P: - Até que ponto devemos responsabilizar as
vidas passadas por doenças com as quais nascemos ou adquirimos ao longo da
vida? Uma doença que não está nos planos da vida da pessoa no momento da
reencarnação, pode ser adquirida ao longo da vida?
R: - As doenças congênitas ou hereditárias são
necessariamente fruto do nosso passado, ou pela necessidade de aprendizado,
quando escolhemos um processo doentio para nosso trabalho de crescimento, ou
pela reparação de nossos atos menos felizes. Ou seja: as doenças previamente
marcadas no código genético têm uma causa anterior. No entanto, as doenças ocasionais,
muitas delas relacionadas com o estágio evolutivo do planeta, não tem relação
com o nosso passado, outras são resultado da nossa invigilância, criando piso
orgânico ou psíquico para tais moléstias.
P: - O câncer é uma doença espiritual?
R: - Se considerarmos as causas mais profundas
das doenças, o câncer também seria uma patologia de fundo moral. No entanto, a
grande maioria desses processos resgates são frutos da invigilância das
criaturas com suas vidas, procedendo de forma desregrada e rebelde, produzindo
tal propensão na atual encarnação ou numa posterior.
P: - Porque existem doenças que aparecem e
depois desaparecem sem tratamento médico? Eu pergunto por que tive gota, e
desapareceu, tive retrocolite ulcerativa e sarei com tratamento de
cromoterapia.
R: - Existem doenças que são resgates
momentâneos ou produzidas por situações atuais limitadas, que cessadas as
necessidades daquela vivência, desaparecem com ou sem tratamento médico
convencional. No caso específico, falou-se da cromoterapia, que poderia ser uma
terapêutica complementar e eficiente (se aplicada de forma correta).
P: - Sou médica homeopata, espírita e também
Terapeuta Floral. Sempre tenho dúvida quando preciso entrar na Doutrina
Espírita para ajudar o paciente, pois não gosto de misturar religião e
profissão. O Sr. Poderia dar sua opinião sobre o assunto?
R: - É preciso sair do costume acadêmico de ver
o homem e a vida de uma forma fragmentada. Somos seres espirituais estagiando
em corpos energéticos mais ou menos sutis. Toda doença é sinal da escassez
evolutiva do ser, tendo como origem algum dos vícios derivados do egoísmo,
assim enquanto não cuidarmos das verdadeiras causas, estaremos tendo atitudes paliativas.
Falar de transformação moral não necessita um trabalho doutrinador, entretanto,
se vemos necessidade da terapêutica espírita é preciso perceber a abertura do
cliente para a mesma e encaminhá-lo para uma casa espírita e não transformar o
consultório em centro espírita. Podemos também fazer uma orientação de acordo
com a crença do próprio cliente (por exemplo: passe - benzeção).
P: - Como é vista a medicina espírita dentro do
contexto alopático?
R: - A medicina tradicional não aceita a
existência de uma medicina espírita ou espiritualista qualquer, sendo
materialista negam a realidade do espírito.
P: - Até que ponto a tireóide é influenciada
pela mediunidade? Qual a função mediúnica desta glândula e quais as alterações
que pode sofrer quando da aproximação de uma entidade desencarnada? O
desequilíbrio no seu funcionamento será sempre de caráter espiritual?
R: - Não temos informações precisas na
literatura espírita sobre o grau de relação entre mediunidade e tireóide. O
certo é que as glândulas endócrinas tem grande relação com o perispírito, sendo
influenciados pela essência espiritual através da Pineal. Na prática médica
tenho observado muitos casos de mediunidade em desequilíbrio associada a
distúrbios tireoidianos, em especial, hipotireoidismo. Devemos, no entanto,
fugir ao radicalismo de que toda alteração tireoideana tem como causa um
distúrbio mediúnico ou uma disfunção espiritual.
P: - O que representa, espiritualmente falando,
um tumor na hipófise?
R: Sinceramente, não sei precisar relações
espirituais com tumores de hipófise. O certo é que a grande maioria dos tumores
são precedidos de um quadro depressivo e esse tem como origem maior a rebeldia
do ser.
P: - O Sr. poderia falar-nos algo a respeito da
cura pela fé, à luz da ciência atual? E ainda indicar-nos livros ou estudos que
tratam deste assunto sob esta ótica?
R: - Existem instituições científicas
preocupadas com a relação fé e aura, com isso muitas pesquisas estão sendo
patrocinadas por associações sérias e realizadas por pesquisadores sérios. Os
primeiros resultados vêm sendo divulgados por órgãos oficiais e pelas
principais revistas e jornais do mundo, demonstrando a importância da fé nos
processos de cura, onde os religiosos tem processo de recuperação mais rápido
ou adoecem menos de certas doenças (como a depressão e o suicídio).
P: - Hipotireoidismo crônico, provocado por tireoidite
de Hashimoto, vem sendo informada como incurável pelos médicos ortodoxos.
Teríamos alguma orientação direta dentro da visão médico-espírita?
R: Não temos informação sobre terapêutica
específica para a tireoidite de Hashimoto, entretanto, a fluidoterapia, a
prece, a meditação, a transformação moral serão recursos efetivos para qualquer
doente, na presença da fé.
P: - Sou bióloga, com concentração em imuno e
microbio. Na atualidade observa-se avanço tecnológico bastante importante, mas
por vezes não é possível manter a qualidade de vida do paciente terminal, e não
é incomum vermos pessoas nas quais parece que toda condição humana foi
retirada, principalmente em doenças acompanhadas de estigma sociocultural, como
é o caso da AIDS. Isto é grave e doloroso; porque além da dor física
inimaginável há o abandono de parentes, amigos e por vezes até de alguns maus
profissionais. Solicito opinião sobre eutanásia. Particularmente não sei até
onde eu resistiria se privada de dignidade e humanidade e em meio a um mar de
misérias provocadas pela progressiva descaracterização do nosso corpo e suas
funções.
R: - Diz a lei: "não matarás" e
diante das nossas dificuldades de entender os processos divinos para o
crescimento individual, é preferível agirmos de forma respeitosa, evitando um
erro de consequência maior para nossos seres. Sei, porém, que do ponto de vista
médico é necessário entender-se mais profundamente cada situação, não no caso
da eutanásia ou da distanásia, mas no fato da ortotanásia.
PS.: Ortotanásia é quando você deixa a pessoa
abandonada, sem assistência médica (ou a retirando), ficando a mesma à própria
sorte, só evitando a dor.
P: - De que forma os médicos espíritas podem
contribuir para os que não são Espíritas terem uma visão melhor do perispírito,
já que as doenças ou a grande maioria, está localizada no perispírito?
R: - Primeiramente, o médico-espírita deve
procurar ser um bom profissional, estudioso e atualizado, de modo que sua
linguagem possa ser reconhecida e respeitada no meio científico, depois deve
buscar fazer pesquisas que levem à conquista desse conhecimento, seja de forma
direta ou indireta. Sem tais propósitos, estaremos fadados ao descrédito.
P: - Gostaria de saber, segundo a doutrina
espírita, qual a concepção de doença mental e qual a proposta de tratamento.
R: - Para um grande número de estudiosos da
Doutrina Espírita e pelo que se pode deduzir do seu conteúdo, a doença mental é
mais grave comprometimento, pelo qual o espírito pode viver numa encarnação, já
que são as estruturas mais sutis (do corpo mental) as comprometidas em tais
casos. Segundo a colocação de alguns espíritos (entre eles, Emmanuel e André
Luiz), os portadores de transtornos mentais são espíritos que abusaram
reiteradamente da inteligência, agindo como homicidas e suicidas. O tratamento
além do convencionado pela Psiquiatria consiste num trabalho de transformação
moral, sem o qual qualquer outra atuação será apenas paliativa.
P: - Diz-se que doença é pausa para meditação,
para questionamentos, lição... Quanto mais difícil, mais longa, é o que
necessita aquele espírito, você concorda com isso? Se a doença é lição, é
remédio, qual o papel do médico espírita, qual o seu posicionamento perante o
exercício da medicina?
R: - Nada no Universo, advindo do Criador, pode
deixar de ter um caráter edificador. Assim, também, o é com a doença. Ela não
existe como instrumento de punição como muitos preferem vê-la. Na realidade, é
um recurso de aprendizado, na sábia pedagogia divina, convidando-nos não a
perguntar "por que adoecemos?", mas a formular a adequada questão:
"para que adoecemos?".
O fato de ser um instrumento para aprendizado
não significa que, assistindo o irmão em processo de dor, tenhamos que nos
deter a meros espectadores. Cabe ao doente como aos que lhe rodeiam buscar
recursos para minorar a dor (a inteligência foi nos dada para isso). O médico-espírita
deverá, além de agir como agente aliviador e saneador, auxiliar o paciente a entender
o caráter educador da doença que o aflige.
P: - Gostaria de saber sobre a terrível doença
chamada lúpus, pois tenho uma sobrinha de 12 anos cuja doença se manifestou
agora. Que relação cármica teria esta doença com os pais e a própria doente?
R : - Não tenho nenhuma informação específica,
no campo médico-espírita, sobre as causas espirituais do lúpus e a relação dos
familiares com o processo. Na verdade, não existe o acaso e pela gravidade do
comprometimento, parece-nos visível a situação de vidas passadas.
P: - Porque uma pessoa, que foi muito boa nesta
vida, tem uma morte tão ruim, como câncer de pulmão, com tanto sofrimento para
ele e a família?
R: - Essa pergunta questiona na realidade a
Justiça Divina e sabemos que na Criação não há erros. Muitas criaturas são
preservadas, por um grande espaço de tempo, numa condição de saúde e harmonia,
preparando-se para provas mais difíceis, relacionadas com posturas de outras
encarnações, as quais só podem ser totalmente compreendidas através de
revelações mediúnicas. Aquilo que parece injustiça é na realidade oportunidade
de fortalecimento para que as dores e os sofrimentos sejam suportados com maior
grandeza do espírito.
P: - Baseando-se em sua experiência acadêmica,
qual seria sua opinião, para nos dias atuais, haver um surto tão grande de
doenças que comprometem o sistema nervoso?
R: São muitos os fatores que se associam para
que surjam tantos transtornos no campo psíquico, sendo esses dos mais diversos
tipos. No entanto, do ponto de vista espiritual, estamos num momento de resgate
da Terra, passando por um processo de transformação, que a elevará a uma
categoria de planeta de regeneração. Para isso, é necessária uma mudança moral
na Humanidade, o que indica pela saída dos que teimam ser rebeldes e o
desaparecimento das chagas morais (o duelo, a escravidão, a prostituição, a
guerra e a obsessão).
Entretanto, a Misericórdia Divina não faria
isso sem antes das oportunidades a todos para atender o chamado do Amor. Dessa
forma, vemos cada vez mais a presença de espíritos muito inteligentes, mas
intensamente comprometidos no campo moral e esse comprometimento suscita a
possibilidade do surgimento dos chamados transtornos psiquiátricos, em
especial, nos que teimam em manter-se vinculados ao mal.
P: - Qual a visão da doutrina espírita em
relação às fobias, mais especificamente a agorafobia?
R: Esses processos patológicos são frutos de
experiências traumáticas, geralmente, originadas em outras encarnações e
reforçadas na vida atual. No entanto, essas vivências podem ser as mais
diversas, sendo difícil especificar as causas, como num processo de
ação-reação.
P: - Transtorno do Pânico (Síndrome do Pânico)
e/ou Transtorno de Ansiedade Antecipatória, não tem cura, ainda, pela ciência
ortodoxa, apenas controle com antidepressivos e ansiolíticos. Na visão espírita
pode ser derivada de obsessão ou desequilíbrio do corpo perispirítico? A
terapia do passe ajuda muito pouco, o que fazer, com essa doença crônica?
R: - Uma das principais causas do transtorno de
pânico, a nosso ver, são os traumatismos vividos pelo espírito em momentos de
desencarne, ou experiências de ver-se preso ao corpo físico após a extinção da
vida corporal.\Assim, temos tido a orientação e percepção de bons resultados
com terapia de regressão às vivências passadas, a qual deverá ser ministrada
por profissionais competentes e habilitados.
P: - O que o senhor acha do conceito de morte
cerebral e sua relação com os transplantes? Será que a morte cerebral indica
realmente morte completa, mesmo que o coração da pessoa esteja batendo?
R: - O tema encontra-se, no momento, em
discussão tanto no meio acadêmico quanto entre os profissionais espíritas.
Existem trabalhos que tem denunciado que os critérios para definição de morte
encefálica não são válidos e que a criatura poderia retornar a vida normal depois
de uma vivência assim. Sabemos que o processo de desvinculação do corpo físico
é bem mais demorado do que a morte física e, na realidade, o grande problema da
doação de órgãos, afora a questão da eutanásia, é o da disponibilidade de
doar-se em favor dos que necessitam. Precisamos preparar-nos para gestos cada
vez mais profundos de solidariedade e generosidade, como nos afirmava Jesus:
"prova de amor maior não há do que dar a vida pelo irmão."
P: - Como é vista a Depressão na visão
Espírita?
R: - A depressão ou o mal do século é na
realidade um processo de cunho moral, onde a criatura, no seu processo de
relação com o Pai, não aceita as limitações existentes, querendo para si e para
àqueles a quem quer bem prerrogativas, que ela acredita serem justas. No
entanto, desconhecendo as causas mais profundas das lutas da vida, intimamente,
crê-se abandonado pela divindade e revoltado opta por uma não vida; pois a
depressão em sua sintomatologia é a própria negação do viver, chegando ao
extremo da negatividade que é o suicídio.
É importante diferenciar a depressão dos
momentos de tristeza, os quais são naturais e têm como função convidar a
criatura a voltar-se para si mesma, identificando o que está lhe acontecendo e
o que é necessário fazer ou mudar para que a vida flua com maior tranquilidade.
P: - Como podemos diferenciar uma doença
meramente física de uma doença da Alma?
R: Na verdade, essa diferenciação é
simplesmente didática e fruto da cultura fragmentalista do academicismo atual.
Ninguém é só corpo, só espírito ou mesmo só corpos energéticos, somos um todo
não indivisível, interpenetrando-nos em todas as nossas dimensões, direcionados
pela essência espiritual, essa sim nossa realidade eterna. Dessa forma essa
diferenciação é apenas auxiliar no aprendizado e toda doença é fruto da nossa
condição moral, mesmo aquelas vinculadas às condições do planeta, pois nossa
estadia aqui é resultado do nosso processo evolutivo.
P: - É possível que um médium assimile o
problema de saúde de uma pessoa que tenha muita afinidade?
R: - Sim. O médium pode assimilar processos
doentios de criaturas encarnadas ou desencarnadas, com quem tenha afinidade
tanto afetiva quanto moral e essa assimilação pode chegar ao grau de se fazer
presente no corpo físico e detectada por profissionais e exames propedêuticos.
P: - Durante o sono frequentemente acordo e não
reconheço o lugar que estou e nem as pessoas que estão do meu lado. Às vezes
vejo pessoas e converso com elas e na hora não consigo perceber que elas são
espíritos. Existe a possibilidade de perdermos a razão e não retornamos a
realidade? Já tenho 40 anos e ainda sou sonambúlica; por quê? É uma
enfermidade?
R: - Existem quadros neurológicos e
psiquiátricos que podem levar a criatura a perder o contato com a realidade externa
e do eu inferior, não a retomando mais na atual encarnação. Entretanto, fora do
corpo físico, durante a experiência do sono, podem retomá-la e de conformidade
com a sua condição moral, a dor dessa vivência será maior ou menor.
O sonambulismo não é considerado uma doença,
mas sim um estado de imaturidade neurológica e as suas causas são
desconhecidas, em sua essência, pela ciência atual. É preciso diferenciar o
sonambulismo clínico daquele que Kardec refere-se na Codificação. Ser sonâmbulo
não identifica necessariamente a presença de mediunidade ostensiva.
P: - As doenças congênitas estão relacionadas às
vidas passadas? É possível a recuperação de uma doença congênita como, por
exemplo, HIPERPLASIA SUPRARENAL CONGÊNITA onde existe a falta de uma enzima
provocando um problema hormonal? A cura espiritual para este caso é possível?
R: - As doenças congênitas estão sempre
relacionadas com experiências de encarnações passadas ou escolhas do próprio
espírito para seu crescimento espiritual. No momento atual, a medicina genética
está engatinhando, mas acreditamos que chegará o instante em que ela conseguira
curar ou minorar esses quadros. Do ponto de vista espiritual, a medicina nos planos
superiores tem recursos ainda desconhecidos para nós, podendo, sem derrogar a
lei, oferecer tratamento adequado para tais moléstias, isso, porém, estará
diretamente vinculado ao estado de merecimento da criatura necessitada.
P: - Tenho muita curiosidade de saber qual a
posição da doutrina espírita quanto à doação de órgãos.
R: - A Doutrina Espírita não define padrões
para o comportamento dos seus profitentes, no entanto, adverte para o perigo da
eutanásia, no caso da doação de órgãos vitais e com morte encefálica; e de que
essa doação deveria ser espontânea e com anterior trabalho de desapego
material, sem o qual tal atitude poderá ser dolorosa para a criatura.
Entretanto, vez por outra, encontramos escritos e entrevistas pessoais, que
devido à origem da informação, são considerados postulados de comportamento
espírita, o que merece nosso cuidado e respeito. O assunto demanda, no momento,
estudo e discernimento de todos nós.
P: - A Doutrina Espírita nos ensina que o corpo
físico é tão somente um reflexo do que somos de fato (Espíritos). Ouve-se
também em nosso meio que a doença quando se manifesta no corpo físico ela já
estaria instalada no perispírito. Se assim o é, como se processa a cura, uma
vez que se estaria tratando o efeito e não a causa?
R: - Na realidade, o tratamento somático
é somente paliativo e a verdadeira cura se dá com a reforma íntima, pois as
mazelas são frutos de nossas imperfeições morais.
P: - Gostaríamos que o Senhor tecesse algumas
considerações acerca da ação do fluido magnético, que a nosso ver, às vezes age
como protagonista e outras vezes como coadjuvante na cura das enfermidades.
R: - É assunto extenso e profundo. Na
realidade, o fluido magnético do médium associado ao dos espíritos superiores
faz-se importante meio de tratamento para as criaturas e a sua transmissão
necessariamente não envolve uma ação voluntária do médium, que se faz muitas
vezes intermediário inconsciente da misericórdia. Essa ação ocorre,
provavelmente, no citoplasma celular, a nível de RNA mensageiro, capaz de ser
modificado, carreando informações novas aos outros elementos celulares, criando
condições de saúde.
P: - Gostaria de saber até que ponto uma doença
como a ansiedade pode ser provocada por espíritos. E quanto ao ciúme, pode ser
considerado uma doença?
R: - Segundo a Codificação a atuação dos
espíritos em nossas vidas é maior do que podemos pensar, assim qualquer tipo de
patologia pode ocorrer sob a ação mental de espíritos que nos rodeiam; no
entanto, para que isso se concretize é necessário que haja um terreno psíquico
propício na criatura que está sendo influenciada. Todo processo de
influenciação é regido pela lei de afinidade ou sintonia.
P: - Como entender na visão espírita um erro
médico cuja consequência deixa a pessoa inválida, ou causa a morte ou deixa
alguma dor? E como, na mesma doença, uma pessoa pode se curar através de passes
e outra não?
R: - É complicado responder tal questão sem dados mais precisos, um
erro médico, ou assim considerado, pode ter as causas e explicações mais
diversas. O certo, porém, é que nada ocorre por acaso e que não há atos
injustos na vida. As doenças para serem sanadas através de qualquer tipo de
terapia exigem um estado de merecimento ou "estado de graça" do
doente.
P: - Gostaria de saber, sob ponto de vista
espiritual, as causas e consequências das enfermidades do seio da face
(sinusite, rinite e outras) e sua correlação, se existir, com os centros de
força (chakras)
R: - Não temos acesso a essa correlação
e, sinceramente, gostaríamos de ter a resposta, já que sou portador de renite
alérgica crônica. Do ponto de vista, energético essas áreas somáticas estão
vinculadas com o centro de força laríngeo e, algumas delas, também, com o
centro frontal ou cerebral.
P: - Meu questionamento é a respeito da TPM
(tensão pré-menstrual), pela qual a maioria das mulheres passam, variando os
graus de intensidade dos sintomas. Seria uma enfermidade ou apenas um processo
natural do ser humano feminino? Que influências exerce o espírito no físico da
mulher, quando a mesma passa pela TPM? Dentro da visão médico-espírita, quais
seriam os conselhos oferecidos pelo Sr. para que os efeitos da TPM possam ser
melhor administrados pelas mulheres?
R: - A Tensão Pré-menstrual (TPM) é do
ponto de vista físico fruto da ação hormonal. Sabemos, porém, que nem todas as
mulheres apresentam tal sintomatologia e que a exacerbação da mesma tem haver
com a condição psíquica da mulher. Por isso, do ponto de vista médico-espírita,
além do tratamento clínico (que é auxiliar eficaz) a busca de um estado
interior de maior harmonia poderá auxiliar profundamente a criatura. A
fluidoterapia poderá aliviar a sintomatologia.
P: - Sinto constantemente a presença de
espíritos em minha casa. Mudei-me recentemente (um mês) para a casa dos nossos
sonhos após um longo tempo de lutas e suor. Porém, desde que me mudei não
consigo encontrar a paz tão desejada. Sinto-me enferma de uma forma que não
consigo explicar (dores terríveis de cabeça). Meu marido e filha ficam
preocupados, pois me encontram bastante abatida no final do dia. Como posso
pesquisar esse tipo de enfermidade? Amo minha família e, sinceramente, nem eu
mesma estou me reconhecendo. O que fazer?
R: - Primeiramente, procure um
profissional de sua confiança para que seja afastada a hipótese de uma doença
física ou psíquica. Caso não identifiquem nada ou paralelamente, busque a ajuda
espiritual, tentando averiguar a possibilidade de influenciação espiritual e
caso isso seja verdadeiro, passe a fazer um tratamento de cunho
evangélico-doutrinário, objetivando sua melhora interior, colocando-o em
posição mental inacessível a atuação daquela entidade ou daquelas
energias.
P: - Até que ponto os pensamentos influem na
saúde da pessoa? As pessoas negativas, são "atacadas" pelos
"pensamento-forma" que elas próprias geram?
R: - O pensamento é na realidade o
criador de todo e qualquer campo para que ocorra a atuação do espírito e a sua
expressão negativa gerará condições etéricas favoráveis ao surgimento de
qualquer patologia, que dependerá do grau de culpabilidade da criatura. Muitas
doenças são auto-obsessivas, ou seja, fruto do psiquismo negativo do próprio
espírito atuando contra si mesmo.
P: - A gastrite emocional pode ser relacionada
de alguma forma a um processo obsessivo?
R: - Toda pessoa emocionalmente
desequilibrada é terreno propício para a atuação de entidades que encontram-se
espiritualmente comprometidas.
P: - Como o Espiritismo explica os casos de
doenças terminais em que o paciente é salvo por meio de transplantes de órgãos,
mudando o rumo de sua vida?
R: - Como já dissemos, é fruto do
merecimento e da necessidade de aprendizado daquela criatura. O não
aproveitamento da oportunidade poderá acarretar uma situação de maiores sofrimentos.
P: - Eu tenho fortes dores de cabeça a mais de
12 anos. Já fui em vários médicos e tudo está normal conforme os exames. Porém
sempre tenho impressão e sonhos que estou levando tiros na cabeça; eu posso
pensar que tenho uma enxaqueca normal, ou realmente é coisa do meu passado?
R: - É difícil dar uma resposta
definitiva para quem propôs a pergunta. Tanto uma quanto a outra são possíveis
e há possibilidade da enxaqueca ser uma sequela deste passado. A presença
desses sonhos faz-nos pensar na possibilidade da realidade da experiência
passada, relata pelo conteúdo dos mesmos. Seria preciso uma propedêutica
extensa e minuciosa e, talvez, a possibilidade da experiência em terapia
regressiva ou a revelação mediúnica por diversos médiuns ou por fontes de
inteira confiança.
P: - Minha filha tem 12 anos e sofre de
constantes alergias de pele. Já consultamos vários Dermatologistas e
Homeopatas, que prescrevem tratamento com corticoides, sem resultado. Sempre
aparecem novas alergias. Pode ser de fundo emocional? Pode ter alguma razão
transcendental à matéria? Como ela está entrando na adolescência, este problema
começa a lhe causar constrangimentos. O que poderemos fazer para ajudá-la?
R: - Como a nossa companheira não
consegue alívio, através dos tratamentos convencionais, certamente o processo é
cármico, de origem profunda, necessitando um trabalho espiritual de transformação
íntima, sem o qual não haverá melhoria. Pode estar presente também uma influenciação
espiritual, que precisará ser investigada. Nossa experiência tem nos
demonstrado que quando a criatura passa a viver com esse tipo de patologia sem
a revolta costumeira, o processo torna-se menos sofrido e o alívio se faz
progressivo. Seria importante, buscar uma casa espírita com um trabalho de
orientação confiável e de bases doutrinárias seguras para auxiliá-los.
P: - A pergunta é um exemplo: se tenho um tumor
maligno que me fará desencarnar em 6 meses e existe solução médica para o
problema, posso aceitar que é uma dívida que devo pagar e não aceitar a solução
médica e desencarnar em 6 meses? Sabendo que adiaria o desencarne com solução
médica, não poderia ser culpado por não aceita-la e precipitar o desencarne?
Tenho crédito por aceitar a morte? Sou um suicida por não adiá-la?
R: - Ninguém deve se negar a
possibilidade de ajuda, isso é omissão e caso ocorra o desencarne por esse
motivo, será considerado um suicida. Devemos aceitar a morte como um fato
natural da evolução, buscando não desesperarmos diante da mesma e até
exercitando o desapego material para vivê-la com maior tranquilidade, isso, no
entanto, não nos permite procurá-la. A entrega legítima à morte, objetivando
unicamente salvar a outrem ou recusando-se a praticar o mesmo tipo de crime, é,
em situações especiais, um ato de altruísmo.
P: - Meu pai está com 65 anos e nunca fez um
exame mais profundo de sua saúde. Morre de medo de médico e hospital e está com
hérnia pubiana. Ele é dentista (ou seja, um paramédico). Como você explicaria
tanta fobia de médicos e doenças em um espírito que teoricamente tem maior
parcela de responsabilidade sobre seu corpo, já que alem de paramédico
considera-se espírita?
R: - É fruto de alguma vivência
traumática do passado, impossível de ser esclarecida apenas com os dados da
pergunta.
P: - É o perispírito o "molde" do
corpo? E nos natimortos, que não tiveram desde o inicio de sua formação a
presença de um espírito, como então este corpo foi "moldado"?
R: - Sim, o perispírito é o molde do
corpo físico. Nos casos de natimortos, os quais não tiveram a presença, desde a
fecundação, de um espírito, o molde físico é criado e alimentado energeticamente
pela mente da gestante, como nos esclarece a literatura espírita. É o desejo e
a vontade matuante da mãe em gerar um filho que produz corpos nessa condição.
P: - Meu filho quando tinha 5 anos era
sonâmbulo, foi detectada disritmia acentuada, foi tratado com anti-epiléticos até
os 10 anos, quando os sintomas desapareceram, mas os exames continuavam
demonstrando disritmia. Ele tomou remédios ate os 12 anos. Hoje ele tem 16 anos
esta ótimo, mas os exames demonstram uma outra realidade. Já fui a muitos
médicos, mas nenhum soube me explicar o que acontece. O Senhor como espírita,
poderia explicar?
R: - Do ponto de vista clínico,
alterações elétricas cerebrais, detectadas por exame, só devem ser consideradas
quando da presença de sintomatologia clínica correspondente, caso contrário à
atitude adequada é desconsiderá-la. Existem trabalhos científicos que
demonstram que 20% da população normal, com ausência completa de qualquer
sintomatologia no campo neurológico ou psiquiátrico, tem eletroencefalograma
apresentando disritmia. Também, boa percentagem dos epilépticos, embora
portadores de quadros exuberantes, não apresentam alterações no
eletroencefalograma. Grande parte dos chamados portadores de disritmia (e ela
por si não é doença e nem deve ser tratada medicamente) são na verdade médiuns
ostensivos, necessitados de orientação e educação mediúnica
P: - Estive grávida durante 4 meses e um exame
de rotina detectou uma deficiência genética que provocaria retardamento físico
e mental completo e em alto grau no meu bebe. Poderia até ser que não houvesse
formação do cérebro e então ocorreria morte intrauterina me trazendo sérios
riscos, inclusive de vida (morte). Fui aconselhada a fazer uma intervenção e
interromper a gestação, mas a culpa me persegue indefinidamente. Gostaria de
saber se há, no ponto de vista espiritual, uma explicação para o fato de um
bebe, tão querido, aguardado por quatro "imensos" anos, encarnar já
com tantos problemas e talvez até com a pré-destinação de ficar tão pouco tempo
entre nós?
R: - Nada acontece fora dos trâmites da
justiça divina, mas, muitas vezes, pela nossa ignorância não sabemos explicar
claramente o que ocorreu e, talvez, só tenhamos a resposta após a nossa
desencarnação. Nossa cultura tem o hábito de nos culpabilizar de tudo e nem
sempre num caso como esse o compromisso doloroso é nosso. Culpar-se não produz
melhoria, só a busca de atuar no bem é útil e necessária. Culpa sem ação é
hibernação sem proveito para o crescimento pessoal.
P: - Quando uma criança nasce sem o cérebro
nós, como espíritas devemos doar seus órgãos ou não? Tenho esta dúvida por
acreditar que o Espírito reside na mente. Se a criança não tem uma mente, posso
crer que ali só se encontra um corpo?
R: - A doação nesse caso é de foro dos
pais, que devem ponderar que um espírito vinculado a um corpo como esse,
certamente, apresenta-se em situação espiritual difícil e que a doação poderia
lhe causar sofrimento. O espírito se manifesta através da mente e não nela e
cérebro e mente são diferentes, sendo o último o meio de atuação da mente no
veículo físico. A ausência de encéfalo não significa a inexistência da mente,
sempre viva na essência espiritual.
P: - Tenho uma amiga que gosto muito que sofre
de nefrite. Onde encontrar literatura espírita específica sobre este tema?
R: - Não tenho informações específicas
sobre o assunto junto à literatura espírita, entretanto, posso sugerir a
leitura dos capítulos "Predisposições Mórbidas" e "Porque
Adoecemos" do livro "Porque Adoecemos - Novos Horizontes do
Conhecimento Espírita", de autoria de diversos profissionais vinculados a
Associação Médico Espírita de Minas Gerais, editado e distribuído pela Ed.
Espírita Cristã "Fonte Viva".
P: - Gostaria de saber na visão espírita qual
seria a origem das doenças no útero, como por exemplo, as feridas.
R: - É muito difícil explicar as doenças
de uma forma simplista, pois temos as causas espirituais ou morais, as ações
negativas do passado e da atualidade, as necessidades de aprendizado do
espírito e ainda as causas atuais fruto das atitudes e mentalizações da
criatura na vida presente. Essas podem ser as mais diversas e conjugarem-se das
formas mais diferentes. Nem sempre é possível chegar a essas causas específicas
de cada caso.
Entrevistado:
Roberto Lúcio.
▬
Médico pela UFMG com residência em Psiquiatria pela Fundação Hospitalar do Estado
de MG, ▬ Psiquiatra e Psicoterapeuta do Instituto de
Assistência Psíquica Renascimento, ▬
Vice-presidente da AME-Brasil, Fundador e Diretor de publicações da
AME-MG, ▬ Médico Assistente do Hospital Espírita André
Luiz, ▬ Autor de várias obras.
CVDEE.
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