Uma senhora de 92 anos, delicada, bem vestida,
com o cabelo bem penteado e um semblante calmo, precisou se mudar para uma casa
de repouso.
Seu marido havia falecido recentemente e a
mudança se fez necessária, pois, ela era deficiente visual e não havia quem
pudesse ampará-la em seu lar.
Uma neta dedicada a acompanhou.
Após algum tempo aguardando pacientemente na
sala de espera, a enfermeira veio avisá-las que o quarto estava pronto.
Enquanto caminhavam, lentamente, até o
elevador, a neta, que já havia vistoriado os aposentos, fez-lhe uma descrição
visual de seu pequeno quarto, incluindo as flores na cortina da janela.
A senhora sorriu docemente e disse com
entusiasmo:
- Eu adorei!
- Mas a senhora nem viu o quarto. Observou a
enfermeira.
Ela não a deixou continuar e acrescentou:
- A felicidade é algo que você decide antes da
hora. Se eu vou gostar do meu quarto ou não, não depende de como os móveis
estão arranjados, e sim de como eu os arranjo em minha mente. E eu já decidi
gostar dele.
E continuou:
- É uma decisão que tomo a cada manhã quando
acordo. Eu tenho uma escolha, posso passar o dia na cama remoendo as
dificuldades que tenho com as partes de meu corpo que não funcionam há muito
tempo, ou posso sair da cama e ser grata por mais esse dia. Cada dia é um
presente, e meus olhos se abrem para o novo dia das memórias felizes que
armazenei. A velhice é como uma conta no banco, minha filha, de onde você só
retira o que colocou antes.
“Na juventude deve-se acumular o saber. Na
velhice fazer uso dele”.
Jean-Jacques Rousseau
Espírito: EMMANUEL
Chico Xavier
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