hoje
estou sofrendo moralmente! Como pude dar tanto valor à matéria! . . . Não
confiei em Deus, e cheguei ao extremo de tirar minha vida por um homem que não
a merecia, enceguecida por sua beleza física. Apeguei-me muito, a ponto de
anular minha personalidade. Não podia viver sem ele.
Tem
piedade de mim e de todos aqueles que estão presos às pastas de carnes que irão
se decompor e morrer em breve tempo, mais breve do que esperamos.”
E
o Espírito, saiu depressa, sem dar tempo de Divaldo falar com ela.
Dessa
história, podemos tirar 3 lições:
1ª
- Sobre o suicídio. A recomendação Espírita é: “Não se mate você não morre.” Suicidar-se pensando que vai fugir
dos problemas, das aflições, das dores, é um grande engano. Além dos problemas,
das dores e aflições atuais, arrumaremos mais um outro problema no futuro.
Basta ler obras que contam as aflições dos suicidas no plano espiritual, e as
conseqüências do ato na próxima encarnação. Colheremos o que plantamos.
2ª - Procurar parceiros (as) visando beleza
física e não espiritual, é outro engano. É uma ilusão. A beleza física acaba,
mas a beleza espiritual permanecerá para sempre. Além da beleza física, muitos
procuram o parceiro (a) pelo dinheiro e pelo sexo. Basta uma noite de prazer
efêmero e já dizem estar “amando”. Não é amor, é paixão. A paixão é passageira,
só o amor permanece em qualquer circunstância. Vemos muitos cultuando o corpo
físico, mas acabam com a saúde nas bebidas, nas comidas, nas noites, nas
drogas, no sexo desregrado, suicidam-se lentamente. Querem a beleza física para
atrair um parceiro (a). Vivem de ilusão.
Na
questão 969, os Espíritos disseram para Allan Kardec que: “Muitos
são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências,
e que, obrigados a viver em comum, não tardam a reconhecer que só
experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa estar enamorada
de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com
ela é que poderá apreciá-la. Cumpre não se esqueça de que é o espírito quem ama
e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o espírito vê a
qualidade.”
3ª - Ninguém é de ninguém. Ninguém é posse de
ninguém. Quando amamos verdadeiramente a outra pessoa, nós queremos vê-la bem,
feliz, seja lá com quem for.
Divaldo
com muita propriedade nos exorta:
- É
necessário libertar-nos dos apegos, das coisas escravocratas e seguirmos a
direção do alvo, porque somos a flecha que o grande Arqueiro disparou.
DIVALDO QUASE CAI NUMA
SILADA
Divaldo
Franco (médium espírita) conta que foi pregar numa cidade, e hospedou-se numa
residência onde havia predominância feminina. Era uma casa rica e ampla. Duas
filhas casadas e outras solteiras. A família toda estava reunida para me
receber. Logo notou o distúrbio na filha mais velha. Aquela ansiedade, a
insatisfação, o desequilíbrio... Registrou a aura muito carregada e, pelo tom,
interpretou o seu problema. Notou o drama de esposa que estava vivendo. Mas,
foi à tarefa, retornou e deitou-se. Mais tarde, ouviu um ruído na porta e
acordou assustado. Uma voz o chamava:
-
Divaldo, Divaldo, me ajude! Abra a porta!
Levantou-se,
vestiu o paletó do pijama e, quando segurou a maçaneta da porta, viu a mão de Joanna
de Ângelis, muito alva, segurando a dele. Ela o alertou dizendo:
- Não abra essa porta e fale muito alto.
Então
exclamou:
- Um minutinho, estou me vestindo.
Do
outro lado vinha o sussurro:
- Abra a porta!
Ele
respondeu quase gritando:
- Um momento, já vou. Vá chamar sua mãe.
Enquanto
falava, ouviu o clique do interruptor na sala e o estalar de um golpe. Abriu a
porta rapidamente: era o pai, que estava de vigília e esbofeteara a filha.
Colocou-se à frente do genitor e indagou:
- Mas, o que é isto?
O
pai revoltado disse:
- Minha filha é uma indigna! O marido está
dormindo e ela veio te perturbar. Não podemos ter um hóspede em casa porque ela
. . . E usou expressões muito vis.
Para
defende-la ele disse:
- Todavia, o senhor está enganado. O
senhor me respeite! A sua menina está doente, me pediu socorro, mas, esqueci.
Estava tão cansado! Você veio me pedir passe, minha filha?
- Foi. – disse a moça.
Então,
deu-lhe a mão, pediu ao pai que fosse chamar a esposa, e disse para que
orassem. Fizemos o culto do Evangelho. Enquanto isso, ele via o obsessor – um
espírito de baixa vibração moral que vampirizava a moça. Era uma obsidiada do
sexo, assaltada por volúpia sem-fim; quanto mais buscava, pior ficava. Havia
perdido a dignidade perante si mesma, odiando-se, porque o obsessor tramava o
seu suicídio ou assassínio pelo marido. Era um drama do passado. Após a leitura evangélica, magnetizou a água,
aplicou-lhe um passe demorado. Quando terminou, ela deu um grito dizendo:
- Mamãe, saiu algo de mim. – e abraçou a
mãe chorando.
Até
hoje são amigos. Ela é avó, educou aquela força negativa e canalizou os
excessos para aplicar passes.
Revelou
uma bela mediunidade curativa.
Imaginemos
se Divaldo não tivesse Joana de Ângelis para alertá-lo. Quantos, dentro do meio
espírita mesmo, não duvidariam de sua reputação. Quantos casos não vemos por aí
de pessoas que dizem que “uma voz o mandou cometer um ato comprometedor”,
quantos não se suicidam por incentivo espiritual.
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